segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Guiné 63/74 - P13699: História do BART 3873 (Bambadinca, 1972/74) (António Duarte): Parte XIII: fevereiro de 1973: (i) a população sob nosso controlo não gostava da "psícola"; corruptela de "ação psicológica"; (ii) operação de envergadura na península da Ponta do Inglês, com 5 mortos confirmados do IN e 7 feridos da CCAÇ 12, todos da secção do fur mil Duarte


Guiné > Zona Leste > Setor L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > A helievacuação de feridos em Madina Colhido, no regresso ao Xime ... É uma imagem que se repetia  ao longo dos anos, sempre ou quase sempre que havia  operações à península da Ponta do Inglês. Desde a sua formação, em julho de 1969 e até à sua extinção, em agosto de 1974,.  a CCAÇ 12, subunidade de intervenção, esteve  às ordens de pelo menos 3 batalhões sediados em Bambadiinca: BCAÇ 2852 (1968/70), BART 2917 (1970/72) e BART 3873 (1973/74)... Depois de dar e  levar muita "porrada", a CCAÇ 12 foi guarnecer o aquartelamento do  Xime como subunidade de quadrícula, em meados de 1973, quando a CART 3494  foi colocada em Mansambo, subsetor que aparentemente se tornou-se, nesta altura (1972/74)  mais calmo do que no meu tempo (1969/71) e no tempo do Torcato Mendonça e do Carlos Marques dos Santos (CART 2339, 1968/69).

Foto: © Arlindo T. Roda (2010). Todos os direitos reservados [Edição: LG]



1. Continuação da publicação da história do BART 3873(Bambadinca, 1972/74), a partir de cópia digitalizada da história da unidade, em formato pdf, gentilmente disponibilizada pelo António Duarte.

[António Duarte, ex-fur mil da CART 3493, companhia do BART 3873, que esteve em Mansambo, Fá Mandinga, Cobumba e Bissau, 1972/74; foi voluntário para a CCAÇ 12 (em 1973/74); economista, bancário reformado, foto atual à esquerda].
O grande destaque do mês de fevereiro de 1973, a seguir à  morte de Amíolcar Cabarl (1924-1973)   vai para:
(i) É a a época das queimadas, feitas em grandes extensões tanto pelas NT como pelo IN;

(ii) A população sob nosso controlo não gosta da expressão "psicola"; corruptela de "ação psucológica";

(iii) Na Op Bate Duro (de 25, às 5h30, a 27 de fevereiro de 1973, às 15h00), no susetoro do Xime (Ponta Varela / Ponta do Inglês / Ponta João Silva / Poidom), envolvendo forças da CCAÇ 12 (3 gr Comb), CART 3494 (3 Gr Comb) e ainda os GEMIL 309 e 310 (Enxalé),  o IN soferu 5 mortos confirmados; foi, semdúvia, um  dos palcos, a península da Ponta do Inglês, um dos palcos  mais sangrentos da história da guerra colonial (ou da guerra de libertação) no TO da Guiné;

(iv) Nesta operação de patrulhamento ofensivo,  emboscadas e montagem de armadilhas, a CCAÇ 12 teve 7 feridos, todos da secção do António Duarte  (que era a da bazuca); o Duarte não participou nesta operação  por estar de férias em Bissau, mas deixou esta nota, a vermelho, na cópia do exemplar  hsitória da unidade que nos mandou,

Fevereiro de 1973: operação de envergadura na região da Ponta do Inglês / Poindom, com 5 mortos confirmados do IN e 7 feridos da CCAÇ 12.





















(Continua)



Guiné > Zona Leste > Croquis do Setor L1 (Bambadinca), que coincidia em parte com a antiga Zona 7 do PAIGC (margem direita do Rio Corubal) > 1969/71 (vd. Sinais e legendas). 

[Veja-se a localização do Ximer, Ponta Varela, Poidom  e Ponta Lu+is, topónimos acima referidos. No Arquivo Amílcar Caberal, Ponta do Inglês e  Ponta Luís Dias são sempre referiidas como Gã Dias e Gã Carnês ou Garnes.Grande parte da população (balanta) que vivia na Ponta do Inglês e  na Ponta Luís Dias tinha fugido de Samba Silate, perto de Nahbijões,  no início da guerra] (LG)

7 comentários:

Luís Graça disse...

O termo começou por ser usado por nós, como forma económica (e brincalhona) de dizer "ação psicológica"...

Na realidade, ninguém sabia muito bem o que era fazer "ação psicológica"... Para muitos militares, que eram obrigadoa a fazer a guerra, de manhã, e à tarde, melhorar o sistema de autodefesa das tabancas ou levar os sacos de mancarra até ao porto de Bambadinca, havia um problema de ambiguidade e até de conflito de papéis...

Não me parece que os nossos aliados e outros usassem o palavrão, intraduzível em crioula... "Psícola" fazia parte da gíria do quartel... Pelo menos, no meu tempo, em que o p+rojeto da "Guiné Melhor" começou a ganhar raízes... Em março de 1969, ainda o general Spínola pensava que podia ganhar a guerra com grandes operações de limpeza, de 10 dias, 2 agrupamentos, e mais de mil e muitos efetivbos, entre operacionais e carregadoers, civis...

jpscandeias disse...

Estive presente nas duas operações realizadas em Fevereiro. Embora já tivesse feito o batismo de fogo em Cabuca, na mata foi a primeira vez. Saímos de Bambadinca logo a seguir ao pequeno almoço. Embarcamos nas Berliet e lá fomos em direção ao Xime. Chegados lá formamos por ordem, o 1º, 2º,3 e 4º, de que eu fazia parte, junto a rede onde havia uma pequena porta de saída para a mata.
Partimos paralelamente ao Geba e na direção da foz. Devemos ter caminhado cerca de uma hora e tal quando a companhia foi atacada. Começamos a avançar em passo de corrida e ao fim de algum tempo perdi o contacto com o homem da frente, decidi abrigar-me atrás de um bagabaga. As saídas de morteiro eram frequentes e o espaço de tempo entre a saída e o rebentamento foram os momentos de maior tensão, pelo meio fogo de armas ligeiras. Foi pedido para os obuses do Xime baterem a zona, quase em simultâneo tivemos apoio aéreo dos Fiat.
Fizemos o regresso, em passo de corrida nas clareiras, até ao Xime, onde a Berliets estavam a nossa espera e nos trouxeram de regresso a Bambadinca. Quando chegamos junto ao edifício em U, muitos camaradas do batalhão estavam à nossa espera e olhávamos com surpresa e estupefação. A operação no total deve ter demorado umas 4/5 horas.
Tomei um banho e fui-me deitar. Adormeci profundamente. Um camarada disse-me que tinha sonhado alto, não me recordei de nada. Curiosamente não se falou, formalmente, mais sobre o assunto e vida continuou rotineira até ao segundo contacto uns dias depois.
João Silva Furriel Mil At. Infantaria C.Caç 12.
António Duarte estivemos lá.

Valdemar Silva disse...

Mais uma fotografia arrepiante.
É (foi) extraordinário como tantos de nós, também, estiveram lá.
Nós utilizávamos um termo mais fácil só 'psíco'

Valdemar Queiroz

Luís Graça disse...

Na sequência de uma conversa ao telefonme com o António Duarte, impõe-se fazer uam correção e dar mais esclarecimentos;:

(i) o António Duarte não foi voluntário para a CCAÇ 12, foi momeado;

(ii) Foi nomeado, presumo que por ordemk do comando do BART 3873, em novembro de 1972;

(iii) frequentou em Bolama um curso de 15 dias, destinado a alferes e furriéis de companhias africanas; foi dado pelo então major (?) Mota Freitas; o objetivo é dar os "usos e costumes" dos povos da Guiné, cvom destaque para fulas e balantas, e ajudar os graduados a mnelhor enquadrar e comandar os soldados do recrutamento local;

(iii) ainda fez umas férias, sendo depois colocado em janeiro de 1973, na CCAÇ 12;

(iv) pertenceu ao 3º pelotão;

(v) pertence á 3ª geração da CCAÇ 12, onde esteve me rendiação indvidual depois de deixar a CART 3493 (Mansambo);

(vi) em março de 1973, a CCALÇ 12 passa à quadrícula, substituindo a CART 3494 que estavca no Xime e que é colocada em Mansambo...
(vii) na CCAÇ 12 estuve com outros furriéis, o João Silva e o Sucena Rodrigues (este nosso grã-tabanqueiro); pedi-lhe para convencer o João Silva a aceitar o meu convite para se sentar à sombar do poilão da Tabanca Grande;


(viii) E, por fim, quem escreveu a história do BART 3873 foi o alf mil José Gamboa Gonçalves Dias que, segundo percebi, esteve no Xitole (CART 3492).

Luís Graça disse...

1. José Maria Gamboa Gonçalves Dias.. Confirmo o nome, alf mil que pertenceu originalmente à CART 3492 que esteve aquartelada no Xitole... Deve ter embarcado com o nosso grã-tabanqueiro Joaquim Mexia Alves...


Para ter escrito a história da unidadem, deve ter estado na sede do batalhjão, em Bambadinca, umas larags semanas antes de terminar a comissão.

Vd. poste de 11 DE JULHO DE 2007

Guiné 63/74 - P1944: Composição inicial da CART 3492/BART 3873 (Xitole, 1972/74) (Artur Soares)

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2007/07/guin-6374-p1944-composio-inicial-da.html


2. Em 1981, o Licenciado José Maria Gamboa Gonçalves Dias era elegado da Direcção Regional do Trabalho da Horta, Açores.

Anónimo disse...

ntonio Duarte
7 out 2014 21:03

O Alf Gonçalves Dias logo no início da comissão foi para Bambadinca, por troca com um outro alferes da CCS, que era de operações especiais de nome, salvo erro Rodrigues. O Mexia Alves saberá melhor o tema.

Abraços
Duarte

Anónimo disse...

ntonio Duarte
7 out 2014 21:03

O Alf Gonçalves Dias logo no início da comissão foi para Bambadinca, por troca com um outro alferes da CCS, que era de operações especiais de nome, salvo erro Rodrigues. O Mexia Alves saberá melhor o tema.

Abraços
Duarte