1. Do nosso camarigo J. Belo, régulo da Tabanca da Lapónia:
Depois de ler algumas das reflexöes dos Camaradas Militares
ao longo do ano de 2010
no Blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné,
verifico continuarem, alguns,
com mais dificuldades que outros
em... regressarem.
O que poderíamos ter sido SE...
Não sei se,
mesmo com a fantástica terapia de grupo
que aquele blogue a todos tem proporcionado,
as difíceis experiências de uma guerra como a da Guiné
algum dia permitirão um regresso completo...
O que poderíamos ter sido SE...
E as décadas vão passando.
Lutas de vida e morte apodrecem
em páginas amarelecidas de velhos jornais guardados...
Memórias sem sentido
por já não se intercalarem...
Gerações novas ignorando raízes de tanta dor...
Os ideais morrem em círculos cada vez mais rápidos...
São outros os tempos,
tempos de aceitação.
tempos de aceitação.
Para ti? Para ti é tarde...
E poderá um velho soldado como tu algum dia regressar a casa?
[Revisão / fixação de texto / adaptação e reprodução com a vénia possível que a ciática da perna esquerda e a temperatura ambiente mo permitem... L.G.]
2. Contra-comentário de L.G.:
Esta foi, meu caro José (Joseph, para os lapões)
a pergunta mais angustiante que me puseram hoje.
Porra (com a tua licença e a dos lapões),
e logo no início do ano de 2011...
Mentiria se dissesse que sabia qual a resposta a dar-te,
a ti e aos demais camaradas, amigos e camarigos...
Não, não sei dar-te a resposta...
Pessoalmente não tenho a resposta.
Algum de nós a terá ?
Acredito que sim...
Há gente que tem respostas (e certezas)
para tudo (ou quase tudo)...
Que bom para eles (e elas)!...
Se calhar, somos nós que tornamos complexo o que é simples...
Ou simplificamos o complexo...
E depois, José, há a casa do soldado, a nossa casa...
Qual ? Quais ?...
Conhecemos tantas cas(ern)as...
Nenhum de nós regressou o mesmo,
nem muito menos à mesma casa...
Não era o nosso General [Spínola] que dizia:
Chegastes meninos, partistes homens !?...
(O nosso Luís Dias é que a ouviu e registou,
a famosa frase,
eu não me lembro de nunca a ter ouvido,
da boca do nosso General
nas duas únicas vezes que o vi,
uma de longe, em Bissau,
outra face a face,
no destacamento da ponte do Rio Udunduma,
faz agora 40 anos...)....
E tu, camarigo, velho soldado e viajante:
onde é a tua casa ?...
A minha, gostaria que fosse tão grande como o mundo
(que é cada vez mais pequeno, acanhado e claustrofóbico)...
Tão grande ao menos como a morança da tua tabanca,
from Lappland to Keyt-West....
Não é muito importante onde fica o marco geodésico do mundo
(Lourinhã,
Candoz,
Bambadinca,
Belmonte,
Buba,
Empada,
Kalmar,
Lamego,
Gandembel,
Guidage,
Guileje,
Tavira,
Matosinhos,
Ponta do Inglês,
Mafra,
Cu de Judas,
Fundão,
Milho Rei,
Quelelé,
Mindelo,
Freixo de Espada à Cinta,
Farim do Cantanhez,
Vila de Rei,
Ponta de Sagres,
Monte Real,
Ilha de Luanda,
Bissalanca,
Metangula,
Abisco,
Kiruna,
Buarcos,
Missirá,
Macau,
Cussilinta,
Ouro Preto,
Moscovo,
Brasília,
Wall Street,
Pequim ?...)
Que importa se o marco geodésico do mundo
fica no norte ou no sul,
no leste ou no oeste ?
Afinal, o Mundo é Pequeno
e a nossa Tabanca... é Grande!
Mas um dia prometemos fazer-te uma visita...
Espero não ter insónias no 2º dia do Ano
(Novo, dizem)
que aí vem...
De Lisboa, outrora capital do império,
com saudade(s)
e com todos os meus quatro humores...
(para ti e para o Vasco do Cumbijã/Buarcos,
o único que te agora te mandou um comentário
porque se calhar é o único que fala o teu dialecto luso-lapão) ...
Luís
PS - O Vasco, Kadé dele ?
Sim, o nosso Vasco da Gama ?
Kadé o seu comentário nas paredes geladas da tua morança ?
Esta noite juro que o vi por Abisco ou arredores...
E até passei pela Figueira da Foz
que fica ali para os lados de Buarcos,
no meu regresso a casa, da Madalena para a a Alfragide...
a pergunta mais angustiante que me puseram hoje.
Porra (com a tua licença e a dos lapões),
e logo no início do ano de 2011...
Mentiria se dissesse que sabia qual a resposta a dar-te,
a ti e aos demais camaradas, amigos e camarigos...
Não, não sei dar-te a resposta...
Pessoalmente não tenho a resposta.
Algum de nós a terá ?
Acredito que sim...
Há gente que tem respostas (e certezas)
para tudo (ou quase tudo)...
Que bom para eles (e elas)!...
Se calhar, somos nós que tornamos complexo o que é simples...
Ou simplificamos o complexo...
E depois, José, há a casa do soldado, a nossa casa...
Qual ? Quais ?...
Conhecemos tantas cas(ern)as...
Nenhum de nós regressou o mesmo,
nem muito menos à mesma casa...
Não era o nosso General [Spínola] que dizia:
Chegastes meninos, partistes homens !?...
(O nosso Luís Dias é que a ouviu e registou,
a famosa frase,
eu não me lembro de nunca a ter ouvido,
da boca do nosso General
nas duas únicas vezes que o vi,
uma de longe, em Bissau,
outra face a face,
no destacamento da ponte do Rio Udunduma,
faz agora 40 anos...)....
E tu, camarigo, velho soldado e viajante:
onde é a tua casa ?...
A minha, gostaria que fosse tão grande como o mundo
(que é cada vez mais pequeno, acanhado e claustrofóbico)...
Tão grande ao menos como a morança da tua tabanca,
from Lappland to Keyt-West....
Não é muito importante onde fica o marco geodésico do mundo
(Lourinhã,
Candoz,
Bambadinca,
Belmonte,
Buba,
Empada,
Kalmar,
Lamego,
Gandembel,
Guidage,
Guileje,
Tavira,
Matosinhos,
Ponta do Inglês,
Mafra,
Cu de Judas,
Fundão,
Milho Rei,
Quelelé,
Mindelo,
Freixo de Espada à Cinta,
Farim do Cantanhez,
Vila de Rei,
Ponta de Sagres,
Monte Real,
Ilha de Luanda,
Bissalanca,
Metangula,
Abisco,
Kiruna,
Buarcos,
Missirá,
Macau,
Cussilinta,
Ouro Preto,
Moscovo,
Brasília,
Wall Street,
Pequim ?...)
Que importa se o marco geodésico do mundo
fica no norte ou no sul,
no leste ou no oeste ?
Afinal, o Mundo é Pequeno
e a nossa Tabanca... é Grande!
Mas um dia prometemos fazer-te uma visita...
Espero não ter insónias no 2º dia do Ano
(Novo, dizem)
que aí vem...
De Lisboa, outrora capital do império,
com saudade(s)
e com todos os meus quatro humores...
(para ti e para o Vasco do Cumbijã/Buarcos,
o único que te agora te mandou um comentário
porque se calhar é o único que fala o teu dialecto luso-lapão) ...
Luís
PS - O Vasco, Kadé dele ?
Sim, o nosso Vasco da Gama ?
Kadé o seu comentário nas paredes geladas da tua morança ?
Esta noite juro que o vi por Abisco ou arredores...
E até passei pela Figueira da Foz
que fica ali para os lados de Buarcos,
no meu regresso a casa, da Madalena para a a Alfragide...