quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Guiné 63/74 - P11092: Álbum fotográfico de Abílio Duarte (fur mil art da CART 2479, mais tarde CART 11/ CCAÇ 11, Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paúnca, 1969/70) (Parte II)


Guiné > Zona leste > CART 11 (Nova Lamego, Paunca, 1969/1970) > S/l  []Paunca ?] > "Eu, dentro do possível, fazendo psico"



Guiné > Zona leste > CART 11 (Nova Lamego, Paunca, 1969/1970) > Lendo a revista brasileira "O Cruzeiro", na "nossa messe em Nova Lamego, decorada pelo furriel Pechincha".




Guiné > Zona leste > CART 11 (Nova lamego, Paunca, 1970) > "O obus de Paunca".



Guiné > Zona leste > CART 11 (Nova Lamego, Paunca, 1969/1970) > "Refrescando-me no SPA de Paunca"... [O depósito de água é um bidão de gasolina da SACOR, Bissau]



Guiné > Zona leste > CART 11 (Nova Lamego, Paunca, 1969/1970) > "A nossa cozinha em Paunca".

Fotos (e legendas):  © Abílio Duarte (2013). Todos os direitos reservados.


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do Abílio Duarte, ex-fur mil art da CART 2479 (mais tarde CART 11 e finalmente, já depois do regresso à Metrópole do Duarte, CCAÇ 11, a famosa companhia de “Os Lacraus de Paúnca”) (Contuboel, Nova Lamego, Piche e Paúnca, 1969/70) (*).

Esta companhia foi "constituída por soldados de 2ª linha, provenientes da evacuação de Madina do Boé, Cheche e Beli, ao sul do Rio Corubal", de etnia fula, segundo nos explica o Abílio Duarte. Os quadros, metropolitanos foram originalmente os da CART 2479. Em novembro de 1970, passou a designar-se CART 11 e um ano mais tarde CCAÇ 11.

A instrução militar dos futuros soldados da CART 11/CCAÇ 11 foi dada em Contuboel, em simultâneo com os da futura CCAÇ 12 (neste caso, soldados do recrutamento local, originários dos regulados de Badora e Cossé). A instrução básica a estas praças africanas foi dada pelos quadros da CART 2479, de 12 de Março a 24 de Maio. A cerimónia do Juramento de Bandeira realizou-se a 26 de Abril.

Em 2 de junho de 1969, rumámos (eu e o resto da CCAÇ 2590), de Bissau para Contuboel (via Xime, Bambadinca, Bafatá) para dar a instrução de especialidade aos futuros soldados da CCAÇ 12. Recordo-me que os os exercícios finais da instrução de especialidade decorreram entre 6 e 12 de Julho, a 10 km a norte, ainda em farda nº 3 (, Só mais tarde chegariam os camuflados). Tivemos a honra da visita, demorada, do ainda então brigadeiro António de Spínola que se foi inteirar pessoalmente dos progressos da sua "nova força africana".  Aliás, ele visitou-nos mais do que uma vez e foi por sugestão sua que fomos colocados em Bambadinca.

Em 18 de julho de 1969, a CCAÇ 2590/CCAÇ 12 é colocada no setor L1 (Bambadinca). E, por essa altura, a CART 2479/CART 11 ruma mais para leste, ficando em Nova Lamego.

Sobre a CART 2479, há ainda a dizer o seguinte: mobilizada pelo RAL 5, partiu para o TO da Guiné em 18/2/1969.  Foi extinta em 18/1/1970, para dar origem à CART 11. Passou por Contuboel, Bissau, Contuboel, Piche, Nova Lamego e Piche. Comandante: cap mil art Analido Aniceto Martins.

Tudo isto para dizer que estivemos juntos, eu e o Abílio Duarte, em Contuboel, entre 2 de junho e 18 de julho de 1969. Desse tempo, e das minhas relações de amizade, era também o Renato Monteiro,  o famoso "homem da piroga" (que acabou por ser transferido  da CART 2479 para a CART 2520, Xime, 1969).  Foi graças ao nosso blogue que eu reencontrei o Abílio e o Renato... O Abílio é meu vizinho, da Amadora, e foi colega de trabalho, no BNU, do José Carlos Lopes, nosso grã-tabanqueiro nº 604, o fur mil dos reabastecimentos do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70). O Renato mora perto do meu local de trabalho, no Lumiar...Como se vê, o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande! (LG).

PS - Outros quadros da CART 11/CCAÇ 11, de rendição individual, e de épocas posteriores:

Jaime Antunes (de novembro de 1970 a setembro de 1972) + Reis Pires (este, oriundo de Cabo Verde)

Adriano Neto  (de julho de 1972 a dezembro de 1973) + Ribeiro

J. Casimiro Carvalho (Junho/agosto de 1974)

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4 comentários:

Arménio Estorninho disse...

Camarigo Abílio Duarte, Saudações Guinéuas.

Somos contemporâneos da Guiné (Ccaç.2381 - 1968/70.

Como nota de lembrança temos, o recordar de que usamos um relógio idêntico "Caunymatic, 24 Rubis, Incabloc, 210M, Swiss e com marcador bi-horário diurno e nocturno."
Relógio este que ainda funciona, em que na eventualidade de quando necessário ainda lhe dou uso e fazendo a curiosidade deste belo "ronco" que custou 750$00 "pesos."

Com Um Abraço
Arménio Estorninho



Anónimo disse...

Olá, agradeço o comentário.
Já não me lembro das caracteristicas do relógio, mas recordo que o comprei quando cheguei a Bissau, na Casa Pintosinho.Já não o tenho, porque foi uma das várias lembranças, que deixei aos soldados da minha secção.Mas era bom e durou toda a minha comissão.
Com Abraços. Até sempre.
Abílio Duarte

Hélder Valério disse...

Caro camarada Abílio Duarte

Na legenda da 2ª foto está escrito "Lendo a revista brasileira "O Cruzeiro", na "nossa messe em Nova Lamego, decorada pelo furriel Pechincha".
Ora bem, quem era 'esse' furriel Pechincha?
A pergunta deve-se a que quando cheguei à Guiné, em Novembro de 1970, fiquei alojado num quarto em Santa Luzia ocupado por três furriéis, dois amigos de Vila Franca e o terceiro era um tal Pechincha que tinha feito parte dos quadro duma 'companhia nativa' e que por aquele tempo desempenhava uma função qualquer no QG, na Amura.
Será o mesmo Pechincha? O nome não é assim tão vulgar...
O que eu refiro era, antes da incorporação,e ao que me foi dito, desenhador na Câmara de Lisboa e vivia em Moscavide.

Abraço
Hélder S.

duarte.oiliba.abilio@gmail.com disse...

Olá Helder,
è esse mesmo o Pechincha que eu refiro,era o Furriel de Op. Especiais, da Escola de Lamego, e eramos os dois do mesmo pelotão, desde Penafiel até N. Lamego.
Só que o malandro era desenhador, e quando chegamos ao Gabú, deram-nos o Quartel de Baixo, Como era conhecido na altura.Como aquilo estava abandonado, e não tinha muitas condições, o nosso Capitão, desafiou-o a fazer uns desenhos para as casas de banho e outras, para quando fosse a Bissau, ir ter com o padrinho dele ,que era o Cor. Robin de Andrade, para arranjar uma cunha e ter materiais de construção para nós fazermos as obras.O que aconteceu, foi que os desenhos eram tão bons, que o Pechinca foi para Bissau, e nunca mais voltou.Mas os materiais vieram.A seguir souberam que o meu Alf. comdte. de pelotão era Engº. Civil, e foi também para os reordenamentos, e também nunca mais voltou.Nem Foram Substituidos.Estás a ver o filme não estás.O mais giro desta foto, mas não se consegue ver, é que o Pechincha nos seus desenhos punha os bonecos com frases do Spinola, e a nossa preocupação, era que se aparecesse o Spinola, e termos sempre uma brigada pronta para a apagar as bocas do Pato Donald e companheiros. É esse Pechincha que conheces-te em Bissau, e garanto-te que era um artista, aí lá se era.
Um Abraço.
Abílio Duarte