Foto nº 7 > A sueca Birgita Dalh atravessando um curso de água através de uma ponte improvisada, senso auxilaida por um guerrilheiro aramdo de "costureirinha" (pistola metralhadora PPSH] [Legenda original: "Soldiers crossing a river in the liberated areas in Guinea Bissau."]
Foto nº 7 > Um armazém do povo [Legenda original: " A 'people's store', armazém do povo, where gods were exchanged in the liberated areas in Guinea Bissau".]
Foto nº 19 > Posto de enfermagem no mato [Legenda original:"A nurse is leaving her staff accommondation on her way to the hospital in the woods in the liberated areas of Guinea Bissau."]
Foto nº 21 > Prepação das refeições no mato [Legenda original: "Cooking in the liberated areas in Guinea Bissau."]
Guiné-Bissau (ou Guné-Conacri) > PAIGC > s/l> Novembro de 1970 > Algures, na Guiné Conacri ou nas "áreas libertadas" (sic) da Guiné-Bissau, fotos do fotógrafo norueguês Knut Andreasson, por ocasião de um visita de uma delegação sueca. Algumas destas foto foram publicadas no livro Guinea-Bissau : rapport om ett land och en befrielserörelse / Knut Andreassen, Birgitta Dahl, Stockholm : Prisma, 1971, 216 pp. [Título traduzido para português: Guiné-Bissau: relatório sobre um país e um movimento de libertação].
A chefe da delegação, a deputada socialdemocrata e antiga presidente do parlamento sueco, Birgitta Dahl, fez um relatório desta missão, em sueco, e que infelizmente não está disponível na Net: a visita foi à Guiné-Conacri e às "áreas libertadas" da Guiné-Bissau, no período de 6 de novembro a 7 de dezembro de 1970 [”Rapport från studieresa till Republiken Guinea och de befriade områdena i Guinea-Bissau, 6 november–7 december 1970” (”Relatório da viagem de estudo à República da Guiné e às zonas libertadas da Guiné-Bissau, 6 de Novembro–7 de Dezembro de 1970”), Uppsala, Janeiro de 1971 (SDA)].
Fonte: Nordic Documentation on the Liberation Struggle on Southern Africa [Com a devida vénia] [Seleção e edição: LG]
José Belo, 2009 |
[ Foto à esquerda: José Belo que está prestes a rumar a Keu West, Florida, EUA, a partir de 12 do corrente, aonde o chamam os negócios da família; e isso significa "férias bloguísticas"...]
[ É bom também lembrar: (i) José Belo foi alf mil inf da CCAÇ 2381, Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70; cap inf ref, é jurista, vive Suécia há quase 4 décadas, e onde formou família; (ii) faz parte, de pleno direito, da nossa Tabanca Grande; (iii) aqui só se representa a ele próprio"; e (iv) e é o único "lusolapão" que conhecemos]
Assunto - Os meios de transportes, a seguir aos alimentos, eram o item mais valorizado pelo PAIGC...
Resumo:
Durante a guerra o governo sueco enviou para o PAIGC um total de 53,5 milhöes de coroas, ao valor actual [c. 5,8 milhões de euros]. Destinaram-se a financiar a maioria das actvidades civis do partido: alimentacäo, transportes, educação, saúde, incluindo um vasto número de avultados fornecimentos às Lojas do Povo. A Guiné foi posteriormente incluída (como único país da África Ocidental) nos chamados "países programados" para a distribuicäo da assistência sueca ao desenvolvimento. Recebeu durante o período de 74/75 a 94/95, um total de 2,5 mil milhões de coroas suecas [c. 270 milhões de euros], colocando a Suécia entre os 3 maiores assistentes económicos da Guiné-Bissau.
A Suécia nunca deu nenhum cheque em branco ao PAIGC, tanto mais que Portugal era um dos seus importantes parceiros comerciais no âmbito da EFTA - Associação Europeia do Comércio Livre, a que ambos os países pertenciam, e de que foram membros fundadores.
Ainda em vida de Cabral, em abril de 1972 o Comité ds Nações Unidas para a Descolonizacäo tinha adoptado uma resolução reconhecendo o PAIGC como o único e legítimo representante do território da Guiné-Bissau. Foi um tremendo sucesso político-diplomático para o PAIGC. Isso em nada alterou o pragamtismo da diplomacia sueca. A Suécia só irá reconhecer a Guiné-Bissau como país independente, em 9 de agosto de 1974, ano e meio depois da morte de Amílcar Cabral (que também era um político pragmático).
Em novembro de 1972, foi a Noruega,. um país da NATO, a apoiar politica e diplomaticamente o PAIGC. A ajuda militar, essa, foi liderada pela URSS.
Os programas de "assistência humanitária" eram decididos anualmente entre a agência estatal sueca (SIDA) e o PAIGC. Inicialmente com a presença de Amilcar Cabral que se deslocava a Estocolmo incógnito. Para o governo sueco era importante que esta assistência näo viesse a tornar-se em apoio à luta armada, mantendo-se unicamente nas áreas civis.
2. Em 1971 Amilcar Cabral pediu o fornecimento de uma estação de rádio montada em dois camiões Mercedes Benz...também fornecidos pela Suécia. (**)
Em 19 de Setembro 1972, dois transmissores (e o material de estúdio respectivo) começaram a funcionar desde o Norte da Guiné, com programas também para Cabo Verde.
Os técnicos responsáveis por estas transmissões foram treinados na companhia sueca Swedtel.
A justificação não militar (!) apresentada pelo PAIGC para a necessidade destes transmissores "civis" estava relacionada com as necessidades educacionais das populações.
De acordo com Anders Möllander, então Secretário do Comité Consultivo da Assistência Humanitária, terá havido, em fins dos anos sessenta, algumas discussões quanto ao fornecimento de transportes, principalmente camiões, por serem passíveis de aproveitamento militar.
O PAIGC contra-argumentou ser impossível distribuir as mercadorias recebidas sem disporem de modos de as transportar. Foram então fornecidos Land Rovers e outros veículos de tracção ás quatro rodas.
Posteriormente foram também fornecidos camiões Volvo e Scania de modelos originalmente produzidos para o exército sueco...mas aparentemente modificados para usos civis (!?).
A componente "transporte" em 1970/71 representava 11% do valor total da assistência; três anos mais tarde, em 1973/74, a percentagem tinha aumentado para 18%.
No respeitante ao custo, os transportes tornaram-se a segunda maior componente do programa de assistência, depois dos alimentos, mas à frente dos medicamentos e materiais escolares.
Só no ano de 1973/74 foram fornecidos:
(i) 12 camiões Volvo`
(ii) 6 camiões GAZ-66;
(iii) 15 Unimogs com os respectivos atrelados;
(iv) 2 ambulâncias Peugeot;
(v) e 2 carros de representação modelo Peugeot.
Todo o material foi fornecido com as respectivas peças de substituiço, combustíveis e lubrificantes.
No mesmo ano, 1974/75, foram fornecidos 10 motores fora da borda, outros transportes fluviais e 500 bicicletas.
A somar-se a este auxílio poderia apresentar a incrível lista apresentada pela "solidária" Guiné-Conacri à Suécia, exigindo mercadorias em troca de permitir os transportes do auxílio sueco para o interior da Guiné-Bissau. Entre outros,uma moderna tipografia de fazer inveja a qualquer país.
6 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13853: Da Suécia com saudade (43): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte IV): Rússia e Suécia, vizinhos e inimigos fidalgais, foram os dois países que mais auxiliaram o partido de Amílcar Cabral (José Belo)
7 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13859: Da Suécia com saudade (44): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte V): Quando se discutia, item a item, o que era ou não era ajuda humanitária: catanas, canetas, latas de sardinha de conserva... (José Belo)
(**) Publicaremos, a seguir, um outro poste, da autoria do nosso colaborador permanente e camaradda Hélder Sousa, especialista em radiolocalização... Ele considera de todo improvável que houvesse, no "norte da Guiné", uma potente estação de rádio, móvel, com estas característcias, a ser operada pelo PAIGC...
O mais provável era situar-se no território do Senegal, perto de Ziguinchor... O parecer do Hélder Sousa vai nesse sentido: "Não tenho nenhum motivo para duvidar dessa ajuda sueca. Inclino-me para a operação a partir do Senegal, com melhores condições para propagação das comunicações."
A somar-se a este auxílio poderia apresentar a incrível lista apresentada pela "solidária" Guiné-Conacri à Suécia, exigindo mercadorias em troca de permitir os transportes do auxílio sueco para o interior da Guiné-Bissau. Entre outros,uma moderna tipografia de fazer inveja a qualquer país.
José Belo
(Continua)
___________
Notas do editor:
(*) Últimos postes desta série:
3 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13842: Da Suécia com saudade (40): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte I)... à Guiné-Bissau, de 1974 a 1995, foi de quase 270 milhões de euros... Depois os suecos fecharam a torneira... (José Belo)
4 de movembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13847: Da Suécia com saudade (41): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte II)... Um apoio estritamente civil, humanitário, não-militar, apesar das pressões a que estavam sujeitos os sociais-democratas, então no poder (José Belo)
5 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13849: Da Suécia com saudade (42): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte III)... Pragmatismos de Amílcar Cabral e do Governo Sueco, de Olaf Palme, que só reconheceu a Guiné-Bissau em 9 de agosto de 1974 (José Belo)
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Notas do editor:
(*) Últimos postes desta série:
3 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13842: Da Suécia com saudade (40): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte I)... à Guiné-Bissau, de 1974 a 1995, foi de quase 270 milhões de euros... Depois os suecos fecharam a torneira... (José Belo)
4 de movembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13847: Da Suécia com saudade (41): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte II)... Um apoio estritamente civil, humanitário, não-militar, apesar das pressões a que estavam sujeitos os sociais-democratas, então no poder (José Belo)
5 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13849: Da Suécia com saudade (42): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte III)... Pragmatismos de Amílcar Cabral e do Governo Sueco, de Olaf Palme, que só reconheceu a Guiné-Bissau em 9 de agosto de 1974 (José Belo)
6 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13853: Da Suécia com saudade (43): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte IV): Rússia e Suécia, vizinhos e inimigos fidalgais, foram os dois países que mais auxiliaram o partido de Amílcar Cabral (José Belo)
7 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13859: Da Suécia com saudade (44): A ajuda sueca ao PAIGC, de 1969 a 1973, foi de 5,8 milhões de euros (Parte V): Quando se discutia, item a item, o que era ou não era ajuda humanitária: catanas, canetas, latas de sardinha de conserva... (José Belo)
(**) Publicaremos, a seguir, um outro poste, da autoria do nosso colaborador permanente e camaradda Hélder Sousa, especialista em radiolocalização... Ele considera de todo improvável que houvesse, no "norte da Guiné", uma potente estação de rádio, móvel, com estas característcias, a ser operada pelo PAIGC...
O mais provável era situar-se no território do Senegal, perto de Ziguinchor... O parecer do Hélder Sousa vai nesse sentido: "Não tenho nenhum motivo para duvidar dessa ajuda sueca. Inclino-me para a operação a partir do Senegal, com melhores condições para propagação das comunicações."
18 comentários:
Zé Belo:
Percebe-se agora melhor os alegados "ciúmes" do Sékou Touré em relação a Amílcar Cabral...
Os suecos devem ter perdido a cabeça: estenderam uma passadeira vermelha ao Amílcar Cabral e ao PAIGC... E, claro, estas fotos e estes relatórios de missão ajudavam a reforçar os "laços de amizade" dos suecos (ou de uma parte dos suecos) em relação ao "povo da Guiné-Bissau"...
Será que essa amizade perdura, como a nossa, no coração da gente comum ? Espero bem que sim, que esteja para além dos regimes políticos e das conjunturas...
Também tivemos esta moda daa associações de amizade de Portugal com meio mundo, depois da diplomacia do "orgulhosamente sós"... O problema é que os regimes caem e as amizades também...
E, a propósito, a queda do muro de Berlim foi há 25 anos...
Julgava que os Alemäes na sua "genialidade" técnica construíam muros que...näo caíam.
Enfim...
A diplomacia de Amílcar e depois do irmão Luís Cabral, dava para suecos, portugas, árabes, russos e tudo o que estava para lá do muro de Berlim, e ainda Papa e Fidel.
Mesmo aquela de Amílcar "..a luta não era contra o povo português" tinha imensa sabedoria diplomática, pois indirectamente punha de fora o mais importante, o povo português de Cabo Verde, pois sabemos que tirando os praienses de Santiago poucos alinhavam na política de Amílcar embora o admirassem.
Portugal devia seleccionar para diplomatas internacionais de preferência caboverdeanos,
Têm um feeling (lábia)especial para o efeito, que nos falta aqui no rectângulo.
Os caboverdeanos continuam em maioria a ser portugueses principalmente filhos, netos e bisnetos dos grandes dirigentes, são alí da freguesia de São Sebastião da Pedreira, quase todos.
Luís Graça, aquela do "orgulhosamente sós" devia ser explicada às criancinhas portuguesas logo na pré!
Para compreendermos as bocas da Merkel.
Caros camaradas
Ora bem, relativamente à grande pergunta, "onde poderiam estar" esses rádios móveis, a resposta é simples. Não sei.
Apenas ser que no que diz respeito às actividades do "centro de escuta", nas quais participei, havia a indicação para a busca permanente de comunicações que pudessem ser entendidas como úteis ou mesmo do próprio IN.
Isso fazia-se 'batendo' sistemática e diariamente as várias frequências e servia para a 'fonia', a 'grafia', os 'telégrafos' e também as emissões rádio.
No que diz respeito à 'fonia', sem ter já a certeza, tenho a ideia de ter sido muito esporádica a captação de comunicações, se é que isso é mesmo real, e sem grande utilidade prática, apenas para confirmar que havia a utilização de 'castelhano'. A ideia que retenho é que, nesse aspecto, imperava a "disciplina rádio".
No que diz respeito à 'grafia' onde essa 'disciplina rádio' era exemplar, a verdade é que se tinham conseguido 'identificar' vários 'emissores-receptores' do IN e tentava-se captar as suas breves e concisas comunicações, não sabendo eu se depois se conseguiu, ou não, decifrar o que se captava.
Um exemplo do que digo tem a ver com o E/R ET55 do IN.
Para quem conhece 'morse' sabe que a identificação deste 'operador' seria feita por um sinal curto, um sinal um pouco mais longo e 10 sinais curtos brevemente separados 5 a 5. Na prática, o 'tempo de antena' gasto na identificação aquando da entrada em rede deste Posto era curtíssimo e assim, mesmo quando 'estávamos em cima' dificilmente haveria tempo para acertar os azimutes. Em determinada altura ficou-se com a ideia que operava no Morés, mais insistentemente na região de Mansoa. Fez-se uma operação de tentativa de radiolocalização mais 'afinada'. Fiquei no 'posto coordenador' indo um aparelho de radiolocalização para a zona de Antula, em Bissau, outro para Bissorã e um terceiro para Mansoa, onde foi colocado no fundo da pista. Aquando da 'entrada em rede' na exploração do IN das 09:00 todos se identificaram (dando assim sinal da sua existência e da operacionalidade) e um ou outro comunicou qualquer coisa breve. Por essa altura o aparelho de radiolocalização de Mansoa ainda estava a ser posicionado. Mais tarde, aquando de nova 'chamada geral', curiosamente o ET55 não se apresentou. E isso sucedeu também na parte da tarde. Ficámos com a 'quase certeza' de que realmente operaria perto de Mansoa mas não se conseguiu tentar traçar alinhamentos dos quais resultassem os cruzamentos que pudessem indicar a maior proximidade do seu posicionamento.
Confirmámos a suspeita da sua zona de actuação mas não a localização (que seria certamente móvel, mas o mais provável seria dentro de um determinado raio de acção). Ficámos também com a certeza de haver uma forte 'disciplina rádio' na exploração das comunicações.
vai continuar......
continuação....
Outro 'passatempo' era o dos 'empastelamentos', ou seja, a tentativa de colocar uma qualquer emissão de rádio em cima da mesma frequência de operação que já estava a ser utilizada por outro posto emissor.
Assim, fazia-se essa acção sobre as emissões da "Maria Turra" em ondas curtas e ondas médias. Estávamos atentos ao início das emissões (eles publicitavam as frequências, as horas e as emissoras donde emitiam) e informávamos os três locais que tínhamos para fazer os 'empastelamentos', ou seja, o nosso posto emissor de Antula, a Marinha e a DGS.
Normalmente conseguia-se ter algum êxito sobre as ondas curtas, nem sempre, dependendo das condições atmosféricas. Sobre a emissão em onda média, de mais difícil cobertura, até porque, dizia-se, partia de um emissor 10 vezes mais potente que o nosso, quase não havia êxito, tendo eu próprio comprovado isso quando saindo de Santa Luzia a pé até ao "Enfarta Brutos" em hora de emissão da "Rádio Bombolom" percebia claramente a audição sem atropelos que se fazia em algumas tabancas ali ao lado da estrada.
Não sei ao certo donde emitiam mas ocorrem-me nomes como Ziguinchor e Tambacounda. Também me recordo de St. Louis mas acho estranho, já que fica a norte da Dacar, cerca de 200 km, perto da fronteira com a Mauritânia, embora mais em frente a Cabo Verde.
Voltando ao assunto "camiões com estação de rádio", considero altamente improvável, para não dizer impossível, dadas as relações no terreno e as características do desenvolvimento das acções, que esses veículos pudessem ser utilizados no interior da Guiné. Sei que isso não é dito, mas adianto-me já.
Dado o que se diz ter sido o tipo de relações entre o PAIGC e o Senegal (pouco 'envolventes', digamos assim) seria mais provável que essas viaturas, a existirem, pudessem circular mais à vontade na Guiné-Conacri, mas tudo depende da real finalidade da sua existência. Podia muito bem ser no Senegal se o objectivo era 'educacional' e nesse caso já 'casa' com a informação de que "operariam no norte da Guiné" (aqui é que está o busílis - é o norte a norte da 'nossa' Guiné e nesse caso lá está Ziguinchor, Tambacounda e mesmo St. Louis - ou é o norte da 'outra Guiné' e nesse caso já seria para lá da nossa fronteira sul).
Não tenho nenhum motivo para duvidar dessa ajuda sueca. Inclino-me para a operação a partir do Senegal, com melhores condições para propagação das comunicações.
Abraço
Hélder S.
José. a RDA (República Democrática Alemã, do you remenber ?) deve ter herdado, inteirinha, a Alemanha Nazi...
Às vezes pergunto-me se a sinistra Stasi não foi herdeira da Gestapo ?
Os alemães que tiveram o azar de ficar no lote das partilhas que calhou aos russos, devem-se ter convertido da noite para dia... Em massa... Não é bem assim, sempre houve (e sempre haverá) gente que arrisca a vida pela liberdade e pela justiça... É isso que me leva a não descrever de na espécie a que pertenço...
Também houve coisas dessas, cá neste pequeno rectãngulo, logo a seguir ao 25 de abril de 1974... Claro, à nossa escala liliputiana... Houve suicídios, mas também houve conversões em massa, no pós 25 de abril... Acontece isso sempre que cai um império...
Ironia das ironias, é uma mulher formatada na cultura da RDA que hoje manda no império pangermânico (que é a "União Europeia"), de que nós somoa uma distante e insignificante colónia...
A sua postura arrogante e etnocêntrica causa-me calafrios... A subvserviência da nossa elite dirigente, por outr lado, causa-me vómitos...
Bebe um copo por mim em Key West, que estou a precisar de um belo trago!...
Amigos
A propósito do comentário acima do Luís Graça refiro uma coisa que reputo de muito curiosa e talvez 'educativa'...
Ouvi hoje na rádio o Sr. Embaixador José Cutileiro relembrar um episódio passado com ele na África do Sul onde era embaixador à data da 'queda do muro'.
Disse ele que, sendo habitual haver convívios entre o corpo diplomático, estava por acaso marcado para esse dia (noite) em casa (não percebi se era a moradia particular ou se nas instalações da Embaixada) do embaixador italiano. Quis o acaso que ele, Cutileiro, chegasse ao mesmo tempo que o embaixador da Alemanha ("uma pessoa afável, divertida, com senso de humor") que aproveitou o momento para 'ironicamente' se apresentar dizendo ser o "embaixador do IV Reich".....
Engraçado, não é?
Abraços
Hélder S.
On tem, dia 8, tinha pedido um "parecer técnico" ao Hélder... Ele já botou faladura, obrigado. Mas acho que a matéria ser exposta na "montra grande" do blogue... Aqui é montra, traseira, pequena... LG
____________
Helder:
Antes de publicar [o texto do José Belo], e para não causar "brotoeja", preciso do teu parecer "técnico"...
Onde é que poderia estar lçocalizado este rádio (móvel) ? No Senegakl, na base de Cumbamori ? No "norte da Guiné" seria arriscado, por causa da aviação...
Esta cena ainda é do teu tempo... Tiveste conhecimento ?... O que sabes sobre isto, tu que és especialista em radiolocalização ?
Um abraço, Luis
Atencäo ao que está escrito nos documentos do livro citado neste poste.
No texto sueco original está escrito:"Programas transmitidos desde o Norte da Guiné-Bissau"
Creio que deste modo se estariam a referir a programas transmitidos nao dentro do Norte da Guiné mas...a Norte da Guiné.
Foi essa a ideia que,como tradutor,tive desde o início.
Este assunto das transmissões inimigas de certeza que vai ter imensa participação, a tertúlia tem um grande contingente desde comandantes a subordinados na área das transmissões.tocou-se numa área que vai despoletar o seu interesse e conhecimentos.
Um alfa bravo
Colaço.
Certo Zé Belo
O que eu disse é que não seria era "dentro da 'nossa' Guiné".
Realmente o mais provável seria a 'norte dela', logo no Senegal.
Aliás, também como referi, a propagação era mais favorável a partir daí.
Entretanto li novamente e há um pormenor que só agora reparei e é importante.
Trata-se da data. 19 de Setembro de 1972.
Ora, para mim já era quase o fim da comissão, cerca de mês e meio antes de vir embora. Por essa época as atenções estavam mais centradas nas acções que tinham a ver com os esforços para colocar instalações nossas (forçando assim a 'soberania') na margem esquerda do Geba na confluência do Corubal. Deste modo não tenho lembrança de acções no sentido de se tentar 'apurar' essa novidade.
Mas a data de Setembro de 72 é já bem próxima (seis meses de distância) das acções sobre Guidaje e 'arredores', altura em que se 'entende' que o Senegal já era mais 'colaborante' com o PAIGC.
E dadas as melhores condições para propagação das ondas rádio acredito então, como escrevi, que seria no Senegal que tais equipamentos poderiam estar.
Abraços
Hélder S.
INFO PARA RADIALISTAS TELEGRAFISTAS E OUTROS ISTAS..E MARALHA EM GRAL.
Eu simples obuseiro leigo em transmissões..criptações e outros ões...os estúdios da rádio "liberdadi di no povo",onde a "maria turra" debitava as grandes batalhas contra o colono fascista..mortes aos molhos.(nossas ..claro).destruição completa, por várias vezes, dos campos fortificados colonialistas...etc. SITUAVAM-SE EM KONAKRY...COM RETRANSMISSORES EM BOKÉ, E NO SENEGAL EM ZAGUINCHOR E VELLINGARA.
Os aparelhometros eram made in urss e de elevada potência de sinal.
Em gadamael ouvia-se perfeitamente.. alto e claro..e às vezes um sinal de fundo irritante e meio maricas.
Ahhh. sobre o material oferecido pela Suécia..tá-se mesmo a ver que aquilo era só para fins pacíficos e só podia ser utilizado como tal..não tá-se.
Eiii..a minha info não sei se corresponde à verdade..mas que se ouvia a rádio da maria muito bem..ouvia.
C.Martins
Caro C.Martins.
De acordo em quase tudo, com excepcäo à origem do sistema rádio referido neste poste.
Pela sua qualidade técnica "civil" era bastante desenvolvido para a época e,por esse motivo, dificilmente poderia tratar-se de equipamento militar...soviético.
A Suécia além de pagar a conta dos sistemas de transmissöes do PAIGC tinha programas de ensino (e treino práctico) fornecido pela companhia Swedetel ,na Suécia, e orientado para material da referida companhia.
Um abraco do José Belo
Caro camarada JOSEPH BELO "LAPÓNICO"
Recebido e entendido.
Lá no "paraíso socialista da solidariedade proletária internacional" também tinham a rádio moscovo..a que só falava verdade..e em ondas curtas ouvia-se muito bem com um ruído em fundo..oooiiiiieeemmmm que apenas servia para irritar.
Apesar do atraso tecnológico seria melhor do que a dos f. da puta do.. oooiiiieeemmmm..
Um grande alfa bravo
C.Martins
Caro C.Martins.
Ao chamarmos para aqui as "mäezinhas deles" caímos no perigo de tornar isto numa das "Conversas em Familia" das usadas pelo Sr.Pr.Dr.Marcelo Caetano.
Recordo aquelas conversas e... näo levavam muito longe.
Um grande abraco do José Belo do Estoril.
O José Belo está a enriquecer os nossos conhecimentos sobre os bastidores da guerra onde malhamos com os ossos e mais ricos nos tornará se nos disponibilizar o aludido relatório da Srª Dahl da sua visita às "áreas libertadas" da Guiné. Conhecemos a animosidade (ou inveja?) dos indígenas lapónicos relativamente ao execrando fascismo e colonialismo transpirado pelos povos do sul, porque deram o corpo ao manifesto nas distantes América e África, em contraponto à sua condescendência com o fascismo o colonialismo vindo frio de além muro de Berlim, extrapolado a casos na América Central e no Oriente. Ficaríamos a saber se como relatora também será mentirosa, em linha com a célebre Comissão da ONU.
O dinheiro do reino da Suécia da ajuda humanitária, terá financiado "alimentos, transportes, educação, e saúde nas áreas libertadas" (um simulacro, se comparada com a Apsico portuguesa), mas também financiou a logística da guerra e a compra das munições de elevado preço (a doação do armamento era investimento fixo pelos dadores e alguns rentabilizavam-no com a venda das munições) e os relógios de ouro Rollex e outras mordomias com que Amílcar Cabral (um bon-vivant, esilo de vida pessoal que concorrerá para o seu assassinato)) obsequiava os seus pares.
Ao longo do ano em que andamos de intervenção por essas "zonas libertadas" do sul, no que toca à cooperação sueca apenas contactei com um livro da instrução primária, folhetins de pornografia e indícios, provas, da grande atracção ... das suecas pelos homens do PAIGC.
Meu Caro Manuel Lomba.
Essa das provas quanto (e cito):"grande atraccäo das suecas pelos homens do PAIGC" é,quanto a mim, injustamente discriminatória.
Nos quarenta longos anos que por aqui levo sempre julguei que as "muito dadas" suecas tiham uma grande atraccäo por...TUDO o que é homem.
Meu caro camarada José Belo:
Pois é.A malta portuguesa andava pela Guiné na mesma vida que a malta do PAIGC, a tentar fazer as mesmas maldades uns aos outros, sofríamos muito mais "carências" do género que eles e nunca topamos o mínimo indício, mesmo mínimo, em que as suecas se interessassem pelos combatentes (homens) portugueses.
Votos de felicidades, extensivos à família, na vossa estada na terra do Tio Sam...
Manuel Luís Lomba
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