Teresa Almeida |
1. Teresa Almeida [, foto à direita:
Hoje dia 31 de Maio de 2011, ao abrir o "site" UTW, li a triste notícia do falecimento da Sra. D. Cecília Supico Pinto*, grande Senhora, que lutou e deu a cara, por um ideal, o bem-estar dos nossos Soldados, tão jovens , e longe das suas Famílias, se encontravam numa guerra em defesa deste País. Estou muito abalada.
D. Cecília Supico Pinto foi a Mãe, mas sobretudo a Amiga, para todos os Combatentes que privaram com ela. Colocou em risco a sua própria vida, e uma das vezes teve um acidente em pleno mato, que ao longo da vida lhe trouxe grandes problemas de saúde. Era uma Mulher sem medos, determinada, fosse em lugar de risco, ou não, era preciso levar AMOR àqueles JOVENS.
Visitou os três Teatros de Guerra e a todos os Combatentes, levava, sempre, um carinho, um sorriso, uma lembrança. Os afectos que era to preciosos, naqueles momentos. E ela estava sempre presente, no meio dos nossos Rapazes.
Como Presidente do Movimento Nacional Feminino*, editou o AEROGRAMA, tão conhecido de todos nós, para facilitar a correspondência entre os Combatentes, e seus familiares.
Tive o privilégio, de a conhecer e de falar a "D. Cilinha", falava-me sempre da Guerra, e dos "seus Meninos", que tinha feito tudo, por eles, com muito Carinho e Amor.
Tenho a certeza que, no seu eterno descanso, junto de Deus, tem junto de SI, os Combatentes do Ultramar - "OS SEUS MENINOS". Não posso, nem devo esquecer, os meus sentimentos por esta Grande Senhora, que faz parte integrante da GUERRA DO ULTRAMAR.
Tinha tanto para dizer... mas. Foi muito agradável falar e conviver com a Sra. D. Cecília Supico Pinto. Já sinto a sua AUSÊNCIA.
Assim, quero, deixar aqui, o meu profundo sentir pelo falecimento desta tão GRANDE SENHORA
A todos os Combatentes, deixo também o meu profundo sentir, pela notícia
A TODOS QUE JÁ PARTIRAM, PARA JUNTO DE DEUS, E, ESTIVERAM NA GUERRA DO ULTRAMAR, A TODOS TENHO NO MEU CORAÇÃO.
ADEUS CILINHA
PAZ Á SUA ALMA
Da Amiga
Teresa Almeida
Zemba, Angola, 1974 > "Visita da Presidente do Movimento Nacional Feminino, Drª Cecília Supico Pinto
Foto e legenda: Quanto Mais Quente Melhor > Blogue do ex-Cap Cav Fernando Vouga, comandante do Esquadrão de Reconhecimento FOX 2640 — Bafatá, Guiné (1969/1971) (1). (Com a devida vénia...)
2. Jose Martins
Há noticias que, por muito que sejam esperadas, de certa forma nos custam a aceitar, já que em nós reside um resquício de imortalidade.
Todos temos a “nossa hora”, não sabendo apenas, como e quando chega.
O texto abaixo, retirado (com a devida vénia) da Wikipédia, lembra-nos uma mulher que, independentemente das ideias que tinha, sendo coincidentes ou divergentes com a nossa, fez parte da nossa vida, quer pessoal quer colectiva.
À sua maneira, foi uma mulher que esteve na guerra, ajudando os militares e suas famílias, no momento em que mais necessitavam.
Não conheci a D. Cilinha. Conheço o que fez através da “visão alheia”. Usei os aerogramas, a forma mais fácil de comunicar com a família, noiva e madrinhas de guerra. Se mais não fizera. Era suficiente.
Para Cecília Supico Pinto, a nossa gratidão e o nosso respeito. É mais uma Portuguesa que parte, pouco antes de festejar os 90 anos.
Descanse em paz e, que cada um de nós a recorde de acordo com o seu sentimento e forma de pensar.
© Foto retirada de ultramar.terraweb.biz.
Cecília Maria de Castro Pereira de Carvalho Supico Pinto (Lisboa, 30 de Maio de 1921 — 25 de Maio de 2011)[1], conhecida popularmente como Cilinha, foi a criadora e presidente do Movimento Nacional Feminino, uma organização de mulheres que durante a guerra colonial prestou apoio moral e material aos militares portugueses. Nesse cargo atingiu grande popularidade e uma considerável influência política junto de Oliveira Salazar e das elites do Estado Novo. Visitou as tropas em África e promoveu múltiplas iniciativas mediáticas para angariação de fundos.
(Com a devida vénia à Wikipédia)
José Martins
____________
Notas de CV:
(*) Sobre a D. Cecília Supico Pinto e o Movimento Nacional Feminino, vd. postes de:
18 de Dezembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2362: O Movimento Nacional Feminino no filme em DVD Natal de 71, de Margarida Cardoso, que recomendo (Diana Andringa)
9 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2514: Convite (2): Lançamento da biografia de Cecília Supico Pinto, a líder do MNF: 12 de Fevereiro, 18h30, na Sociedade de Geografia
11 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2524: Notas de leitura (7): Não se pode estudar a Guerra Colonial ignorando o MNF e a sua líder carismática (Beja Santos)
e
12 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2528: O papel do Movimento Nacional Feminino (1): Mais meritório no apoio às famílias dos soldados (Joaquim Mexia Alves)
Vd. último poste da série de 19 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8298: In Memoriam (80): Teresa Reis (1947-2011). A minha homenagem ao Humberto Reis (Mário Beja Santos)
22 comentários:
Caros camarigos
Morreu uma grande Senhora!
Conheci-a pessoalmente por diversas vezes, visto que a minha mãe foi dirigente do MNF em Leiria.
A mim não me interessam neste momento quaisquer ilações politicas ou outras, mas tão só olhar a mulher que dedicou a mior parte da sua vida aos soldados de Portugal e sobretudo das suas famílias.
Quem assim se dá em prol dos outros merece sempre a nossa bondade e o nosso elogio.
Que Deus a tenha no Seu descanso.
Um abraço camarigo para todos e também para ela, que à sua maneira era nossa camariga.
Amigos
Estou de acordo com o camarada Mexia Alves, enorme SENHORA. Eu conhecia também pessoalmente, quase todas as semanas a encontrava, junto ao antigo quartel do CIAAC de Cascais, morada da sua residencia.
As suas palavras eram sempre as mesmas, os seus rapazes combatentes, as suas viagens por África. Arriscou por diversas vezes a própria vida, e o pior, as grandes mágoas pelo desprezo a que foi sujeita ultimamente, pelos revolucionários de vão de escada, como ela dizia. Esses senhores nunca tiveram a valentia e coragem da grande Cilinha.
Paz á sua alma.
Rogério Cardoso, Cart.643-AGUIAS NEGRAS
Com a morte acabam-se as (pequenas) merdas que nos separam em vida... Estava fora de questão o nosso blogue ignorar esta notícia... O blogue tem de estar cima das nossas eventuais simpatias ou antipatias...
Os editores têm de ser os primeiros dos membros do blogue a dar o exemplo de isenção, imparcialidade, objectividade, verdade... mesmo sabendo que não somos um "órgão de informação" nem somos "jornalistas"...
Eu, pessoalmente, nunca escrevi uma aerograma, mas não posso ignorar que o MNF tinha cerca de 80 mil voluntárias, 300 mil madrinhas de guerra, e distribuía 32 mihões de areogramas por ano...
Não tenho naturalmente a mesma autoridade moral do Joaquim Meixas Alves para falar de uma pessoa que não eu conheci, mas também não posso ignorar que esta mulher foi poderosa no seu tempo e teve um papel político de relevo durante a guerra colonial...
Há 4 referências à Cecília Supico Pinto, no nosso blogue... Temos este marcador:
http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Cec%C3%ADlia%20Supico%20Pinto
Temos dez sobre o MNF:
http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Movimento%20Nacional%20Feminino
Devo dizer que até gostei de ler a biografia sobre a Cilinha feita pela Sofia Espírito Santo... Achei um trabalho de investigação intelectualmente honesto... Há mulheres notáveis no Estado Novo. Não sei se será o caso da Cecília Supico Pinto. Deixemos à história e aos historiadores o papel de avaliarem a grandeza relativa de cada um protagonistas de cada época, neste caso a nossa...
Quer se tenha gostado ou não desta figura pública, a Cilinha fazia parte do nosso imaginário... E mais do que isso, foi uma das muheres que "também foi à guerra"... Inclusive, terá sido ferida, na perna esquerna, em fevereiro de 1974, por estilhaços provocados pelo rebentamento de uma mina, na Guiné. "Deste incidente ficou-lhe o ligeiro coxear que a idade acentua, e a marca traumátcia que a irmana com centenas de ex-combatnetws que guardam feridas da guerra repartidas pelo corpo e pelo espírito" (escreveu a sua biógrafa, p. 119...)
Como ex-Combatente,embora nunca tenha sido visitado pelo MNF nem o tipico isqueiro e maço de tabaco na hora da partida quero reconhecer que foi um exemplo de boa vontade e generosidade que esta Sra. deu,podia muito bem ficar alheia no aconchego do lar,não foi lá,arriscou,Cilinha onde quer que esteja os seus rapazes lembram-se de si.
José Nunes
BENG 447
BRÁ,68/70
Independentemente das suas ideias, dos seus ideais, foi uma SENHORA que minimizou a estadia dos nossos Soldados na Guerra de África, e se não estou em erro ela visitou Pirada e Bajocunda antes do Natal de 1973, eu ainda guardo um disco de viníl que ele me ofereceu. Quero aqui deixar a minha Homenagem há Dona Cecilia pelo que fez por nós. Há Família os meus Sentimentos, e que Deus a guardo.
Amilcar Ventura
Independentemente do que representavam,deve-se sentir profundo respeito por aqueles,como esta Senhora,que em algo acreditavam,para além dos confortos que as suas posicöes privilegiadas na sociedade de entäo lhes poderia permitir.Podia-se ter remetido a confortável alheamento,mas...näo o fez!Procurou sempre usar as muitas influências de que dispunha aos mais altos níveis ( o próprio Salazar) para tentar minorar necessidades prementes dos soldados em guerra.Retirar a importância do seu contributo humano, em análises com outras perspectivas,seria,quanto a mim,para além de injusto...muito pobre.
Embora "interna", esta mensagem do nosso camarada (e conselheiro) Helder Sousa merece ser divulgada aqui (Espero que ele não me leve a mal o abuso...) (LG):
Bom dia, caros amigos e camaradas
Sim, não parece haver inconveniente em fazer-se referência a esta 'efeméride'.
Para todos os efeitos trata-se de uma pessoa que se empenhou activamente em ajudar os outros e, independentemente da sua perspectiva sobre a situação que motivou afinal a existência da sua acção, a verdade é que para muitos foi uma referência na ligação aos familiares afastados.
Acresce ainda o facto de que, à semelhança do que se passa e motiva as queixas de muitos "ex-combatentes", acabou quase também no anonimato, com pouca referência mesmo daqueles que lhe eram mais próximos.
Abraços
Hélder S.
Mensagem (interna) de outro conselheiro:
Qual o problema?
Esta Senhora foi IMPORTANTE para os militares Portugueses. Merece respeito e a Sua Morte deve figurar num Blogue como este, o "nosso".
Torcato Mendonça
Outra opinião, a do nosso "conselheiro" José Manuel Dinis:
É incontornável: essa senhora idealizou um movimento solidário entre as mulheres portuguesas e os jovens mobilizados para a guerra. Não vem ao caso discutir se o movimento desempenhou cabalmente ou não os propósitos, se foi ou não utilizado como instrumento político. A senhora revelou-se inquieta com o destino da nossa juventude, e isso já tem significado e relevância.
Abraços
JD
Camaradas, a nobreza do comentário do nosso camarada José Belo teria sido mais do que suficiente para que as mensagens dos conselheiros,aliás todas elas eivadas de sensatez,não fossem publicadas!
Dá-me a ideia que se eles dissessem não a notícia da morte da senhoara Supico Pinto não teria aparecido no Blogue, o que constituiria omissão a merecer reparo.Esteve ligada, à sua maneira, à nobre tentativa de minorar as agruras que todos nós passámos.
Não se trata de sermos ou não jornalistas, trata-se como foi afirmado, de dar a conhecer a todos os combatentes da Guiné a morte de alguém que esteve ligada à guerra colonial prestando o seu contributo humano e deslocando-se ao terreno, ao contrário de outros papagaios enfatuados que sempre nos viraram e viram as costas.
Seria uma injustiça que a notícia da sua morte não fosse dada à estampa num Blogue de referência como é o nosso.
Vasco Augusto Rodrigues da Gama
Caros Camarigos
Saúdo a nossa Tabanca Grande e os seus editores por terem a sensibilidade para não ignorarem esta notícia, prestando homenagem a esta Senhora.
Satisfaz-me pensar que todos os que aqui disseram de sua justiça, o fizeram porque sentiram que aquela mulher, em muitos momentos, mesmo correndo risco de vida, foi, com a sua presença, uma voz amiga dos combatentes portugueses em África.
Que Deus a guarde e dê paz à sua alma.
Luís Dias
Querido Vasco:
O nosso blogue vive dos "contributos" dos seus membros, da iniciativa de todos e de cada um... São eles que nos alimentam...
Os editores vão procurando estar atentos ao que se passa à sua volta, e sobretudo àquilo que possa ter relação com o nosso "core business" (Guiné, 1961/74)...
Feliz ou infelizmente, temos muitas outrs coisas para fazer. Repito, não somos jornalistas nem temos dinheiro para pagar a Agência Lusa, para nos fornecer "notícias". Foi pela louvável iniciativa do José Martins, nosso "colabirador permanente", que soubemos da notícia da morte da Cecília Supico Pinto.
Quanto aos nossos "conselheiros", fazem-nos, de tempos a tempos, o favor de responder a dúvidas de interpretação das nossas próprias regras. Mais nada. Não se pense que são uma "comissão de censura"... O seu único privilégio é o do poder "apagar comentários", coisa que de resto é felizmente rara no nosso blogue...
Um abraço. Até Monte Real. Luis
Cilinha:
Conhecemo-nos em 1969 em Cuimba, Angola. Eu estava de camuflado, e todo sujo de pó, fizemos uma pequena coluna para a cumprimentar. A grande Cilinha estava de botas, de camuflado ostentando orgulhosamente as divisas de 1º cabo, era jovem estava linda acompanhada da sua ajudante de campo. Tinha acabado de desembarcar de uma DO27. Algumas das suas palavras guardo-as no meu coração
” … rapazes trago-vos um abraço das vossas mães, das vossas mulheres, das vossas namoradas, dos vossos filhos …”
Esteja onde estiver, até sempre.
António Brandão
Já enviei aquilo que penso ser neste momento para uma Mulher Portuguesa.
Se não der, fica aqui o meu abraço a todos estes grandes Tabanqueiros que reconhecem o valor Humano,
Até dia 4!
Um abraço,
Mário Fitas
Num tempo em que poucos tinham voz, merece especial relevo a sua actuação perante as nossas tropas, em pleno TO.
Conseguiu fazer chegar uma mensagem de esperança, aos que pouca esperança tinham, mau grado, fosse ou não fosse, afecta ao regime em vigor.
Mostrou que se preocupava com o que se passava no País, e , quem nos diz, que não enfrentou oposição e fez valer os seus pontos de vista?.
Como diz o ditado:"Se não podes com eles, junta-te a eles"
Talvez tenha sido o única forma de poder fazer o que fez, e , depois, quem somos nós para julgar?
Acredito na consciência de cada um, e desejo que a referida Sra. possa descansar em Paz.
Não tenho dúvidas de que a sua intenção tenha sido a melhor.
Felismina Costa
Boa noite
Quando alguém que nos deu tudo a troco de nada desaparece por norma costumo dizer " OS BONS NÂO MORREM
AUSENTAM-SE ", esteja onde estiver CILINHA continue, como sempre fez a olhar por nós, o meu sincero obrigado por tudo o que fez por todos os jovens que tiveram a honra de defender a n/ Patria chegando por vezes a por em causa a sua integridade fisica.
Agora irá finalmente ter o descanço merecido já que em determinada altura foi por alguns energumeros insultada e vaiada.
DESCANCE EM PAZ
Antonio Barbosa- GUINE 73/74
Em fev/74, visitou Gadamael
Não gostei da forma como se apresentou,e como se comportou durante as duas horas que aí permanaceu.
Fui insolente com a Sra. quando me veio oferecer os célebres "disco+maço de tabaco".
Não nutria nenhuma simpatia pela Sra, mas reconheço que foi uma figura incontornável da nossa história.
Lamento a sua morte, e que me desculpe.
C.Martins
MORREU A CILINHA
Por motivos pessoais estive fora de casa nos últimos dias de Maio . A falta do computador portátil levou-me a tomar conhecimento do falecimento de Cecília Supico Pinto com algum atraso.
A postagem 8350 e os 17 comentários impressionaram-me fortemente e fizeram-me recordar um dia importante da minha vida. O dia em que conheci a Cilinha.
Já lá vão uns bons 30 anos mas recorda-me como se fosse hoje.
Trabalhava então na Fábrica de Porcelanas SPAL, em Alcobaça, e vindo do Sector Fabril avistei na entrada da Sala do Mostruário uma figura que, à distância, me pareceu ser familiar e que perguntava qualquer coisa à telefonista. Aproximei-me e percebi que a senhora em causa, de uma certa idade, pretendia comprar um serviço de chá (ou café). A telefonista Susana com a simpatia que lhe era habitual informava que a Fábrica não atendia público. Teria que se dirigir a uma loja para o efeito que pretendia.
Parei e reconheci a senhora. Era a Cilinha Supico Pinto. Disse-lhe que era o responsável comercial da Empresa e que no seu caso iríamos abrir uma excepção.
«Porque a Senhora visitou em tempos a minha Companhia no norte da Guiné. Em Binta. A Companhia 675 do Capitão Tomé Pinto, que pertencia do Batalhão 490, do Ten.Coronel Fernando Cavaleiro».
«Eu fui um dos seus rapazes combatentes. E a minha Mãe, Maria Fernanda Oliveira, tinha pertencido em Alcobaça ao MNF em meados da década de 60.»
Não mais esquecerei o seu sorriso e o seu abraço.
Estou a escrever de lágrimas nos olhos.
Devo a essa Grande Senhora este momento de ternura e de saudade.
Bem hajam os Homens Grandes do nosso blogue por terem prestado à Dª.Cecília Maria de Castro Pereira de Carvalho Supico Pinto esta merecida e sentida homenagem.
Aceitem um abraço de gratidão do
JERO
Gostei Jero!
Como dos outros também!
Um grande abraço
Camaradas
Gostei de todos, especialmente do JERO, pelo seu enorme testemunho de gratidão.
Também um abraço ao C.MARTINS, pela demonstração de humildade, nas suas desculpas.
Bem hajam
Voltando ao JERO, penso que gostarás de saber, que o Cor.Fernando Cavaleiro-Com. do Bat.Cav.490, juntamente com a sua esposa, residem no Lar do IASFA, no Complexo Social de Oeiras.
Rogerio Cardoso
Cart.643-AGUIAS NEGRAS
Caros combatentes:
Sobre esta Senhora, quero referir que apenas a conheci em Julho de 2005, quando fui encarregado pela revista "Combatente" da Liga dos Combatentes, de a entrevistar quando estava com baixa no Hospital de St Maria. Além de ter sido publicada nessa revista, também faria parte do conteúdo do livro "A Mulher Portuguesa na Guerra (...)"/2008, editado por aquela Liga.
Desse texto realço aguns pontos importantes, nomeadamente em relação às suas diligências sobre a solução de problemas dos combatentes.
Sobre os aerogramas afirmou: "De facto foi o MNF a fazer todas as edições dos aerogramas. Conseguimos a isenção da franquia postal, mas também nos disseram que tal apenas podia ir para a frente se fossemos nós a tomar conta do desenvolvimento desse projecto. Nessa altura tinhamos apenas mil e quinhentos escudos em caixa, mas, através da venda de publicidade nos próprios aerogramas, conseguimos editar milhões de exemplares. Vendíamos ás famílias a vinte centavos, sendo grátis para os militares. Nessa época arcámos com toda a responsabilidade e as despesas inerentes."
Sobre as trasladações dos militares falecidos afirmou:
"(...) Recordo que havia uma lei em relação à Guiné, em que o militar, antes de seguir para lá, tinha que assinar um documento onde afirmava que, em caso de morte, a família tinha que se ocupar da trasladação do corpo para o Continente. Telefonei ao Ministro Silva Cunha e disse-lhe: «Eu tenho aqui um documento que diz isto e eu não posso acreditar que seja verdade». Respondeu-me «Mande imediatamente esse papel!». Assim foi, e nunca mais tal sucedeu. (...)"
Sobre as suas idas à Guiné, disse: "(...) Cheguei a ir uma quatro vezes a Madina do Boé, a Buruntuma, a Nova Lamego e a muitas outras zonas de combate. Nunca virei a cara e posso andar em qualquer sítio de cabeça bem levantada. (...)"
Cecília Supico Pinto ainda deu mais uma entrevista em 2008,que foi publicada na revista do Expresso, em 16 de Fevereiro.
Com estes destaques pretendi, nesta sua despedida, homenagear o grande esforço despendido por esta Senhora no apoio aos combatentes do Ultrama.
Que descanse em paz!
Cor. Manuel Bernardo
PARABÉNS A AMBOS ANIVERSARIANTES !
UM "XI" ESPECIAL PARA LUÍS GRAÇA, PELO CONHECIMENTO PESSOAL !
CUIDEM-SE!!!
AQUELE ABRAÇO
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