segunda-feira, 21 de março de 2011

Guiné 63/74 - P7975: Blogpoesia (122): Ai Guiné, Guiné (1) (Albino Silva)

Mensagem de Albino Silva (ex-Soldado Maqueiro da CCS/BCAÇ 2845, Teixeira Pinto, 1968/70), com data de 21 de Março de 2011:

Boa Tarde Carlos Vinhal

Inicia-se mais uma semana, e tal como havia prometido aqui te envio este trabalho de 10 páginas que agora terminei de passar a limpo, pois já estava feito há muito tempo.

Sei que irás por certo passar uma vista de olhos, e então verás se vale apena ou não adicionar isto na nossa Tabanca.

Se achares que sim, deixo contigo a melhor forma de o fazeres, pois sei que o que fazem é sempre bem feito. Por isso só tenho de aceitar.

Um grande Abraço,
Albino Silva.


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Faro Saradjuma (a 18 Km de Guileje que por sua vez está a 36km, de Iemberem > 10 de Dezembro de 2009 > 17h23 > A caminho de Bissau... Os meninos e o jogo da bola: uma imagem (quase) universal...
Foto: © João Graça (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados


AI GUINÉ, GUINÉ (1)

Oh Guiné ainda és linda,
quero para ti o melhor
e porque não te esqueci,
a saudade de ti é maior...

Guiné tu és pequenina,
eu achava com certeza
que tu Guiné eras pobre
mas bem rica em Natureza...

Teus rios, tuas bolanhas,
onde cheguei a nadar,
teu Oceano Atlântico
também te está a abraçar...

Essas águas eram quentes,
o teu peixinho era bom,
era rico teu marisco,
as ostras e o camarão...

Até teu povo era humilde
e, se não fosse forçado,
era simples,  convivia,
não era mal educado...

Nos tempos que eu aí estive,
eu fui obrigado então,
fui defender-te Guiné,
fui defender a Nação...

E quando aí eu estive,
para mim eras igual,
pertencias à Nação,
eras também Portugal...

Mas eu gostava de ti,
teu povo não desprezei,
fiz curativos, e muitos,
e nunca um tiro eu dei...

Como era bom Maqueiro,
numa Enfermaria eu estava.
atendendo toda a gente,
os guineenses curava...

Eu até admirava tanto
ver mulheres a trabalhar
na bolanha, na vianda,
e mesmo as fardas lavar...

Oh Guiné, lindo Bissau,
Capital, e dando a voz,
Tuas Ilhas, Arquipélagos,
tão lindo era Bijagós...

Ilha de Maio e Coracre,
Formosa, Galinhas e Bela,
Bubaque, Orango e Jete,    
Pecixe e Caravela...

Tantas bolanhas tu tens,
por algumas eu andei,
e com algumas bem cheias
também as atravessei...

Oh Guiné,  tuas aldeias
e tuas Vilas até,
lembro aqui alguns nomes
dessas terras da Guiné...

Oh Bissau,  és Capital
e ainda não me esqueceu
S. Domingos e Susana,
Varela, Ingoré e Cacheu...

Bassarel e Bachile,
Calequisse e Caió,
Jolmete, Bissum e Bula,
Jete, Pelundo e Có...

Bigene, Barro, Guidage,
Teixeira Pinto, Safim,
Bissorã e Quinhamel,
Mansabá e Farim...

N’hacra, Binar, Biambe,
Cútia e Mansabá,
Jubembem, Fajonquito,
Cantacunda e Bafatá...

(Continua)

Revisão e fixação do texto: Carlos Vinhal
O nome de algumas localidades foram rectificadas pelo editor, o que não invalida haver ainda alguma incorrecção.

____________

Notas de CV:

(*) Vd. poste de 19 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7964: Blogpoesia (117): Aromas de Camabatela, Quando cheguei a Luanda (2) (Albino Silva)

Vd. último poste da série de 21 de Março de 2011 > Guiné 63/74 – P7974: Blogpoesia (121): Canção ao Lavrador Desconhecido, de António Cabral (José Barros)

Sem comentários: