Fonte: Armor Pires Mota - Baga-baga: poemas da Guiné. Braga: Editora Pax. 1967. (Colecção Metrópole e Ultramar, 38). pp. 53-54. Capa do Arquitecto Mário de Oliveira. (Poema Reproduzido com a devida vénia, a partir de um exemplar fotocopiado que o autor ofereceu à Tabanca Grande). Corrija-se, no último verso da página 53, a gralha (tipográfica)... "sonhos" em vez de "senhos".
1. Trata-se de um livrinho de 65 pp., que ganhou o "Prémio Camilo Pessanha", da então Agência Geral do UItramar. Tem apresentação, na contracapa, de Amândio César (1921-1987) que sublinha o facto de no júri haver os nomes do Prof Hernani Cidade e dos escritores Natércia Freire, Moreira das Neves, Francisco da Cunha Leão e Luis Forjaz Trigueiros.
Duas notas do apresentador (, poeta, contista, jornalista e crítico literário, minhoto, de Arcos de Valdevez) a destacar o mérito do prémio e do autor que já não era um simples desconhecido: a primeira, justíssima, com a inevitável referência a Tarrafo ("... é na situação de soldado que ele atinge o máximo de virtualidade como escritor, nesse diário de guerra a que deu o nome de 'Tarrafo', por certo o documento humano mais válido da guerra que nos movem no Ultramar"); e a segunda, quiçá mais ideológica, com a saudação a um livro de poemas que se inspira na "nova temática" que "uma nova geração procura - como na época de quinhentos", traduzida na "realidade da criação artística na extensão que lhe confere todo o espaço português" (...).
Duas notas do apresentador (, poeta, contista, jornalista e crítico literário, minhoto, de Arcos de Valdevez) a destacar o mérito do prémio e do autor que já não era um simples desconhecido: a primeira, justíssima, com a inevitável referência a Tarrafo ("... é na situação de soldado que ele atinge o máximo de virtualidade como escritor, nesse diário de guerra a que deu o nome de 'Tarrafo', por certo o documento humano mais válido da guerra que nos movem no Ultramar"); e a segunda, quiçá mais ideológica, com a saudação a um livro de poemas que se inspira na "nova temática" que "uma nova geração procura - como na época de quinhentos", traduzida na "realidade da criação artística na extensão que lhe confere todo o espaço português" (...).
Baga-baga, com cerca de 3 dezenas de poemas, está dividido em duas partes, dedicadas, a primeira, a "Adília, minha mulher", e a segunda, aos "mortos e [aos] vivos que souberam cumprir". A primeira parte inclui poemas com um cunho mais lírico ou etnográfico (Sambaro tocador de kora, Mãe negra, Baga-baga, Tabanca, Batuque...); na segunda parte, mais dramática, estão bem presentes a tensão da guerra e da paz, a fé e a missão do soldado português (Cântico, Mãe, Oração em poesia, Sangue, In Memoriam...).
O autor, nosso camarada, está representado na Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial (organizada por Margarida Calafate Ribeiro e Roberto Vecchio; Edições Afrontamento, Porto, 2011), com três poemas, um do livro Baga-baga (1967) (Mãe, pp. 47/48) e dois do livro Impossível um pássaro (1979). (LG)
O autor, nosso camarada, está representado na Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial (organizada por Margarida Calafate Ribeiro e Roberto Vecchio; Edições Afrontamento, Porto, 2011), com três poemas, um do livro Baga-baga (1967) (Mãe, pp. 47/48) e dois do livro Impossível um pássaro (1979). (LG)
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Nota do editor:
4 comentários:
**Não lhes destruas,peço-te,os sonhos e o mar,
porque eles vão partir pra longe e chegar!****
- Lindo, não é? Lemos e paramos a pensar...a recordar...
Abraços T.
(lemos tudo onde?? numa terra do nunca ou conseguimos ter o livro, este e o Tarrafo...numa esquina de um infinito qualquer??...e ...)
Não tenho dúvidas em considerar este poema não só muito belo como profundo nas mensagens que nos transmite.
E muito grato fico ao Blogue por ter estas possibilidades de conhecer este e outros poemas e escritos que por aqui vão aparecendo.
Abraços
Hélder S.
... Torcato: Está esgotadíssimo, o livro; mas eu prometo presentear-te com mais um ou dois poemas do Baga-baga...
Armor Pires Mota é também o grande poeta dos meninos da Guiné...
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... Vou partir para a metralha, Senhor!
É urgente libertar os meninos negros e brancos
e dar às mães as estrelas
e as rosas de uma madrugada pura e imensa.
(Excerto do poema Cântico. In: Armor Pires Mota: Baga-baga, 1967, p. 46)
Adorei o poema!
Acredito que eles hão-de chegar, se não lhes destruírem os sonhos.
É isso mesmo, temos que pedir para que não destruam, a nenhuma criança, os seus sonhos, para que venha a ser um adulto feliz.
O meu muito obrigada!
Um abraço da
Felismina Costa
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