Foto do histórico fundador, secretário geral e líder do PAIGC, Amílcar Cabral (1924-1973), incluída em O Nosso Livro de Leitura da 2ª Classe, editado pelos Serviços de Instrução do PAIGC - Regiões Libertadas da Guiné (sic). Tem o seguinte copyright: © 1970 PAIGC - Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde. Sede: Bissau (sic)...
A primeira edição teve uma tiragem de 25 mil exemplares, tendo sido impressa em Östervåla, Uppsala, Suécia, em 1970, na tipografia Tofters / Wretmans Boktryckeri AB.
1. Mensagem do nosso leitor Jorge Luis Mendes:
Data . 26/06/2023, 16:48
Assunto . Pedido de apoio para a obtenção de livros antigos do PAIGC
Caros amigos, Camaradas da Guiné, com a devida permissão!
Senhor Luís Graça,
Com os meus melhores cumprimentos e, tenho a honra de solicitar, se possível, o obséquio de seguinte livro:
PAIGC. O nosso livro 4 ª classe. Uppsala: Wretmans Boytryckeri AB, n.d.
Destarte, os Manuais Escolares do PAIGC foram criados coletivamente por professores e outros militantes e impressos em Uppsala, na Suécia, pela tipografia (?)-
O motivo do meu pedido, relaciona-se com a coleta seletiva de livros antigos, isto é, Livros Escolares, do PAIGC, Editados na Uppsaka, na Suécia, de nível de 1ª Classe, 2ª Classe, 3ª Classe e 4ª Classe, que haviam sido distribuídos nas regiões libertadas, no período de 1963 – 1974. O uso desses Livros foi extensivo como materiais didáticos até 1985.
Pois, estou escrevendo Memória: o Lugar/engajamento da Família Farã Mendes, Deputado do PAIGC e Comité do Partido, Irmãos, Primos e Filhos, durante a Luta Armada de Libertação Nacional.
Estou ensaiando, demonstrar o empenho, ou seja, a dedicação em que toda minha família estava engajado para que a Guiné-Bissau fosse independente.
Por isso, gostaria de obter esses livros tão importantes na vida da minha família e da Guiné-Bissau, para aproveitar algumas fotografias em que minhas irmãs, irmãos e primos fazem parte no Livro de 4ª Classe do PAIGC, intitulado o Nosso Livro de Leitura.
Eis, o título do Livro que estou escrevendo:
Contributo, Memória e História em Memória da Família Farã Mendes durante a Luta Armada para a Edificação do Estado da Guiné-Bissau.
Farã Mendes foi do Comité do PAIGC e Deputado da 1ª Legislatura para a Região de Cubisseco-de-Baixo, Tombali, Sul da Guiné-Bissau.
Alta Consideração
Jorge Luís Mendes
Primeiro-Conselheiro
Embaixada da República da Guiné-Bissau no Brasil
email: jorlui.mendes@gmail.com
Destarte, os Manuais Escolares do PAIGC foram criados coletivamente por professores e outros militantes e impressos em Uppsala, na Suécia, pela tipografia (?)-
O motivo do meu pedido, relaciona-se com a coleta seletiva de livros antigos, isto é, Livros Escolares, do PAIGC, Editados na Uppsaka, na Suécia, de nível de 1ª Classe, 2ª Classe, 3ª Classe e 4ª Classe, que haviam sido distribuídos nas regiões libertadas, no período de 1963 – 1974. O uso desses Livros foi extensivo como materiais didáticos até 1985.
Pois, estou escrevendo Memória: o Lugar/engajamento da Família Farã Mendes, Deputado do PAIGC e Comité do Partido, Irmãos, Primos e Filhos, durante a Luta Armada de Libertação Nacional.
Estou ensaiando, demonstrar o empenho, ou seja, a dedicação em que toda minha família estava engajado para que a Guiné-Bissau fosse independente.
Por isso, gostaria de obter esses livros tão importantes na vida da minha família e da Guiné-Bissau, para aproveitar algumas fotografias em que minhas irmãs, irmãos e primos fazem parte no Livro de 4ª Classe do PAIGC, intitulado o Nosso Livro de Leitura.
Eis, o título do Livro que estou escrevendo:
Contributo, Memória e História em Memória da Família Farã Mendes durante a Luta Armada para a Edificação do Estado da Guiné-Bissau.
Farã Mendes foi do Comité do PAIGC e Deputado da 1ª Legislatura para a Região de Cubisseco-de-Baixo, Tombali, Sul da Guiné-Bissau.
Alta Consideração
Jorge Luís Mendes
Primeiro-Conselheiro
Embaixada da República da Guiné-Bissau no Brasil
email: jorlui.mendes@gmail.com
Capa do Livro da 1ª Classe do PAIGC... Exemplar capturado pelo nosso camarada Manuel Maia no Cantanhez, possivelmente em finais de 1972 ou princípios de 1973. Vê-se que esse exemplar tinha uso. A capa teve de ser reforçada com uns improvisados adesivos (aparentemente autocolantes, que acompanhavam embalagens de apoio humanitário, vindas do exterior). Sabe-se que foram feitos, na Suécia, 20.000 exemplares deste livro, numa primeira edição. "Neste mesmo dia apanhei ainda duas cartas, uma escrita em árabe e outra em crioulo", diz.nos o nosso camarada Manuel Maia, ex-fur mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine (1972/74).
Foto (e legenda): © Manuel Maia (2009). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Capa e contracapa de "O Nosso Livro, 2ª classe", PAIGC (1970). Cortesia de Paulo Santiago (que vive em Águeda e foi alf mil, comandante do Pel Caç Nat 53, Saltinho , 1970/72). A impressão já foi feita (em que ano ?) pela empresa dos irmãos Tofters, sediada em Östervåla, que, em 1973, ficaram com o que restou da Wretmans Boktryckeri AB. (Östervåla é uma localidade situada no município de Heby, condado de Uppsala, Suécia com c. 1600 habitantes em 2010.)
2. Comentário do editor Luís Graça:
Caro senhor Jorge Luís Mendes, primeiro-conselheiro da Embaixada da República da Guiné-Bissau no Brasil: obrigado, antes de mais, pelo contacto, e pelo pedido de ajuda.
Já aqui apresentámos a capa e a contracapa de O Nosso Primeiro Livro, o manual escolar usado nas escolas do PAIGC, editado em 1966, pelo Departamento Secretariado, Informação, Cultura e Formação de Quadros do Comité Central do PAIGC... Algumas imagens digitalizadas do livro chegaram-nos pela mão de diveros camaradas nossos (*)
Também apresentámos imagens (digitalizadasw) do manual escolar do PAIGC, O Nosso Livro - 2ª Classe. O livro foi "elaboradao e editado pelos Serviços de Instrução do PAIGC - Regiões Libertadas da Guiné" (sic). Tem o seguinte copyright: 1970 PAIGC - Partido Afrucano para a Independência da Guiné e Cabo Verde. Sede: Bissau (sic)... A primeira edição teve uma tiragem de 25 mil exemplares. Também foi mpresso em Upsala, Suécia, em 1970, por Wretmans Boktryckeri AB.
Infelizmente não temos informação sobre os livros de leitura da 3ª e 4ª classes, também impressos na Suécia, na mesma gráfica, Contrariamente aos livros da 1ª E 2 classe, os da 3ª e 4ª classe deveriam ser mais raros no mato (nas "regiões libertadas") e daí não terem ainda aparecido antigos combatentes portuguesas com exemplares apreendidos.
Recorde-se que era a Lilica Boal (Maria da Luz Boal) quem dirigia a Escola Piloto do PAIGC em Conacri (criada em 1965, para acolher os filhos dos combatentes e os órfãos de guerra), sendo também ela a responsável pelos conteúdos nos manuais escolares, publicados na Suécia.
A Lilica Boal era mulher do dr. Manuel Boal, outro natural de Angola, que saiu em 1961 para se juntar aos movimentos nacionalistas. A Lilica Boal nasceu em Tarrafal, Santiago, Cabo Verde, em 1934. Não confundi-la com a "Maria Turra", a Amélia Araújo, que deu voz à "Voz da Libertação", do PAIGC (estação de rádio inaugurada em 1967).
Lamentavelmente nenhum destes quatro livros parece constar da PORBASE - Base Nacional de Dados Bibliográficos, numa pesquisa rápida que fizemos (e em que são listadas apenas 50 referèncias bibliográficas com o descritor PAIGC). Também não sabemos se há algum exemplar destes livros no Arquivo Histórico-Militar ou outros arquivos nacionais. Prometemos procurar com mais tempo e vagar. Mas para já pedimos a preciosa ajuda dos nossos leitores. (***)
_____________
Notas do editor:
(*) Vd. postes de:
(*) Vd. postes de:
23 de fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3928: PAIGC: O Nosso Livro da 1ª Classe (Manuel Maia, 2ª CCAÇ / BCAÇ 4610, Cafal Balanta / Cafine, 1972/74)
27 de outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2221: PAIGC: O Nosso Livro da 2ª Classe (1): Bandêra di Strela Negro (Luís Graça / Paulo Santiago)
29 de junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1899: PAIGC: O Nosso Primeiro Livro de Leitura (A. Marques Lopes / António Pimentel) (1): O português...na luta de libertação
1 de kulho de 2007 > Guiné 63/74 - P1907: PAIGC: O Nosso Primeiro Livro de Leitura (2): A libertação da Ilha do Como (A. Marques Lopes / António Pimentel)
4 de julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1920: PAIGC: O Nosso Primeiro Livro de Leitura (A. Marques Lopes / António Pimentel) (3): O mítico Morés
9 de julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1938: PAIGC: O Nosso Primeiro Livro de Leitura (A. Marques Lopes / António Pimentel) (4): Catunco
(**) Vd também postes relativos ao livro da 2ª classe, uma edição sueca, e obedecendo à mesma linha estética do livro da 1ª classe:
27 de iutubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2221: PAIGC: O Nosso Livro da 2ª Classe (1): Bandêra di Strela Negro (Luís Graça / Paulo Santiago)
31 de iutubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2232: PAIGC: O Nosso Livro da 2ª Classe (2): O Morés e os amigos da Europa do Norte (Luís Graça / Paulo Santiago)
16 de julho de 2008 > Guiné 63/74 - P3062: PAIGC: O Nosso Livro da 2ª Classe (3): O Dia da Mulher (Luís Graça / Paulo Santiago)
4 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13847: Da Suécia com saudade (41): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte II)... Um apoio estritamente civil, humanitário, não-militar, apesar das pressões a que estavam sujeitos os sociais-democratas, então no poder (José Belo)
5 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13849: Da Suécia com saudade (42): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte III)... Pragmatismos de Amílcar Cabral e do Governo Sueco, de Olaf Palme, que só reconheceu a Guiné-Bissau em 9 de agosto de 1974 (José Belo)
11 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13874: Da Suécia com saudade (46): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte VII): Não deveria ter ficado surpreendido, com algumas reações... (José Belo)
(*****) Vd. Uppsala industriminnesforening [Associação para a Memória Industrial de Uppsala ]
https://www.uppsalaindustriminnesforening.se/wretmans-boktryckeri-ab/
Resumo (da responsabilidade de LG):
Upsalla, desde a década de 1860 até a década de 1970, era "uma animada cidade industrial", com diversas empresas na área da indústria transformadora. Possuia também duas grandes gráficas, Almqvist & Wiksell e Appelbergs, mas também tipografias de menor dimensão, como a Wretmans Boktryckeri AB ou a Akademitryckeriet.
Wretmans Boktryckeri foi fundada em 1889 por Harald Wretman, que fora tipógrafo na Alemanha. Tornou.se um reputado impressor na cidade. Depois de várias localizações, a tipografia mudou-se para Östra Ågatan 33, onde permaneceu até a liquidação em 1973.
Após a morte de Wretman, a empresa mudou de mãos, e em 1925, Emil Sjögren transformou empresa em sociedade anônima. A Wretmans Boktryckeri permaneceu na posse da família Sjögren até 1973, quando a gráfica foi fechada.
Além de livros, a Wretmans também imprimia jornais, revistas, impressos publicitários, etc.. O equipamento mecânico era completamente moderno para a época. No entantorante muito tempo, a gráfica não tinha encadernação própria, até meados da década de 1960.
Em meados da década de 1940, Wretmans tinha cerca de 40 funcionários, que foram depois diminuíndo gradualmente. Em 1973, ano da sua liquidação, restavam apenas nove funcionários..
19 comentários:
Esta é uma missão (possível) para o nosso Joseph Belo, o nosso "embaixador" no Reino da Suécia... Vou-lhe falar...
No tempo em que estivemos em Cadique (C. CAÇ. 4540-1973) nos patrulhamentos pelas matas do Cantanhez, o meu grupo de combate apreendeu uma série de livros de leitura do PAIGC; infelizmente não fiquei com nenhum exemplar, nem sei o destino que tiveram quando chegámos ao Quartel! Foi pena!
Albertino Ferreira, ex-alf. mil C. CAÇ. 4540
Mensagem que enviei hoje, às 11h41, ao José Belo, régulo (vitalício) da Tabanca da Lapónia, o português que seguramente vive mais perto d0o Polo Norte:
Zé: tenho uma missão (quase impossível...) para ti, que és o nosso "embaixador" aí no reino da Suécia... Qual ? Tentar descobrir, numa biblioteca pública, o livro da 4ª classe do PAIGC, e mandar digitalizar a capa e mais algumas fotos... Vê o nosso último poste:
29 DE JUNHO DE 2023
Guiné 61/74 - P24438: O Nosso Blogue como fonte de informação e conhecimento (101): Pedido de apoio para a obtenção de antigos manuais escolares do PAIGG (com destaque para o livro da 4ª classe). editados na Suécia, em Upsala, impressos na Wretmans Boktryckeri AB (Jorge Luís
Mendes, Primeiro-Conselheiro da Embaixada da República da Guiné-Bissau no Brasil)
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2023/06/guine-6174-p24438-o-nosso-blogue-como.html
É uma boa "ação de escuteiro", o que te peço... E, em princípio, é por uma boa causa... Nunca vi a capa deste manual, impresso, como os outros, em Upsala na Wretmans Boktryckeri AB (que já não existe)...
Vou comer umas sardinhas à beira-mar... E bebo um copo à tua saúde, bom amigo e melhor camarada... Luís
Joseph Belo
29 jun 2023 13:11
Bom,eu estou só a 1400 kilometros de Uppsala e a 1500 de Estocolmo.
Difícil saltada a uma bibliotesa pública. Se conseguir contactar velho amigo bibliotecário que conheci nos anos setenta(!) talvez ele consiga informacöes,
A Suécia de 2023 näo é a mesma dados anos sessenta. Os últimos governos têm conscientemente vindo a terminar com idealismos terceiro.mundistas e, näo menos,os seus avultados...custos!
Encontrar esse tipo de livros em biblioteca de hoje é utopia. Talvez em algum "arquivo" esquecido e, a ser assim,talvez o meu amigo bibliotecário consiga o....milagre!
J.Belo
No Arquivo Am~ilcar Cabral, disponível na Fundação Mário Soares e Maria Barroso, também não encontrei nenhuma referência ao livro de keitura da 4ª classe, do PAIGC...É uma tristeza... Mas há referências à cooperação sueca (também poucas)...
http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_2617
Ver também O Portal das Memórias de África e do Oriente (a biblioteca digital tem já mais de 463 mil registos):
http://memoria-africa.ua.pt/
(...) O Portal das Memórias de África e do Oriente é um projecto da Fundação Portugal-África desenvolvido e mantido pela Universidade de Aveiro e pelo Centro de Estudos sobre África e do Desenvolvimento desde 1997.
É um instrumento fundamental e pioneiro na tentativa de potenciar a memória histórica dos laços que unem Portugal e a Lusofonia, sendo deste modo uma ponte com o nosso passado comum na construção de um identidade colectiva aos povos de todos esses países. (...)
Há 763 registos com o descritor "PAIGC"... Numa pesquisa a correr não encontro o tal livro da 4ª classe...
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=paigc
Julgo que o meu grande amigo Cândido Cunha, meu camarada da CART11, tinha um livro da Instrução Primária do PAIGC, que não me lembro como é que o encontrou.
Vou contactar com ele a confirmar.
Valdemar Queiroz
Valdemar, os livros da 1ª e 2ª classe encontravam-se facilmente no mato, nas "barracas" do PAIGC, mas não os manuais mais avançados, os da 3ª e 4 ª classe...
Provavelmente estes manuais era mais fáceis de encontrar na escola-piloto do PAIGC, em Conacri, dirigida pela Lilica Boal...
Mas os suecos devem ter ofereceido também uns 20 mil exemplares deste manual ao PAIGC, que se calhar, por falta de alunos e de professores com formação adequada, rararmente chegavam ao mato...
Isto quer dizer que também havia nuito blá-blá, muita propaganda, à volta das "escolas das zonas libertadas"... onde o ensino seria muito rudimentar, apenas com turmas da 1ª e 2ª classe...
Eu nunca tinha visto, até agora, a capa do livro da 3ª classe, que reproduzimos neste poste. A capa do livro da 4ª classe nunca a vi nem encontrei até agora nenhuma imagem dela na Net!... O que me parece incrível e de difícil explicação!... Então o que fizeram a 20 mil ou mais exemplares deste livro ?... Foram parar ao caixote do lixo ?... Ficaram encaixotados na Suécia ou em Conacri ?... Não havia escolas nem alunos para eles =
Em que data terá sido imnpresso e encadernado este manual ?... Não sabemos...
Na altura os suecos eram uns "mãos largas" para com o PAIGC... O que eram 20 mil exemplares de um manual escolar para eles nessa época, em que estava no poder o social-democrata Olof Palme (1969-1976) ?...
Eram uns "trocos" (em coroas suecas), face ao volume global da ajuda "humanitária" dos suecos ao PAIGC até à independènciA (5,8 milhões de euros, de 1969 a 1973)...
PAIGC. O nosso livro 4ª classe (ppsala: Wretmans Boytryckeri AB, s/d.) é citado aqui, neste sítio do CES/UC - Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra...
https://alicenews.ces.uc.pt/?lang=1&id=40119
Será que existe um exemplar do livro em depósito no CES ?... Na Porbase não há referência nenhuma, o que quer dizer que em princípio o livro não existe em nenhuma biblioteca pública portuguesa...
E na Guiné-Bissau não haverá nenhum exemplar ao fim destes 50 anos ?...
No site Memórias d'África e d'Oriente só encontrei o livro da 3.ª classe:
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog/ShowRecord.aspx?MFN=123736
Mais uma sugestão: procurar na Fundação Amílcar Cabral, com sede em Cabo Verde... É a nossa última esperança... Não se tem um catálogo digital...
Na Suécia deve haver um ou mais exemplares na Biblioteca Nacional... Na Biblioteca Nacional do Congresso dos EUA acredito que possa existir um exemplar... Os americanos têm tudo...
Pesquisando por assunto (PAIGC), também náo encontrei o raio do livro... Afinal, os americanos tambémn não tèm tudo...
https://catalog.loc.gov/vwebv/searchResults?searchId=976&recPointer=25&recCount=25
O livro é citado num trabalho académico, dissertação de mestrado, de ALS Reis, de 2020, sobre as Escolas-Piloto do PAIGC (75 pp)... Mas fica-se por uma sumária análise do conteúdo do livro da 1ª classe... Dececionante... O exemplar consultado pela autora foi fornacido pela Fundação Amílcar Cabral...
Trata-se de uma Dissertação apresentada, na FCSH/UNL (Facukddae de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA DE lisboa), para "cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Português como Língua Segunda e Estrangeira, realizada sob a orientação científica de Ana Maria Martinho."
ítulo: Escolas-piloto do PAIGC
Autor: Reis, Ana Lúcia da Silva
Orientador: Martinho, Ana Maria
Ano: 2020
Disponível em: https://run.unl.pt/bitstream/10362/101129/1/Escolas-piloto%20do%20PAIGC_formato%20oficial_vers%c3%a3o%20final.pdf
Aqui vai um excerto:
(...) Através da entrevista à diretora Lilica Boal, tomamos conhecimento das viagens que a própria realizou à Suécia, com o objetivo de rever os manuais, antes de serem impressos.
“O nosso primeiro livro de leitura” é publicado em 1964, pelo Departamento Secretariado, Informação, Cultura e Formação de Quadros do Comité Central do PAIGC, em Uppsala, na Suécia. Volta a ter uma segunda edição, em 1966.
“O nosso livro, 2ª classe”, é publicado em 1970, e é elaborado e editado pelos Serviços de Instrução do PAIGC - Regiões Libertadas da Guiné. Impresso em Uppsala, na Suécia.
“O nosso livro, 3ª classe”, por já ter sido publicado em 1974, é elaborado e editado pelos Serviços de Educação Nacional e Cultura do PAIGC, em Uppsala, na Suécia.
“O nosso livro, 4ª classe”, é publicado em 1972, e é elaborado e editado pelos Serviços de Instrução do PAIGC – Regiões Libertadas da Guiné, em Uppsala, na Suécia.
Optámos por nomear os livros pela sua ordem no relativo ao ano da classe a que se dirigiam e não pelo ano de impressão. (,,,)
Coment+ario nosso (LG):
É estranho que o livro da 4ª classe tenha saído primeiro (em 1972) do que o da 3ª classe (1974)...
Dez anos para a Lilica Boal publicar 4 manuais. A Lilica, cabo-verdiana, formada em Portugal, casada com um angolano, vivia em Conacri e dirigia a Escola-Piloto...
Nunca foi, ao que eu saiba, uma combatente,operacional, como a Titina Silá, morta em combate ... E devia conhecer mal a Guiné e isso guineenses... Ou não?
Está explicada a "raridade" dos últimos dois livros, da 3ª. e 4 a. cLasse, impressos na Suécia em 1974 e 1972, respectivamente... Não terão chegado em tempo útil ao interior da Guiné, às escolas do mato... E as tropas não apanharam nenhum exemplar...
E deve ter sido uma única pessoa a definir e a rever os conteúdos dos manuais, a dra. Lilica Boal, antiga estudante da Casa do Império... Ela é quem viajava até à Suécia e tinha os contactos com os "amigos suecos" que não sabiam uma única palavra de português... A começar pela tipografia.
A verdade é que o PAIGC tinha manuais escolares próprios, bons ou maus (do ponto de vista pedagógico) não interessa... O governo da provincia da Guiné na altura não tinha manuais próprios... O Spínola não teve tempo (nem dinheiro nem professores) para se preocupar com isso... Os postos escolares militares funcionavam com a "prata da casa"...
Nas escolas primárias com professores, em geral cabo-verdianos (como em Bambadinca), devia haver um programa curricular próprio... Ou não? Também se aprendiam os rios e as serras de Portugal e as estações da CP ?
Da primeira classe até ir para a Universidade, escola comercial, industrial ou liceu, os rios de Portugal do minho a Timor, era igual para todoa, as estaçoes ferroviárias, do minho a Timor era igual para todos.
E tanto estudantes como Amilcar Cabral ou Agostinho Neto, Lucio Lara ou Luandino, assimilavam tim por tim tudinho.
E muitos ultramarinos ficavam tão curiosos que não descansavam enquanto não viessem cá fazer um reconhecimento.
E a melhor maneira era vir jogar à bola, como o Matateu e JJ e Diniz por exemplo.
E ainda tinham que saber quem foi o infante Dom Henrique, Gungunhana, etc.
Tal como nós aqui tambem tinhamos que saber onde ficava o rio Cunene e o Zambeze.
Era uma cultura geral muito diversificada.
No site Memórias d'África e d'Oriente podem não estar os manuais do PAIGC, mas estão alguns dos manuais escolares portugueses destinados aos alunos dos territórios africanos. Os manuais parecem estar completamente digitalizados. São 30 manuais, sobretudo de Angola, mas também os há da Guiné, e estão distribuídos por três páginas de internet. O endereço:
http://memoria-africa.ua.pt/Library/LivrosEscolares.aspx
Caros amigos,
Penso que seria mais fácil conseguir estes livros na Guiné-Bissau, onde a partir de 1974/75 os manuais escolares do PAIGC passaram a ser utilizados em todas as escolas. Muitas escolas ainda devem ter alguns exemplares guardados ou então em bibliotecas pessoais. Estes manuais foram largamente utilizados até finais da década de 80.
Abraço,
Cherno AB
Também acho, obrigado ao Cherno Baldé e ao José Belo... "O nosso livro, 4ª classe"... deve existir na Guiné-Bisssau, já que esteve em uso até aos finais da década de 1980, 15 anos depois da independência!...
Vou transmitir a sugestão do senhor Primeiro Conselheiro da Embaixada da Guiné-Bissau no Brasil... cujo pedido de ajuda e apoio já desencadeou esta pequena onda de solidariedade por parte dos nossos "tabanqueiros" que são generosos, gentis, gostam de ajudar...
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