segunda-feira, 18 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8568: Álbum fotográfico de Manuel Coelho (5): Diversas fotos




1. Quinta página do Álbum fotográfico do nosso camarada Manuel Caldeira Coelho (ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 1589/BCAÇ 1894, Nova Lamego e Madina do Boé, 1966/68) enviado em mensagem do dia 28 de Junho de 2011.


ÁLBUM DE MANUEL COELHO (5)

Diversas



Vistas de Bafatá


Vista aérea de Bambadinca

Binta


Rio Corubal

Emblema da CCAÇ 1589


Olhar de criança


Saudade

Um T6

Tabanca

Tocador de kora

Vaqueiro

Regresso > Cais de embarque

Regresso > Niassa

Regresso > Recepção

Regresso > Atracação

Fotos: © Manuel Caldeira Coelho (2011). Todos os direitos reservados.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 16 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8561: Álbum fotográfico de Manuel Coelho (4): Bissau

Guiné 63/74 - P8567: Estórias avulsas (55): O tio Quim Quim (Felismina Costa)



1. Mensagem da nossa amiga e tertuliana Felismina Costa *, com data de 18 de Julho de 2011:

Caro Editor e Amigo Carlos Vinhal, muito Boa-noite!
Recordando o passado, veio-me à memória esta pequena história de gente da minha aldeia, que a saudade aviva, e que tem o condão, de me fazer regredir à minha infância e juventude.

A foto anexa, é a casa de meus avós maternos, donde guardo as melhores recordações da infância e que envio apenas para colorir a história, ligando-a a esse tempo distante, onde cada habitante era parte integrante do clã.

Se entender publicar... o meu obrigada.
Felismina Costa


O tio Quim Quim

Felismina Costa

Lendo há tempos uma história do nosso amigo Juvenal Amado, O homem que certo dia teve três mães, trouxe-me à memória lembranças de gentes e factos da minha pequena Aldeia, e prometi a mim própria contar um dia uma história, também ela verdadeira, a que “Baco” não é alheio, cujo protagonista recordo nitidamente, mesmo com uma certa saudade, porque nos meios pequenos, estabelece-se entre os conterrâneos uma amizade muito próxima à dos laços familiares, até porque acabam todos por ter entre si, distantes, mas reconhecidos laços de sangue. Não seria este o caso, mas era com certeza uma pessoa que prezava e respeitava.

Já faleceu há muito e espero que ninguém se sinta ofendido com o que vou contar, que é apenas um apontamento, uma referência do próprio, ao seu “estado normal”.

O Tio Quim Quim, era um respeitado pedreiro da terra, chefe de uma digna família.
Recordo a esposa claramente, e os filhos.
Recordo a casa limpa, extremamente limpa, o jeito calmo e algo triste da esposa.
Recordo do citado, o seu jeito pacato, contudo revelando inteligência e comportamento social impecável.

Acontece porém, que o tio Quim Quim, não permitia que outros bebessem a sua parte e todos os dias, quando terminava o seu dia de trabalho, era ainda tempo de agasalhar as taças, que generosamente o inebriavam.

Como tão boa gente no tempo, os homens tinham apenas a taberna como forma de distracção, sobretudo nos meios rurais, e era ali, ouvindo as histórias do dia e do mundo, lidas no jornal diário, e as histórias tristes dos habitantes da terra, onde o pão para os filhos dependia única e simplesmente da sorte de ser escolhido para trabalhar uns dias para as grandes casas agrícolas, que de copo em copo, a vertical ia a pouco e pouco oscilando para caracterizar o estado.

Consciente de que todos os dias atingia uma cota razoável no estado de torpor, provocado pelo excesso etílico, respondia invariavelmente ao cumprimento normal de qualquer conterrâneo que o cumprimentasse dizendo: - Olá Ti Quim Quim, como vai isso?

Assumindo a realidade, respondia tranquilo, abanando a cabeça: - Não tem melhoras nenhumas!

Eu era adolescente ao tempo que isto se contava, mas sempre que recordo este assumir de um estado, que muitos negam, pese embora a evidência, provoca em mim uma gargalhada salutar, pela frontalidade, pela dignidade de assumir sem alardes, talvez mesmo contrito, uma realidade de que não se orgulhava, mas que era a sua.

Esta é uma personagem que povoa a minha memória, que recordo frequentemente, e que me arranca sempre um sorriso franco.
Que me faz regredir no tempo, que me leva à minha aldeia, à minha gente, que me faz recordar caminhos, vozes, pessoas, afectos.
E eu acabo também por ficar embriagada de lembranças felizes.

Felismina Costa
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 20 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8451: Blogpoesia (151): De manhã, sentindo o tempo (Felismina Costa)

Vd. último poste da série de 9 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8534: Estórias avulsas (113): Patrulhamento e captura de um elemento do PAIGC no OIO (Jorge Lobo)

Guiné 63/74 - P8566: Blogpoesia (152): Uma parte de nós ficou para sempre lá (Juvenal Amado)

1. Mensagem de Juvenal Amado, ex-1.º Cabo Condutor da CCS/BCAÇ 3872, (Galomaro, 1971/74), com data de 16 de Julho de 2011:

Caros Luís,Carlos, Magalhães, Briote e restante Tabanca Grande
Uma pequena recordação dos nossos regressos, quando pensávamos que tudo faríamos por esquecer.
O nosso horizonte tinha sido tabelado pela guerra como se fosse um ritual de passagem à idade adulta. Agora regressados rasgaríamos as nossas fronteiras e o Mundo poderia ser nosso.

Bem sabemos que não foi assim para todos.

Hoje a dura realidade é que muitos dos nossos camaradas sofrem de degradante abandono. As famílias sofrem pois por muito tempo não compreenderam o modo errático deles se comportar e sem ajuda, optaram pela a resignação. Hoje é tarde para muitos ou para todos, que no regresso não alcançaram a Paz.

Será que ainda poderemos ajudar alguns?

Um abraço
Juvenal Amado

Terceiro Natal na Guiné


UMA PARTE DE NÓS FICOU PARA SEMPRE LÁ

A luz fere-me os olhos
O mar que me embalou na viagem
Quebrou-se manso na barra
Lá está a ponte no seu vai e vem
Ainda guardo a imagem da partida

Para trás ficaram as águas barrentas
O calor sufocante
O cacimbo
O Céu de chumbo
Os dias e noites de insónia
A insanidade afogada num copo
O rosto, que duvido se terá existido

Tão ansioso da partida
Mal posso esperar pela chegada
O Sol resplandece na manhã fria
A maresia invade-me o peito
Voltam os cheiros adormecidos
No cais a molhe de sorrisos cresce

Lisboa maravilha-me
O ar fresco e límpido
Mal posso esperar pelos braços que me aguardam
Haverá lágrimas, serão de alegria

Deito o cigarro fora
Fico a vê-lo rodopiar até tocar na água
Finalmente caminho no passadiço
Vim para ficar
Pensei que o passado ficara para trás

Como pude ser tão cego
Pensar que esquecia tudo
Que uma parte de mim não ficaria lá para sempre
Na ânsia da partida
Neguei-me a olhar para trás

E agora, que a saudade me corrói
Sei que nunca regressei na totalidade

Galomaro > Abrigo da "Ferrugem"

A caminho do Dulombi
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Notas de CV:

(*) Vd. poste 8 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8528: (Ex)citações (142): O espaldar do morteiro 81 de Cancolim estava no meio da parada (Juvenal Amado)

Vd. último poste da série de 20 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8451: Blogpoesia (151): De manhã, sentindo o tempo (Felismina Costa)

domingo, 17 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8565: Fotos à procura de... uma legenda (1): Álbum de Torcato Mendonça (CART 2339, Mansambo, 1968/69)



Foto nº 1 - Legenda...  Periquito vai no mato...

Foto nº 2 - Legenda:  Quando não há bananeiras, não há sombras...


Foto nº 3 - Legenda.... Em tempo de guerra também se cortam... cabelos



Foto nº 4 - Legenda: É na cara dos pobres (soldados) que os barbeiros (da tropa) aprendem...


Guiné > Zona leste > Sector L1  (Bambadinca) > Mansambo > CART 2339 (1968/69) > Fotos Falantes II... Do álbum fotográfico do nosso querido amigo e camara Torcato Mendonça, português por inteiro, com costela alentejana e algarvia...

Fotos: © Torcato Mendonça (2011). Todos os direitos reservados.

1. Neste verão do nosso descontentamento, o tempo está bom para fazer charadas, passatempos, palavras cruzadas... Que tal esta sugestão: legendar fotos que andam  por aí à procura de quem as legende ?! Temos muitas, em arquivo,  umas mais falantes do que outras... Mas todas falam do nosso quotidiano, em geral nos bu...rakos por onde andámos...

Estas por exemplo foram tiradas em Mansambo, mas podiam ser referentes a outros lugares similares da Guiné... Mansambo tinha uma particularidade: tal como Gandembel, foi um quartel construído de raíz, por gente heróica que tanto empunhava a G3 como a enchada, a pá ou a pica... Também não tinha população local, nem história...

Amigos, camaradas, leitores: Aceitam-se legendas... As que vêm acima são apenas sugestões... As melhores legendas (com as respectivas fotos) serão publicadas no blogue, com honras de caixa alta. Haverá um júri, competentíssimo e selecto, para escolher as 10 melhores... legendadas.

Os nossos leitores poderão comentar os postes desta nova série (que começa hoje), dentro das regras que estão estabelecidas no nosso blogue: por exemplo, os comentários não podem ser anónimos...

Vamos aproveitar o período de férias, em que há, todos os anos, uma quebra nas visitas, no envio de textos e fotos, nos pedidos de entrada de novos membros da Tabanca Grande... O desafio é também à nossa imaginação, criatividade, humor, memória... Esperamos que estas fotos possam incluive dar origem a pequenos contos, histórias, etc. Ajudem-nos a manter, vivo, activo, produtivo, saudável, bem humorado e bem recheado... o nosso blogue. Que é de todos e para todos... (LG)

PS - Os autores das fotos podem também dar uma ajudinha...

Guiné 63/74 - P8564: Memórias e histórias minhas (José da Câmara) (26): A minha primeira vez

1. Mensagem de José da Câmara (ex-Fur Mil da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56, Guiné, 1971/73), com data de 17 de Julho de 2011:

Meu caro amigo Carlos Vinhal,
Junto encontrarás mais uma pequena história sobre as minhas andanças pela Guiné. Tenho a certeza que a sua leitura despertará reacções e emoções desencontradas. Isso é precisamente o meu objectivo ao abrir um livro que é por demais íntimo.
Deste episódio e do seu desenlace último nunca me arrependi. Preparou-me para outras oportunidades bem mais difíceis que esta. Um dia, se possível, lá chegarei.
Ainda hoje, quando lembro deste desencontro sexual da minha vida na Guiné, dá para um sorriso. Afinal já sou um sexa e posso dar-me ao luxo deste tipo de indulgência.

Um abraço muito amigo para ti e para os camaradas que tiram o seu tempo para lerem estas pequenas coisinhas.
José Câmara


Memórias e histórias minhas (26)

A minha primeira vez

Nos anos sessenta, a juventude açoriana, cercada por princípios de ordem moral e religiosa e ainda pela pequenez do meio onde toda a gente sabia tudo, tinha que ter muito resguardo sexual. Nas ilhas, raparigas namoradeiras ficavam quase sempre solteiras e os rapazes sujeitavam-se a nunca serem pais.
Era na tropa que muitos mancebos, saídos do seu ambiente habitual, tinham a sua primeira experiência sexual com elemento do sexo oposto. Para os que o conseguiam era o esvaziar de um sonho tantas vezes recalcado ao longo das suas vidas ainda jovens.

Como açoriano prezado que era dos meus princípios sociais e religiosos também passei por essa sede recalcada durante os anos da minha juventude. Já na tropa nem Tavira, Funchal ou Angra do Heroísmo me proporcionaram as oportunidades de saciar a sede sexual. Confesso que também não as procurei.

Foi na Guiné, mais propriamente em Teixeira Pinto, que surgiu a grande oportunidade. E que oportunidade!
Andava eu pela Mata dos Madeiros quando tive que me deslocar a Bissau para ser vacinado contra a febre-amarela e marcar a minha passagem para ir de férias aos Açores.

Por motivos alheios à minha vontade tive que desistir desta passagem. No ano de 1971 acabei por não gozar as férias a que tinha direito.

A escolta a Bissau para além de ser muito perigosa, sobretudo o troço entre os quartéis do Pelundo e Bula, era extremamente cansativa. Tínhamos que pernoitar em Teixeira Pinto encostados a uma parede qualquer ou no assento do unimog, um luxo para quem estava habituado a dormir na terra todos os dias. No regresso conforme a hora da chegada a Teixeira Pinto podíamos pernoitar ali, mas quase sempre íamos fazê-lo ao quartel do Bachile. Este ficava muito mais perto do acampamento. Isso facilitava a vida daqueles que tinham que avançar para o mato logo à chegada.

Sobre a deslocação a Bissau escrevi um aerograma à minha madrinha de guerra:

“Mata dos Madeiros, 7 de Junho de 1971
Este aerograma será para umas breves notícias. Hoje de manhã vim do mato e daqui a pouco vou para Bissau. Devo regressar depois de amanhã. Vou ao hospital civil levar a vacina contra a febre-amarela; preciso de a ter para quando for de licença. Também irei à Agência de Viagens.”

Chegados que fomos a Teixeira Pinto, enquanto aguardávamos pela hora do recolher para um merecido descanso, eu e o Fur Mil APes Manuel Lopes Daniel fomos dar uma volta pela avenida principal desta vila. Foi durante esse passeio que surgiu a ideia de irmos à procura de mulher que quisesse partir catota.

Se bem pensamos, só haveria que saber onde. Não faltaria quem nos informasse o que de melhor podíamos ter por aquelas paragens.

Beldade manjaca junto a um poilão (Edição da Confeitaria Império - Bissau)

Um dos nossos informadores apontou-nos uma casa que ficava para além de um café muito frequentado pela tropa, que ficava ao fundo da avenida e no enfiamento para Bassarel. Segundo a informação as frutas eram um pouco verdes, lindas, doces. Rematou que eram de gritos, apitos e de se chorar por mais.

Estava lançado o ambiente que nós, quais bezerros cheios de testosterona, desejávamos e precisávamos.

Tratava-se de duas irmãs jovens segundo a nossa informação. Para azar meu apenas estava uma e o Daniel tinha-se adiantado à porta. Desapareceu por ela, enquanto me preparei para aguardar.

Raios! O Daniel já de volta assim como quem entra por uma porta e sai pela outra. Nem à mão, sem menosprezo algum para esta anciã ferramenta, se conseguiria ser tão rápido. Logo compreenderia o porquê de tamanha façanha.

Ao entrar à porta deparei com uma mulher, a mãe da jovem, a cobrar o capim. Não me lembro quantos pés do dito me pediu. Na escuridão da casa era possível ver-se a um canto uma porca a amamentar bacorinhos; crianças dormiam profundamente numa cama e debaixo desta estavam cachorrinhos às turras com as mamas da mãe cadela.

A jovem, a grande razão de eu estar ali, disse-me que tinha apenas 16 anos; manjaca, negra luzidia, linda, convidativa, disposta ou obrigada à prostituição, num ambiente impressionante.

Rapariga Manjaca lavando roupa (Bassarel)

O peito encheu de ar, latejante o coração falou mais alto.

Meu Deus, eu ainda tinha princípios morais que nada conseguira destruir até então. Bem presentes estavam os conselhos maternos de afectividade e conduta social: nunca esquecer que tinha irmãs, não fazer pouco das filhas de ninguém, que os homens usavam calças por alguma razão.

Foi então que me apercebi que nada do que estava ali a viver tinha a ver com os meus sonhos tantas vezes acalentados. Voltei as costas. Ainda não seria desta vez que me iria prostituir.

Com o Daniel segui em direcção ao quartel. Cada um de nós embrenhado no pensamento da experiência acabada de viver.

No dia seguinte, muito cedo pela manhã, seguimos para Bissau. Nesta cidade fui tratar dos assuntos que ali me levaram. Para além disso, eu tive a oportunidade de visitar o meu grande amigo do Liceu Nacional da Horta, o Alf Mil Art. Eduardo Manuel da Silva Camacho, acabado de chegar à Guiné com a esposa Filomena. Como não podia deixar de ser, este casal, fresquinho da boda, andava, disseram-me eles, apanhadinho pelo clima.

Pudera, eu também andava, só que por uma razão muito diferente: a falta dele. Do clima pois claro!
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 28 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8479: Memórias e histórias minhas (José da Câmara) (25): Abençoada chuva que tanto tardaste

Guiné 63/74 - P8563: Parabéns a você (292): Álvaro Basto, ex-Fur Mil Enf da CART 3492/BART 3873 e José Manuel Pechorro, ex-1º. Cabo Op Cripto da CCAÇ 19 (Tertúlia / Editores)


Com um abraço do camarada Miguel Pessoa



PARABÉNS A VOCÊS

DIA 17 DE JULHO DE 2011

E

NESTE DIA DE ANIVERSÁRIO DOS NOSSOS CAMARADAS ÁLVARO BASTO E JOSÉ MANUEL PECHORRO, A TERTÚLIA E OS EDITORES VÊM POR ESTE MEIO DESEJAR-LHES AS MAIORES FELICIDADES E UMA LONGA VIDA COM SAÚDE, JUNTO DE SEUS FAMILIARES E AMIGOS.
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Notas de CV:

Álvaro Basto foi Fur Mil Enf na CART 3492 (Xitole) do BART 3873 (Bambadinca), 1971/74.

José Manuel Pechorro foi 1.º Cabo Op Cripto na CCAÇ 19, Guidaje, 1971/73

Vd. último poste da série de 13 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8547: Parabéns a você (291): António Tavares, ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912 e Rogério Ferreira, ex-Fur Mil da CCAÇ 2658/BCAÇ 2905 (Tertúlia / Editores)

sábado, 16 de julho de 2011

Guiné 63/71 - P8562: Em busca de... (171): Doutores José Luís Pinto Bessa de Melo e Jaime Francisco da Cruz Maurício, CAOP 1, 1968 e 1969 (Albino Silva)

1. Mensagem do nosso camarada Albino Silva* (ex-Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2845, Teixeira Pinto, 1968/70), com data de 14 de Julho de 2011:

De novo a dar trabalho ao Carlos Vinhal, desta vez com mais umas fotos de médicos que foram meus camaradas em Teixeira Pinto.

Deste dois que apresento nas fotos, apenas com o Prof. Dr. Maymone Martins mantenho contacto, e de longe a longe nos encontramos em Convívios da CCS. Com o Dr. Maximino nunca nos encontramos, mas sei que trabalha no Hospital em Chaves, pois recentemente estive em contacto com ele.

Dos doutores Bessa de Melo e Cruz Maurício, nunca mais se soube nada deles.
É caso para lhes apelar a que compareçam no próximo Encontro marcado para o dia 5 de Maio de 2012 na Quinta dos Três Pinheiros na Mealhada, pois nos lembramos sempre de vós, e todos os queremos abraçar.

Desculpa Carlos todo este trabalho que te vou dando, mas se a nossa Tabanca é já muito Grande, devemos ter o prazer de a ver ainda maior.

Albino Silva


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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 14 de Julho de 2011 > Guiné 63/71 - P8554: Em busca de... (169): Pessoal do CAOP 1, Teixeira Pinto, 1969 a 1971 (Albino Silva)

Vd. último poste da série de 14 de Julho de 2011 > Guiné 63/71 - P8556: Em busca de... (170): Guiões das Unidades mobilizadas para a Guerra Colonial (Manuel Botelho / Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P8561: Álbum fotográfico de Manuel Coelho (4): Bissau



1. Quarta página do Álbum fotográfico do nosso camarada Manuel Caldeira Coelho (ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 1589/BCAÇ 1894, Nova Lamego e Madina do Boé, 1966/68) em mensagem do dia 28 de Junho de 2011.


ÁLBUM DE MANUEL COELHO (4)

Fotos de Bissau




Bissau > Capela

Bissau > Coqueiros

Bissau > Diogo Gomes

Bissau > Estrada

Bissau > Desfile da Fanfarra

Bissau > Honório Barreto

Bissau > Ilha

Bissau > Jornal de Parede

Bissau > Manga de Ronco

Bissau > Mercado

Bissau > Palácio do Governador

Bissau > Praça do Império

Bissau > Render da Guarda

Bissau > Rua

Bissau > Catedral


Bissau > Um espectáculo no Seiscentos

Fotos: © Manuel Caldeira Coelho (2011). Todos os direitos reservados.
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 14 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8557: Álbum fotográfico de Manuel Coelho (3): Nova Lamego e Bissau

Guiné 63/74 - P8560: Os nossos médicos (40): Em Junho de 2012, vou recordar mais coisas, no 15º encontro da malta do HM241 (J. Pardete Ferreira)

1. Comentário, de 12 do corrente, do nosso camarada médico J. Pardete Ferreira, ao poste P8518:


Neste novo tacho de Anexo do Arquivo Geral do Exército, e não só, que não é uma prestação de serviços remunerada, para não infringir o D.L 137/2010,  de 28 de Dezembro,  e que faço com muito prazer, toldado, aqui ou ali, por um desaparecimento mais, vejo caras a que não consigo dar nome e nomes, cujas caras não encontro.


Lembro-me do falecido Borges de Sousa, ORL [,otorrinolarangologista,] e Director do HM241 que, em 1963, tinha ajudado o Prof Larroudé a operar-me ao ouvido direito no Hospital de Sta Maria (é por isso que só ouço metada de algumas asneiras que se dizem à minha beira, como no café, a título de exemplo); muito especialmente do igualmente falecido Nogueira Pinto, com quem trabalhei no H Sta Maria, que um dia, estando a operar, histericamente o avisam de que um baleado estava a chegar ao Hospital:
- Deixem-me acabar o que estou a fazer, eu até estive na Guerra!.

Com efeito tinha sido médico no Olossato e um dos Capitães que encontrei no Cacheu, tinha sido Alferes com ele que, de certo modo, acabou por ter sorte. Estando a fazer a barba, desencadeou-se um ataque ao aquartelamento e uma bala... veio partir o espelho de que se servia.

Respondendo ao camarigo [José] Marcelino Martins: não,  o meu Amigo António Rodrigues Gomes, Prof de Ortopedia, não foi Médico na Guiné. Como eu oriundo do Liceu Gil Vicente e sportinguista, partilhava o gosto do andebol; ele como defesa esquerda e eu como guarda-redes. Ambos fomos convidados pelo Prof Raposo para ir para o Benfica, clube que ele treinava. O Rodrigues Gomes aceitou e eu fui para o Sporting. Isto em anos diferentes, porque eu era um puto. Nesse tempo do Gil ia-se para o Benfica, do Pedro Nunes para o Sporting e creio que da Fonseca Benevides para o Belenenses.


Mas o nome de Raposo é importante: descobrindo o filho Raposo como Capitão e Comandante de Companhia  na Guiné, ajustamos e disputamos, para gáudio dos feridos e doentes que  nesse dia tiveram uma diversão, um jogo de andebol de uma equipa da sua Companhia e uma do HM241. Até eu joguei, a pivô, ganhamos e só tenho pena que o Couto, escriturário, que jogava no Boavista e que marcou quase todos os nossos golos, tivesse falecido.

Caro Zé, O Rodrigues Gomes, Cirurgião, que esteve em Bissau, após um estágio nos EUA e uma breve passagem pela Cardiologia Médico Cirúrgica do HS Maria, foi para o Porto fazer Cirurgia Cardíaca.

Obrigado e um Alfa Beta

José Pardete Ferreira

PS - Prometo que quando estiver com a malta do HM241 no primeiro domingo de Junho de 2012 para o 15º encontro, vou descobrir coisas, uma vez que só tenho escrito de cor. Com a ajuda da minha malta. Tudo vos será repetido. (*)
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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 14 de Julho de 2011 >
Guiné 63/74 - P8555: Os nossos médicos (39): Venham mais cinco, dez, vinte... E também os nossos queridos enfermeiros (J. Pardete Ferreira)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8559: Agenda Cultural (143): Cartas de Amor e Saudade, por Manuel Botelho, no Centro Cultural de Cascais até ao dia 28 de Agosto de 2011 (Mário Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos* (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 12 de Julho de 2011:

Queridos amigos,
Recomendo vivamente um passeio ao Centro Cultural de Cascais, pode muito bem acontecer que encontremos nesta instalação de Manuel Botelho as cartas de amor, as recordações no nosso abandono, os nossos apelos afectivos, a nostalgia daquela expectativa que era a chegada do nosso correio.
Creio que Manuel Botelho venceu esta prova ao prodigalizar o amor posto à prova pela distância, dá-nos um retrato da vida incerta e da fragilidade dos vínculos. Aquele Nando que não escreve e que consome no coração da Lenita terá sido um pouco de todos nós, naquele tempo.

Um abraço do
Mário


Cartas de amor e saudade

Beja Santos

Um conceituado artista plástico, porventura aquele que mais tem trabalhado sobre a guerra colonial, com um olhar inovador e o recurso a diferentes estéticas no recurso da fotografia, do vídeo e da instalação, vem agora propor-nos uma viagem ao valor sentimental das cartas de amor trocadas entre o Nando e a Lenita, algo que se passou nos anos 60/70, é uma partilha de sentimentos, de relações de família, um poderoso testemunho de usos e costumes que permitem questionar o peso das cartas de amor entre alguém que ficou à espera de um namorado a viver num lugar chamado Bachile, algures na Guiné. “Cartas de Amor e Saudade” é o mais recente trabalho de Manuel Botelho, pode ser visitado no Centro Cultural de Cascais até 28 de Agosto.

Trata-se de uma instalação sui generis, o visitante entra num amplo espaço decorado com panos de tenda, simbolicamente uma antecâmara onde é possível encenar essas cenas de amor de dois seres humanos em dois continentes. Numa parede estão penduradas três impressões fotográficas, alguém escreve fardado para alguém que é um perfeito estereótipo das jovens dos anos 60, segue-se um maço de correio atado por cordel e depois a bandeira portuguesa enrolada. Num palco há dois projectores prontos a iluminar a protagonização da Lenita e do Nando, ela sentada, ele de bota em cima de um cunhete de munições.

Em termos de representação, é possível que ambos dissertem para as paredes, no afã de derrubar a distância. Nando escreve: “Amorzinho da minha vida, então como estás? Olha querida, o teu amor cá continua ao cimo da água neste barco monstro que corta as ondas sem piedade e cada vez nos separa mais. Queridinha, posso dizer-te que neste momento estou triste, e digo-te mais, até estou com os olhos rasos de lágrimas com tantas saudades que tenho de todos vós, do meu pai, da minha querida mãe, e tuas, pombinha querida, as três pessoas que mais adoro neste mundo, tirando Deus”. Lenita responde: “Sem ti, meu amor, tudo parece vazio e sem significado. Os únicos momentos menos tristes que tenho são aqueles em que te escrevo e em que recebo cartas tuas, nos outros passo a vida a representar uma boa disposição que não sinto”. Nando retoma o discurso: “Aqui não tem havido ataques, mas tal como em Bissau ouvem-se tiros e rebentamentos e há sempre muita tropa a entrar e a sair. Olha, sabes meu amorzinho, estamos a contar a ir em breve para uma terra que fica próximo daqui chamada Bachile”. Lenita escreve atemorizada: “Hoje de manhã contaram-me que em Teixeira Pinto tinham morrido dois majores, um capitão e um alferes e que também tinha ficado ferido um rádio telegrafista… Ainda não recebi qualquer notícia tua e estou o que se pode dizer desesperada”. Nando tranquiliza-a: “Gostava de saber quem foi o parvalhão que te deu essa notícia. Na realidade morreram três majores e um alferes, mas nem sequer foi nesta zona. Portanto, nada de susto, ok meu amor?". Lenita não esconde as suas preocupações, quer saber por que é que o Nando foi para o Bachile, quer pormenores sobre a comida, a água, o quartel, a falta de notícia corta-lhe o coração, terminando por dizer que é a noiva mais apaixonada do mundo. Nano volta à carga, fala-lhe no calor sufocante, na guerra que se ouve à distância. Deve ter mandado fotografias do Bachile à Lenita que faz comentários muito críticos. Revela ter ciúmes, não ande o Nando enfeitiçado por alguma preta ou mulata, di-lo abertamente: “De verdade que nunca beijaste nenhuma mulher daí, nem mesmo uma cabo-verdiana? Tenho medo, muito medo que me esqueças. Nos últimos tempos este pensamento assalta-me o espírito constantemente".

Nando e Lenita tratam-se ternamente, usam palavras como bichaninho, meu adorado noivo, tenho a tua fotografia bem junto de mim, sentem-se tristes e ao mesmo tempo felizes. Os meses passam, inevitavelmente os termos e a substância da escrita acusam o desgaste da distância, ela chega a falar nos antigos namoros do Nando, no Bachile ele tranquiliza-a. Ficamos a saber que a Lenita tem um trabalho muito rotineiro: “Tenho andado a tratar das facturas mensais dos clientes de Lisboa que são 490. É um serviço monótono e sem interesse nenhum, que me dá imenso sono". O Nando também não esconde a monotonia dos seus dias, fala nas chuvas torrenciais, desvela que há operações, há sofrimento, um alferes pisou uma mina, etc. Lenita queixa-se da falta de notícias, ele já não escreve duas folhas cheias ou até mesmo mais. Nando vai passar férias à metrópole, no regresso reinstala-se a melancolia da separação, falam ambos em saudades, em desespero, insistem obcessivamente no seu compromisso de noivado, ele imprime mais meiguice ao discurso: “Tu és a luz que alumia o meu coração, sem o teu carinho não consigo resistir”. Mas Nando é ciumento, pede para não ir a festas, pede para ter juízo, também ele anda cheio de ciúmes. Os meses passam, é uma toada de solidão, ambos dizem que andam com lágrimas nos olhos, ela reza, ele promete fazê-la muito feliz, quando a guerra acabar. Nando volta de férias, a entoação dramática entra no crescendo, ficamos a saber que ela está triste e vazia e ele procura ser carinhoso: “Morro de saudades meu grande amor, minha coisinha mais querida do mundo. E a propósito, como vai a coisinha querida? Tenho tantas saudades dela. Ai quando nos casarmos canichita querida”. Lenita começa a tomar Valium 5, Nando confessa que está a atravessar uma crise de saturação. E chega o silêncio, que vai enformar a instalação de Manuel Botelho. Lenita passou a ter um discurso dilacerante, pede ao Nando para escrever, torna-se patética: “Estou saturada da incerteza em que tenho vivido… nem quero pensar que continues a não escrever apesar de todos os rogos que te fiz. A mágoa que sinto é tão grande que me põe fora de mim. Desde que te foste embora passaste por várias fases. Ao princípio procedias como realmente procedem as pessoas que se amam de verdade. Depois, ao regressares à Guiné, tornaste-te mais ciumento, o que também era sinónimo de amor”. É um discurso desinsofrido, acusa-o de ter um coração frio como uma pedra, ela grita-lhe que não aguenta tanta incerteza, chega-lhe a suplicar para que o Nando lhe mande um telegrama a dizer que está bem. E chegamos ao ponto culminante, compete ao artista lançar a semente da dúvida: “Não imaginas como anseio o teu regresso. Tenho tanta gente à minha volta e no entanto sinto-me tão só!. Meu Deus, se vejo o dia em que desembarcarás no cais e correrás para mim, suspirarei de alívio e até crescerei um palmo por me ver liberta deste grande sofrimento”. Como manda a lei das cartas de amor e saudade, o autor não nos deixa vislumbrar o desfecho de tanto suspiro e de tanta espera.

Na apresentação deste texto pungente, o crítico João Pinharanda lembra-nos o Álvaro de Campos que fala de todas as cartas de amor são ridículas e que não seriam cartas de amor se não fossem ridículas. Isto como chamada de tensão de que o ridículo só é provável quando lamentamos o passado, bem ou mal vivido. O crítico terá razão quando observa que estas cartas podem ser perspectivadas como um retrato ideológico do Portugal de então e que agora, transformadas em obras de arte, questionam-nos numa dimensão que ultrapassa a metáfora: o que sentimos perante a possibilidade da nossa morte ou da morte do ser que amamos? Aqueles amores entre o Bachile e Lisboa (?) aparecem recortados, excessivamente encenados nas suas pequenas alegrias, espantos, aspereza de modos, súplicas persistentes, o puro terror das perdas. É por isso que apropriadamente são cartas de amor e saudade em tempos de guerra. É por isso que vale a pena recordar o que foi a juventude que viveu aqueles tempos de guerra.
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 14 de Julho de 2011 > Guiné 63/71 - P8556: Em busca de... (170): Guiões das Unidades mobilizadas para a Guerra Colonial (Manuel Botelho / Mário Beja Santos)

Vd. último poste da série de 6 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8519: Agenda Cultural (142): Apresentação do livro “CATARSE” do Capelão Militar Abel Gonçalves

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Guiné 63/74 - P8558: Convívios (363): Notícias do Encontro do pessoal da CCAÇ 16 - Manjacos - ocorrido no dia 25 de Junho de 2011 em Almeirim (José Romão)

1. Mensagem do nosso camarada José Romão* (ex-Fur Mil At Inf, CCAÇ 3461/BCAÇ 3863, Teixeira Pinto, e CCAÇ 16, Bachile, 1971/73), com data de 13 de Maio de 2011:

Amigo e camarada Carlos Vinhal
Cá estou eu mais uma vez para dar noticias da minha CCaç 16 (Bachile).

Realizou-se, no passado dia 25 de Junho de 2011, o almoço de confraternização anual da Companhia Majaca CCaç 16, na Quinta da Feteira em Almeirim*.

É sempre com grande alegria, que encontramos camaradas com os quais passámos momentos bastante difíceis e também bons.
Junto algumas fotografias relacionadas com o almoço.

Um grande abraço para todos os Ex-Militares.
José Romão



Ex-Fur Mils Parreira e Silva

Ex-Fur Mil Silva, ex-Alf Mil Rocha, ex-Fur Mil Quintas e, de costas, o ex-Fur Mil Parreira

Senhor Major General Abílio Afonso e os ex-Fur Mils Codeço e Malam Correia

De óculos e cabelo branco o ex-Furriel guineense Alvarenga

Ex-Fur Mil Parreira, Major General Abílio Afonso, ex-Fur Mil Codeço, Malam Correia, Romão e Silva

Ex-militares da CCaç 16 - Bachile
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 15 de Junho de 2011 > Guiné 63/74 - P8427: Convívios (345): Pessoal da CCAÇ 16 - Manjacos - Dia 25 de Junho de 2011 em Almeirim (José Romão)

Vd. último poste da série de 14 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8553: Convívios (356): 7.º Encontro da CART 1742 (Os Panteras), dia 28 de Maio de 2011, em Leça da Palmeira (Abel Santos)