Caríssimos
A campanha para abrir um poço em Medjo já está em marcha.
Agradecia que publicassem um poste com o texto que se segue
Zé Teixeira
Sementes e água potável para a Guiné-Bissau
Arrancou da melhor maneira a campanha de fundos para se abrir um poço em Medjo.
Para dar continuidade ao Projecto SEMENTES E ÁGUA POTÁVEL PARA A GUINÉ-BISSAU, agora que Amindara já tem água, vamos avançar com o projecto de abrir um poço em Medjo, tabanca por onde passaram muitos dos combatentes da Guiné.
Para o efeito, realizamos um ARRAIAL DE BENEFICÊNCIA* em que as estrelas foram a sardinha assada e o frango de chabéu aprimoradamente confeccionados pelo Emílio Ferreira e pela Gi. O Emílio que nunca esteve na Guiné, foi trazido para a Tabanca pela mão do seu irmão o Vitor. A Gi, guineense de gema, radicada no Porto, especialista em pratos típicos da sua terra.
Aconteceu no passado dia 17 em casa do Mário Graça ao Monte dos Burgos. À vontade de trabalhar de alguns, correspondeu uma vontade danada de saborear os petiscos por parte dos sempre bem-dispostos 74 convivas que por lá apareceram.
As sardinhas foram oferecidas pelo Jorge Cruz. À sua excelente qualidade, correspondeu um assador de alto gabarito com tecnologia de ponta – a técnica do vinagre, que lhe emprestou um aspecto e um sabor divinal.
Os frangos vierem gratuitamente dos talhos dos camaradas Casimiro e do Horácio. A Gi transformou-os num pitéu de requinte, que levou toda a gente a correr apressadamente aos tachos, apesar de já se terem consumido mais de 400 sardinhas.
Não fosse o “pito” voar e os convivas ficarem a chuchar no dedo. Felizmente a quantidade foi mais que suficiente. Deu para repetir e ainda sobrou.
O vinho, como sempre tem origem na Régua pela mão do Zé Manel, com a participação activa do Eduardo Moutinho Santos que não quis ficar atrás e nos presenteou com um saboroso néctar a concorrer com o já conceituado Pedro Milanos.
A fruta veio da Feira de Custóias, oferecida por um camarada que não pôde estar presente.
A doçaria, foi aparecendo pelas mãos de dedicadas companheiras de alguns dos convivas.
As alfaces arrancadas pelo cedinho da manhã da horta do Pacheco estavam fresquíssimas e saborosas. Foi um “ver se te avias” como complemento digestivo.
De Moncorvo, vieram pela mão do Moita o pão, o azeite e as azeitonas. Pena foi que o Moita “sonhasse“ com um jantar e só aparecesse no fim, depois de ser alertado por alguém que notou a sua ausência.
O Nelson, encarregou-se de adquirir o material de logística, como copos, pratos, talheres a que juntou as bebidas.
Os trabalhos de arranjo do espaço e complementos alimentares estiveram a cargo de uma equipa, onde pontificaram o Vítor, o Zé Rodrigues, o Emílio, a Chico Allen, o Carlos Teixeira, o Pires, o Xico Dias, sem esquecer o Manuel Graça, que esteve em todas, para além de ceder o espaço. Perdoem-me se falta alguém.
As cadeiras e mesas em falta apareceram como por encanto por mão dos manos Vítor e Emílio, que “desenrascaram” uma arca congeladora e o grelhador, para que nada faltasse.
Um grupo de senhoras disponibilizaram-se a dar um toque feminino a toda a festa. Foram incansáveis, como aliás toda a gente que se envolveu.
Não há palavras que cheguem para agradecer tanta generosidade e disponibilidade, pelo que vou usar a mais comum: OBRIGADO MINHA GENTE.
De realçar que o nosso Presidente, Álvaro Basto estava em festa. Neste dia contava sessenta e uma primaveras, pelo que teve direito a justa homenagem, com bolo champanhe, uma recordação e sobretudo o carinho e afecto dos presentes que em coro animado, lhe cantaram os Parabéns.
Por último registo a presença amiga de vários elementos do Clube Lions da Senhora da hora e da Trofa, nossos irmãos no ideal de servir os mais carenciados. Trouxeram com elas as ofertas recolhidas na Semana da Guiné que recentemente o Clube Lions da Trofa realizou para enviar para as crianças da Guiné-Bissau.
Os primeiros convivas começaram a chegar às 10 horas da manhã. Pelas 10 horas da noite, o Graça conseguiu fechar a porta. Deste modo se pode ajuizar do prazer com que se conviveu neste dia memorável.
Para encerrar com chave de ouro, apareceu já ao fim da tarde, uma jovem linda como o sol da primavera, a filha do Emílio que nos presenteou com dois lindos fadinhos, cantados à capela, por falta dos habituais guitarristas. Tem uma voz maravilhosa e promete voltar na próxima actividade do género que já está a ser preparada.
Registe-se que o objectivo desta actividade era iniciar o pecúlio monetário para fomentar a abertura de um poço de água potável em Medjo na Guiné-Bissau, cujo custo está orçado em 4.000,00€.
O objectivo de 1.000,00€ foi ligeiramente ultrapassado, pois obtiveram-se 1.036,00 €
A campanha vai continuar para que rapidamente se consiga o total da verba necessária. Como sempre contamos com a generosidade dos combatentes da Guiné e de todas as pessoas de boa vontade. Actualmente já ultrapassamos um terço da verba necessária.
Deposita a tua comparticipação na Associação Tabanca Pequena-Grupo de Amigos da Guiné-Bissau - NIB 0036 0086 99100057222 24
Zé Teixeira
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Nota de CV:
(*) Vd. poste de 29 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6656: Ser solidário (78): Arraial de Beneficiência, dia 17 de Julho de 2010, Monte dos Burgos - Matosinhos (Álvaro Basto)
Vd. último poste da série de 20 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6768: Ser solidário (81): A água já corre em Amindara (José Teixeira)
6 comentários:
Camarigo "Texera"
Não há dúvidas que a amizade e a camaradagem dos "velhos Combatentes" move montanhas.
Amanhã tenho uma tarefa indesejada,ir ao funeral dum amigo e da esposa,amigos de 30 anos falecidos, no acidente de viação de sábado perto de Grândola.Tivemos tanto em comum na columbofilia.Mas a vida prega-nos cada partida...
A amizade não têm preço.
Abraço Camarigo
Luís Borrega
Grão a grão enche a galinha o papo... Agora é preciso encher o papo da galinha de Mejo com 4 mil grãos, ou seja, 4 mil euros...Para que o milagre da água (e da vida) aconteça, depoios de Amindara... Claro que não "resolvemos" o problema da Guiné, nem da Região de Tombalki, nem do Cantanhez, é apenas um pequena gota de água num oceano de necessidades...
Mas damos o exemplo, é um gesto solidário, e com isso aproximamo-nos dos nossos amigos e irmãos da Guiné... Sem falsos paternalismos, nem muito menos complexos (de culpa, de superioridade, ou outros).
A nossa Tabanca Grande, as nossas tabancas, as nossas comunidades virtuais já são pequenas para a dimensão desta campanha dos 10 poços... Vamos precisar de imaginação ( e empenho) para continuar a angariar fundos para uma campanha desta envergadura... Boa sorte, Mejo, força, Zé!
Camaradas: Quem tem fotos da tabanca (actual) de Mejo ? Ou da tabanca antiga, do tempo da guerra... Sei que hoje o antigo pessoal de Guileje vive em Mejo... Capitão Fula, aliás, Nuno Rubim, toca a dar uma ajudinha... É por uma boa causa, e eu sei que um tens coração grande... Beijinhos à Júlia. Um Alfa Bravo para ti. LG
Caros camaradas
Se a gueera da Guiné mexe comigo como mexe convosco, Mejo mexe comigo particularmente.
Estive em Mejo, que focava para lá do cú de Judas, de 24 de Maio de 1967 a 29 de Fevereiro de 1968, primeiro adido à Cª 1591, depois adido à Cª1622. Pertenci aos primeiros pelotões de artilharia que ali foram instalados. Os poços de água que à época ali existiam têm uma "história" muito particular que os militares da Cª Caç. 1591 poderão contar. A tropa para ter água tinha que ir buscá-la foram do aquartelamento, mais ou menos a meio do caminho para Guiléje. Não raras vezes tinha sabor a sangue derramado pelos militares das companhias que a transportavam por virtude das emboscadas que sofriam. Coisas da guerra e que não se apagam das nossas memórias.
Parabens ao Teixeira pelo trabalho solidário que tem desenvolvido para com as gentes da Guiné. A talhe de foice recordo-lhe que também fiz aquela "célebre" coluna BUba/Aldeia Formosa, creio que em Julho de 1968.`Na ocasião era eu,por falta de oficiais, que comandava os óbuses 140 mm que foram instalados em Aldeia Formosa.
Enviarei para a conta indicada um pequeno contributo. Mejo ainda dorme comigo mesmo que eu não o deseje. É assim, como acontece certamente com muitos de vós.
Um grande abraço.
António Ribeiro
(amribeiro44@sapo.pt)
Amigo Ribeiro.
Malfadada coluna que me marcou para toda a vida. Ver morrer um camarada sem o mais pequeno sinal de ferimento exterior sem lhe poder valer por falta de meios de transporte. Aquela vida salvava-se.
Depois foram as emboscadas do dia seguinte, a arma que me rebentou o cano quando tentei dar o primeiro tiro em defesa da vida, pois as balas estavam a picar mesmo junto a mim. Tiro que eu tinha jurado nunca dar e não dei porque a bala ficou no cano encravada.
Agora há que compensar o tempo perdido e ajudar pela positiva aquela gente.
Neste momento o poço Medjo já está aberto e já tem água. Falta o equipamento. Com a ajuda de todos vamos conseguir.
Abraço
Zé Teixeira
Caro Graça
Tenho uma boa dúzia de fotos de Mejo tiradas durante o período em que lá estive (Maio/67 a Março/68).
Algumas das fotos foram tiradas após ataques da guerrilha e mostram bem o estado em que a tabanca (fula)ficou. Informa como poderei ceder algumas fotos com a condição de voltarem à minha posse.
António Ribeiro
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