domingo, 13 de setembro de 2020

Guiné 61/74 - P21354: Questões politicamente (in)correctas (52): Chinesices que podem ser ofensivas para os alunos... afro-americanos (José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia)


J. Belo, em Key West, Florida, EUA (2018)


1. Mensagem do nosso amigo e camarada José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia, presumivelmente neste momento a apanhar um tufão tropical em Key West, Florida, EUA:

Data: sexta, 11/09, 09:07 (há 2 dias)

Assunto: Académicos, as controvérsias, o humor lusitano.


Caro Luís

O uso de palavra chinesa que soa a expressão racial em inglês está a criar controvérsia na UCS - Universidade da Califórnia do Sul.

Veio de imediato à memória o Camarada, Amigo, membro deste Blogue, António Graça de Abreu.
Docente Académico, Escritor, Poeta, e não menos, conhecedor de referência da Cultura e Língua Chinesa; quem melhor que ele nos poderia dar uma análise explicativa?

A controvérsia:

O Professor Greg Patton tentava salientar, em aula sobre “ A comunicação e os negócios “,  o uso de palavras de pausa intercalando frases.

Usou como exemplo o equivalente em chinês ao inglês “that”. Segundo ele, muito usado na China na sua forma “nei ge”.

De imediato a Reitoria da Universidade recebeu um abaixo assinado por numerosos alunos, no qual se salientava que a fonética do termo chinês lembrava a palavra inglesa... negro. O Prof. Patton, no uso repetitivo da mesma, tinha-se tornado fortemente ofensivo para com os alunos... afro-americanos.

Depois de mais de quarenta anos sob outras bandeiras, confesso desconhecer quanto estes pequenos-grandes detalhes de racismo,  procurado ou real, possam estar a permear a sociedade portuguesa de hoje.

Mas controvérsias deste tipo tornam-se difíceis de compreender (mesmo com o humor lusitano!), no CAOS actual da sociedade norte-americana, aparentemente com outros gravíssimos problemas para resolver ou...meditar!

Joseph Belo
___________

Nota do editor:

7 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

José: essa história é deliciosa..Faz-me lembrar a história da "discussão do sexo dos anjos"...pelos teólogos bizantinos `na véspera da tomada de Constantinopla pelos otomanos em 1453, se não erro (, eu confesso que não estava lá, mas tenho que fazer fé nos historiadores)...

Se calhar temos todos que fazer "autocrítica" aqui no blogue pelo e abuso de palavras e expressões suscetíveis de ofender...alguma extraterrestre!

Presumido que já estejas nos States, cuidado... com os tufões!... E sobretudo as "bocas" politicamente incorrectas...


chinesice | s. f.

chi·ne·si·ce
(chinês + -ice)
nome feminino
1. Acto, dito, maneira ou costume próprio de chinês.

2. Pequeno artefacto que revela grande paciência.

3. [Depreciativo] Objecto, geralmente de luxo, feito na China ou feito no Ocidente a imitar modelo chinês.

4. [Depreciativo] Objecto de pouco valor. = BAGATELA, BUGIGANGA

5. Formalidade complicada e inútil. = BIZANTINICE, ESQUISITICE

Palavras relacionadas: bizantinice.

"chinesice", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/chinesice [consultado em 13-09-2020].


bizantinice | s. f.

bi·zan·ti·ni·ce
(bizantino + -ice)
nome feminino
Coisa a que não vale a pena ligar importância. = CHINESICE, FUTILIDADE


"bizantinice", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/bizantinice [consultado em 13-09-2020].

Anónimo disse...

Mas que....

Embirro solenemente com a palavra "afro-americano" quando se referem aos negros americanos.
Os brancos americanos deveriam chamar-se "euro-americanos",os chineses "sino-americanos" e até os índios "ameríndio-americanos", etc...para haver igualdade de tratamento.
Para mim são todos americanos.
Quanto ao politicamente correcto hoje começa a existir uma "ditadura" da dita.
Haja paciência, que já me vai faltando.

AB
C.Martins

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Ambos os vocábulos estão grafaddos nos nossos dicionários... Se bem que que euro-americano não se use muito, ou não se use de todo...


euro-americano | adj. | adj. s. m.

eu·ro·-a·me·ri·ca·no
(euro- + americano)
adjectivo
1. Relativo simultaneamente à Europa e à América.

adjectivo e nome masculino
2. Que ou quem tem origem ou ascendência europeia e americana.


Sinónimo Geral: EURAMERICANO

Feminino: euro-americana. Plural: euro-americanos.

"euro-americano", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/euro-americano [consultado em 14-09-2020].


afro-americano | adj. | adj. s. m.

a·fro·-a·me·ri·ca·no
(afro- + americano)
adjectivo
1. Relativo a África e à América.

adjectivo e nome masculino
2. Americano de ascendência africana.

Plural: afro-americanos.

"afro-americano", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/afro-americano [consultado em 14-09-2020].

Antº Rosinha disse...

Todos os afro-americanos ou afro-europeus, estão absolutamente "assimilados", pelos brancos americanos e europeus, (brancos maioria, por enquanto 2020), mas nota-se nitidamente uma falta de vontade de "integração" da minoria dentro da maioria.

E vão-se formando guetos, que vão aumentando e transformando em grandes bairros com vida quase exclusiva.

E chegam a funcionar como maioria dentro de si, hoje 2020.

A ver vamos, como diz o ceguinho!

Anónimo disse...

No ano de 2020 a sociedade norte-americana ainda está permeada de um racismo marcante.
A definição de “raça branca” excluiu os cidadãos originários da América Latina.
O termo “latinos”,usado para classificar os originários da América do Sul abrange por arrastamento os latinos Ibéricos.
Esta atitude é marcante nos Estados do Sul e principalmente nos Estados que formam o Sudoeste Norte-Americano onde as comunidades latinas são numerosas.
Em muitos dos infantários locais as crianças ainda hoje cantam:
“Poruguee he! Poruguee she!
Poruguee belly is full off fle(as)!

Talvez oportuna pausa meditativa para alguns dos modernos racistas (amadores!) da sociedade portuguesa.

Um abraço
J.Belo

Cherno Baldé disse...

Caro Rosinha,

Será que a maioria "branca" está suficientemente aberta para integrar a minoria "negra" nos States, acho que não. As contradições, os ódios acumulados e as injustiças dai resultantes não permitiram a existência de uma coexistência pacífica. Tendo em conta os antecedentes históricos, caberá sempre a maioria a responsabilidade do apaziguamento e da construção de pontes em relação as demais comunidades e não pela via da força e da imposição.

Abraço,

Cherno Balde

PS: Quanto ao Professor provocar, acho que a escola em causa devia ter uma conversa muito séria com ele, pois a função de um Professor é ensinar com ética e profissionalismo e não criar atritos e mal estar aos seus educandos. Nem tudo é racismo, mas tudo deve ser racional e dentro dos parâmetros de respeito e de dignidade para com os outros.

Antº Rosinha disse...

Cherno, no meu entender, não haver integração tem que partir dos dois lados.

No meu entender para haver integração tem que haver vontade das duas partes.

E isso não vai acontecer.

Não vai acontecer nos Estados Unidos, nem enquanto a maioria for branca, nem quando deixar de o ser.

Os negros e os latinos um dia serão juntos, uma maioria em relação aos chamados "brancos".

Cumprimentos

Aí haveria uma integração mútua e absoluta?

Cherno , eu vi na Namibia, (fronteira com Angola) o apartheid a funcionar às mil maravilhas, aceite e defendido e respeitado pelas duas partes. brancos e pretos.

Será um dia o fim dos Estados Unidos?

Uma espécie de vida tribal, porque uns e outros não abdicam das regras e das leis e das tradições e religiões e "cerimónias" próprias de mil anos.

Até talvez na Europa com a França à cabeça, e com a emigração avassaladora árabe/mussulmana e africana, venha a acontecer algum sistema tribal emitando o modelo africano.

Porque integrção total não será possível.

Tudo cristão e temente a Deus, na Europa? isso já era!