Foto nº 1 > EUA > Nova Iorque > Queens > Dezembro de 2020 > Vilma e João Crisóstomo: "Merry Cristmas" para toda a Tabanca Grande e as suas tabancas federadas!
1. Mensagem de John Crisostomo / João Crisóstomo [ luso-americano, natural de Torres Vedras, conhecido ativista de causas que muito dizem aos portugueses: Foz Côa, Timor Leste, Aristides Sousa Mendes; Régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona; ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67): vive desde 1975 em Nova Iorque; é casado com a eslovena Vilma desde 2013; tem mais de 125 referências no nosso blogue]
Data . quinta, 10/12/2020, 10:27
Assunto - Natal e Fim de Ano 2020
Caro Luis Graça e bons amigos e camaradas,
Todos os anos a minha casa é a primeira na minha rua a aparecer toda enfeitada com as luzes de Natal. Tenho-o feito propositadamente como incentivo para que outros façam o mesmo e a vizinhança fique bonita e acolhedora…
Este ano, quando alguém me disse que, devido à situação pandémica, não ia pôr nenhumas luzes, eu discordei do raciocínio: exactamente, no meio de tantas razões para tristezas, há que encontrar e aproveitar tudo o que se apresente que nos "ajude a esquecer” essas tristezas e nos levante os espíritos. E que melhor do que a época de Natal e o fim de ano ?
Por isso a minha época de Natal este ano começou ainda mais cedo do que o costume: no dia 1º de Novembro , "Dia de Todos os Santos”, os enfeites e luzes de Natal na frente da minha casa estavam prontos (Foto nº 2, acima), para deleite de vizinhos e esporádicos passeantes que não deixavam de me manifestar a sua surpresa e satisfação…
Mas é sobretudo na parte traseira da minha casa que encontro maior satisfação (Foto nº 3, em cima), sobretudo agora que somos obrigados a viver quase isolados. Mas, se somos obrigados a viver isolados, mesmo daqueles que nos são mais queridos, isso não se aplica a outros amigos de longa data cuja amizade e presença nos alegram desde há muitos anos: esquilos, pardais, rolas, cardeais, pica-paus e outros bichinhos com quem,logo que mudei para aqui, comecei a fazer amizades.
Foto nº 4 > EUA > Nova Iorque > Queens > Dezembro de 2020 >
O quintal dos Crisóstomos: o céu da bicharada
Os meus amigos até chamam por vezes ao meu quintal “o céu da bicharada “..,Eu explico: logo desde o início comecei a dar de comida à passarada que sucedia aparecer no meu quintal. E pelos vistos eles começaram a passar a palavra uns aos outros pois cedo o meu quintal parecia ponto de reunião de pequenos alados, especialmente logo de manhã. (Foto nº 4, acima).
E com os alados vieram os esquilos e, de vez em quando, visitas de outros pequenos animais roedores como raccoons e possums que também não são maltratados. (Fotos nºs 5 e 6).
Foto nº 5 > EUA > Nova Iorque > Queens > Dezembro de 2020 >
O quintal dos Crisóstomos: refúgio de esquilos e de outros pequenos mamíferos como "raccoons" [, guaxins,] e "possums" [, gambás]...
Foto nº 6 > EUA > Nova Iorque > Queens > Dezembro de 2020 >
O quintal dos Crisóstomos: refúgio da passarada...
Porque o quintal é pequeno, sem espaço para plantação de árvores e coisas assim, veio-me à ideia pôr num canto uma pequena árvore seca que trouxe do parque, que servisse para poiso ou fácil "meio de aterragem" para a bicharada.
Foi um sucesso. Sabedores de que havia sempre algo para comer, mesmo no Inverno, eles não deixavam o lugar. Crdo reparei que a árvore era pequena demais para tanta demanda e comecei a acrescentar outros ramos para dar mais espaço…
Foto nº 7 > EUA > Nova Iorque > Queens > Dezembro de 2020 >
O quintal dos Crisóstomos: engenho & arte (1)
Foto nº 8 > EUA > Nova Iorque > Queens > Dezembro de 2020 >
O quintal dos Crisóstomos: enegnho & arte (2)
Os meus amigos, que muitas vezes me davam o prazer da sua presença, começaram a chamar a esta geringonça “a árvore frankenstein do João”. E há meses atrás, quando o meu vizinho cortou as várias árvores frondosas que tinha no seu quintal onde a bicharada, sobretudos esquilos, passavam a maior parte do seu tempo, eu, para que os bichinhos sentissem menos a perca, resolvi acrescentar mais uma e depois mais outras pequenas “árvores geringonças" no meu quintal: simples troncos a que ia acrescentando ramos, sem olhar sequer se condiziam ou não entre si e que fazem agora um engraçado " bosque frankenstein”. (Fotos nºs 7 e 8, acima)
Na falta de outro espaço para “plantar” as árvores, valeu-me o teto duma “arrecadação” que eu mesmo construi há anos atrás. O nosso “céu da bicharada” que conta agora com seis pequenas árvores, com "pontes aéreas" entre si, é para nós um espetáculo deliciante todas os dias, especialmente de manhã quando todos se apresentam para o rancho geral, o primeiro repasto do dia.
Que o diga o Rui Chamusco que perante "tanta rola junta, como nunca vi na minha vida”. não pode resistir e gravou em video o pequeno almoço dos bichinhos no meu quintal no primeiro dia que passou aqui no ano passado.
Foto nº 9 >Foto nº 1 > EUA > Nova Iorque > Queens >
Dezembro de 2020 > João e Vilma com o neto, a filha e o genro
Já o mesmo não sucede com a árvore de Natal que a minha filha montou em sua casa. Para que o meu neto não se sinta traumatizado com o isolamento completo, fomos convidados pela minha filha e aceitámos ir ajudá-lo a enfeitar essa árvore, como temos feito) em anos anteriores. A foto que tirámos então mostra esse feliz momento. (Fot0 nº 9).
A outra foto em que estamos, só eu e a Vilma, junto do pequeno presépio foi tirada em minha casa (Foto nº 1, em cima). Na falta de melhor cartão, aceitem este, com as palavras “Merry Christmas” entre nós, como o nosso cartão de Natal para todos os que não terei melhor maneira de contactar.
Apesar do pouco sucesso numérico, (não chegaram ainda a trinta aqueles a quem consegui falar pessoalmente ) foi para mim uma satisfação muito grande o poder cavaquear com estes meus amigos.
Uma coisa comum ( além da idade e das mazelas em maior ou menor grau que na nossa idade estão sempre presentes) foi a vontade de partilharem com os outros este sentimento de saudade e de bons desejos.
"Eh, pá, mas que surpresa ouvir a tua voz e ver que te não te esqueceste de mim"...e quando lhes dizia que tento sempre falar pelo telefone e que tinha muitos outros ainda a quem chamar , vinha quase sempre o pedido de uma mensagem : "Olha lá, João, então com que falares, não te esqueças de lhes dar (aos nossos amigos comuns) um abraço meu também".
Portanto, assim como eu na ilha da Madeira, em Portugal, na França, etc,, eu pedia àqueles a quem falava para partilharem o meu abraço com outros camaradas que eventualmente viessem a contactar e com quem eu não tinha conseguido falar, aqui fica este recado, um abraço de muitos dos nossos amigos comuns com quem falei para todos os que este leiam poste ou deste vierem a ter conhecimento.
Vejo com satisfação pelos postes de todos os dias, dos nossos editores e felizmente de tantos tantos mais ( não vou mencionar nomes pois por falta iria ser terrivelmente injusto como muita gente), as muitas e variadas contribuições de tantos camaradas e do interesse e intenção evidente de partilharem com outros os seus interesses e até as suas vidas.
Vejo com satisfação pelos postes de todos os dias, dos nossos editores e felizmente de tantos tantos mais ( não vou mencionar nomes pois por falta iria ser terrivelmente injusto como muita gente), as muitas e variadas contribuições de tantos camaradas e do interesse e intenção evidente de partilharem com outros os seus interesses e até as suas vidas.
Sei que o momento actual quase exige que alguém fale daqui com mais assiduidade. E, de alguma maneira, como residente em Nova Iorque, sei que o devia fazer. Tenho pena não saber responder a estas expectativas, que de vez em quando eu sinto existirem . É que ser-me-ia quase impossível falar sem deixar que políticas, crenças e opiniões pessoais, sempre muito subjectivas, mesmo sem eu querer se manifestassem. E eu sei bem que este blogue não é lugar para políticas e similares.
Mas dentro deste contexto de respeito permito-me partilhar algo que na minha opinião pode explicar e ajudar a compreender o momento em que vivemos, sobretudo aqui nos US.
A situação actual traz-me à lembrança uma conversa que presenciei, no ano 1977 se me não engano, entre Mrs Jacqueline Kennedy Onassis e o seu convidado de jantar nesse dia, ex-candidato à Presidência dos US em 1972, o Senador McGovern. Dizia a ex-Primeira Dama, Mrs Onassis, que a seu ver os Estados Unidos não se podiam comparar com a Europa, onde a acumulação de cultura de muitos séculos tinha resultado numa civilização a todos os níveis extraordinária. "Nós, os Estados Unidos, em comparação com a Europa atingimos e estamos já num estado de decadência sem jamais termos atingido uma verdadeira civilização".
Essa conversa ficou-me gravada para sempre. Lembro de na altura me ter dito para os meus botões que não era bem assim. Os Estados Unidos, achava eu, tinham uma civilização essencialmente baseada em valores materiais em que o dinheiro era tudo, muito diferente da europeia, mas de alguma maneira não era caso para se dizer que não tinham uma civilização.
Verifico agora que estava errado. O decorrer do tempo tem provado que a decadência é um facto real que, com altos e baixos, se tem agravado desde então. A falta em extremo de valores éticos, a existência de um egoísmo muito generalizado e uma ganância desenfreada têm impedido que uma verdadeira civilização tenha florescido nestas paragens, que por outro lado em muitos outros aspectos apresenta espetaculares conveniências.
Oxalá esta mentalidade egoísta desapareça em favor de mais senso comum e de maior respeito mútuo. Isto poderá ocasionar que as coisas mudem para melhor. E isso será bem possível, qualquer que seja o partido que traga estabilidade e consiga implantar nos Estados Unidos os valores éticos que estão na base de qualquer comunidade e que possibilitam a existência de uma verdadeira civilização.
De resto foi isso que transmitimos, eu e a Vilma em mensagem de 8 de novembro passado, em mensagem aos nossos amigos e familiares e que tinha por título "Um abraço de alívio de Nova Iorque":
(...) "Não quero deixar de partilhar o que eu e a Vilma sentimos e vivemos neste momento: a grande satisfação por irmos ter brevemente um novo Presidente. E alívio também, (...) por sabermos que estamos a chegar ao fim deste confuso e difícil trajecto que temos vivido nestes últimos quatro anos: uma experiência que parece ter tido repercursão e sido vivida de alguma maneira semelhante em muitas partes do mundo. Esperamos confiadamente que todos os habitantes deste nosso pequeno planeta terra que partilhamos, americanos e não americanos pelo mundo fora, possamos entrar brevemente num verdadeiro “Renascimento”, como sucedeu séculos atras após o período negro em que o mundo esteve mergulhado durante grande parte da Idade Média." (...)
Os meus votos calorosos e um grande abraço (e de minha esposa Vilma também ) para todos.
Nova Iorque, 10 de Dezembro de 2020.
João e Vilma Crisóstomo
Nota do editor:
Último poste da série > 9 de ezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21624: Boas Festas 2020/21: Em rede, ligados e solidários, uns com os outros, lutando contra a pandemia de Covid-19 (4): Da Lapónia sueca com... humor (José Belo)
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