Bom dia, camarada Luís. Eu sou ex-1º cabo Joaquim Rodrigues, da Companhia de Caçadores 2588, que esteve em Mansoa, Jugudul, Bindoro, etc.
Estou impressionado com tanta documentação, permitindo conhecer tantos camaradas que estiveram comigo na Guiné, à distancia dum clique.
É sempre bom rever o passado e ver fotos por onde passamos .
Gostava que me dissessem se o capitão da companhia, Fernando Amaral.Sarmento, ainda é vivo. Era um bravo capitão.
Eu, depois quando regressei a Lisboa, fui trabalhar como empregado de mesa para os .navios, onde estive até 2012 (#). Tenho uma reforma de miséria- há meses que não consigo comprar os medicamentos todos para o coração a minha mulher que não trabalha e tenho uma filha com 18 anos na escola, é uma vida complicada.
Tanta gente que morreu para nada. Eu moro em Corroios, na margem sul.
Um abraço a todos J.R.
Página no Facebook:
www.facebook/joaquim.rodrigues.50552338
(#) Foi garçon na Classic International Cruises, de janeiro de 1989 até 2012. [A empresa] Classic Internaternational Cruises foi fundada em 1985 pelo saudoso armador grego sr. Potamianos, falecido no ano passad. Um grande amigo e patrão. O primeiro da frota foi o Funchal que estava no mar da Palha [, estuáriod o tejo,] a aprodecer com o fim da marinha mercante. Este navio nasceu em 1961 na Dinamarca: tem 50 anos de história, milhares de passageiros .felizes e milhares de milhas nos hélices que neste momento não os têm. E o futuro ninguém sabe. Joaquim Rodrigues, waiter no Funchal desde 1967. [J.R.]
(#) Foi garçon na Classic International Cruises, de janeiro de 1989 até 2012. [A empresa] Classic Internaternational Cruises foi fundada em 1985 pelo saudoso armador grego sr. Potamianos, falecido no ano passad. Um grande amigo e patrão. O primeiro da frota foi o Funchal que estava no mar da Palha [, estuáriod o tejo,] a aprodecer com o fim da marinha mercante. Este navio nasceu em 1961 na Dinamarca: tem 50 anos de história, milhares de passageiros .felizes e milhares de milhas nos hélices que neste momento não os têm. E o futuro ninguém sabe. Joaquim Rodrigues, waiter no Funchal desde 1967. [J.R.]
2. Comentário de L.G.:
(i) Camarada J.R., sê bem vindo!... É verdade, tens aqui a malta da Guiné do teu/nosso tempo, ao alcance de um clique. Mas não penses que isto nasceu de geração espontânea. É trabalho de muitos anos (nove!) e de uma vasta equipa... Também tu podes fazer parte desta "tripulação": a jóia de entrada são 2 fotos tipo passe + 1 história.... Já somos mais do que o teu batalhão, o BCAÇ 2885.
Infelizmente, sobre a tua CCAÇ 2588, ainda temos poucas referências, contrariamente a CCAÇ 2589, que foi comandado pelo nosso grã-tabanqueiro Jorge Picado, então com 32 anos, eng agrónomo, pai de quatro filhos Devemos ser mais ou menos da mesma altura. Eu vim no T/T Niassa, em 24 de maio de 1969. A minha companhia era a CCAÇ 2590 (mais tarde, CCAÇ 12). Desejo-te boa reforma, apesar das contrariedades e vicissitudes da hora presente. Vejo que as saudades do teu tempo de marinha mercante são mais do que muitas. É triste ver um orgulhoso navio da nossa grande frota da mercante mercante estar a apodrecer e ir um dia destes para a sucata. Espero que Portugal e os portugueses ainda voltem a descobrir o caminho marítimo... para o Futuro!
(ii) CCAÇ 2588: Mobilizada pelo RI 15, partiu para o TO da Guiné em 7/5/1969 e regressou a 25/2/1971. Esteve em Mansoa e Jugudul. Comandantes>: Cap inf Fernando Amarl Campos Sarmento, cap inf Luís da Piedade Faria, cap mil art Armando Vieiras dos Santos Caeiro. Pertencia ao BCAÇ 2885 (Mansoa) (Comandante: ten cor inf João Pedro do Carmo Chaves de Carvalho).
Outras unidades orgânicas deste batalhão: CCAÇ 2587 (Mansoa, Jugudul, Mansoa, Porto Gole) (cap mil art Lourenço Gomes de Campos); e CCAÇ 2589 (Mansoa, Cutia) (Comandantes: cap inf Francisco António Merndonça Martins Vicente; cap mil art Jorge Manuel Simões Picado)
Infelizmente, sobre a tua CCAÇ 2588, ainda temos poucas referências, contrariamente a CCAÇ 2589, que foi comandado pelo nosso grã-tabanqueiro Jorge Picado, então com 32 anos, eng agrónomo, pai de quatro filhos Devemos ser mais ou menos da mesma altura. Eu vim no T/T Niassa, em 24 de maio de 1969. A minha companhia era a CCAÇ 2590 (mais tarde, CCAÇ 12). Desejo-te boa reforma, apesar das contrariedades e vicissitudes da hora presente. Vejo que as saudades do teu tempo de marinha mercante são mais do que muitas. É triste ver um orgulhoso navio da nossa grande frota da mercante mercante estar a apodrecer e ir um dia destes para a sucata. Espero que Portugal e os portugueses ainda voltem a descobrir o caminho marítimo... para o Futuro!
(ii) CCAÇ 2588: Mobilizada pelo RI 15, partiu para o TO da Guiné em 7/5/1969 e regressou a 25/2/1971. Esteve em Mansoa e Jugudul. Comandantes>: Cap inf Fernando Amarl Campos Sarmento, cap inf Luís da Piedade Faria, cap mil art Armando Vieiras dos Santos Caeiro. Pertencia ao BCAÇ 2885 (Mansoa) (Comandante: ten cor inf João Pedro do Carmo Chaves de Carvalho).
Outras unidades orgânicas deste batalhão: CCAÇ 2587 (Mansoa, Jugudul, Mansoa, Porto Gole) (cap mil art Lourenço Gomes de Campos); e CCAÇ 2589 (Mansoa, Cutia) (Comandantes: cap inf Francisco António Merndonça Martins Vicente; cap mil art Jorge Manuel Simões Picado)
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Nota do editor:
Último poste da série > 31 de janeiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11034: Facebook...ando (22): José Guerreiro, natural de Portimão, em busca dos seus camaradas da CCAÇ 4541 (Caboxanque, Jemberém, Cadique, Cufar, 1972/74)
4 comentários:
No navio Funchal tive o meu batismo de mar, numa viagem "oferecida" pelo Ministério do Exército, de Lisboa para o Funchal (cidade). Ao tempo, 8 de Dezembro de 1969, o Funchal (navio) fazia (e continuou a fazer) carreiras regulares entre Lisboa, Açores e Madeira.
Meses mais tarde, Março de 1970, nova oferta do Ministério do Exército, desta vez em sentido inverso, com regresso garantido à casa de partida, para gozar os 10 dias de mobilização. Para variar a viagem fez-se no navio Angra do Heroísmo, da mesma Companhia, a Insulana de Navegação.
Quando nos apresentamos, no início de Abril no Cais da Rocha Conde de Óbidos para embarcar de regreso à Madeira, o Angra estava avariado. Ao fim de uns dias a vaguear em Lisboa, sempre a correr para os escritórios da Companhia, que se bem me lembro era ali na Rua Augusta, acabámos por regressar ao Funchal (cidade) no Funchal (navio).
Ainda no mês de Abril de 1970, o Ministério do Exército, porque não há duas sem três, teve a amabilidade de nos oferecer uma viagem graciosa para a Guiné no navio Ana Mafalda. Nem um tostão nos exigiram.
Lamento que o velho Funchal esteja condenado. Segundo dizem teve grandes melhorias e oferecia algum conforto. Fazia muitas escalas em Leixões e eu não perdia a oportunidade de dele me abeirar, recordando o meu tempo de juventude.
Carlos Vinhal
Leça da Palmeira
Só um pequeno reparo. Quando digo que o Ministério nos ofereceu uma viagem graciosa no Ana Mafalda, esqueçam o graciosa porque a viagem era oferecida. As velas devem estar um pouco queimadas.
Abraço
Carlos
Espero Joaquim Rodrigues, que adiras oficialmente a este Grande Blogue, que é a Tabanca Grande que alberga todos os veteranos que combateram na Guiné e não querem deixar que sejam aqueles que nunca lá pousaram os pés a criarem "estórias" dessa guerra.
Se é que ainda tens memórias desses tempos, darias um grande contributo para o período de 13MAI69 a 14FEV71 em Mansoa, até porque a tua CCaç 2588 esteve durante vários meses na intervenção em zonas bem difíceis.
Como andaste embarcado, possivelmente nunca participaste nos encontros do BCaç 2885, onde o ex-Cap Sarmento tem estado presente. Este ano ainda não tive confirmação da data da realização desse encontro.
Grande abraço
Jorge Picado
ex-Cap da CCaç 2589
Caros camaradas
Este caso do paquete "Funchal" é bem sintomático do que tem sido a política de liquidação da nossa herança colectiva.
Numa época em que cada vez mais os cruzeiros são moda (tiveram um grande recrudescimento após a utilização de aviões para atacarem edifícios...), em que a Lisboa chegam, por mar, cada vez mais passageiros, mais visitantes, o abandono dum navio com as características do "Funchal" é, no mínimo, indicador da falta de visão dos 'empreendedores', se é que os há!
Os barcos, como as pessoas e as nações, vão envelhecendo. Eles e as pessoas são 'perecíveis', as nações só o serão na medida em que os homens as abandonem, mas não deixa de ser sintomático o que se passa.
Abraço
Hélder S.
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