EUA, Nova Iorque > Queens > Casa do João & Vilma > A "máquina de cortar bacalhau" e algumas peças do núcleo museológico" do casal.
1. Mensagem de João Crisóstomo, régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona
Data - domingo, 6/07/2025, 23:52 (há 6 dias)
Assunto - O Meu "Four of July"
Meus caros:
Só para dar sinal de vida…
Este poste, embora destinado primeiramente aos camaradas luso-americanos, é extensivo a todos os camaradas que, mesmo não sendo luso-americanos, façam uma visita aos nossos blogues. Pois para dar sinal de vida e dar um abraço a quem queremos bem qualquer ocasião é boa.
Os Estados Unidos estão celebrando hoje mais um aniversário e não foram circunstâncias várias (incluindo de saúde, que os oitentas já se fazem sentir) esta ocasião seria motivo para eu passar parte do dia ao telefone tentando cavaquear um pouco com os meus camaradas luso-americanos.
Tal não me foi possível, mas no caso de os nossos editores acharem que vale a pena incluir o que segue, aqui vai com um abraço para todos.
Se tivesse tido ocasião de falar ao telefone com os meus amigos, muito provavelmente não deixaria de lhes contar como passei o meu "Four of July”. É que embora não tivesse sido nada de especial, este não deixou de ser curioso ou invulgar por ter misturado diversos sabores e lembranças, Guiné, Eslovénia, Estados Unidos e Portugal. Mesmo arriscando ser insonso, que os meus dotes de narrador não dão para mais, deixem-me explicar:

E, no final, o leilão dum bacalhau. Pois não querem saber que a Vilma decidiu que o bacalhau desta vez tinha de ser nosso? E lá foi cobrindo os lances, arrematando sempre até que os outros competidores acharam que estavam a perder o seu tempo e o bacalhau veio mesmo para nossa casa.
O problema foi quando cheguei a casa. "Como vou cortar agora este bacalhau em postas "?, pensei eu. E comecei a cogitar como me desenrascar, até que me veio uma ideia : usar uma catana, cópia duma que trouxe da Guiné que tenho guardada há bastante tempo. É que nas paredes do meu apartamento constam alguns artefactos da Guiné, Timor Leste, etc., como recordações.
Entre estas recordações constava uma catana, que com as minhas várias mudanças de Pilatos para Herodes ( Inglaterra, França, Alemanha, Brasil, e USA) acabei por perder. Mas aqui há uns anos atrás um vizinho, surpreendido com o meu interesse por uma catana que ele me mostrou e me lembrava a que eu tinha trazido da Guiné, logo ma ofereceu.
E assim foi. A comida eslovena foi representada por uma belíssima salada em que ela é perita: alface, "arugula" (Eruca sativa) (ou rúcula),e agriões, rodelas de cebola e ovos cozidos, "avocados" (abacate) e maçã, feijão e batata cozida…estava mesmo uma delícia. E a vertente portuguesa estava bem representada pelo prato de bacalhau que um dia lhe preparei e que ela não esqueceu mais.
Data - domingo, 6/07/2025, 23:52 (há 6 dias)
Assunto - O Meu "Four of July"
Meus caros:
Só para dar sinal de vida…
Este poste, embora destinado primeiramente aos camaradas luso-americanos, é extensivo a todos os camaradas que, mesmo não sendo luso-americanos, façam uma visita aos nossos blogues. Pois para dar sinal de vida e dar um abraço a quem queremos bem qualquer ocasião é boa.
Os Estados Unidos estão celebrando hoje mais um aniversário e não foram circunstâncias várias (incluindo de saúde, que os oitentas já se fazem sentir) esta ocasião seria motivo para eu passar parte do dia ao telefone tentando cavaquear um pouco com os meus camaradas luso-americanos.
Tal não me foi possível, mas no caso de os nossos editores acharem que vale a pena incluir o que segue, aqui vai com um abraço para todos.
Se tivesse tido ocasião de falar ao telefone com os meus amigos, muito provavelmente não deixaria de lhes contar como passei o meu "Four of July”. É que embora não tivesse sido nada de especial, este não deixou de ser curioso ou invulgar por ter misturado diversos sabores e lembranças, Guiné, Eslovénia, Estados Unidos e Portugal. Mesmo arriscando ser insonso, que os meus dotes de narrador não dão para mais, deixem-me explicar:

No passado dia 22 de junho, a “Academia de Bacalhau de Long Island” festejou o seu 14º aniversário. Depois dum bom almoço, entremeado com vários brindes (“Gavião do Penacho, de bico pra cima... de bico pra baixo....vai acima ,vai abaixo…etc. etc. "; no caso de não saberem ou não se lembrarem o que são, vejam o poste P22494 de 28 de Agosto de 2021), festejando o aniversário da Academia e dos aniversariantes do mês de junho, entre os quais eu me contava, procedeu-se ao leilão dum enorme e belo cabaz que o recheio era bom: vários chouriços; pão caseiro (bem português, feito em casa dum dos compadres, que à semelhança da Tabanca, neste caso também somos todos simples compadres, sem títulos); um presunto, duas garradas de vinho, uma caixa de bolos sortidos etc.
E, no final, o leilão dum bacalhau. Pois não querem saber que a Vilma decidiu que o bacalhau desta vez tinha de ser nosso? E lá foi cobrindo os lances, arrematando sempre até que os outros competidores acharam que estavam a perder o seu tempo e o bacalhau veio mesmo para nossa casa.
O problema foi quando cheguei a casa. "Como vou cortar agora este bacalhau em postas "?, pensei eu. E comecei a cogitar como me desenrascar, até que me veio uma ideia : usar uma catana, cópia duma que trouxe da Guiné que tenho guardada há bastante tempo. É que nas paredes do meu apartamento constam alguns artefactos da Guiné, Timor Leste, etc., como recordações.
Entre estas recordações constava uma catana, que com as minhas várias mudanças de Pilatos para Herodes ( Inglaterra, França, Alemanha, Brasil, e USA) acabei por perder. Mas aqui há uns anos atrás um vizinho, surpreendido com o meu interesse por uma catana que ele me mostrou e me lembrava a que eu tinha trazido da Guiné, logo ma ofereceu.
E foi a solução: com duas tábuas e um buraco que consegui perfurar no fim da lâmina da catana arranjei uma engenhoca a imitar um utensílio que tenho visto em lojas quando compro bacalhau. E deu certo…
Os cachorros quentes ("hot dogs") e hambúrgueres grelhados que são a tradição neste dia de aniversário da Nação Americana, foram pois substituídos pelo nosso bom bacalhau. Eu até já me tinha esquecido que um dia, na véspera da Natal, em vez do "bacalhau com todos”, eu quis mostrar à Vilma que o bacalhau também podia ser cozinhado sem água, preparado apenas com azeite, camadas de cebola, bacalhau e batatas.
A Vilma gostou e foi a lembrança desse prato que a levou a arrematar com sucesso o bacalhau em leilão e a trazê-lo para casa. Que este ano o aniversário da América tinha de ser celebrado também com sabores portugueses e eslovenos.
Os cachorros quentes ("hot dogs") e hambúrgueres grelhados que são a tradição neste dia de aniversário da Nação Americana, foram pois substituídos pelo nosso bom bacalhau. Eu até já me tinha esquecido que um dia, na véspera da Natal, em vez do "bacalhau com todos”, eu quis mostrar à Vilma que o bacalhau também podia ser cozinhado sem água, preparado apenas com azeite, camadas de cebola, bacalhau e batatas.
A Vilma gostou e foi a lembrança desse prato que a levou a arrematar com sucesso o bacalhau em leilão e a trazê-lo para casa. Que este ano o aniversário da América tinha de ser celebrado também com sabores portugueses e eslovenos.
E assim foi. A comida eslovena foi representada por uma belíssima salada em que ela é perita: alface, "arugula" (Eruca sativa) (ou rúcula),e agriões, rodelas de cebola e ovos cozidos, "avocados" (abacate) e maçã, feijão e batata cozida…estava mesmo uma delícia. E a vertente portuguesa estava bem representada pelo prato de bacalhau que um dia lhe preparei e que ela não esqueceu mais.
Bom, eu tinha de arranjar maneira de dizer aos meus camaradas que, mesmo escrevendo pouco eu não deixo de ler e seguir com interesse o nosso querido e fabuloso blogue "Luis Graca & Camaradas da Guiné", o blogue da "Magnífica Tabanca da Linha” e de vez em quando ainda outros, perseverados com tanto carinho pelos seus editores e por tantos camaradas que os alimentam com a sua participação. Bem hajam!
De coração um abraçø grande de amizade e gratidão a todos vocês.
João Crisóstomo, Nova Iorque, 4 de julho de 2025
De coração um abraçø grande de amizade e gratidão a todos vocês.
João Crisóstomo, Nova Iorque, 4 de julho de 2025
__________________
Nota do editor LG:
Último poste da série > 23 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26836: Tabanca da Diáspora Lusófona (34): João Crisóstomo reconhecido, pela "Tribuna Portuguesa / Portuguese Tribune", da Califórnia, como "Personalidade do Ano 2024"... Outras nomeações: a Sousa Mendes Foundation foi a "Associação do Ano 2024" , e a inauguração do Museu Aristides de Sousa Mendes, em Carregal do Sal, o "Evento Cultural do Ano 2024".
3 comentários:
João, mas quem é que me meteu essa na cabeça, a de que não escreves bem português ? Tomara eu escrever tão bem inglês como tu te exprimes em português, ao fim de 50 anos na América (e depois de passares por Inglaterra, França, Alemanha e Brasil)...(Tu és a prova bem vida da coragem, versatilidade, resiliência, inteligència e capacidade de adaptação da nossa gente, espalhada pelas sete partidas do mundo!).
Claro, há um termo ou outro que me obriga àss vezes a ir ao dicionário... Por exemplo, cá entre nós, a "arugula" da tua Vilma é a "rúcula", e o "avocado" é o abacate...Mas isso só vem enriquecer o nosso léxico...
Às vezes também me surpreendes com termos que já pouco ou usados entre nós, ou que são mais eruditos como "(blogues) perseverados com tanto carinho"...
Olha, adorei, com sempre a tua crónica. Muito obrigado pela tua (e da Viilma) partilha desse dia de festa que foi o 4 de Julho. E ainda bem que vocês, que são uns queridos, têm aí perto, uma tertúlia como a "Academia do Bacalhau". Um grande abraço da Tabanca Grande para os "compadres" todos... Um chicoração, muito especial para ti e para a nossa bela eslovena Vilma... Luís
PS - Nós por cá todos bem... Também temos, na Lourinhã, a nossa tabanca, como sabes: ontem foi na minha casa, o almoço (3 casais), hoje será na Tabanca do Atira-te ao Mar (... e Não Tenhas Medo), no Porto das Barcas... Está a decorrer, ali perto, na Atalaia, o Festival do Marisco (a que nem sequer tive tempo de ir, mete sempre muita gente, muita confusão)... Mas, se bem sei (pelo Espírito Santo de orelha), o petisco de hoje, a fornecer lá em casa, pelo Joaquim Pinto de Carvalho e a Maria do Céu Pintéus, os "duques do Cadaval", é "batatada de peixe seco"...Vou eu e a Alice, o Jaime e a Laura...
João, e cá está outra coisa que a gente não te conhecia: não és apenas um "idealista", és também um homem de ideias práticas, gostas do bricolage, a mim nunca me passaria pela cabeça essa solução "ad hoc" de, com uma catana (!), fazer uma maquineta para cortar o bacalhau!...Como português das sete partidas, tiveste que aprender a "desenrascar-te"... Nós aqui já levamos para casa o bacalhau cortado na loja ou no hipermercado às postas...
Caro João Crisóstomo, foi uma ideia brilhante essa de substituir as gorduras dos cachorros e afins pelo bacalhau. Fiquei com água na boca com a descrição da salada eslovena .e do teu prato de bacalhau que é para mim um pitéu seja ele feito como fôr.
Grande abraço
Eduardo Estrela
E esse bacalhau que
Enviar um comentário