1. Mensagem do nosso camarada Vasco Pires (ex-Alf Mil Art.ª, CMDT do 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72), com data de 9 de Fevereiro de 2013:
Caro Carlos Vinhal,
Fico muito grato por tua atenção, ao criar essa secção "Fantasmas ...".
Pois, tal como o velho Fernão Mendes Pinto, quarenta anos depois, alguns factos da nossa juvenil aventura Africana ficam nebulosos na nossa memória, outros ficam bem vividos.
Ainda o P11033
Do P11033:
"A outra suposta tentativa de invasão, penso "in the best of my recollection" (lá vem o recurso ao famigerado anglicismo), que o Comando já era do então Capitão de Artilharia Morais Silva, lembro ainda, que lá estavam os Comandos Africanos sob o comando do então Alferes Zacharias Sayeg. Julgo, que foi nessa data que fizemos disparo direto com o obus (10,5) para o fim da pista, num total do dia de cerca de 200 disparos, o que foi um erro meu, pois, entrei na "reserva estratégica" (que me perdoem os Artilheiros se não é este o termo exato); soube mais tarde por Oficiais lotados no comando da Artilharia, que por esse erro, o "Paizinho" pensou em me punir, o que não se concretizou."
Esses supostos disparos de obus 10,5, foram feitos, num dia (noite) de intenso ataque do PAIGC, à distância, e com aproximação ao quartel.
Fiz alguns disparos diretos para o começo (fim) da pista, o disparo direto, é um recurso extremo, e como tal só deve ser feito em situações extraordinárias.
Quanto aos cerca de 200 disparos durante o dia, foram feitos comprometendo a reserva mínima, o que foi um erro, principalmente num quartel com as dificuldades logísticas de Gadamael.
O Comandante do Aquartelamento de Gadamael, considerou a minha resposta adequada à intensidade do ataque IN, provavelmente foi o seu relatório que inibiu o "Paizinho" de me dar a sempre adiada porrada.
Quanto à quantidade de disparos dados durante o dia, nenhum Oficial do Comando da Artilharia (e lá em Bissau tinha muitos), considerou que o número de disparos (cerca de 200) feitos por 3 obus de 10,5 comprometessem o material.
Contudo, certas infrações em tempo de guerra não prescrevem, podem sempre seguir para uma instância superior. Foi o que para meu azar aconteceu, a absolvição do "Paizinho" foi revisada, e o camarada C. Martins me deu a tão adiada "porrada":
Do comentário ao P11033:
Enfiares 200 tiros de obus 10,5 em tiro directo no fundo da pista ...é obra...merecias uma "porrada".
Paciência... quem vai à guerra...
Forte abraço
Vasco Pires
____________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 31 DE JANEIRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11033: Fantasmas ...e realidades do fundo do baú (Vasco Pires) (4): Quem vem lá?
Vd. último poste da série de 9 DE FEVEREIRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11078: (Ex)citações (210): Fanado, circuncisão, excisão: diferenças interétnicas (Pepito)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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5 comentários:
Caro Vasco
Não leves muito 'a peito' a 'porrada' do C. Martins.
Ele é assim, mas é porque tem o coração ao pé da boca, melhor dito, os dedos junto às teclas...
Abraço
Hélder S.
"PRONTOS...PÁ"
A pedidos vários todos eles bem fundamentados..retiro a "porrada" ao camarada Vasco Pires..
Aviso que não é para repetir...
Caro camarada artilheiro Vasco se voltas a repetir a "gracinha" levas uma "porrada" a dobrar e com efeitos retroactivos..é que eu sou "bonzinho" mas não abuses..
Um alfa bravo para o Vasco extensivo ao Hélder Valério.
C.Martins
Olá Camarada
Só lá fui, duas vezes, em 1968 e, por isso, não sei avaliar a situação que viveste. 200 tiros, em tiro directo, em tão curto espaço de tempo é porque a coisa esteve mesmo muito feia e o In estava mesmo à vista. Presumo que o In também não terá tido que fazer durante esse tempo.
Quanto ao "Paizinho"... Conheci-o bem e, na minha opinião era o pior homem que conheci em toda vida em todos os ambientes por onde andei: civis e militares. Os segundos comandantes dele que o digam. Um, já falecido, terminou a sua carreira militar no Forte de Elvas, o outro, foi transferido para um lugar onde as desavenças pudessem ser esquecidas e o escândalo passasse desapercebido.
Um Ab. do
António J. P. Costa
Ilustre Camarada Antonio J. P. Costa,
Cordiais saudações.
No P11033, fiz um esclarecimento após o comentário do sempre atento e Nobre Artilheiro C. Martins,que passo a transcrever : Lamento muito, não ter siso suficientemente claro.
Quando disse: "Julgo, que foi nessa data que fizemos disparo direto com o obus (10,5) para o fim da pista, num total do dia de cerca de 200 disparos", talvez, a melhor redação fosse: "...fizemos alguns disparos diretos para o fim da pista, num total do dia de cerca de 200 disparos", fim de citação.
forte abraço
Vasco Pires
OK Camarada
"Àrretáfirmativo!....
Afirmativo!
Já tenho correcto!
(Era assim que diziam os Opês da Tê Emes!)
Um Ab. do
António J. P. Costa
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