Na década de 80, quando era Zone service manager - para a América Central e Caraíbas - da divisão Detroit Diesel Allison da General Motors, ia muitas vezes ao Panamá.
Numa dessas visitas estava num almoço com os meus contactos locais quando o gerente da nosso representante me disse:
- Como és Português e estiveste em África, quero apresentar-te a um amigo meu.
- Ok, onde está ?
- Está para chegar porque te quer conhecer pessoalmente.
Passados ums minutos chega um tipo que à guisa de apresentação me diz:
- Corpo di bó ?
Fiquei espantado mais ainda quando soube o seu nome:
- Eu sou o Hugo Spadafora, médico.
- Como és Português e estiveste em África, quero apresentar-te a um amigo meu.
- Ok, onde está ?
- Está para chegar porque te quer conhecer pessoalmente.
Passados ums minutos chega um tipo que à guisa de apresentação me diz:
- Corpo di bó ?
Fiquei espantado mais ainda quando soube o seu nome:
- Eu sou o Hugo Spadafora, médico.
Primeiro senti um ódio intenso, acalmei-me e durante a tarde ficámos na mesa do restaurante a falar dos nossos tempos na Guiné. Para mim, foi uma experiência catártica que fechou em mim o desejo de vingança que guardei comigo durante anos.
Posteriormente o Hugo foi morto (degolado), pelo que a gente diz, por ordem do ditador Noriega [e não Torrijos, como certamente por lapso escreveu o Zé]. Vox populi vox dei [, Voz do povo, voz de Deus].
Um forte abraço.
Zé.
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Notas do editor:
(*) Vd. último poste da série > 20 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9068: Se bem me lembro... O baú de memórias do Zé Ferraz (1): O valente soldado Júlio
(**) Vd. entrada da Wikipédia em inglês, sobre o médico, guerrilheiro e ativista político, panamiano, Hugo Spadafora (1940-1985):
(...) Hugo Spadafora Franco (September 1940 – September 1985) was a Italian and Panamanian doctor and guerrilla fighter in Guinea-Bissau and Nicaragua. He criticized the military in Panama, which led to his murder in 1985.
(**) Vd. entrada da Wikipédia em inglês, sobre o médico, guerrilheiro e ativista político, panamiano, Hugo Spadafora (1940-1985):
(...) Hugo Spadafora Franco (September 1940 – September 1985) was a Italian and Panamanian doctor and guerrilla fighter in Guinea-Bissau and Nicaragua. He criticized the military in Panama, which led to his murder in 1985.
Born in Chitré, Spadafora was a doctor, graduated from the University of Bologna, in Italy. He served as a combat doctor with the independence guerrilla of Guinea-Bissau.
Originally a critic of the military regime headed by Omar Torrijos, he served as its Vice-Minister of Health. In 1978, he organized the Victoriano Lorenzo Brigade, formed by a group of Panamanian fighters to fight against the Anastasio Somoza Debayle regime in Nicaragua.
Concerned about the increased Soviet and Cuban influence in the Sandinista regime of Nicaragua and the delay of free elections, Spadafora joined the Sandino Revolutionary Front (FRS) alongside Edén Pastora ("Comandante Zero"), hero of the August 1978 seizure of Somoza's palace.
The rise of Manuel Noriega as authoritarian ruler of Panama compelled Spadafora to denounce Noriega's protection of drug trafficking. Spadafora was detained by Noriega's forces when entering Panama from Costa Rica in September 1985, and his decapitated body was later found stuffed in a post office bag. The autopsy later found Spadafora's stomach full of the blood he had ingested during the slow severing of his head.
He had also endured hours of severe torture, as is quoted in Gary Webb's book, Dark Alliance:
"His body bore evidence of unimaginable tortures. The thigh muscles had been neatly sliced so he could not close his legs, and then something had been jammed up his rectum, tearing it apart. His testicles were swollen horribly, the result of prolonged garroting, his ribs were broken, and then, while he was still alive, his head had been sawed off with a butcher's knife."
His head was never found. President Nicolás Ardito Barletta tried to set up a commission to investigate the murder but was forced to resign by Noriega, which increased suspicions that the military ordered the beheading.
It was not until the administration of President Guillermo Endara that a court found Noriega (in absentia) and other followers guilty of a conspiracy to murder Spadafora.
In 2010, the Spadafora family published a website on the life of Hugo Spadafora Hugo Spadafora Website (...). (***)
Tradução livre:
Hugo Spadafora nasceu em 1940, filho de uma família pobre, do sul de Itália, que emigrara para o Panamá. Formou-se em medicina, pela Universidade de Bolonha, em 1964. Entre 1965 e 1967, combateu nas fileiras do PAIGC. Foi talvez na Guiné que começou a ser conhecido como o "Che Guevara italiano"...
In 2010, the Spadafora family published a website on the life of Hugo Spadafora Hugo Spadafora Website (...). (***)
Tradução livre:
Hugo Spadafora nasceu em 1940, filho de uma família pobre, do sul de Itália, que emigrara para o Panamá. Formou-se em medicina, pela Universidade de Bolonha, em 1964. Entre 1965 e 1967, combateu nas fileiras do PAIGC. Foi talvez na Guiné que começou a ser conhecido como o "Che Guevara italiano"...
De regresso ao Panamá, foi vice-ministro da saúde sob o governo de Omar Torrijos (1968-1981). Em, 1978, formou a brigada panamiana Lorenzo Vitoriano para combater a ditadura de Somoza, no país vizinho, a Nicarágua.
Mais tarde, preocupado com a crescente influência soviética e cubana no regime sandinista da Nicarágua e com o atraso do processo eleições livres, Spadafora juntou-se à frente sul da Frente Revolucionária Sandinista (FRS), ao lado de Edén Pastora ("Comandante Zero"), herói do 25 de Agosto de 1978 (tomada de assalto do palácio de Somoza).
A ascensão de Manuel Noriega, em 1982, como ditador da Nicarágua, leva Spadafora a denunciar o tráfico de drogas e a proteção que beneficia por parte dos militares. Spadafora será foi detido pelas forças de Noriega ao entrar Panamá a partir de Costa Rica, em setembro de 1985. O seu corpo, decapitado, foi encontrado mais tarde escondido num saco de correios. A autópsia viria a descobrir que o estômago estava cheio de sangue, ingerido durante o corte lento de cabeça de Spadafora. O médico e guerrilheiro enfrentou horas e horas de tortura antes da sua morte infamante e horrorosa… A cabeça nunca chega a ser encontrada.
O Presidente Nicolás Ardito Barletta tentou criar uma comissão para investigar o assassinato, mas foi forçado a desistir por pressão de Noriega, o que veio fazer aumentar as suspeitas de que por detrás da ordem de decapitação estavam os militares. Só sob a administração do presidente Guillermo Endara é que um tribunal considerou Noriega (entretanto deposto e capturados pelos americanos em 1990) e outros seguidores, culpados de conspiração para assassinar Spadafora. No princípio de 2010, o último condenado no processo saiu da prisão, depois de cumprir uma pena de cerca de 20 anos. Nesse ano a família Spadafora abriu, na Net, um “site” sobre a vida de Hugo Spadafora, continuando a sua luta pela justiça... Noriega cumpre uma sentença de 30 anos nos EUA por crimes relacionados com o tráfico de droga...
(***) Neste "site" da família pode ler-se o seguinte sobre a atividade de Hugo Spadafora [, foto á direita, reproduzida com a devida vénia,] como médico e guerrilheiro na Guiné-Bissau, entre 1965 e 1967:
(...) Hugo nació el 6 de Septiembre de 1940 (...). Haciendo uso de la beca, Hugo decide ir a estudiar a la Universidad de Boloña en Italia donde opta por estudiar Medicina, graduándose en Noviembre de 1964. Luego de su graduación regresa al país [, Panama,] , donde realiza su internado de año y medio.
(...) Con la excusa de haberse ganado otra beca, pero esta vez para tomar un postgrado, viaja a El Cairo (Egipto), pero su verdadero propósito no era buscar una especialización o maestría si no enrolarse un movimiento revolucionario independista que en 1960 pululaban en África, allí en el Cairo, luego de varios intentos y cartas enviadas a los líderes revolucionarios independentistas logra hacer contacto con el movimiento de separación de Guinea Bissau y las Islas de Cabo Verde, luchas éstas lideradas por ese gran líder africano Amílcar Cabral.
Hugo se ofrece como voluntario, brindando sus conocimientos médicos, y es así como forma parte de ese movimiento revolucionario y los anales de ese país. Hoy independiente, con el nombre de la República de Guinea Bissau, existe una avenida con el nombre del médico panameño Hugo Spadafora.
Comentário de L.G.:
Spadafora não tem a ver com os primeiros médicos cubanos que se juntaram ao PAIGC, em 1966. Faziam parte de um primeiro grupo de "voluntários", enviados por Fidel Castro. Eram todos cubanos, num total de 24. O grupo era composto sobretudo por instrutores. Os médicos eram três. Vd. depoimento do dr. Domingo Diaz Delgado, cirurgião, que chefiava a equipa médica (1966/67): Tinha 29 anos - nascera em 1936 - quando parte de Cuba... Mais velho, portanto, e com mais experiência clínica, decerto, do que o jovem italopanamiano Hugo Safadora, que parte para a Guiné, com 24 anos, acabado de se formar em medicina, em Bolonha... Seria interessante saber o que fez (medicina ? guerrilha ? ) e por onde andou este homem na Guiné, entre 1965 e 1967...
É a primeira vez que oiço falar do seu nome... Teve um destino trágico às mãos dos torcionários de Noriega, em setembro de 1985.
Spadafora não tem a ver com os primeiros médicos cubanos que se juntaram ao PAIGC, em 1966. Faziam parte de um primeiro grupo de "voluntários", enviados por Fidel Castro. Eram todos cubanos, num total de 24. O grupo era composto sobretudo por instrutores. Os médicos eram três. Vd. depoimento do dr. Domingo Diaz Delgado, cirurgião, que chefiava a equipa médica (1966/67): Tinha 29 anos - nascera em 1936 - quando parte de Cuba... Mais velho, portanto, e com mais experiência clínica, decerto, do que o jovem italopanamiano Hugo Safadora, que parte para a Guiné, com 24 anos, acabado de se formar em medicina, em Bolonha... Seria interessante saber o que fez (medicina ? guerrilha ? ) e por onde andou este homem na Guiné, entre 1965 e 1967...
É a primeira vez que oiço falar do seu nome... Teve um destino trágico às mãos dos torcionários de Noriega, em setembro de 1985.
9 comentários:
Companheiro e camarada Luis.
Da conversa que tive com o Hugo Spadafora nessa tarde tao interessante houve de principio certa reserva da minha parte devido a multitude de emocoes que sentia nesse momento passado isso fomo-nos abrindo pouco a pouco e aqui esta o que me lembro: nao falamos de nenhuma situacao politica da epoca, falamos sim e exclusivamente dos nossos tempos da Guine, curiosamente nao como inimigos mas como dois seres humanos trocando impressoes de experiencias da vida que ainda que em polos opostos tanto tinham em comum.O que me lembro e que o Hugo parecia-me um idealista porem de certa forma arrogante e talvez inveja do Che com quem me disse se identificava ideologicamente. disse-me tambem que tinha estado na area leste Fio-fio,e que as forcas do PAIGC,tinham receio de certos encontros com nosco nao especificou nenhuma unidade mas sim que procuravam evitar qualquer contacto e moverem-se antes que isso acontecera, agregou que tinham excelentes servicos de inteligencia e praticamente sabiao com antecedencia todos os nossos movimentos por isso disse-me ele que nos contactos Emboscadas tinhao mais o proposito de accao psicologica do que realmente causar baixas contudo eles tinham pleno conhecimento de que as perdas das suas forcas nesses contactos eram muito mais elevadas do lado deles do que do nosso e como tal evitavam contacto com os nossas forcas quando sabiao por experiencia que essa tropa lhes tinha causado problemas. Para mim e tal como eu fomos dois D. Quixotes.
A proposito desta lembranca... lembro que numa operacao cuja ordem dizia destruir os meios de vida chegamos a uma tabanca nao me lembro do nome em que fiquei realmente espantado pela organizacao urbanistica deste povoado o que me obrigou a rever o proposito desta guerra. Perguntei-me entao porra estas populacoes estao muito melhor organizadas que nos os livros que encontrei na escola eram em portugues nao crioulo as ruas ainda que de terra batida estavam orientadas a noventa graus e limitavao perfeitos quadrados...pelo nosso lado as tabamcas eram um ver se te avias. Nunca me esqueci dessa desvastadora descoberta.Nao quero descutir politica mas esta experiencia comprovou-me intelectualmente que o Paigc deveria por esforcos enormes em procurar desenvolver uma conciencia nacional sem a qual independencia nunca sera possivel e exactamente isto continuara a ser o problema de todos os paises africanos.O pior inimigo dum africano e outro africano de outra tribo (factor primario de socializacao).
Companheiro e camarada Luis;
Este Bau parece que nao tem fundo...
Outra memoria suscitada pelo comentario anterior; Numa dessa oprecaos de inflitracao em territorio inimigo com o proposito da deatruicao dos seus meios de vida;
Entramos por uma tabanca em que as cubatas eram de paredes redondas com um poste central que suportava o teto e envolta do qual havia uma parede cilindrica que formava um silo para a vianda... Descubri que se deitasse um granada para dentro desse silo quando explodia rebentava com o poste mestre do teto e o peso deste sem suportava arrazava a cubata. Tinha assim destruido varias usando granadas ofencivas, entre nesta para fazer o mesmo e dei-me conta que so tinha granadas defensivas, por outra parte do meu treino em Lamego estava bem vinculado minha cabeca " nao caias em rotina a rotina mata"
Ora uma explicacao- o manual diz ponha a granada na mao com a alavanca contra a chave da mao puxe o pino e lance a granada nunca usei essa forma- agarrava na granada contra a palma da mao e a alavanca com os dedos puxava o pino e lancava-a entao, desta forma atirava com muito mellhor direccao. e efeito de foicada.
Nessa particular altura decidi lancar essa granada defensiva como dizia o manual de instrucao... agarro na granada (a manual) puxo o pino e quando abri a mao para a soltar dentro do silo a forca da mola da alavanca contra a palma da mao fez com que q granda em vez de entrar no silo batece contra a parede e cai-aos pes... dizem que frente a morte a nossa vida instantaneamente passa pela pela mente ... recordo-me com pela claridade desse momento...3 segundos e morte... voei aterrei fora de porta e bumba explode a granada aqui estou hoje vivo... Acredito em milagres... Nunca falei disto com ninguem.Nesse dia nasci outra vez e nasci outra vez quando ingressei em 1991 na mais antiga faternidade de homens de pensamento livre.Um forte abraco-Ze
Sobre o tal Hugo...
Quando estávamos em Fá andou um Italiano pelo Leste...era vasto o Leste...
Fiquemos por aqui e aí vai um AB do T.
para ambos L.G. e T.M.
nao so li as vossas notas como fui explorar outros postes relacionas com este assunto... Talvez a minha memoria nao seja tao sagaz como eu pensava... obrigado pela correcao respeitante a profissao do Cap. Vaz correcao feita. Na OP.L.A. foi efectivamente o cap.Neto com quem o meu G.C. fez essa op. na ausencia do Cap.Vaz. Peco desculpa pela informacao errada.... Amanha vou comprar o suplemento Ginko Biloba dizem que e bom para a memoria...
o leste e vasto sobretudo se um caminha do oeste para leste...um forte abraco para todos vos -Ze
Camarada Ferraz, li o seu post sobre o Hugo Spadafora e o vosso encontro no Panama.Fiquei por perceber algumas das suas afirmacoes e gostaria que, se assim o entender, mas esclarecesse. Quando o Hugo se identificou, o camaradaa escreve
"Primeiro senti um ódio intenso, acalmei-me e durante a tarde ficámos na mesa do restaurante a falar dos nossos tempos na Guiné. Para mim, foi uma experiência catártica que fechou em mim o desejo de vingança que guardei comigo durante anos."
Ja tinha ouvido falar do Hugo Spadafora aquando da sua estadia na Guine? Qual as razoes de se querer vingar?
Somento um pedido de esclarecimento para melhor perceber os seus sentimentos em relacao ao Hugo.
Um abraco
Jose J. Macedo, DFE 21
Guine 73-74
Pergunta do Zeca Macedo:
para poder responder ha tua pregunta teria que escrever um livro. vou procurar suncintamente esclarecer o meu estado de espirito nessa altura, conheco a maioria dos paises africanos onde de 1976 ate 1979 trabalhando com a DDA/GM era o coordenador de area para a Africa/Middle East, eu fui um dos que se apaixonou por esse continente, a raiz do meu trabalho fiquei conhecedor da fibra social nao dos paises propriamente ditos mas das tribos com quem tive o prazer de trabalhar, nao quero entrar em controvercia de tipo nenhum, porem vi tambem com grande desgosto o desastre do colonialismo nao so nosso mas de outros paises que como nos mantiveram colonias. Ora bem no meu entendimento penso que hoje em dia deveriamos pensar em internacionalismo e nao em nacionalismo desde e quando esse internacionalismo respeite cada uma das nacionalidades- sei que e utopia- mas e como penso.
quando conheci o Hugo a primeira coisa que me passou pela cabeca foi essa "vinganca" ( instinto de sobrevivencia) por que antes da nossa conversa sabia bem da sua existencia devido a um conversa que tive com um alferes numa das operacoes em que estive envolvido em que lhe perguntei quais eram os meios inimigos nossa area ao que ele me respondeu que um perintrep informava da permanencia de um
grupo a que pertencia um tal Hugo
Spadafora, Portanto quando nos encontramos havia ums boa possibilidade de termos andado aos tiros um ao outro,essa possibilidade penso eu foi o que me levou a esse pensamento mas tambem pos-facto sinto-me bem que sem prejulgamentos tive a oportunidade de o conhecer. Contempt prior to investigation...
Um abraco-Ze
é:
É interessante e pertinente a pergunta do Zeca Macedo, outro camarada da diáspora (vive também nos States e foi fuzileiro, do DFE 21)...
Entendo os teus sentimentos contraditórios... De qualquer modo, era de todo improvável encontrares no Buruntoni ou na Ponta do Inglês o tal Hugo Spadafora... em 1969. Ou mesmo no Fiofioli, se é que lá foste, na Op Lança Afiada... Em princípio, não, por que o teu Destacamento era o B (CART 1746, Xime), integrado no Agrupamento Tático Norte:
Agrupamento Táctico Norte:
Comandanet: Ten Cor Manuel M. P. Bastos:
Dest A > CART 2338 ;
Dest B > CART 1746 (Xime);
Dest C > CART 1743 ;
Dest D > CCAÇ 2403 (Fá Mandinga);
Agrupamento Tático Sul:
Comandante: Ten Cor Jaime Tavares Banazol:
Dest F > CART 2339 (Mansambo); Dest G > 2405 (Galomaro);
Dest H > CART 2413 (Xitole);
Dest I > CCAÇ 2406 (Saltinho).
Segundo o relatório da Operação, os Dest F, G e H é que estiveram no Fiofioli. E quem entrou, em princípio, na tabanca foi o Dest H (a CART 2413, do Xitole)...
2. Ainda a propósito do Hugo:
A própria família confirma, no respetivo sítio na Net, que ele regressou ao Pananamá em 1967, indo fazer o seu internato médico... Ele quando vai para a Guiné, em 1965, não passa de um simples licenciado em medicina...
Agora é possível é que houvesse algum bigrupo com o nome dele, nos anos posteriores, actuar no triângulo Xime - Bambadinca - Xitole... No nosso tempo, no meu tempo, eu nunca ouvi falar...
Um abraço aos dois, ao Zé (Ferraz) e ao Zeca (Macedo).
De acordo com a revista Militant, a estadia do Hugo Spadafora na Guine Bissau foi de cerca de 9 meses, como se pode ler no original, em ingles:
"Spadafora arrived in Conakry on February 10, 1966, and was sent to the village of Boké, in Guinea, near the border with Guinea-Bissau, where the PAIGC had recently opened a hospital staffed only by a few nurses. Spadafora left Boké in July for Guinea-Bissau, where he worked for nine months. In May 1967 he returned to Panama."
Spadafora chegou a Conacri no dia 10 de Fevereiro de 1966 e foi enviado para a vila de Boke ,junto a fronteira da Guine-Bissau, onde o PAIGC tinha recentemente aberto um hospital que apenas tinha alguns enfermeiros. Spadafora saiu de Boke para a Guine-Bissau em Julho, onde trabalhou nove meses, tendo regressado a Panama em Maio de 1967.
Luis, espero que esses dados possam ajudar a responder a pergunta se o Hugo e o Ferraz se cruzaram na Guine Bissau.
Uma abraco.
Jose Macedo-DFE21
Muitissimo obrigado pela cronologia pergunto-me agora porque e que a informacao que eu recebi do alferes nessa operacao em que me falou como relatei estava totalmente errada Caramba perdi uma excelente oportunicace quando convercei com o Hugo mas nessa conversa propositadamente eu nao fslei em detalhes operacionais.
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