quinta-feira, 10 de março de 2022

Guiné 61/74 - P23066: Tabanca Grande (531): Manuel Antunes, ex-Soldado Condutor Auto da CCAV 2484 - "Dragões de Jabadá" (Jabadá, 1969/70)... Senta-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 858

1. Mensagem do nosso camarada e novo tertuliano, Manuel Antunes[*], ex-Soldado Condutor Auto da CCAV 2484/BCAV 2867 (Jabadá, 1969/70), com data de 6 de Março de 2022:

Caro camarada Carlos Vinhal:

Dizias que eram  precisos mais alguns dados para aderir ao blogue dos camaradas.

Sou natural de Duas Igrejas, Miranda do Douro e ainda sei falar mirandês.

Vai fazer 51 anos dia 8 de setembro de 2022 que emigrei para o Canadá,  cidade Toronto.

PS: -  Foi um primo meu, que também esteve na Guiné entre 1970 e 1971, que me deu o email dos camaradas. Que Deus vos dê muita saúde e muitos anos de vida pelo bom trabalho que estais a fazer, que gosto muito de ler.

Um abraço do camarada
Manuel Antunes
Condutor Auto da CCAV 2484
Jabadá - Guiné, 1969/70


Jabadá - Sector S1 - Tite - Manuel Antunes rodeado de crianças
Jabadá- Sector S1 - Tite - Manuel Antunes num posto de sentinela
Jabadá - Sector S1 - Tite - Quartel e ao fundo o Rio Geba
Jabadá - Sector S1 - Tite - No tempo das chuvas, Manuel Antunes junto do seu Unimog
Jabadá - Sector 1 - Tite - Manuel Antunes com alguns camaradas e meninos da tabanca
Jabadá - Sector 1 - Tite - Manuel Antunes com os seus camaradas condutores e viaturas
Jabadá - Sector 1 - Tite - Manuel Antunes e camaradas

Jabadá - Sector 1 - Tite - Uma cantora actuando para as tropas
Jabadá - Sector S1 - Tite - Quartel e ao fundo o Rio Geba
Toronto - Canadá - Manuel Antunes na actualidade, novo membro da Tabanca Grande, nº 859

********************

2. Comentário do coeditor CV:

Caro Manuel Antunes, bem-vindo à nossa tertúlia.

És mais um dos camaradas que rumou às Américas. Deixaste Duas Igrejas em 1971, rumo ao Novo Mundo, onde esperamos te encontres bem. Sei por um amigo e vizinho que os portugueses são muito considerados tanto no Canadá como nos Estados Unidos da América. Portugal está muito bem representado pelos nossos emigrantes, na esmagadora maioria bons profissionais, especialmente os mais novos, agora habilitados com cursos superiores.

Em boa hora decidiste aderir à nossa Tabanca Grande, enviando logo nas duas primeiras mensagens as fotos publicadas hoje e no poste anterior. Passas a ter o nº 858. 

Continuamos receptivos a outras que tenhas contigo, assim como a estórias que nos queiras contar. Só te peço que não nos escrevas em letra  maiúscula porque nos obrigas a passar tudo a letras minúsculas, excepto os inícios das frases.

Em jeito de despedida, deixo-te em nome dos editores e da tertúlia em geral, um abraço e os votos da melhor saúde.

____________

Notas do editor

[*] - Vd poste de 9 de março de 2022 > Guiné 61/74 - P23062: O nosso livro de visitas (215): Manuel Antunes, radicado em Toronto - Canadá, ex-Soldado Condutor Auto da CCAV 2484/BCAV 2867 (Jabadá, 1969/70)

Último poste da série de 12 de janeiro de  2022 > Guiné 61/74 - P22900: Tabanca Grande (530): José Carlos Rocha da Silva, ex-Fur Mil Inf da 1.ª CCAÇ/BCAÇ 4518/73 (Dulombi e Nova Lamego, 1974) que se senta no lugar 857 da nossa tertúlia

16 comentários:

Valdemar Silva disse...

Bem-vindo Antunes
Com que então de 1969/70, grande e especial "colheita".
Quem era a flausina a aparece a actuar para as tropas?
(o fotógrafo colocou-se de forma a apanhar uma oportunidade com vento a feição)

Abraço e saúde da boa
Valdemar Queiroz

José Maria Monteiro disse...

Para o meu ilustre mirandês e amigo, Manuel Antunes, um grande abraço. Também sou de Duas Igrejas, Miranda do Douro, conheço o Manuel Antunes desde criança e também continuo a falar o mirandês. Foi uma surpresa encontrá-lo nestas páginas do blogue Luís Graça & Camaradas. Estive com o camarada Manuel Antunes em 1970 em Bissau. Sendo eu marinheiro, da esquadrilha de lanchas da Guiné, um dia apareceu-me na lancha de fiscalização pequena, NRP-Bellatrix, onde jantou e dormiu. Acontece que o Manuel Antunes não se dava com as pequenas ondas do rio Geba, pelo que de manhã cedo tive de conduzir o navio e atracar no cais do Pigiquiti, sem o comandante a bordo, porque pensei que o camarada Manuel Antunes ia morrer, devido ao enjoo. Nunca mais apareceu no navio.
Para todos os camaradas e em especial para o meu amigo Manuel Antunes um grande abraço. JOSE MARIA MONTEIRO

Carlos Vinhal disse...

Amigo Valdemar, esta "flausina" podia muito bem estar em casa sossegadinha mas escolheu ir actuar para as tropas em campanha, em pleno mato da Guiné. Desculpa mas este teu comentário, desta vez, não teve piada nenhuma.
Fica bem.
Carlos Vinhal
Leça da Palmeira

Eduardo Estrela disse...

Flausina é termo da malta da nossa colheita Valdemar. Quem assistia ao show aguardava que se os deuses provocassem um tornado, para dar a possibilidade do fotógrafo fazer um trabalho artístico.
Manuel Antunes não te esqueças de me dizer se o Emílio Piloto, algarvio de Vila Real de Santo António era da tua Companhia.
Abraço fraterno e saúde com fartura
Eduardo Estrela

Anónimo disse...

Mas que bela imagem a da “flausina” a fazer que canta. Acredito que ninguém se lembra da canção. Mas da flausina ainda hoje a descrevem dos pés à cabeça.

Um anjo destes no Cumbijã e éramos todos apanhados à mão. Foi assim que se perderam, ou ganharam, muitas guerras.
Joaquim Costa

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Lhéngua Mirandesa (com a devida vénia ao sítio do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro)

https://www.aemd.pt/mirandes/mirandes.html


La Lhéngua Mirandesa, doce cumo ua meligrana, guapa i capechana, nun yê de onte, detrasdonte ou trasdontonte mas cunta cun uito séclos de eijistência.

Sien se subreponer a la "lhéngua fidalga i grabe" l Pertués, yê tan nobre cumo eilha ou outra qualquiêra.

Hoije recebiu bida nuôba.

Saliu de l absedo i de l cenceinho an que bibiu tantos anhos. Deixou de s'acrucar, znudou-se de la bargonha, ampimponou-se para, assi, poder bolar, strebolar i çcampar l probenir.

Agarrou l ranhadeiro para abibar l lhume de l'alma i l sangre dun cuôrpo bien sano. Chena de proua, abriu la puôrta de la sue priêça de casa, puso fincones ne l sou ser, saliu pa las ourriêtas i preinadas.

Lhibre, cumo l reoxenhor i la chelubrina, yá puôde cantar, yá se puôde afirmar.

A la par de l Pertués, a partir de hoije, yê lhuç de Miranda, lhuç de Pertual.

Texto de Apresentação do Projeto Lei de reconhecimento dos direitos linguísticos da Comunidade Mirandesa pelo Deputado Júlio Meirinhos.

Assembleia da República
Lisboa, 17 de Setembro de 1998

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Para saber mais sobre a língua mirandesa:

(...) O Mirandês é falado numa área de aproximadamente, quinhentos quilómetros quadrados, no extremo Nordeste de Portugal, ao longo da fronteira a sul de Alcañices, entre a ribeira de Angueira, a poente e sul, e o rio Douro, a nascente, num conjunto de aldeias dos concelhos de Miranda do Douro e Vimioso. (...)

https://www.aemd.pt/mirandes/espaco.html

Tabanca Grande Luís Graça disse...

A D I V I N H A S (em mirandês)

https://www.aemd.pt/mirandes/adivinha.html

1 – Conheço ua sinhora
Mui assinhorada
Nunca sal a la rue
I sięmpre stá molhada.

2 - Que será, que será?
Lhargo cum’ un sobeio,
Ten dięntes cum’ un coneilho.

3 – Lhargo cum’un camino,
Funga cum’ un cochino.

4 - Que yę, que yę
Que passa na ribeira
I nun molha l pie?

5 - You cuôrro i nun tengo pięrnas
Assobio i nun tengo boca
Mas nunca naide me biu
I tengo bastante fuôrça.
Que cousa yę?

6- Ua casa cun doze damas
Cada dama ten quatro quartos
Todas eilhas ténen meias
I ningua ten çapatos.

7- Que yę, que yę
Yę cumprido cumo ua strada
Mas cabe nua mano cerrada?

8 - Qual yę la cousa, qual yę eilha
Que quando chega a casa
Lhougo se pon a la jinela?

9 - Que yę, que yę
Que antes de l ser
Yá l era?
__________

Respostas:

1 - La lhengua (a língua)
2 - La silba (a silva)
3 - L Rio (o rio)
4 - l bitelo na barriga de la mai (vitelo na bariga da măe)
5 - L aire (o ar)
6 - L reloijo (o relógio)
7 - L nobięlho (o nobelo)
8 - L boton (o botăo)
9 - La pescada (a pescada)

Tabanca Grande Luís Graça disse...

José Maria Monteiro, sê vindo... Mas, sendo tu conterrâneo do Manuel Antunes, falando tu mirandês e tendo estado tu na Guiné, na Marinha, porque é que não te juntas à malta, à sombra do nosso poilão ? Este blogue é o maior, em língua portuguesa, de antigos combatentes, de todas as armas (ar, mar e terra) que passaram pelo TO da Guiné, de 1961 a 1974...

Só precisamos de duas fotos tuas, uma do antigamente e outra atual... E duas linhas de apresentação com o teu currículo militar...

Saúde / Saludo Luís Graça

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Houve muito boa gente, do mundo do espectáculo, que colaborou com o Movimemto Nacional Feminino, tendo participado inclusive em digressões pelos quartéis do mato... Talvez o caso mais conhecido foi o da cançonetista Florbela Queiroz, além dos músicos do "Conjunto João Paulo" que a Cilinha teve a habilidade de, estando eles a cumprir o serviço militar, os conseguir manter juntos e a atuar para a tropa em África...

A Florbela Queiroz não sei se passou pela Guiné, mas diz ela que andou no mato 8 meses, em 1967 e 1968, "Nunca fui tão respeitada por toda a gente. Eu era nova, tinha 21 anos, era uma miúda gira, e andava lá no mato no meio dos soldados, comi da ração delea. Foi a época em que mais me realizei" (cit por Sílvia Espírito Santo - Cecília Supico Pinto: o rosto do Movimento Nacional Feminino". Lisboa, A Esfera do Livro, 2008, pág. 144).

Valdemar Silva disse...

Carago
Ó miu caro Carlos Binhal desta beç nun cumprendi l tou comentairo
Anton qual fui l mal de tener preguntado quien era la flausine a atuar pa las tropas?

Abraço i salude de la buona
Valdemar Queiroz

p.s. tentei escrever em mirandês, calhando saiu em porturandês.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Há décadas que não lia ou ouvia o vocábulo "flausina", muito usado no nosso tempo, nos anos 60... Não sei se a definição do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa é inteiramente correta... O termo era mais brejeiro do que depreciativo...LG

PS - Ouvir aqui o tema "Flausina" do Conjunto Mário Simões que esteve ativo dos anos 50 a meados de 60...

https://www.youtube.com/watch?v=hUSk-1sOJ0s


_____________


flausina
flausina | n. f.

flau·si·na
(origem obscura)
nome feminino
[Informal, Depreciativo] Rapariga ou mulher presumida, vaidosa. = PENEIRENTA, SIRIGAITA


"flausina", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/flausina [consultado em 11-03-2022].

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Manel, tiveste honras de frase do dia... Não é para todos...

FRASE DO DIA (11 MAR 2022)

"Foi um primo meu, que também esteve na Guiné entre 1970 e 1971, que me deu o email dos camaradas. Que Deus vos dê muita saúde e muitos anos de vida pelo bom trabalho que estais a fazer, que gosto muito de ler." (Manuel Antunes, novo membro da Tabanca Grande, a viver no Canadá há meio século)

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Manel, temos aqui um camarada teu, da tua CCAV 24824... Tem um poste no nosso blogue, mas nunca chegou a inscrever-se na Tabanca Grande, como ti fizeste agora, mandando as duas fotos da praxe, a apresentação em duas linhas e um endereço de email...


28 DE OUTUBRO DE 2009
Guiné 63/74 - P5174: Os nossos médicos (11): O malogrado Cap José Joaquim Marques de Oliveira (Francisco Feio, CCAV 2484, Jabadá, 1969/70)

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2009/10/guine-6374-p5174-os-nossos-medicos-7-o.html

Mora em Alhos Vedros, Moita. Tem página no Facebook.

Fernando Ribeiro disse...

Antigamente, quando íamos a um restaurante e verificávamos que a faca que nos tinham posto na mesa cortava mal, chamávamos o empregado e pedíamos-lhe que nos trouxesse «uma faca que corte bem». O empregado de mesa trazia-nos então uma faca que cortava mesmo bem, de cabo de madeira e a palavra PALAÇOULO gravada na lâmina. Eu não sei como é que na aldeia mirandesa de Palaçoulo faziam as facas; só sei que não havia outra faca que cortasse tão bem como as de lá.

Anónimo disse...

«Flausina» era um termo que se utilizava muito lá para o Porto e arredores, nos meus 20 anos e muito depois, embora já há décadas que não se ouvia falar no termo.

Copiando a definição acima do Luís o termo:

flau·si·na

(origem obscura)

nome feminino

[Informal, Depreciativo] Rapariga ou mulher presumida, vaidosa. = PENEIRENTA, SIRIGAITA


Não de parece depreciativo, peneirenta, sirigaita, vaidosa, eram sinónimos para a Flausina!

Portanto vou começar a aplicar este sinónimo para fazer renascer esta ideia de mulher.
Nada depreciativo, bem pelo contrário!

É a minha opinião, 'com vento ou sem vento', e há que dar o seu valor, àquelas que por razões que desconheço, sejam elas as que forem, deram algum ânimo às tropas que tiveram o privilégio de ver estas Deusas em locais onde Cristo não passou..!!!

Abraço amigo,

Virgilio Teixeira