quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Guiné 63/74 - P5215: Notas de leitura (33): Em Nome da Pátria, de João José Brandão Ferreira (Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 3 de Novembro de 2009:

Carlos e Luís,
Já fiz o meu dever cívico de ler esta chumbada, um libelo indescritível, supunha que já não havia gente capaz de manipular a história contemporânea.
Ando a ler livros curiosos, mas peço-vos compreensão para o meu silenciamento nas próximas semanas.
Se, por acaso, houver algum tertuliano que tenha lido estas 500 páginas e me queira interpelar, esclareço que estarei disponível dentro de poucas semanas.

Um abraço de estima para todos,
Mário


Em Nome da Pátria:
A nostalgia e o nacionalismo patético dos órfãos do Império

Por Beja Santos

As teses de “traição” e “abandono criminoso” do Império Colonial são muito caras aos nacionalistas (civis e militares) de diferentes matizes. Não se pense que se trata de uma coqueluche da extrema-direita. Frequentemente, os defensores dessas teses dão clamorosos tiros nos pés, a pretexto de uma data ou até do desaparecimento de uma figura insigne, ligada à Guerra Colonial. Quando faleceu o brigadeiro Hélio Felgas vi escrito em blogues louvores ao seu portuguesismo indefectível, à sua crença inabalável pela integridade ultramarina. Seguramente que os autores de tais laudes não leram tudo quando escreveu o oficial general. Pegaram em livros antigos ou em lições que ele deu na Academia Militar, colaram-no à Pátria heróica atacada por inimigos de Portugal (os oposicionistas ao regime, pois claro). Em 1995, surgiu o livro “Os últimos guerreiros do Império”, da Editora Erasmos, com a coordenação de Rui Rodrigues. Afinal, a tal sustentabilidade da guerra não era aceite por Hélio Felgas, como ele depõe: “No final de 1968, enviei um relatório ao general Spínola onde defendia que a concessão da independência à Guiné Portuguesa, não iria agravar, antes pelo contrário, a situação em qualquer das outras Províncias Ultramarinas”. Ele fazia o seguinte diagnóstico: “O inimigo está demasiado bem armado, bem apoiado pela população, bem organizado e bem enraizado num terreno que lhe é favorável... Há que abandonar radicalmente largos pedaços do território e concentrar os meios em áreas reduzidas que deverão ficar totalmente passadas a ferro... Há que empregar largamente os desfolhantes e outros agentes químicos que destruam as culturas”. E profetizava: “Estamos à espera que o IN adquira suficiente estatura e capacidade militar para correr connosco”.

É longa a bibliografia de todos aqueles, mais ou menos estrénuos defensores do regime de Salazar e Caetano, que escreveram sobre a traição inerente ao processo de descolonização. De um modo geral, como a historiografia recente tem posto a nu, as teses de sustentabilidade da guerra ou de “vitória traída” estão desmascaradas. Ter a desfaçatez de pegar em literatura antiquada, retorcer a argumentação e falar em rendição incondicional, é um puro “chapéu velho” à procura de saudosistas e náufragos do nacionalismo sem mestre nem bússola.

Um tenente-coronel piloto aviador pega em literatura paroquial gasta e põe-na ao serviço da tese do abandono das nossas províncias ultramarinas, dá como demonstrado que Portugal fez uma guerra justa e de que não soubemos merecer os nossos antepassados, abandonando da forma mais iníqua alguns pedaços da Pátria (“Em Nome da Pátria”, por José João Brandão Ferreira, Publicações Dom Quixote, 2009).

Para o autor, a compreensão de uma guerra justa, como aquela que travou Portugal entre 1961 e 1974, exige enquadramento geopolítico e geoestratégico a partir do fim da Segunda Guerra Mundial. O argumento científico toma-se como sério, à partida. Nada se pode entender na contemporaneidade sem perceber como emergiu uma atmosfera anticolonial dominada pelas superpotências. No entanto, o autor escreve calmamente falando de 1974 e a nossa Guerra Colonial: “A situação militar em Angola estava resolvida; em Moçambique havia alguma actividade guerrilheira, sobretudo nos distritos de Cabo Delgado e Tete; e na Guiné tinham surgido algumas dificuldades”. Como estou a escrever para gente crescida, que até combateu na Guiné, não adianto mais nada. O que o autor descreve sobre a situação interna portuguesa, nessa altura, podia ter sido editado pelo SNI. O regime de Salazar descrito por este oficial da Força Aérea vivia no melhor dos mundos possíveis, tinha ordem e um Presidente de Conselho com músculo. Foi Marcelo Caetano quem veio desaustinar a coesão ideológica, trouxe a perturbação de conceitos, dividiu os bons portugueses, deu argumentos aos inimigos da Pátria (a oposição, obviamente). Como se estivesse a fazer um relatório para a tropa, fala de um Ultramar risonho e de movimentos subversivos acantonados nos países limítrofes. Não havia nacionalistas nesses movimentos de libertação, só agentes da subversão espicaçados por Moscovo. Tudo isto é dito e escrito com estrofes de Os Lusíadas. Toda esta guerra foi de baixa intensidade, de custo muito barato, progressivamente africanizada, isto sem minimizar que havia cansaço, cepticismo e a descrença que gradualmente se instalou na metrópole. O autor não diz, foi pena não se ter debruçado sobre esse ponto, mas as altas figuras do regime tudo fizeram para obstar que os seus familiares dessem com o corpinho no teatro de operações. Com honrosas excepções, adiante-se.

O capítulo “Da justiça e do direito da guerra” não se desenvolverá aqui, por se tratar de matéria cultural de incontestável valor mas que não abona nem desabona para o desfecho da Guerra Colonial. Era a mesma coisa que escrever a história exaustiva dos diferentes movimentos anticolonialistas para demonstrar que todos eles tinham legítimos direitos a obter a independência dos territórios reivindicados. Não basta dizer que o Ultramar veio sempre consagrado nas constituições portuguesas. Interessava explicar, por exemplo, porque é que as constituições do século XIX não falavam da Guiné, falavam de Bissau e Cacheu; goste o autor ou não, mesmo que o facto ofenda o seu acrisolado nacionalismo, a presença portuguesa na Guiné foi sempre mínima, houve rebeliões até 1936, a colónia teve as últimas fronteiras definidas em 1886, e em 1950, quando a população já era superior a meio milhão, pelo menos 97 % não falava português.
O autor devia recusar-se a falar do que não sabe ou, pelo menos, nunca falar na verdade histórica. Marcello Caetano tinha uma governação que, no campo económico e financeiro, atingiu no final de Março de 1974, o inviável, com a inflação em dois dígitos gordos, o mais trágico desequilíbrio da balança de pagamentos de sempre, o patronato à bulha, os sindicatos em greves, etc. Não se está a falar nas tensões em que se envolveram as Forças Armadas, a Academia Militar sem cadetes, a descolagem definitiva de Nixon e Kissinger, os aliados ocidentais que nos deixaram ao abandono. A economia caminhava para a ruptura, e quem o escreveu foi Dias Rosas, Ministro da Economia e das Finanças de Caetano.

Mas também a diplomacia portuguesa já não podia estar à altura do seu melhor porque a conjuntura internacional era totalmente desfavorável a Portugal, até a Espanha e o Brasil tinham desertado. É patético pôr em cima da mesa as relações amigáveis de Portugal com a Etiópia, a Tailândia, as Filipinas e o Paquistão. É inacreditável escrever-se que mantínhamos os apoios indispensáveis, que os nossos inimigos eram constituídos pelos comunistas e pelo bloco afro-asiático: basta ver quem reconheceu, até 25 de Abril de 1974, a República da Guiné-Bissau. Uma guerra é militarmente insustentável quando não se tem equipamento/armamento, contingentes, tecnologia, comparáveis aos do inimigo, nem a perspectiva de ter. Não tínhamos perdido só a supremacia aérea na Guiné, estava em marcha um plano de abandono ou retirada de um elevado número de quartéis e povoações que não podiam corresponder ao fogo mortífero dos morteiros de 120 mm. Está escrito, mas o autor não é capaz de tirar conclusões. A guerra deixara de ser sustentável, económica e militarmente. Um Presidente de Conselho que dá luz verde a conversações secretas com o PAIGC para chegar rapidamente a um cessar-fogo e ao reconhecimento da independência da Guiné não está propriamente a viver nesse melhor mundo que o autor desenha para gáudio da sua volátil teoria de traição e abandono. Não desistimos da guerra, como toda a historiografia recente tem evidenciado, por causa do PCP, dos dois mortos por dia, das despesas militares ou pela subversão do pensamento de Salazar. Desistimos porque a causa da libertação dos povos africanos foi muito mais poderosa que os erros políticos praticados. Quanto mais erros, quando mais cegueira política, menor é o campo de manobra para negociar de forma a acautelar interesses legítimos, e houve muitos interesses legítimos que foram mal tratados no turbilhão dos acontecimentos posteriores ao 25 de Abril.

Brandão Ferreira escreveu mais de 500 páginas de uma obra parada no tempo, manipuladora, desajustada à compreensão dos factos conducentes tanto ao 25 de Abril como à descolonização. Ninguém invoca a verdade histórica e condiciona os testemunhos; ninguém substitui a verdade histórica para escrever um manual de catequese, recorrendo ao testemunho do inspector da PIDE que até insinua a importância de Os Protocolos dos Sábios de Sião na política internacional (como se sabe, é uma das mais execráveis do racismo). Se veio à procura do escândalo, desiluda-se, o mercado livreiro está cheio de chapéus velhos e ele não será o último autor inconformado com a “perda das colónias”. Não combateu, não ouviu nem consultou as diferentes fontes. Pode dar-se por contente por ter andado a escrever um livro ressabiado para um auditório de ressabiados que lhe vão bater as palmas, sem pedir contas pela verdade histórica.
__________

Nota de CV:

Vd. último poste da série de 3 de Novembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5198: Notas de leitura (32): A Marinha em África, Angola, Guiné e Moçambique, de John P. Cann (Beja Santos)

10 comentários:

António Graça de Abreu disse...

Estou de acordo com o Beja Santos, o livro deve ser mauzinho, a nostalgia bolorenta de um passado de grandiosidade pequena.

Mas Beja Santos, tal como o João Tunes, não continues a afirmar que "não só tínhamos perdido a supremacia aérea", a falar no abandono dos aquartelamentos, etc. Não sou dono de nenhuma verdade mas sei porque estava lá, voei com eles, vi os aviões a voar, a bombardear, sei que a realidade não foi esta, tínhamos a total supremacia aérea(voando, com certeza, com todos os cuidados necessários devido à existência dos Strela) sei que nenhum aquartelamento (excepto os 30 homens de Copá) foi abandonado. Esta a verdade histórica.
Um abraço,
António Graça de Abreu

Anónimo disse...

Diz o Beja Santos, no seu argumento em que reconheço consistência: "Desistimos porque a causa da libertação dos povos africanos foi muito mais poderosa que os erros políticos praticados."
Já é tempo de começar a sublinhar o escamoteado facto de que tal causa resultou de uma fabricação em grande parte externa e exterior aos assim designados, por junto e indiscriminados, 'povos africanos', atenuando uma contra-proganda que se vai tornando tão obsoleta quanto a propaganda que pretendeu neutralizar.

S.Nogueira

Anónimo disse...

Será que ainda algum escritor ou historiador irá escrever que se fez a guerra que estava ao nosso alcance?

E que a mais não eramos obrigados?

E que a nossa guerra não foi nem melhor nem pior que a dos outros impérios?

No fim de todas estas guerras deixámos África tão mal tratada que como diz o porteiro fula do Gabu, que está na minha obra: Os brancos foram estragar a nossa terra, agora "nois vimos na vossa traz".

Mais do que a opinião dos escritores brancos, tenho mais fé nas palavras dos fulas e dos mandingas etc.

Antº Rosinha

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
A.Teixeira disse...

O que é de lamentar também é o endosso que foi feito à obra pelo Professor Adriano Moreira, ao dispor-se não só a apresentar, como até a prefaciar o livro (conforme se pode ler no P5173 deste blogue), cuja apreciação do conteúdo feita aqui por Mário Beja Santos subscrevo.

manuel Amante da Rosa disse...

Caro Beja Santos, não li o livro e nem penso que o vá ler, pelo menos nos próximos tempos. Ficar-me-ei pelas suas acertadas observações e a justeza histórica e fundamentada dos factos indicados. Na realidade, é com muita perplexidade que vamos constatando e encontrando algumas vezes pelo caminho, decorridos mais de três decénios, saudosistas altamente emotivos à procura de justificações e culpados pela perda dos "territórios ultramarinos". E pior ainda é quando recusam a acertar o passo com os ventos da História. Afirmar que Portugal detinha uma posição confortável à epoca é ter excluído, tendenciosamente, todas as circunstâncias altamente limitadoras da sua integração plena na comunidade das Nações democráticas. Estatuto que se agravava a cada dia e que o conduzia, numa estrada de único sentido, para uma situação de quase pária internacional.
Refez o caminho e a sua excelente relação com as suas ex-colónias estão aí hoje para provar que essa etapa tinha de ser terminada para dar origem a uma outra marcada pelo entendimento, respeito, diálogo permanente, passado comum e pragmaticas convergências cujo o expoente máximo é a CPLP.
Um forte abraço
Manuel Amante da Rosa

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Olá meu amigo do peito - Beja Santos.
Quando ainda estavamos na Guiné corria do Estado Maior, que:se entregassemos a Guiné e desviassemos este esforço de guerra para Moçambique, tinhamos o problema de àfrica resolvido.
Quem boicotou esta solução?
Quem matou o 3 Majores e o Amilcar Cabral.
Um Abraço amigo do Raposo

Anónimo disse...

Sobre o livro...não o li, nem sei se o virei a ler nestes tempos mais próximos.
Guardo a análise do Camarada Beja Santos, que é um profícuo devorador da escrita (e um incansável escritor), que depois resume com uma distinção e clareza.
Os meus parabéns.
Agora o que para mim mais me interessa é a transcrição de parte do relatório do falecido Cor Felgas onde ele advoga que deveriam ser usados em grande escala os "desfolhantes" para destruir o coberto vegetal e as culturas In.
Finalmente aparece algo a lembrar aquilo que escrevi num dos meus primeiros Postes, sobre a minha chegada a Bissau e ao encontro com o meu colega e nessa altura camarada de armas Covas Lima.
Abraços
Jorge Picado

Anónimo disse...

Mas que verdade histórica? Qual é o país que a tem? Qual foi o historiador que a utilizou? Não pode haver historiadores totalmente isentos, mesmo aqueles que metem a foice em seara alheia estão sujeitos ao seu país, ao seu nacionalismo ou à sua simpatia seja históricamente, ou geograficamente, só os portugueses são suficientemente estúpidos para porem os interessese dos outros países à frente do seu. Este defeito parece-me notar-se mais nos progressistas do que nos conservadores ou nacionalistas, mas não será isto apenas e só uma questão de inteligência? Eu acho que qualquer pessoa tem obrigação de zelar pelo património deixado pelos seus antepassados. Por incrível que pareça, quando eu soube na escola que os Infantes da Inclita Geração D. Henrique e D. Pedro tinham visões antagónicas para o desenvolvimento de Portugal
fui muito mais adepto do programa preconizado pelo D. PEDRO do que pela política expansionista de D. HENRIQUE. Mas de quem tive muita pena foi do Infante D, FERNANDO, apesar de lhe chamarem SANTO.(No fim de contas nós fomos todos um bocado infantes santos, pois cada um teve lá o seu martírio.)
Mas se á coisas que eu não compreendo, uma delas é a seguinte:
Depois de descobertos os arquipélagos da Madeira e dos Açores e depois os restantes territórios e as outras ilhas, porque é que a manutenção do Portugal Insular nunca causou a mesma reacção do Portugal Ultramarino?
Depois acabamos por descobrir o resto do mundo, mas como o Rei D. João II tinha de assinar o Tratado de Tordesilhas com os Reis Católicos de Castela, não interessava dar a conhecer aos outros o que nós já sabíamos, senão tinham de chamar batoteiro ao D. JOÃO II que foi um Principe e um Rei Perfeito.
Estou a ir tão atrás que é para mostrar a todos os manipuladores até onde se podia ir sem bússola naqueles tempos. Isto passa-se nos séculos XIV,X e XVI. A partir daqui até meados do século XX, não tivemos pessoas importantes na nossa História, pois que eu saiba nunca ninguém renegou as colónias ou o ultramar.Mesmo depois do fim da monarquia.Na républica não houve contestatários a não ser a partir das eleições do General Humberto Delgado nos finais dos anos 50 e ínicio dos anos 60. A partir daí a guerrilha que se começou a fazer ao poder instituído acabou por atingir os territórios ultramarinos.
Potugal sem as províncias ultramarinas ou colónias não vale quase nada e com os políticos que vieram depois do 25 de Abril é que não vale mesmo nada. Os Portugueses não precisam de livros ou do que quer que seja para terem saudades de antigamente, bastam as notícias actuais sobre a Educação, a Justiça e a Honestidade em geral e dos políticos em particular para que PORTUGAL seja eleito como"O EXEMPLO A NÃO SEGUIR". Portanto, não adiantará muito estarmos para aqui a derimir ideais já todos sobejamente conhecidos, quando os interesses em jogo são sempre os mesmos:PODER! Única e simplesmente poder! A partir daqui chamem-lhe o que quiserem (económico, politico, geográfico, bélico,..., e no fim de todos vem o sonho, que por vezes também consegue ser poder.)
Fala-se na crise de 70, em que todos ainda tinham emprego, e no patronato, hoje o patronato tem tudo a favor dele e continua a lamentar-se! Como é? 97% dos guineenses não falavam português, para que é que eles haviam de falar português uns com os outros? Aqui em Portugal é que é de lamentar que 40 ou 50% não soubessem falar português. Todos nós sabemos o que as grandes potencias queriam e querem "PODER". Portanto mesmo que PORTUGAL conseguisse reverter a situação a seu favor nunca conseguiria impô-la no terreno. Mas o que é curioso no meio desta discussão toda é que quer os nacionalistas, quer os progressistas já não passam é duns SAUDOSISTAS",pois já todos viram ao que os seus ideais tão nobremente defendidos levaram os africanos:"Miséria extrema que não sei como ainda não lhes hipotecou A ESPERANÇA DE VIVER".
Um grande abraço para todos do camarigo
ADRIANO MOREIRA - FUR. MIL. ENF.
CART. 2412 - BIJENE, BINTA GUIDAGE
E BARRO - 1968/70