domingo, 20 de novembro de 2011

Guiné 63/74 - P9068: Se bem me lembro... O baú de memórias do Zé Ferraz (1): O valente soldado Júlio





Guiné > Região do Oio > Bissorã > Pessoal da CART 1525 (1966/67) e da CART 1746 (1967/69) > Na messe de oficiais: O Rogério Freire, alf mil da CART 1525, é o de "de óculos ao lado do Madaíl" (Gilberto Madaíl, em primeiro plano, no lado esquerdo). "Ao fundo está o (na altura) Capitão Mourão da CART 1525 e, ao seu lado, à direita da foto de óculos, o Capitão Vaz" (RF)... Este último comandava a companhia a que pertencia o Alf Mil Madaíl, a CART 1746 (que irá acabar a sua comissão no Xime, Zona Leste, Sector L1;; aqui, no Xime, os oficiais dormiam em rulotes que, segundo o Zé Ferraz, terão da antiga estação agronómica de Fá Mandinga onde dizem - mas ainda não vi documentado - terá trabalhado o Eng. Agrónomo Amílcar Cabral e possivelmente a sua esposa e colega, portuguesa, Helena).

Em Bissorã, sempre houve uma tradição ligada à actividade desportiva e, nomeadamente, ao futebol... Não sabemos se o jovem Madaíl tinha jeito para a bola ou, na altura, já tinha revelado a sua vocação para dirigente desportivo... Diz o Rogério Freire (RF) sobre o Gilberto Madaíl, que é hoje uma figura pública (presidente da Federação Portuguesa de Futebol): "A imagem que retenho do Madaíl daquele tempo é o de uma pessoa muito alegre e bem disposta e de muito fácil conversa e diálogo"... Pergunto ao Zé Ferraz se o reconhece... a ele e ao Cap Vaz, aqui referido no texto supra... (LG)

Foto: CART 1525 - Os Falcões (Bissorã,Guiné-Bissau, 1966-67) (Reproduzida com a devida vénia...).





1. Texto do José Ferraz [de Carvalho] que vive nos EUA há mais de 40 anos, e que fez a sua comissão de serviço na Guiné entre 1968 e 1970 (*):


Companheiro e camarada Luís: Aqui está a história do Júlio.

Uma manhã ao alvorecer saí do Xime com a minha malta para montar segurança na área do costume,  entre o Xime e Amedalai para uma coluna de reabastecimentos que sairia pouco depois. Sem novidades passaram e nós regressamos ao Xime.

Essas colunas de reabastecimento de costume regressavam por volta das 3 da tarde. Chegam as três e nada... Quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze e nada. Nunca soube porque os meios rádio nesse dia estavam de rastos e não conseguíamos comunicar com Bambadinca.

Por volta da meia noite fui chamado à  rulotes [, onde dormíam os oficiais]:
- Ferraz,  aguarre no seu grupo e vá ver o que se passa.

Noite de lua nova,  não se via nada.... Agarrei na G-3,  passei pelo abrigo da minha malta,  acordei dois ou três passando duma ponta a outra dizendo:
-Tá no ir,  pessoal balanta!...

E arranquei pelo arame farpado fora. Já no trilho da bolanha passaram-me à frente a bazuca e o morteiro porque suspeitávamos que o IN estava emboscado junto à primeira ponte. Fazia sempre fogo de reconhecimento com 3 morteiradas e isso fazia com que o IN levantasse a emboscada. Nessa noite,  devido ao imprevisto,  tinha a certeza que eles não teriam tido tempo de fazer nenhuma emboscada nem teriam tido nenhuma informação [, do pessoal da tabanca,] indicando a nossa saída... Íamos à vontade mas,  como sempre,  prevenidos.

Passámos Amedalai, e nada da coluna...Chegámos a Bambadinca e eles ali estavam porque a GMC tinha tido um problema com o eixo. Disse ao meu pessoal que se desenrrascasse com os amigos e eu fui dormir. Na manhã seguinte vieram-me avisar que o Júlio estava na enfermaria,  todo cortado.

Primeiro pensamento: O sacana foi para a tabanca mandar a queca da ordem e lixou-se!... Fui à enfermaria e aí estava o Júlio, nu,  na cama,  a G-3 e o saco de dilagramas no chão. 
- Ó Julio,  o que é que te aconteceu ?...
- Meu furriel - diz-me ele - como é que nós chegámos aqui ?
- Ó Júlio,  estavas com a burra,  não?
- Meu furriel,  sabia lá que íamos sair ontem à noite nem me lembro do caminho..

É evidente que o nosso amigo -  vim mais tarde a saber - acordaram- no no gosse gosse,  tá no ir,  ele de tanga,  para não dizer nu,  agarra na sua G-3 e saco de dilagramos e porta fora... Durante esse trajecto,  lua nova,  ninguém se deu conta do estado em que estava ou o que trazia vestido. E aos trambolhões lá foi andando até Bambadinca.


A partir desse dia tive o maior respeito pela sua façanha. Que grande soldado,  que bêbado ou não, não deixou os seus companheiros!... Valente!

Lembro agora, depois da minha louca chegada ao Xime,  quando o Cap Vaz me chamou ao seu gabinete no dia seguinte e me apresentei... Lembro bem da sua figura,  pera e tudo (se bem me lembro,   era arquitecto)..
- Ó nosso furriel,  se não é louco tem-nos de bronze... Benvindo,  agora quero que forme um grupo de combate com aquilo que aprendeu...

E eu disse-lhe:
- Meu capitão,  posso pedir voluntários ?...

Disse-me que sim e,  quando a palavra passou que eu queria voluntários,  quase a toda companhia se apresentou na "parada"... Nunca se formou nada e vi-me como o furriel reponsável pelo 2º pelotão cujo alferes tinha ido para Lisboa evacuado.

Realmente foi um pelotão formidável,  éramos companheiros e tinhamos a maior confiança em todos nós, em situações de perigo ou fora de perigo. Tenho imensas saudades de todos esse valiosos companheiros.

Um forte abraço,  Luís... Do Zé...e aí tens agora o resto história do valente [soldado] Júlio... Se bem me lembro...



_____________


Nota do editor:


(*)  vd. postes de apresentação:



19 de Novembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9065: Tabanca Grande (307): José Ferraz de Carvalho, português há mais de 40 anos nos EUA, ex-Fur Mil da CART 1746 (Xime, 1969)

(...) Assentei tropa em Setembro de 1966 no CSM [ Curso de Sargentos Milicianos,] das Caldas da Rainha [ RI 5,] e depois da recruta fui enviado para Lamego, para o primeiro curso de Operações Especiais como especialização.



Posteriormente ofereci-me como voluntário para a 16ª  Companhia de Comandos com a qual cheguei a Guiné em 68. No fim da fase operacional não quis ser comando e fui então destacado para a Cart 1746, Xime,  onde o Capitão Vaz me responsabilizou em formar um grupo de combate com o segundo pelotão cujo alferes tinha sido enviado para Lisboa doente. (...)

[Depois do regresso da CART 1746 à Metrópole, em Julho de 1969, ] passei os meus últimos meses da minha comissão como adido ao QG em Bissau. Regressei a Lisboa no velho Carvalho Araujo em 1970. (...)

9 comentários:

Luís Graça disse...

Cap Mil Art António Gabriel Rodrigues Vaz, de seu nome completo...

Quem o conheceu bem foi o Torcato Mendonça (que também fez a Op Lança Afiada) bem como o Beja Santos, ambos chegados ao leste, em 1968, bem mais cedo do que tu e eu...

Sempre ouvi dizer que o Cap António Vaz era professor de liceu... Talvez fosse formado em arquitetura, não sei, nem para o caso isso é agora relevante...

Deve estar hoje com 78 anos... Se ele me estiver a ler (o que deve ser pouco provável), aqui vai para ele um grande Alfa Bravo... Retomo as palavras que lhe escrevi há cinco anos, e reitero o meu convite para ele aparecer aqui, no nosso blogue, onde o conceito de camarada vai até ao comandante operacional de companhia...

(...) "Meu caro António Vaz:

"Julgo que nunca nos encontrámos no Xime. Ou se isso aconteceu foi quando eu e os meus camaradas da CCAÇ 2590 (futura CCAÇ 12), desembarcámos no Xime, de LDG, no dia 2 de Junho de 1969...

"Tenho ideia que os seus homens, tisnados pelo sol da Guiné e cansados da guerra, ainda nos deram as boas vindas, a nós, periquitos, e nos escoltaram até Bambadinca... Não perderam o bom humor. Acolheram com um pano onde se lia: 'Periquitos, bem vindos ao inferno do Xime, o que custa mais são os primeiros 21 meses'...

"Tenho bem nítidas essas caras, os camuflados já incolores e esfarrapados, os lenços de pescoço de cores garridas, violando todas as normas de segurança... Vocês eram a velhice, por excelência, verdadeiros gigantes, aos nossos olhos de piras miseráveis e insignificantes. Connosco, desembarcavam também os vossos substitutos, a CART 2520 (1969/70)...

"Seguimos em viaturas Matador até à sede do BCAÇ 2852, Bambadinca, atacada uns dias antes, a 28 de Maio, ataque esse - três meses depois da Op Lança Afiada - que custaria a cabeça e a carreira do Ten Cor Pimentel Bastos (o Pimbas, como era carinhosamente tratado)...

"O ex-Alf Mil Beja Santos, comandante do Pel Caç Nat 52 (Missirá e Bambadinca, 1968/70), já aqui tem falado de si, com apreço... Vou-lhe fazer um desafio: fale-nos do Xime do seu tempo, do Seco Camará, guia e picador das NT, dos mandingas do Xime, da Lança Afiada, do Poindon, da Ponta do Inglês... Foram sítios onde muito penámos, quando depois da instrução de especialidade aos nossos soldados do recrutamento local, fomos colocados como companhia de intervenção ao serviço do Sector L1 (Bambadinca), em finais de Junho de 1969, já vocês tinham regressado [ou estavam para regressar] à Metrópole" (...)


http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/
2010/01/guine-6374-p5611-o-nosso-livro-de.html

Torcato Mendonca disse...

Muito sinteticamente.Não sei se as pessoas querem que falemos deles.
-- O CMDT da 1746, Cart que pertencia ao Bart 1904, era Despachante de Alfandega. Essa companhia foi rendida por outra comandada por um Prof de Liceu dO Norte.Fez uma operação (Ag ou Set/69) connosco, o Mário BS ia lá e o guia era um prisioneiro conhecido. Foi ferido posteriormente.
Se há cinco anos tinha 73 ...terá hoje 78. Pessoa de que se fica logo amigo.Fotógrafo amador de mérito,digo eu, e mais em macro foto.Era MILICIANO.
Creio que não foi á Lança Afiada. Quem foi, não sei ao certo, com militares da 1746 foi o Capitão Neto. A Ccaç 2520 veio depois e não pertencia ao Bcaç 2852...há aqui confusão.É melhor ver a rendição do Bart 1904 pelo Bcaaç 2852 e deste pelo outro a que pertencia a 2520. Nela estava um Furriel meu amigo que viu o meu nome gravado na Ponta Coli (foi para passar o tempo)numa segurança. Fizemos o IAO ou treino operacional no Xime Jan-Fev/68.
As instalações dos oficiais eram em roulotes que o Chefe do Paigc, ex eng agrónomo deixou de necessitar por óbvias razões.Boa decoração e tudo como um acampamento daqueles deve ter...gostei e interroguei-me logo sobre certas diferenças.Tudo bem.
A 1746 tinha a terrível missão de ter um Grupo de Combate na puta, perdão, na Ponta do Inglês.

Posso ainda vir a falar disto. creio que o essencial está esclarecido e falar de nomes é sempre ingrato, para mim claro. Havia muito para falar e recordar ao nosso amigão Zé Ferraz.

Luís Graça quando tiver tempo, se tiver interesse, mando-te um "relatório", diz então.
Abraços do T

Luís Graça disse...

Zé e Torcato:

O BCAÇ 2852 (de que faziam parte as CCAÇ 2404, 2405 e 2406) desembarcou na Guiné em 29/7/1968. O comando e a CCS instalaram-se em Brá.

As suas companhias operacionais deixaram de pertencer ao comando: depois da IAO, a CCAÇ 2404 foi colocada em Binar; a CCAÇ 2405, em Mansoa; e a CCAÇ 2406, no Olossato...

A partir de 26 de Setembro de 1968, o BCAÇ 2852 foi tomar conta do Sector L1, rendendo assim o BART 1904, que estava em Bambadinca.

Nessa altura, o dispositivo no Sector L1 era o seguinte:

Comando e CCS/ BCAÇ 2852 - Bambadinca;
CART 1646 - Fá Mandinga;
CART 1746 - Xime e Ponta do Inglês (1 Gr Comb + 1 secção de milícia do Pel Mil 105 + 1 secção de morteiro do Pel Mort 1192);
CART 2339 - Mansambo;
CART 2413 - Xitole e Saltinho (1 Gr Comb);
Pel Caç Nat 52 - Missirá;
Pel Caç nat 53 - Xime;
Pel Caç Nat 63 - Bambadinca;
Pel Rec Daimler 2046 - Bambadinca;
Pel Mort 1192 - Bambadinca (com secções em Xime, Pta do Inglês, Xitole, Saltinho, Mansambo);

... Mais 2 companhias de milícias, a nº 1 (Missirá, Galomaro, Finete, Moricanhe, Taibatá, Amedalai, Dembataco, Pta do inglês; 1 pelotão ou 1 secção);
e a nº 14 (Quirafo, Cansamange, Dulombi, Madina Bonco, Galomaro, Madina Xaquili; 1 pelotão ou 1 secção).

... Em meados de Julho, a CCAÇ 2590/CCAÇ 12, a minha, veio reforçar o Sector L1, como unidade de intervenção...

Luís Graça disse...

Tanto quanto sei, as instalações novas de Bambadinca (comando, quartos e messes dos oficiais e sargentos), foram construídas pela Engenharia no tempo do BART 1904... Em 1968...

Torcato Mendonca disse...

Claro Luís Graça, mas a 1746 foi rendida pela Companhia????Há um hiato entre a saída da 1746 do BART 1904 e a vinda do BCaç 2852.
Não, não há. Estou errado. A Operação com o tal guia foi com a 2520.Pertencia a que Batalhão? Portanto estou enganado. Creio que esse Furriel, o Xico Carvalho, esteve numa Companhia pertencente ao Batalhão que rendeu o 2852 e tinha uma outra Companhia, creio que no Xitole onde estava o David Guimarães? Seria? Isto de confiar na memória e em apontamentos breves pode dar erro. Aqui estou confuso ou a fazer confusão. Os pormenores recordo e davam "estórias". Mas o nº das unidades falham.Depois do Ten-Coronel P. Bastos ter saído eu não me recordo do nome do CMDT do Batalhão. Falei com ele de certeza quando do Mamadu Indjai e não só. Andava fora e nas Tabancas.Ao Ten Coronel P. Bastos só o voltei a ver no barco no regresso a Portugal e a esposa dele em Lisboa.
Tenho que tentar ver os apontamentos e o Historial da 2339.
A Operação foi a Pato Rufia I, estava lá o Major de operações e pegou-se com o Cmdt da Comp. do Xime. Este dissew-lhe:- meu Major eu sou Prof. de Liceu. Voltou a dizê-lo quando a operação abortou e eu ri de gosto. O MBS queria continuar. Ai, ai infantes e pedantes...ou teriam razão? Ab T.

Torcato Mendonca disse...

Fiz confusão e dou a mão á palmatória

No tempo do BCaç 2852 estava no Xime a 2520.(Cmdt o tal Prof).
Está tudo certo sobre os factos relatados por mim.
O Bart 2917 (1970/72) rendeu em Bambadinca o Bcaç 2852.
Passaram a estar no Xitole a 2716, em Mansambo a 2717, no Xime a 2715.
Esta Companhia,talvez, tenha rendido a 2520 que rendera a 1746.Nela é que estava o meu amigo Xico Carvalho.

Estou a falar de Companhias que não conheci. Fiquei lixado com a confusão que fiz.

Descanso precisa-se e viver menos estas situações. É vicio, vicio salutar creio eu.
AB T.

Luís Graça disse...

Torcato:

1. Fui que fiz confusão. O Cap Mil Art António Vaz, da CART 1746, era, na vida civil, despachante alfandegário. Eu já não o apanhei, em operações, por que eles foram-se embora em Junho de 1969.

O comandante da CART 2520 (que substituiu a CART 1746) é que era professor do liceu... Trata-se do Cap Mil ARt António dos Santos Maltez. Eles estiveram no Xime, no tempo do BCAÇ 2852, e depois foram para Quinhamel. Viemos no mesmo navio, em 24/571969, fomos na mesma LDG, em 2/6/1969... Ekles ficaram no Xime, e eu (CCAÇ 2590 / CCAÇ 12) fui para Contuboel... E ti estavas em Mansambo...

Vd. poste de 21 de Julho de 2006 > Guiné 63/74 - P978: Futebol em Bissorã no tempo do Rogério Freire (CART 1525) e do Gilberto Madail

(...) [Diz o Rogério Freire (ex-Alf Mil da CART 1525, Mansoa e Bissorã, 1966/67]:

(...) O Gilberto Madaíl não pertence à CART 1525. Ele era Alferes Miliciano de uma companhia [ CART 1746,] que esteve aquartelada connosco em Bissorã durante um par largo de meses e que era comandada por um Capitão Miliciano que, na vida civil era Despachante Oficial da Alfandega e que por brincadeira se intitulava Despachante Oficial Miliciano. Era o Capitão Vaz, excelente fotógrafo e especialista em macrofotografia. Adorava congelar borboletas e fotografá-las depois quando as pobrezinhas começavam a sentir o calor das lâmpadas de iluminação. (...).

2. Subunidades que estiveram no Xime (a lista está incompleta... Deve ter havid gente antes de 1966...)

CCAV 1482 (1966/67)
CCAÇ 1550 (1966/67)
CART 1746 (1967/69)
CART 2520 (1969/1970)
CART 2715 (1970/71)
CART 3494 (1972/1973)
CCAÇ 12 (1973/74)

3. Outras inmformações:

(i) CART 1746: Teve como unidade mobilizadora o GCA 2, seguiu para a Guiné em 20/7/1967, regressou em 7/6/1969. Esteve em Bissorã e no Xime. Comandante: Cap Mil António Gabriel Rodrigues Vaz.

(ii) BART 1904: Unidade mobilizadora: RAP 2. Esteve em Bissau e em Bambadinca (11/1/1967 - 31/10/1968). Comandante: Ten Cor Art Fernando da Silva Branco. Companhias: CART 1646 (Bissau, Fá Mandinga, Xitole, Fá Mandinga, Bissau); CART 1647 (Bissau, Quinhámel, Bissaum Bibar, Bissau); CART 1648 (Bissau, Nhacra, Binbta, Bisssau).

(iii) BCAÇ 2852: Unidade mobilizadora: RI 2. Esteve em Bissau e Bambadinca (24/7/1968 - 16/6/1970). Comandantes: Ten Cor Inf Manuel Maria Pimentel Bastos; Ten Cor Cav Álvaro Nuno Lemos de Fontoura; Ten Cor Inf Juvelino Moniz de Sá Pamplona Corte Real. Companhias CCAÇ 2404 (Teixeira Pinto, Binar, Mansambo); CCAÇ 2405 (Mansoa, Galomaro, Dulombi); CCAÇ 2406 (Olossato, Saltinho)

O comandante do BCAÇ 2852 que eu conheci bem em Bambadinca foi o Ten Cor Pamplona Corte Real... Foram substituídos pelo BART 2917, em meados de 1970... A companhia do Xime foi a martirizada CART 2715(que sofreu 5 mortos, quase uma secção inteira, na Op Abencerragem Candente, na Ponta do Inglês, vai agora fazer 41 anos, no dia 26 de Novembro de 2011; foi o nosso "gigante" Abibo Jau - mais tarde miseravelmente fuzilado pelo PAIGC, juntamenmte com o Jamanca - quem trouxe, às costas, o corpo do Fur Mil Cunha, o único que estava inteiro).

Meu caro Torcato, sabes bem quanto o Xime foi um matadouro... de um lado e doutro... Arrepio-me sempre quando falo em "Ponta do Inglês" e se aproxima a funesta efeméride de 26 de Novembro...

Luís Graça disse...

Escreves tu, Torcato, meu camarada do leste:

(...) "A Operação foi a Pato Rufia I, estava lá o major de operações e pegou-se com o Cmdt da Comp do Xime [, a CART 2520]. Este disse-lhe:- Meu Major, eu sou Professor de Liceu.

"Voltou a dizê-lo quando a operação abortou e eu ri de gosto. O MBS queria continuar. Ai, ai infantes e pedantes...ou teriam razão? Ab T."...

Nessa Op Pato Rufia, também fui, e na II tive o meu batismo de fogo... Não faço juízos de valor sobre comportamento operacional dos meus camaradas, mas desta (e doutras operações) ainda tenho um nó na garganta a apertar-me... (È por isso que de vez em quando escrevo... poesia).

Aqui tens os acontecimentos desse mês e ano:

7 de Setembro de 2010
Guiné 63/74 - P6948: A minha CCAÇ 12 (6): Agosto de 1969: As desventuras de Malan Mané e de Mamadu Indjai nas matas do Rio Biesse... (Luís Graça)


http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2010/09/guine-6374-p6948-minha-ccac-12-6-agosto.html

Torcato Mendonca disse...

Perdi o comentário.
Sei o que se passou na Pato Rufia II e na operação em que entrou o 2715 (já lá não estava).

Fizemos muitas operações juntos e só agora me dou conta. O P6948 é giro, na escrita e nos comentários.
Eu era um fulano concentrado no trabalho...

AB T.