Luís Rosa (Alcobaça, 1939 - Lisboa, 2020): foi alf mil, CART 640 (Sangonhá, 1964/66)
1. Mensagem de Luis Rosa, dirgida aos editores do blogue:
Data - 16 set 2020, 08:39
Assunto - In Memoriam
É com imenso pesar que comunicamos o falecimento de Luis Manuel da Silva Rosa, no passado dia 12 de Setembro, casado com Maria Celeste Nogueira dos Santos Silva Rosa, pai de Luis Rosa, Gonçalo Rosa e Gabriela Rosa.
As exéquias fúnebres realizaram-se dia 14 de Setembro, segunda feira, pelas 14:00 horas no cemitério de Aljubarrota (Alcobaça), de acordo com sua vontade.
Em nome de minha Mãe e meus irmãos, informo que a Missa de sétimo dia terá lugar em Lisboa, na igreja de São João de Deus, Praça de Londres, na próxima sexta-feira, dia 18 de Setembro.
Pelas limitações impostas pela pandemia actual, as cerimónias terão formato em conformidade.
Guiné > Região de Tombali > Sangonhá > CCAÇ 1477 (1965/67) > O Dacosta (ou "Jacinto") junto ao monumento da CART 640 ["Quartel ocupado e construído pela CART 640, desde 21/5/1964. (CART 640 / RAP2... Há uma outra foto, no nosso blogue, com um monumento semelhante, mas de Cacoca, "quartel ocupado e construído desde 24/6/1964 pela CART 640"].
Guiné > Região de Tombali > Sangonhá > CCAÇ 1477 (1965/67) > c. 1966 > "Benvindos a Sangonhá",,, Fotos do álnum do 1º cabo cripto, CCAÇ 1477 (Sangonha e Guileje, 1965/67)... (**) do José Parente Dacostam, ex-
Data - 16 set 2020, 08:39
Assunto - In Memoriam
É com imenso pesar que comunicamos o falecimento de Luis Manuel da Silva Rosa, no passado dia 12 de Setembro, casado com Maria Celeste Nogueira dos Santos Silva Rosa, pai de Luis Rosa, Gonçalo Rosa e Gabriela Rosa.
As exéquias fúnebres realizaram-se dia 14 de Setembro, segunda feira, pelas 14:00 horas no cemitério de Aljubarrota (Alcobaça), de acordo com sua vontade.
Em nome de minha Mãe e meus irmãos, informo que a Missa de sétimo dia terá lugar em Lisboa, na igreja de São João de Deus, Praça de Londres, na próxima sexta-feira, dia 18 de Setembro.
Pelas limitações impostas pela pandemia actual, as cerimónias terão formato em conformidade.
Luís Rosa
2. In memoriam, Luís Rosa (1939-2020), escrito pelo filho, Luís Rosa:
Guiné > Região de Tombali > Sangonhá > CCAÇ 1477 (1965/67) > O Dacosta (ou "Jacinto") junto ao monumento da CART 640 ["Quartel ocupado e construído pela CART 640, desde 21/5/1964. (CART 640 / RAP2... Há uma outra foto, no nosso blogue, com um monumento semelhante, mas de Cacoca, "quartel ocupado e construído desde 24/6/1964 pela CART 640"].
Fotos (e legendas): © José Parente Dacosta (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
3. Comentário do José Eduardo Oliveira (JERO); amigo, conterrâneo e contemporâneo (no CTIG) do Luís Rosa (***)
Duas notas:
Ao Beja Santos; Excelente recensão. Parabéns.
Ao Luís Rosa: Que grande prazer encontrar o teu novo livro num blogue como o "nosso". Se bem te conheço, vais-te juntar brevemente à nossa Tabanca Grande. Recebi hoje o teu livro, que tiveste a gentileza de me enviar.Vou obviamente recordar os velhos de tempos da Guiné em que trocávamos aerogramas semana sim semana não para recordar Alcobaça e Aljubarrota.
Um grande abraço.
J. Eduardo Oliveira
CCaç 675 /Binta/ 1964-66.
PS - Já agora aproveito para recomendar aos "utentes" do nosso blogue os outros livros do Luís Rosa. Quem ler um dos seus livros ficará fascinado com a força da sua narração e com a informação fundamentada até ao pormenor. Depois me dirão.
19 de dezembro de 2009 às 19:03
4. Comentário do editor LG:
Mais uma terrível notícia, mais um camarada nosso que chegou ao fim da sua "picada da vida". Não nos conhecíamos pessoalmente, mas relembro aqui o comentário do JERO, já com mais de 10 anos, saudando o Luís Rosa, pelo seu livro "Memórias dos Dias sem Fim", e convidando-o a integrar a nossa Tabanca Grande.
O Luís Rosa foi alferes miliciano da CART 640 (Sangonhá, 1964/66). Certamente por razões da sua atarefada vida profissional e académica, o Luís Rosa não respondeu ao convite do JERO. E foi pena, porquanto não tínhamos na altura (nem até hoje) nenhum representante da CART 640.
O Luís Rosa tinha já, no entanto, algumas referências no nosso blogue, na sequência das notas de leitura, subscritas pelo Beja Santos, relativamente ao seu livro de 2009, "Memórias dos Dias sem Fim", que fico agora com vontade de ler. Dele só conhecia um trabalho, mais académico, e mais antigo, "Sociologia de empresa : mudança e conflito" (Lisboa : Presença, 1992, 242 pp.; coleção "Biblioteca de gestão moderna", 57).
Pelo seu currículo, vejo que tínhamos afnidades, interessando-nos por áreas académcias como a gestão do comportamento organizacional, a sociologia do trabalho e das organizações, etc.
O Luís Rosa é um autor multifacetado, com obra que vai da ficção ao romance histórico e do ensaio à poesia.
Tenho hoje pena de não o ter conhecido pessoalmente. Sob minha proposta, homenageamos este nosso ilustre camarada, integrando-o, a título póstumo, na nossa Tabanca Grande, no lugar nº 818. Em meu nome, dos demais editores e colaboradores permanentes do blogue, apresento ao filho, Luís Rosa e demais família, amigos e camaradas da CART 640 os nossos sentimentos de solidariedade na dor pela sua perda. Mas a sua memória será aqui recordada por todos nós, antigos camaradas de armas.
PS - Peço ao filho, Luís Rosa, que aceite este pequeno gesto de homenagem da nossa parte e, se possível, partilhe connosco algumas fotos da álbum do pai, enquanto alferes miliciano da CART 640, que esteve em Sangonhá, região de Tombali, sul da Guiné, em 1964/66. (Sobre Sangonhá temos mais de 4 dezenas de referências no nosso blogue.)
__________
Notas do editor:
Vd. também poste de 9 de Abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6137: Notas de leitura (91): Depois da guerra, as recordações da região de Cacine... e algo mais , de Luís Rosa - II (Beja Santos)
(***) Último poste da série > 10 de setembro de E 2020 > Guiné 61/74 - P21343: In Memoriam (370): José Ceitil (1947-2020), natural de Vila Franca de Xira, autor de "Dona Berta de Bissau" (Âncora Editora, 2013, 200 pp.), membro da nossa Tabanca Grande, nº 816, a título póstumo (Hélder Sousa / Luís Graça)
6 comentários:
Luis Rosa (por email)
17 set 2020 20:13
Em nome de minha Mãe e meus irmãos, agradeço o vosso gesto e as vossas palavras.
informo que a Missa de sétimo dia terá lugar em Lisboa, na igreja de São João de Deus, Praça de Londres, na próxima sexta-feira, dia 18 de Setembro pelas 19:00 horas
Pelas limitações impostas pela pandemia actual, as cerimónias terão formato em conformidade.
Condolências pelo falecimento de mais um veterano.
---
(nota ao editor: onde se lê CCaç640, leia-se CArt640)
Agradeço o esclarecimento, vou corrigir... A CCAÇ 640 não existe, devo ter sido induzido em erro. Trata-se da CART 640. LG
Luis Rosa (por email)
18 set 2020 11:22
Agradeço a atenção que teve e a homenagem proporcionada.
Quando arrumar as coisas de meu Pai, e lembro que havia algumas fotos de Sangonhá, entro em contacto.
Tenho o nome de meu Pai, porque, ele foi mobilizado estando a minha Mãe grávida, e foi ferido com alguma gravidade em Sangonhá, quando nasci em 1964. Operado em Bissau, regressou ao activo até 1966.
Mantenho a memória permanente...(Há um relato do que conto no seu livro "Memórias dos dias sem fim")
Um abraço
Luis Rosa
Luis Rosa
18 set 2020 11:32
Só mais uma nota relativa a tentativa de contacto.
O meu pai não usava, não tinha qualquer tipo de infotenimento nem usava redes sociais ou outras formas electrónicas de comunicação, particulares.
Todos os contactos eram sempre através de meios "tradicionais", carta, telefone, ou através da Editora Presença, Associação de Escritores, ou Portugal Telecom e AASPT até ao ano passado.
Um abraço
Luís Rosa
Luís Graça (por email)
18 set 2020 12:11
Luis, foram tempos muito duros, esses. Era governador e comandante militar o gen Arnaldo Schulz, substituído por Spínola em meados de 1968. Sangonha, Cacoca, Gandembel…, no sul da Guiné, no “corredor da morte”, junto à fronteira, foram posições abandonadas por decisão de Spínola, na segunda metade de 1968 e princípios de 1969… E logo a seguir Madina do Boé, no sudeste (, podia ter sido a nossa Dien Bien Phu, Gandembel e Madina do Boé).
Eu sou do tempo de Spínola, estive numa companhia africana, a CCAÇ 12, entre maio de 1969 e março de 1971.
A guerra colonial, e em particular a dura experiência da Guiné, marcou toda a nossa geração. Muitos de nós, a maioria, tinha dificuldades em partilhar, com a família,e os amigos, as boas e as más memórias desse tempo. O nosso blogue foi criado exclusivamente com esse propósito: somos ex-combatentes, não historiadores...partilhamos memórias (e afectos)...
Fico feliz por saber que a memóra do Luís Rosa (e dos anónimos camaradas da CART 640, gente "sem voz") ficará reforçada com a partilha dos materiais, digitalizados, que o seu filho Luís quiser e puder partilhar connosco...Como aqui dizemos, "os filhos dos nossos camaradas, nossos filhos são".
Estes anos, que eu chamo de “chumbo”, estão mal documentados. Muitos dos nossos camaradas dessa época, contemporâneos do seu pai, não têm a chamada "literacia informática" para poderem chegar até ao nosso blogue (que já tem mais de 16 anos)… È preciso, no mínimo, ter um endereço de email e acesso à Net.
Daí serem preciosas as fotos (e eventualmente outros documentos) sobre Sangonhá e a CART 640 (. Peço desculpa, troquei inicialmente a unidade a que pertencia o meu camarada Luís Rosa, seu pai, não era a CCAÇ 640, mas a CART 640, uma companhia de artilharia, de que não tínhamos até agora nenhum representante.)
Dos mais de 8 centenas de membros da nossa Tabanca Grande, 10% já não estão na Terra da Alegria. Figuram, tal o seu pai, numa lista alfabética, na coluna do lado esquerdo do blogue, com um título algo camoniano: "Lista dos amigos e camaradas que da lei da morte já se libertaram".)
Vou ver se leio o livro do seu pai, “Memórias dos Dias sem Fim”. O Beja Santos fez uma recensão, que o seu pai nunca deve ter lido, pelo simplesmente facto de desconhecer o nosso blogue e não usar as redes sociais.
Prometo fazer a minha própria “nota de leitura”. Conhecia o seu pai da área académica: também fui professor universitário, licenciado em sociologia pelo ISCTE e doutorado em saúde pública pela NOVA.
O "meu pai, meu velho, meu camarada" esteve em Cabo Verde, na II Guerra Mundial.Morreu com quase 92 anos. Nos últimos anos fiz muitos vídeos e fotografias com ele. Hoje revejo-os e escrevo sobre ele. Isso ajudou-me também a fazer o luto. É uma perda terrível, a dos nossos pais.
Luís, talvez um dia nos possamos conhecer pessoalmente. Recorde o melhor do seu pai (que trata carinhosamente como "homem grande") e alimente a sua saudade. E ajude a sua mãe a ultrapassar este evento traumático, mas incontornável: a perda de um filho, do cônjugue e dos pais são "distressful life-events", suscetíveis de provocar doença,física ou mental, no ano seguinte, se a pessoa não conseguir fazer bem o luto... (E o luto não é o esquecimento...).
Um abraço fraterno, Luís Graça.
PS - Estou fora de Lisboa, não poderei estar hoje na missa do 7º dia, às 19h. Estou no Norte, na nossa Quinta de Candoz, Marco de Canaveses, a fazer as vindimas, Mas estarei convosco. em pensamento, a essa hora.
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