Excerto de um ficheiro em formato pdf donde consta o nome de Tina Kramer, autora de uma comunicação ou sessão, no dia 29 de Abril de 2010, sob o título (em alemão) "Guiledje – vom Militärstützpunkt zum Austauschforum der Erinnerung in Guinea-Bissau" (o que traduzido para português, quer dizer mais ou menos, "Guileje, de aquartelamento militar a fórum de troca e partilha de memórias na Guiné-Bissau")... Seminário de verão 2010, Colóquio sobre África, organizado pelo Instituto de Etnologia (até 2008, Etnologia Histórica) da Universidade de Frankfurt, sob a direcção do Prof Mamadou Diawara. O colóquio prolongou-se até meados de Julho.
1. Sigo a sugestão do nosso co-editor Carlos Vinhal:
Luís, era engraçado publicares este comentário tal como chegou, sem as devidas correcções de português. Ab. CV.
2. Comentário, com data de hoje, de Tina Kramer, jovem investigadora alemã, ao post P6774 (*):
Olá à todos,
primeiro obrigadinha ao Luís para editar o meu pedido e aos todos quantos já me ofereceram ajuda.
Depois eu estou muito surpresa sobre os numerosos comentários que o meu pequeno texto causou. Eu peco desculpe se eu desconsiderei as regras do blogue. Só quis descrever um pouco o meu trabalho e explicar o meu interesse para falar com alguns camaradas. Na tradução alemão a designação „doutoranda" só quer dizer que sou uma aluna de um programa/projecto cientista na universidade.
Além disso, não tinha a certeza se eu posso tatar todos por tu, porque eu não assistiu na Guerra e mesma sou mais jovem do que os camaradas. Na minha região não é permitido para uma pessoa tutear uma outra pessoa mais velha quando não se conhecerem, e a minha professora de português não acaba indicar a importância desta regra na sociedade portuguesa. São as regras de cortesia e de respeito que são discutível, e felizmente há línguas naquelas esta diferencia entre "tu" e "você" não existe.
Então, se eu ofendi alguem, não era a minha intenção, e se eu também puder tratar todos por tu, naturalmente seria contente.
Um abraço
Tina Kramer
3. Segundo consegui apurar, das minhas navegações na Net, a Tina Kramer (27 anos) é investigadora, Doktorandin (em alemão), Ph. D. student (em inglês), doutoranda (em português) no Instituto de Etnologia da Universidade Goethe de Frankurt. Alguns factos e números sobre esta prestigada universidade alemã, criada em 1914, e que tem 37 mil alunos, um orçamento superior a 300 milhões de euros, 550 docentes, 2665 investigadores, 16 faculdades (desde o direito às ciências médicas), cerca de 170 cursos de ensino superior (I, II e III ciclos).
http://www.uni-frankfurt.de/english/about/facts/index.html (em inglês)
Facts and Figures
Annual Budget
General Budget 2009: € 317 million
Third-Party Funding : € 120,2 million
(Within the next 10 years € 60 million in construction funds will be spent to upgrade the university)
Number of Students (Winter 2009)
Overall Number of Students: 37.000
International Students: 4.100
Number of Staff
Full and Associate Professors: 550
Research Staff: 2.665
Administration: 2.025
Academic Departments
01 Law
02 Economics and Business Administration
03 Social Sciences
04 Educational Sciences
05 Psychology and Sports Sciences
06 Protestant Theology
07 Roman Catholic Theology
08 Philosophy and History
09 Linguistics, Cultural and Civilization Studies, Art Studies
10 Modern Languages
11Geosciences and Geography
12 Computer Science and Mathematics
13 Physics
14 Biochemistry, Chemistry and Pharmacy
15 Life Science
16 Medical Science
Number of Degree Programs
Around 170
02 Economics and Business Administration
03 Social Sciences
04 Educational Sciences
05 Psychology and Sports Sciences
06 Protestant Theology
07 Roman Catholic Theology
08 Philosophy and History
09 Linguistics, Cultural and Civilization Studies, Art Studies
10 Modern Languages
11Geosciences and Geography
12 Computer Science and Mathematics
13 Physics
14 Biochemistry, Chemistry and Pharmacy
15 Life Science
16 Medical Science
Number of Degree Programs
Around 170
4. Comentário de L.G. ao poste P6774 (*):
Em face da "onda de comentários" suscitados pelo pedido de ajuda da Tina Kramer, e uma vez que ela vai sentar-se connosco à sombra do poilão da Tabanca Grande, durante uns mesitos, eu sugiro que:
(a) ela se submeta às regras do nosso blogue e faça o seu pedido de adesão à Tabanca Grande;
(b) nos mande um foto actual, tipo passe, em suporte digital, pois claro, que é para a gente ficar a conhecer a sua carinha larocas, de menina e moça;
(c) nos diga, com mais detalhes, quem é, donde vem, o que faz na vida, ao que vem, re-béu-béu, pardais ao ninho;
(d) passemos a tratar a Tina como "camariga", ou seja, por tu e ela faz o mesmo (se os "kotas" ou os "manos velhos" não se opuserem)...
Recorde-se que na Guiné, no nosso tempo, era tudo corrido a "tu", desde o jubi à bajuda, do Homem Grande ao Régulo... Os guineenses tratavam-nos da mesma maneira: do médico ao capitão, do furriel ao alferes era tudo corrido a "tu"... Até o Caco Baldé (o Spínola) era tratado por tu pelos "guinéus"... Sociedade mais horizontal não podia haver do que essa estranha Guiné, crioula, que conhecemos...
Não, não era o "tu" do ocupante militar! Não era o "tu" do colonialismo, da relação dominador/dominado, ou do antigo esclavagismo senhor/escrvo...Era a nossa maneira, muito própria, de lidar com o "outro"... Era também, e sobretudo, imposto pela economia linguística do crioulo, essa espantosa criação de africanos e portugueses que queriam comunicar uns com os outros...
_________
Nota de L.G.:
(*) Vd. poste de 22 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6774: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (1): Pedido de colaboração da doutoranda alemã Tina Kramer
(...) Chamo-me Tina Kramer, sou uma dotouranda alemã e vou ficar em Lisboa por 3 meses.
Estou a elaborar a minha tese de doutoramento [, III Ciclo do Ensino Superior,] sobre a Guerra na Guiné-Bissau e como esta está na memória do povo em Portugal e na Guiné-Bissau. Tal significa que eu quero saber quais são os conteúdos da memória, de que maneira e através de que meios as pessoas se recordam dessa guerra. Este seu blogue já é uma fonte rica de memórias e de história.
Além disso, quero fazer entrevistas com pessoas que tenha participado na Guerra ou, mesmo que não tenham participado, desde que tenham ligações com este tema ou com a Guiné-Bissau em geral.
Ficaria muito contente se vocês conseguirem ter tempo para um encontro comigo.
O meu número de telefone é 917 091 484 e o meu e-mail é Tina-Kramer@gmx.de (...)
(a) ela se submeta às regras do nosso blogue e faça o seu pedido de adesão à Tabanca Grande;
(b) nos mande um foto actual, tipo passe, em suporte digital, pois claro, que é para a gente ficar a conhecer a sua carinha larocas, de menina e moça;
(c) nos diga, com mais detalhes, quem é, donde vem, o que faz na vida, ao que vem, re-béu-béu, pardais ao ninho;
(d) passemos a tratar a Tina como "camariga", ou seja, por tu e ela faz o mesmo (se os "kotas" ou os "manos velhos" não se opuserem)...
Recorde-se que na Guiné, no nosso tempo, era tudo corrido a "tu", desde o jubi à bajuda, do Homem Grande ao Régulo... Os guineenses tratavam-nos da mesma maneira: do médico ao capitão, do furriel ao alferes era tudo corrido a "tu"... Até o Caco Baldé (o Spínola) era tratado por tu pelos "guinéus"... Sociedade mais horizontal não podia haver do que essa estranha Guiné, crioula, que conhecemos...
Não, não era o "tu" do ocupante militar! Não era o "tu" do colonialismo, da relação dominador/dominado, ou do antigo esclavagismo senhor/escrvo...Era a nossa maneira, muito própria, de lidar com o "outro"... Era também, e sobretudo, imposto pela economia linguística do crioulo, essa espantosa criação de africanos e portugueses que queriam comunicar uns com os outros...
_________
Nota de L.G.:
(*) Vd. poste de 22 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6774: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (1): Pedido de colaboração da doutoranda alemã Tina Kramer
Estou a elaborar a minha tese de doutoramento [, III Ciclo do Ensino Superior,] sobre a Guerra na Guiné-Bissau e como esta está na memória do povo em Portugal e na Guiné-Bissau. Tal significa que eu quero saber quais são os conteúdos da memória, de que maneira e através de que meios as pessoas se recordam dessa guerra. Este seu blogue já é uma fonte rica de memórias e de história.
Além disso, quero fazer entrevistas com pessoas que tenha participado na Guerra ou, mesmo que não tenham participado, desde que tenham ligações com este tema ou com a Guiné-Bissau em geral.
Ficaria muito contente se vocês conseguirem ter tempo para um encontro comigo.
O meu número de telefone é 917 091 484 e o meu e-mail é Tina-Kramer@gmx.de (...)