quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Guiné 63/74 - P11065: Memória dos lugares (210): Também estive na ponte Caium, dois meses, antes de acabar a minha comissão em Camajabá (Abel Santos, ex-sold at, CART 1742, Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69)




Guiné > Zona leste > Região de Gabu > Piche > CCAÇ 3546 (1972/74) > O Jacinto Cristina com uma bajuda da tabanca de Mulã Dalassi, que ficava a nordeste da ponte.

Foto: © Jacinto Cristina (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.


1. Resposta, com data de 25 de janeiro último,  do Abel Santos a um dúvida nossa, posta à malta da Tabanca Grande, sobre a célebre ponte Malã Dalassi (que sabemos agora ser, nem mais nem menos do que a ponte do Rio Caium, entre Piche e Buruntuma: no vídeo do George Freire, há erro na legenda, é ponte Malã Dalassi, e não Mule Balassi); (*):

Meu caro camarada Luís

Gostei muito de ver o trabalho que recebi em relação ao nosso camarada [George] Freire, ai como eram diferentes as companhias daquela época em relação à nossa.

Falas na ponte Mulã Dalassi, falas na ponte do rio Sira Muriel... eu sinceramente não conheço,  o que sei é que na estrada que liga Piche-Buruntuma existe a ponte sobre o rio Caium e não com o nome que o camarada Freire fala na reportagem, Mule Balassi. Há uns pequenos pontões ao longo da estrada mas nada comparavél com  célebre Ponte do rio Caium que o IN tentou destruir através de morteiradas por baixo da mesma.

Digo-te,  meu caro amigo,  que cheguei a estar destacado com a minha secção na dita ponte para manter segurança da mesma, e na qual havia quatro abrigos, dois de cada lado,  e que foram a nossa casa durante dois meses,  findos os quais fui para Camajabá, local onde acabei a comissão de serviço.

Caro camarada,acho que com esta minha informação fiques mais esclarecido sobre a tua dúvida.
Sem outro assunto, recebe saudações deste tertuliano.

Abel Santos.

(ex-Soldado Atirador da CART 1742,
"Os Panteras", Nova Lamego e Buruntuma
1967/69).
___________

Nota do editor:

Último poste da série > 1 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11035: Memória dos lugares (209): Fajonquito 2011 - Vestígios da tropa portuguesa (Cherno Baldé)

3 comentários:

Luís Graça disse...

Abel... Tens que nos explicar essas das "morteiradas" debaixo da ponte... Eu pus-te o termo em itálico... Os gajos do PAIGC podiam ser burros, mas não eram suicidas... Com o morteiro a disparar debaixo da ponte, ficavam lá todos, apontador e municiador...

Querias antes dizer. segundo a minha leitura, que eles puseram, no teu tempo, um carga de trotil para tentar rebentar o tabuleiro da ponte... O que era um bico de obra, porque a ponte era moderna, de cimento armado... É isso ?

Um abraço, LG

Anónimo disse...

Explicação dada pelo Abel Santos, com data de 6/2/2013:

Luís: A informação que te enviei sobre a Ponte Caium em princípio é verdadeira, pois foi fornecida pelo comandante da milícia que se encontrava em Camajabá. A tentativa de sabotagem da ponte aconteceu
muito antes da CART 1742 tomar conta do setor de Buruntuma.

É a partir dessa altura que são colocados quatro postos de vigia nos extremos da ponte,e como já sabes estive lá instalado com a minha secção dois meses, mas foi o suficiente para constatar 'in loco' tais factos ocorridos.

Na altura, ainda eram bem visíveis as marcas do impacto produzido pelas granadas de morteiro. Segundo a mesma fonte ficaram lá alguns suicidas, que é o termo correto que aplicas e não o outro.

Caro chefe da Tabanca Grande, aceita as minhas saudações, e espero que fiques mais esclarecido sobre a Ponte do Rio Caium,e o que lá se passou.

Um abraço

Abel Santos

Anónimo disse...

Carlos Carvalho
20:11

Caro Luis Graça, boa noite.

Só hoje dei atenção a este mail, e resolvi procurar. Encontrei o desejado. A ponte do rio Caium, tinha o nome indígena de Ponte de Mala Dalassi. Já na altura, os naturais diziam este nome, o qual não me foi totalmente estranho ao ser escrito, de forma errada, abaixo.

Pode confirmar na Carta da Província da Guiné/ Ministério do Ultramar, em tons de côr de laranja/rosa, para os anos de 1970.

Um abraço. Carlos Carvalho.