Caros Camaradas Luís e Carlos Vinhal
Apesar de só agora bater à porta da Tabanca, já há muito tempo que ando por aqui, a ver o que se vai escrevendo e até a fazer um ou outro comentário.
Talvez desde 2008 que foi quando juntamente com o meu irmão (o António Carvalho) que comecei a ir à Tabanca de Matosinhos, que tenho acompanhado tudo o que se passa à volta do blogue. Aprecio muito a vossa paciência o vosso bom censo e a vossa disponibilidade para gerir este espaço. O meu muito obrigado, porque este espaço é muito importante para todos nós combatentes da Guiné.
O motivo porque só agora me estou a apresentar é que não gosto muito de escrever e também lido muito mal com as tecnologias informáticas. Isto é tão verdade que já tenho feito algumas tentativas mas corre sempre alguma coisa mal. Muito recentemente estava a falar com um camarada da Companhia sobre o blogue, que até escreve muito bem para nos inscrever aos dois.
Bom posto isto vou começar por me apresentar.
- Sou o ex-Furriel Mil. Armas Pesadas de Inf. Manuel Joaquim Santos Carvalho, nasci e moro em Medas Gondomar, em 5 de Dezembro de 1945.
- Pertenci à CCAÇ 2366/BCAÇ 2845
- Sou casado, tenho 2 filhos e dois netos.
- Embarquei para a Guiné no Niassa em Maio de 1968, passamos diretamente para uma LDG e fizemos a viagem durante a noite para Teixeira Pinto onde chegamos pela manhã.
Cerca das 8 horas da manhã, na formatura de apresentação, acabados de por os pés em terras da Guiné sem mais qualquer instrução, mandam-me pegar na minha Secção e com seis milícias ir guardar a Ponte Alferes Nunes, perguntei onde era essa ponte disseram-me que os Milícias sabiam.
Durante a noite na LDG tinham distribuído uma G3 a cada um sem munições, pedi munições e mandaram-nos ir buscar à arrecadação. Seria moda naquele tempo porque lembro-me de o camarada Zé Belo que viajou também no Niassa contar que os largaram na margem do Cacheu de madrugada também com G3 sem munições.
Lembro-me também durante o IAO em Maio em Teixeira Pinto, fomos dormir ao Bachile para o Pelotão que lá estava ir a uma operação ou escolta ainda não havia luz elétrica.
Continuando, em Junho a Companhia foi para Jolmete e o meu Pelotão ficou no Pelundo.
Em Julho fomos também para Jolmete, com as tarefas de construir um quartel de raiz, de limpar a zona e sobreviver.
Com o decorrer do tempo e vendo os nossos resultados operacionais o nosso trabalho na construção do quartel, o General Spínola começou a dar-nos a entender que se continuássemos assim nos punha no fim da comissão numa zona boa e cumpriu, acabamos nos destacamentos de Quinhamel.
Em Abril de 70 regressamos também no Niassa. Estou a dizer regressamos mas, quando me falam em voltar à Guiné, eu digo que não porque acho que ainda estou lá.
Pois caros amigos já disse alguma coisa, um dia destes digo mais e espero ser aceite nesta família virtual que eu de certa maneira já vou acompanhando há uns tempos.
Um grande abraço
Manuel J Carvalho
CCaç 2366
Jolmete
Jolmete > Como não sei escrever tenho uma empresa que ensina a montar vacas
Jolmete > Na foto, a partir da esquerda: o Heitor do BENG, eu, o Mirandela, uma mulher grande e miúdos
Foto de Jolmete do tempo do Vigário e do Pe. Abel. Para o Manuel Resende e o Augusto Silva verem
Jolmete > Eu junto à Bandeira, vestido à Guinéu
2. Comentário de CV:
Caro camarada Manuel Carvalho, és mais um dos camaradas que já pertence à Tabanca Grande mesmo antes de entrar. És conhecido por muita da malta do nosso Blogue, principalmente do norte, que frequenta a Tabanca de Matosinhos. Se bem te lembrar, nós próprios nos conhecemos lá. Afinal esta promiscuidade tão saudável faz com que nos encontremos nas mais diversas situações e locais. Já agora um desafio, por que não apareceres no próximo Encontro Nacional da Tabanca Grande? Fazes uma vaquinha com o teu irmão António ou com algum dos camaradas que do Grande Porto se costumam deslocar a Monte Real. O teu "vizinho" Silva da CART 1689 esteve lá este ano acompanhado de sua esposa, e foi a oportunidade de eu os conhecer pessoalmente.
O não perceberes muito de informática não é desculpa para não participares no Blogue. Repara que mandaste um excelente texto, escrito directamente na mensagem, com as fotos e legendas como anexo. É um método simples e acessível. O não gostares de escrever é coisa que passa, escrevendo.
Acho que te disse tudo nesta primeira abordagem, ficando para o fim o envio do abraço de boas vindas em nome da tertúlia e dos editores.
Sabes que fico por aqui ao teu dispor.
O camarada e amigo
Carlos Vinhal
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Notas de CV:
(*) Vd. poste de 8 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8527: (Ex)citações (141): Já li e gostei muito do livro Catarse, do ex-capelão militar Abel Gonçalves (Manuel Carvalho, CCAÇ 2366, Jolmete, 1968/70)
Vd. último poste da série de 30 de Maio de 2012 > Guiné 63/74 - P9964: Tabanca Grande (341): Adriano Moreira (Admor), ex-Fur Mil Enf, CART 2412 (Bigene, Guidaje e Barro, 1968/70), grã-tabanqueiro n.º 560
6 comentários:
Ó Manel Carvalho, agora percebo o motivo porque, apesar de sermos amigos no facebook há já bastante tempo, nunca dizes nada.
Gostei da foto que me dedicaste. Vou-te enviar por e-mail o link para veres todas as minhas fotos de Jolmete, da dinastia seguinte, pois fomos nós que vos rendemos.
Um abraço
Manuel Resende
Caro camarigo Manuel JS Carvalho
Que sejas bem vindo a este espaço é a minha saudação.
Dizes que tens dificuldades nesta coisa dos computadores. Não te inferiorizes por isso pois não és o único e desde já te digo que tens p grande mérito do reconhecimento disso e do esforço para venceres essas dificuldades.
Como escreveu o Carlos V fizeste muito bem o que fizeste. Agora é só continuar.
Abraço
Hélder S.
Caro Camarigo de viagem de "cruzeiro" no NTT Niassa, de Lisboa-Bissau em 01/05/1968, e Bissau-Lisboa a 03/04/70. Saudações Guinéuas e com uma boa entrada na nossa Tabanca Grande.
"Alto lá e pára o baile", quando a Ccaç. 2381 desembarcou na margem do rio Cacheu, no cais de S. Vicente-Ingoré, eu tinha oito balas 7,32 e pelo motivo de as furtar na carreira de tiro da Carregueira.
Foi caricato mas valeu na emergência o Comandante da LDG 101, ao emprestar dois cunhetos que de pouco valeriam e a Companhia poderia ter sido apanhada à mão.
Quanto à tua Ccaç 2366, por ter capturado várias quantidades de armamento ao In e por isso terás muitas "estórias" para nos contar.
Com um Abraço e Boa Estadia
Arménio Estorninho
Parabéns pelo artigo e pelas fotos.
Ex furriel miliciano Mário Viães Lemos - CC2367
Olá Camarada e Amigo Manuel Carvalho ! Mais um homem grande de Jolmete a juntar-se à nossa Tabanca Grande. Sê bem vindo e não te inibas de contares as tuas histórias. Sabe bem ouvir algo de quem antes de mim pisou aquele Chão Manjaco. Muito obrigado pela foto que dedicaste a mim e ao Manuel Resende. Recebe um grande e forte abraço.
Caros amigos e camaradas
Muito obrigado pelas vossas palavras.Cá vou escrevendo umas coisinhas, mas quem tratou das fotografias e deu o empurrão a tudo para o Vinhal foi o meu filho, que faz isso com muito gosto.
Caro Estorninho, então tinhas oito munições. Olha que uma vez na chegada duma operação alguns de nós tinham menos, apanhamos um RPG e tres armas e nem um arranhão, um dia destes talvez conte esta estória.Tinhamos um guia e comandante de milicias fora de série, como o Manel Resende e o Augusto Silva muito bem sabem.
Alguns de nós devem-lhe a vida e ele foi assassinado as ordens do PAIGC.Chamava-se Dandy.Paz a sua alma lá onde estiver.Por hoje acho que já estou a palrar muito.
Muita saúde e um grande abraço para todos.
Manuel Carvalho
C Caç 2366 Jolmete
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