quarta-feira, 3 de julho de 2024

Guiné 61/74 - P25710: Louvores e condecorações (16): Aurélio Trindade, ten gen ref (1933-2024), ex-cap inf, 4ª CCAÇ / CCAÇ 6 (Bedanda, 1965/67): Cruz de guerra de 2ª classe e Medalha de Valor Militar, Prata com palma


Aurélio Trindade, membro da Tabanca Gande,
 a título póstumo (nº 891)


Capitão de Infantaria AURÉLIO MANUEL TRINDADE

4* CCAÇ - CTIGUINÉ 

Cruz de Guerra 2ª  Classe


Cruz de Guerra de 2ª Classe. 
Imagem: cortesia do Portal UTW - Dos Veteranos da


Transcrição da Portaria publicada na OE n.o 5 - 2.8 série, de 1967.

Por Portaria de 31 de Janeiro de 1967:

Condecorado com a Cruz de Guerra de 2ª  classe, ao abrigo dos 
artigos 9º  e 10º  do Regulamento da Medalha Militar, de 28 de Maio de 1946, por serviços prestados em acções de combate na Província da Guiné Portuguesa, o Capitão de Infantaria, Aurélio Manuel Trindade.

Transcrição do louvor que originou a condecoração.

(Publicado nas OS n.o 10/66, de 06 de Dezembro de 1966, do CCFAG e nº  49, de 08 de Dezembro do mesmo ano, do QG/CTIG):

Louvado o Capitão de Infantaria, Aurélio Manuel Trindade porque, sendo Comandante da 4ª  CCac, aquartelada no Agrupamento Sul, conseguiu durante
os 15 meses do seu comando, mercê 
duma acção notável de chefe, transformar aquela Unidade de características muito  especiais, aquartelada numa região sujeita 
a grande isolamento e onde o lN se tem mostrado  forte e aguerrido, numa Unidade disciplinada, de elevado moral, agressiva e eficiente, solucionando sempre da melhor maneira os problemas administrativos e operacionais, com grande destaque para estes, que resolveu sempre dando provas de elevado espírito ofensivo.

Sob o seu comando, a 4ª CCAÇ, realizou e tomou parte em cerca de 20 operações e em todas elas o Capitão Trindade soube extrair dos seus meios grande rendimento. Salienta-se a sua acção na operação "Sempre Fixe", uma das muitas que realizou por sua iniciativa, durante a qual a Companhia, devidamente articulada, em frente de um grupo lN bem armado e instalado em boas posições de tiro, oferecendo forte resistência, executou, a descoberto, uma valorosa manobra envolvente, com um grupo de combate em que se incorporou o Cap Trindade, a qual conduziu à fuga desordenada do ln, com muitas baixas, tendo confirmado nesta acção serenidade, decisão, coragem e sangue frio, a par da forte determinação em bater o ln e dum elevado espírito manobrador.

Oficial muito modesto, os relatos das acções em que tomou parte quando elaborados por ele não realçam suficientemente a sua acção que se pode classificar de verdadeiramente extraordinária através das opiniões dos seus subordinados e dos Comandos sob cujas ordens serviu.

Por todos estes factos e porque se trata de um oficial inteligente, com óptimos conhecimentos militares, dotado de forte personalidade, perfeitamente
integrado na sua missão, e, ainda, porque sempre dispensou a maior e mais eficiente colaboração aos outros ramos das Forças Armadas, designadamente às Forças Navais nas inúmeras vezes em que se tornou necessário dar protecção aos comboios por estas efectuados na sua zona de acção, deve o Cap Trindade ser apontado como exemplo dignificante ao CTIG e ao Exército. 

 Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 5.° volume: Condecorações Militares Atribuídas, Tomo IV: Cruz de Guerra (1967). Lisboa, 1992, pp. 116/117
_______________




Medalha de Valor Militar, Prata, com palma. 
Imagem: cortesia do Portal UTW - Dos Veteranos da


Capitão de Infantaria AURÉLIO MANUEL TRINDADE

Medalha de Prata de Valor Militar, com palma

CAÇ 6 - CTIGUINÉ

Mdalha: Valor Militar | Grau: Prata, com palma



Transcrição da Portaria publicada na OE n.o 21 - 2.a série, de 1967:

Por Portaria de 3 de Outubro de 1967:

Condecorado com a Medalha de Prata de Valor Militar, com palma, nos termos do artigo 7º , com referência ao § 1º do artigo 51º, do Regulamento da Medalha Militar, de 28 de Maio de 1946, o Capitão de Infantaria, Aurélio Manuel Trindade, pela forma altamente eficiente e extraordinariamente brilhante como, durante mais de 23 meses, em zona isolada e muito difícil do Sector Sul da Guiné, comandou a Companhia de Caçadores nº 6 (antiga 4.ª Companhia de Caçadores), constituída por pessoal do recrutamento da Província.

Tendo participado em cerca de 50 operações, em todas cumpriu integralmente
a missão, alcançando êxitos consideráveis à custa de ligeiríssimas perdas, e, actuando sempre com determinação e decisão inquebrantáveis, ocupando no dispositivo os lugares de maior perigo, comparecendo onde mais necessário se tornava fazer sentir a sua acção e não raro, à frente de um punhado de soldados, arrancando heroicamente sobre o inimigo, o obrigou a aliviar a pressão, desalojando-o de posições que lhe conferiam vantagens.

Merecem especial relevo as últimas actuações deste oficial nas operações "Pronta" e "Penetrante", em que, mais uma vez, conseguiu resultados valiosos, mercê das hábeis e ousadas manobras que pôs em execução e dos conhecimentos especiais que possui do tipo de guerra que se trava na Guiné.

Dotado de extraordinárias qualidades de Chefe, reconhecidas, aliás, pelos seus subordinados, que, em todas as cicunstâncias, o seguiram cegamente e com total confiança, o Capitão Trindade conseguiu evidenciar exuberantemente, no comando da sua Companhia, em operações, a prática de actos de rara abnegação, arrojo, audácia, valentia, coragem moral e física, sempre com grave risco de vida frente ao inimigo.


Mealhada (2012).
Aurélio Trindade,
ten gen ref
Militar de excepção, muito leal, inteligente, de forte carácter e vincada personalidade, disciplinado e disciplinador, enérgico, decidido e voluntarioso
e com excepcionais qualidades de comando, a par da sua invulgar actuaçãono campo operacional, conduziu com muita proficiência, em todos os aspetos, a Companhia de Caçadores nº 6, que conseguiu transformar numa unidade combatente de real valor.
 
O Capitão Trindade prestou, no exercício das suas funções no Comando Territorial Independente da Guiné, valorosos e distintos feitos de armas, de que resultaram brilho e honra para as Forças Armadas e para a Nação.

Ministério do Exército, 3 de Outubro de 1967. 

O Ministro do Exército, Joaquimda Luz Cunha.

Promovido por distinção a Major, por Portaria de 1 de Maio de 1969, pubJicada na OE n" 12 - 2ª série, de 1969:

Estado-Maior do Exército
Major de Infantaria, por distinção, supranumerário, o Capitão de Infantaria,
do Estado-Maior do Exército, Aurélio Manuel Trindade.

 Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 5.° volume: Condecorações Militares Atribuídas, Tomo I: Torre e Espada e Valor Militar. Lisboa, 1990, pp. 258/259

(Revisão / fixação de texto, negritos: LG)

(**) Últimno poste da série > 15 de junho de  2023 > Guiné 61/74 - P24401: Louvores e condecorações (14): Ordem da Liberdade, Grande Oficial, para o antigo cap QEO Humberto Trigo de Bordalo Xavier, cmdt da CCAÇ 12 (e também da CCAÇ 14, e antes da CART 3359)

2 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Foi na altura em que era inspector geral das Forças Armadas (IGFAR) que o ten gen Aurélio Trindade começou a elaborar o seu livro. Foi aliás a sua secretária quem, nas horas vagas, datilografou o manuscrito. (Informação que consta no final do livro, "Panteras à solta", na nota de agradecimentos.)

________________

Portaria n.º 735/2000 (2.ª série), de 5 de maio

Publicação: Diário da República n.º 104/2000, Série II de 2000-05-05, páginas 7852 - 7852
Emissor: Ministério da Defesa Nacional - Gabinete do Ministro
Data de Publicação: 2000-05-05
TEXTO

Portaria n.º 735/2000 (2.ª série). - Louvo o tenente-general do Exército Aurélio Manuel Trindade pela forma notável e competente como desempenhou as funções de inspector-geral das Forças Armadas (IGFAR) do Ministério da Defesa Nacional.

General dotado de forte e vincada personalidade e senhor de grande experiência profissional, no âmbito do comando, direcção e chefia, demonstrou no desempenho de sete anos nas funções de IGFAR as suas já reconhecidas qualidades pessoais, espírito de missão e de bem servir na valiosa, essencial e excelente colaboração prestada, no âmbito da função inspectiva, aos vários ministros da defesa com quem trabalhou.

Ao longo de todos estes anos polarizou, no seu papel de direcção, um aturado trabalho de planeamento, organização e desenvolvimento da estrutura da IGFAR, imprimindo uma constante reformulação, dinamismo e busca da melhor eficácia do modelo que se tem preconizado para esta função ministerial. A este nível foram relevantes a perseverança, a iniciativa e a acção diligente na busca de oportunidades para melhorar as condições de trabalho, angariar os recursos humanos e materiais necessários, promovendo uma contínua modernização e adaptação da IGFAR ao seu objecto e finalidade.

No seu desempenho tornaram-se evidentes o seu espírito criativo, a sua grande capacidade de organização, a sua coragem moral e a sua exemplar capacidade de trabalho. A sua atitude de serviço perante a missão que lhe foi confiada a par da sua acção determinada e metódica tornaram possível o cumprimento cabal dos planos de inspecção anual e de outras determinações de cariz casuístico do Ministro da Defesa Nacional à IGFAR.

O alto nível do cumprimento das suas funções foi materializado pela elaboração da legislação regulamentar da IGFAR, das sucessivas instruções para execução das inspecções dos meios humanos, financeiros, materiais e de despesas com aquisição de bens e serviços e também das instruções para a condução de análises de programas e sistemas, como sejam a saúde militar, a instrução militar, a classificação e selecção, a alimentação das Forças Armadas, o sistema logístico das Forças Armadas e os relativos aos concursos de pessoal da Administração Pública.

(Continua)

Tabanca Grande Luís Graça disse...

(Continuação)

Estes instrumentos, um fecundo e inovador trabalho já por si, tornaram-se extremamente importantes e valiosos por permitirem conduzir a bom termo, com resultados muito positivos, as várias acções de inspecção que o inspector-geral e os seus directos colaboradores desenvolveram junto de várias entidades das Forças Armadas e dos órgãos e serviços centrais do Ministério da Defesa Nacional.

Através da sua actividade de direcção, o tenente-general Aurélio Trindade guindou a IGFAR ao seu actual estado de desenvolvimento e de actuação, para a qual contribuiu uma visão prospectiva da actividade de inspecção e, mérito da sua acção de liderança, a criação, renovação e manutenção de uma equipa de trabalho, que sempre se pautou por um bom desempenho e pela defesa do interesse nacional.

Por tudo isso, considero justo realçar publicamente os serviços prestados pelo tenente-general Aurélio Trindade como inspector-geral das Forças Armadas, classificando também os serviços por si prestados como extraordinários, relevantes e distintíssimos, que dão honra e lustre às Forças Armadas, à defesa nacional e ao País.

Assim: Manda o Ministro da Defesa Nacional, nos termos da alínea a) do artigo 25.º, do n.º 1 do artigo 62.º e do artigo 67.º do Regulamento da Medalha Militar, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 566/71, de 20 de Dezembro, condecorar com a medalha de ouro de serviços distintos o tenente-general Aurélio Manuel Trindade.

14 de Abril de 2000. - O Ministro da Defesa Nacional, Júlio de Lemos de Castro Caldas.

https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/portaria/735-812725