Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
sábado, 2 de junho de 2007
Guiné 63/74 - P1808: Propaganda do PAIGC e subtilezas do crioulo ou vir ao Fundão e 'pôr a cereja no cimo do bolo' (Fernando Barata / Luís Graça)
Guiné > Panfleto propaganda do PAIGC, escrito em crioulo (frente e verso). Sem data.
Fotos: © Carlos Vinhal (2006). Direitos reservados.
1. Mensagem do Fernando Barata, ex-Alf Mil Fernando Barata, da CCAÇ 2700 (Dulombi, 1970/72):
Caro Luís
No Post 1346 é abordada propaganda do PAIGC, escrita em crioulo (1). Na tradução do texto para português, o Mário Dias ("assessor principal para as questões étnico-linguísticas da Guiné e tradutor oficial da nossa tertúlia") teve dificuldade na tradução da frase: "i ca ta pembi na ragas". Falei com alguém que fala crioulo e me deu a seguinte tradução: "não se traz ao colo".
Aquele abraço
Fernando Barata
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Não aceitem que colonialista tuga vos agache (esconda?) atrás dos seus
quartéis, porque todo aquele que se agacha (baixa; esconde) i ca ta pembi
na ragas! [não sei traduzir esta frase] não aceitem receber armas da mão do
colonialista tuga, porque todo aquele que pegar arma do inimigo contra nós,
é inimigo da nossa terra, é inimigo do nosso povo! Não aceitem mais escutar
as mentiras dos colonialistas, porque querem–vos mansos e submetidos
debaixo do seu cativeiro, com vossas mulheres e vossos filhos!
(Tradução do Mário Dias)
2. Comentário do L.G.:
Obrigado, Fernando. Vejo que és um membro da nossa tertúlia, crítico, atento, solícito e proactivo...Infelizmente poucos de nós sabem crioulo. O teu contributo é precioso. Saúdo-te, daqui, da terra das cerejas, o Fundão, onde me encontro e onde tenho uma irmã, que é enfermeira. E, como prova de que este mundo (incluindo a blogosfera) é pequeno, dou-te o exemplo do Torcato Mendonça, membro da nossa tertúlia, ex-Alf Mil da CART 2339 (Mansambo, 1968/69), marafado sulista, com genes algarvios e alentejanos. Ontem tinha-lhe dito que ia passar pela terra (adoptiva) dele, onde casou, teve filhos e foi autarca (ou ainda é, pelo menos, presidente da Assembleia Municipal)... E que talvez pudéssemos dar dois dedos de conversa, por volta das 10h...
Hoje, justamente por volta das 10,30h, ao chegar de Lisboa, com meia hora de atraso, e ao atravessar, de carro, a zona histórica do Fundão, dou de caras com ele, a descer o passeio, de óculos escuros, com os jornais de fim-de-semana debaixo do braço... Belíssima coincidência, pretexto para logo ali o abraçar e matar saudades, e darmos umas voltas pela cidade da Cova da Beira... No final, deu-me mais um CD-Riom com mais estórias de Mansambo e fotos falantes...
Fernando, Torcato, Mário e demais tertulianos: tenham um belo fim de semana... A festa da cereja aqui só será nos dias 15 e 16 de Junho. Este ano a cereja está atrasada e escasseia, quiçá por culpa das malditas mudanças climatéricas que já nos atormenta, de Lisba a Bissau, de Nova Iorque a Pequim... Em suma, volto a Lisboa a salivar como o cão do Pavlov... Na terra da melhor cereja do mundo, tenho que me contentar com o que há (no mercado, que é pouco e fraco)... Em contrapartida, o Fernando acaba de me pôr a cereja (linguística) que faltava no cimo do bolo do Mário Dias. Digam-me lá se esta tertúlia não é a melhor do mundo, capaz até de fazer inveja ao Fundão, capital mundial da cereja ? Uma tertúlia, ou melhor, um sítio virtual na blogosfera, onde há sempre alguém capaz de 'pôr a cereja em cima do bolo', mesmo em ano de má colheita. (LG).
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Nota de L.G.:
(1) Vd. post de 7 de Dezembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1346: PAIGC (1): Propaganda: morte aos colonialistas portugueses e seus cachorros de dois pés (Carlos Vinhal / Mário Dias / Luís Graça)
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