Foto nº 5 > O Zé António Viegas. hoje, em Faro, bebendo a sua Sagres... [Será ainda do lote de cervejas que o Arnaldo Schulz levava no heli, em fevereiro de 1967 , quando aterrou em Portogole ? ]
Foto nº 2 > 30 de julho de 1966 > No T/T Uíge, a caminho da Guiné
Foto nº 3> Na messe do T/T Uíge, com outros camaradas, sou o terceiro, na mesa,do lado direito.
Foto nº 4 > Agosto de 1966 > Chegada a Bolama, para formar o Pel Caç Nat 54
Foto nº 6 > Guiné > Região do Oio > Porto Gole > Cristal ou Sagres ? Parece que o Viegas já entrão preferia a Sagres... [O gen Arnalldo Schulz ao lado do piloto do helicóptero: fevereiro de 1967: a despedida: no banco de trás, duas caixas de cerveja, Sagres e Cristal; à direita, o fur mil Viegas, do Pel Caç Nat 54, com camuflado paraquedista trocado com um camarada numa operação no Morés em outubro de 1966; a aeronave parece ser um Alouette II ]
Fotos (e legendas): © José António Viegas (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Mensagem do nosso amigo e camarada José António Viegas [ fur mil do Pel Caç Nat 54, passou por vários "resorts" turisticos em 1966/68 (Mansabá, Enxalé, Missirá, Porto Gole, Bolama, Ilha das Cobras e, o mais exótico de todos, a Ilha das Galinhas, na altura, colónia penal); vive em Faro; é um dos régulos da Tabanca do Algarve; tem cerca de 40 referências no nosso blogue]:
Data - 4 de agosto de 2020, 14:55
Assunto - 54 aniversário da partida para a Guiné
Caro Luís:
No passado dia 30 de Julho fez 54 anos que embarquei para o CTI da Guiné, gostaria de expor uma pequena resenha do percurso até lá.
Caro Luís:
No passado dia 30 de Julho fez 54 anos que embarquei para o CTI da Guiné, gostaria de expor uma pequena resenha do percurso até lá.
No dia 2 de Novembro de 1965 assentei praça no CICA 1, no Porto, era o único Algarvio naquele quartel e sem dicionário.
Depois de ter acabado a recruta, fui para a especialidade de estafeta mota. Fazíamos a instrução à base de tattoo e mecânica, o Furriel viu que eu sabia algo de mecânica, entregava-me a aula e pirava-se.
Numa dessas aulas entra um 1º Sargento com pouco mais de um metro e sessenta e de capote cinzento até aos pés perguntando pelo Viegas, apresentei-me e ela só me disse: "Ide à secretaria, estais f....!".
Chegado à secretaria, não estava ninguém, vejo em cima da secretária uma guia de marcha e apenso uma carta com a sigla da DGS, nisto entra o Sargento aos berros, que eu ia levar uma porrada, e entrega-me a guia de marcha. E. sempre gritando, dizia: "Ides apanhar o comboio a S. Bento , mudas no Stil [Setil] e vais para Vendas Novas, julgais que andais a enganar a tropa!...".
Chegado à secretaria, não estava ninguém, vejo em cima da secretária uma guia de marcha e apenso uma carta com a sigla da DGS, nisto entra o Sargento aos berros, que eu ia levar uma porrada, e entrega-me a guia de marcha. E. sempre gritando, dizia: "Ides apanhar o comboio a S. Bento , mudas no Stil [Setil] e vais para Vendas Novas, julgais que andais a enganar a tropa!...".
Ainda lhe perguntei onde ficava a estação do Stil [Setil], mas nem me respondeu.
Cheguei a Vendas Novas a 11 de Janeiro de 66 para frequentar o 2º ciclo do CSM, era um luxo, na altura a recruta era dada por Aspirantes da Academia.
Findo o curso em Vendas Novas, fui colocado no BC 8 de Elvas em 13 de Abril de 66 para dar uma recruta, após o que fui mobilizado para a Guiné.
Depois de gozar os dias da praxe, vou para os Adidos 2 dias a aguardar embarque.
No dia dia 30 de Julho pego na sacola, desço a Calçada da Ajuda e venho tomar o pequeno almoço num quiosque que já não existe em frente ao museu dos Coches, nisto chegam 2 amigas que estavam em França, não sei como me descobriram e de rompante dizem-me que têm tudo pronto para ir para a França no outro dia estávamos lá, começamos a discutir, eu que não, elas que sim, que não tinha que ir pra guerra... Resultado: estivemos vários anos sem nos falar, quando reatamos a amizade levaram-me a Paris.
Voltei a pegar na sacola e dirigi me para o Cais, entreguei a guia e entrei no Uíge, olhei em volta não via caras conhecidas, vim para a amura ver aquele espetáculo horripilante das despedidas.
Depois de 5 dias de viagem, chego à Guiné, saio para o Cais e encontro um amigo e conterrâneo o Furriel Jélio, já falecido, que pegou em mim e me levou para os Adidos, 2 dias depois fui para Bolama formar o Pel Caç Nat 54.
E aqui começam os meus 25 meses de Guiné.
José António Viegas
__________
Nota do editor:
Último poste da série > 3 de agosto de 2020 > Guiné 61/74 - P21218: Efemérides (332): Foi há 51 anos a emboscada noturna de Sinchã Lali, no subsetor de Piche, a um grupo IN que fora roubar a população... Participação, entre outros, do 3º Gr Comb da CART 11, "Os Lacraus", com os fur mil Abílio Duarte e Cândido Cunha (mais a sua cadela 'Judy'), o Pel Caç Nat 65, e uma secção da CART 2440 (Valdemar Queiroz)
José António Viegas
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Nota do editor:
Último poste da série > 3 de agosto de 2020 > Guiné 61/74 - P21218: Efemérides (332): Foi há 51 anos a emboscada noturna de Sinchã Lali, no subsetor de Piche, a um grupo IN que fora roubar a população... Participação, entre outros, do 3º Gr Comb da CART 11, "Os Lacraus", com os fur mil Abílio Duarte e Cândido Cunha (mais a sua cadela 'Judy'), o Pel Caç Nat 65, e uma secção da CART 2440 (Valdemar Queiroz)
3 comentários:
Como se pode ver pelas fotos nº 5 e 6, na Guiné, durante a guerra colonial, toda a gente se embebedava, do general ao soldado... E os que faziam a guerra eram os sodlados de 2ª linha, os guineenses, e nomeadamente os fulas, que, sendo muçulmanos, não bebiam, mas passavm todo o tempo a mascar cola...
Que fique claro para a a JHistória: a haver atrocidades, só a eles podem ser imputadas...
A culpa foi toda da Intendência Militar que democratizou o uso de substâncias psicoativas: eram tão baratas, que eram acessíveis mesmo ao soldadp básico mais mal pago...
Não havendo "liamba" na Guiné, o segredo da excessiva duração daquela guerra (que alguns queriam que fosse como à guerra dos 100 anos), tem um segredo: a "água de Lisboa, manga di sabe" e a "noz de cola" que dava um tusa do caraças: era como às pilhas Duracell... Podia faltar tudo, de antiaéreas a camisas de Vénus, menos a água de Lisboa e a noz de cola...
Onde se lê «2 de Novembro de 1966», não seria 2 de Novembro de 1965?
Obrigado. Corrigido: 2 de npvembro de 1965.
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