terça-feira, 22 de março de 2011

Guiné 63/74 - P7984: Memórias de Mansabá (22): A construção da estrada Cutia-Mansabá e a defesa dos seus pontões (José Barros)

1. Mensagem de José Ferreira de Barros* (ex-Fur Mil At Cav, CCav 1617/BCav 1897, Mansoa, Mansabá e Olossato, 1966/68), com data de 18 de Março de 2011:

Caro camarada e amigo Carlos Vinhal:
Obrigado pela rectificação do nome da zona do pontão.

Junto uma fotografia de um dos pontões rebentado pelo IN. A esta distância já não consigo dizer se era o de Mamboncó ou algum dos anteriores.
Durante muito tempo foi o pão nosso de cada dia. Nós construíamos, eles destruíam, era o jogo do rato e do gato.

Já depois da estrada toda construída até Mansabá, o rebentamento do pontão de Mamboncó era frequente.

Ouve necessidade de ter naquela zona uma actividade operacional muito grande, sobre tudo emboscadas. Eram feitas por um Grupo de Combate que era rendido de oito em oito horas, durante muitas semanas. Foi um período muito desgastante para a nossa gente. Nesta actividade nunca tivemos feridos, mas houve muita “pólvora”.

Junto ainda duas fotografias da entrada de Mansabá que farás com elas e com a do pontão aquilo que bem entenderes.

Obrigado pela foto do memorial do meu Batalhão. Penso que foi construído na traseira do edifício do Comando.

Já agora, não te querendo maçar, gostaria de saber se a história do menino JM contada por um camarada que andou por aquelas andanças nos anos 65/67, não esteve em Mansabá com a CCav 1617 e por conseguinte com o BCav 1897.

Um grande abraço de amizade para ti e para todos os camaradas.
J.Barros


Um dos vários pontões existentes ao longo da estrada Cutia-Mansabá.

Tanto quanto me lembro, uma vez que não foi enviada legenda para esta foto, a casa que se vê à esquerda era o estabelecimento da Casa Gouveia que tinha como gerente um cabo-verdiano que nos deixava nervosos sempre apanhava boleia nas nossas colunas para se afastar de Mansabá. Dá para perceber. Lá ao fundo na confluência da estrada para Farim, ficava o abrigo do Castelo.
Fotos © José Barros (2011). Direitos reservados  de José Barros
Legendas de CV

Localização do Memorial do BCAV 1897, localizado junto ao Refeitório dos Praças que no tempo desta Unidade talvez ainda não tivesse sido construído.
Foto © César Dias (2011). Direitos reservados.
Legenda de Carlos Vinhal
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Notas de CV:

(*) Vd. poste de 21 de Março de 2011 > Guiné 63/74 – P7974: Blogpoesia (121): Canção ao Lavrador Desconhecido, de António Cabral (José Barros)

Vd. último poste da série de 18 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7811: Memórias de Mansabá (10): Fotos da bolanha de Mansabá, a nossa praia (Ernesto Duarte)

3 comentários:

Manuel Joaquim disse...

Caro camarada José Barros

Fui eu quem trouxe da Guiné o menino JM (José Manuel), o Adilan da história (v.P7261 e P7267 de 10 e 11 de novembro/2010).

Em comentário ao teu P7940 de 14/3/2011 já referi que os últimos seis meses de comissão do meu BCAÇ. 1857 coincidiram com os primeiros seis meses do teu BCAV. 1897. E, pelo que vejo, foi o teu Batalhão que rendeu o meu em Mansabá, de onde saímos no dia 22/4/1967.

Um abraço

Cesar Dias disse...

José Barros
O troço de estrada que ajudaste a construir, foi muito maltratado por aqueles que viriam a benificiar dele, mas houve sempre alguém que ia tapando os buracos, e alguns não eram pequenos.
Um abraço a todos
César Dias

manuel quelhas disse...

Meu caro César, de facto o troço da estrada foi muito maltratado, mas foi com sangue e a própria vida, só a inha companhia deixou lá 10 homens.