sábado, 4 de maio de 2019

Guiné 61/74 - P19744: Os nossos seres, saberes e lazeres (322): No condado de Oxford, a pretexto de um casamento em Fairford (3) (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 27 de Dezembro de 2018:

Queridos amigos,
Chegara-se ao dia de festa, tudo aperaltado, chapéus a condizer, vestidos floridos, as inglesas pelam-se por flores na roupa e no mobiliário, mas também se via vestuário cor de pêssego, champanhe e azul turquesa.
Santa Maria em Fairford, onde se realizou o evento religioso anglicano, é um monumento soberbo, os vitrais medievais deixaram o viandante de boca aberta, quase em transe hipnótico, não percam as imagens.
À tarde, toda aquela malta começou a tirar os casacos, tanto pelo calor como pela cerveja escorregadia, febras e saladas. Às tantas, havia já sorrisinhos com grão na asa, e pelo anoitecer saiu do parque muito automóvel em estado de fúria, anda-se por ali a GNR e era uma cobrança de multas e tanto.
Que belo dia!

Um abraço do
Mário


No condado de Oxford, a pretexto de um casamento em Fairford (3)

Beja Santos

A Igreja de Santa Maria em Fairford recebe visitas de todo o mundo não propriamente pelos encantos do seu tardo-gótico, que não deixa de ser de valor excecional, mas justificadamente pelos seus vitrais medievais únicos numa igreja de paróquia, tanto quanto é dado ao viandante saber, Fairford possui janelas originais como mais nenhum outro edifício religioso em Inglaterra – pelo menos, é o que reclamam em Santa Maria de Fairford… A igreja foi reconstruida no estilo gótico perpendicular em 1490, Fairford tinha a abastança dos seus mercados de lã. A torre é o que resta do edifício anterior.



Em 1497, no reinado de Henrique VII, foram instalados os vitrais ao longo de aproximadamente duas décadas, nada menos obra de um artista régio, Barnard Flower, com oficinas em Westminster, ele e muitos dos seus discípulos pintores de vitrais vieram expressamente dos Países Baixos. O viandante veio para um casamento, tem o olho posto na cerimónia, mas os seus sentidos, sem disfarce vão para este deslumbramento dos episódios da vida de Cristo, ilustrações dos Profetas, Apóstolos e mestres da fé, tudo vai culminar no Julgamento Final na chamada Janela Oeste.




O viandante sentiu-se acicatado quando viu um livrinho que falava dos retratos escondidos da família de Henrique VII e de membros da Corte fixados em vitrais, não resistiu, comprou, e enquanto os noivos não chegavam, deambulou pelos vitrais. Henry Tudor, Conde de Richmond, fundador da dinastia Tudor, não é visível nos vitrais, mas aparecem rainhas como Elizabeth de York e Catarina de Aragão, o Príncipe de Gales, Artur, que não reinou, o monarca seguinte for Henrique VIII, aparece Margaret Tudor, a irmã mais velha de Henrique VII, foi uma delícia andar neste jogo de descobertas da família Tudor na Igreja de Santa Maria de Fairford.


Os noivos já deram o nó, começa um espetáculo musical empolgante, uma equipa bem articulada põe os sinos a tocar, os noivos entraram ao som do hino “Jerusalem”, ouve leituras bíblicas, hinos, e depois da bênção ouviu-se Handel “A chegada da rainha de Sabat”. O viandante sai da igreja de Fairford com uma enorme vontade de lá voltar em breve. Assim seja.





Últimas imagens do magnífico templo, a magnífica abóbada em estilo perpendicular, uma velha porta, bem mantida, e a despedida da igreja de Fairford, tomando um ângulo lateral e uma perspetiva do cemitério. Até à próxima.



Bem peculiar de um casamento, mostrar os casamentos dos avós e dos pais, para que ninguém fique com dúvidas que não saímos das ervas…


Por decisão dos noivos, a boda realizou-se no campo, montou-se tenda, houve alegria toda a tarde, os ingleses não são exceção, com umas cervejolas a mais toda a gente desata a língua, passamos a ser primos uns dos outros, é pá, se passares por Cirencester, em Gloucestershire, avisa que vamos comer um Sunday Roast, gostas? O viandante gosta, e muito, infelizmente não dá para ir a Cirencester, os próximos dias já estão programados. Fica para a próxima, com ou sem casamento.

(continua)
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Último poste da série de 1 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19733: : Os nossos seres, saberes e lazeres (321): Excertos do "meu diário secreto, ainda inédito, escrito na China, entre 1977 e 1983" (António Graça de Abreu) - Parte IV: Xangai, 24 de maio de 1980

3 comentários:

Anónimo disse...

Caros editores:

Não percebo porque depois de sair um Poste do meu Álbum de Fotografias ‘DA GUINÉ’ é logo imediatamente ‘tapado’ com outros postes que nada têm a ver com os objectivos reais do blogue?
Neste caso, após meia dúzia de fotos minhas da nossa vivencia, aparece um poste com 16 fotos e ocupando 10 páginas, da página de entrada, com coisas que não leio, nem a maioria, e que nada dizem sobre nós, os militares, na guerra real da Guiné?
Não quero entrar em mais polémicas, mas isto parece-me a mim, um tipo de perseguição!
Gostaria de saber o que pensam os donos do blogue .
Podem comentar à vontade, pois nada me afecta, pois isto já vem de longe, e assim sendo, não valerá a pena participar mais em comentários e mais postes.
Acredito realmente que as minhas fotos nada valem, mas estas que acabo de ver, bem como outras centenas, não me dizem nada, aliás nem as vejo, nem leio nada, é só passar à frente e em dois dias, saem do espaço visível, e poucos dos camaradas as podem ver e comentar.
É só isso.
Obrigado
Virgilio Teixeira


Valdemar Silva disse...

Beja Santos
Todos os dias somos surpreendidos com os avanços da ciência.
Desta vez, estudos prolongados por vários cientista da Universidade da Cocegânia
chegaram à descoberta, embora em fase experimental, para o tratamento dos problemas da knismesis e da gargalesis.
Ainda não existe fármaco para o tratamento, por isso é aconselhável não forçar os
sintomas com demasiada rigidez para evitar o engasgamento.

Ab.
Valdemar Queiroz

p.s. para quando uma visita à localidade de Poortugaal, próximo de Roterdão, na Holanda.

Anónimo disse...

Este senhor parece-me um filosofo, não é Sócrates, mas anda por lá.

Por estas e por outras, estou lentamente a desligar o cabo condutor, do meu cérebro a esta Magnifica Tabanca Grande, que seria bem melhor sem alguns, a começar por mim.
Isto não dá para a minha paciência, só quis fazer um teste de reprovação, mas anda muita gente ligada, subserviente, ao ex-Comandante de Bambadinca e arredores, penso eu de que!


COCEGâNIA, vem de cocegas?

VT.

fico por aqui, e terminou. Ponto.