sábado, 15 de novembro de 2014

Guiné 63/74 - P13897: Bom ou mau tempo na bolanha (75): Da Florida ao Alaska, num Jeep, em caravana (15) (Tony Borié)

Septuagésimo quarto episódio da série Bom ou mau tempo na bolanha, do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGRU 16, Mansoa, 1964/66.




Resumo do dia décimo quinto

A povoação de Tok está situada numa grande planície no Vale do Tanana, entre o Rio Tanana e o “Alaska Range”, que é uma cordilheira com 650 Km de comprimento, relativamente estreita, na região centro-sul do território do Alaska. Esta povoação fica num cruzamento do “Alaska Highway”, com o “Glenn Highway”, com muita importância, tendo uma área de aproximadamente 132 Km2, tudo em terra, sendo a marca “Historic Milepost 1314”, do “Alaska Highway”, onde dormimos.

Pela manhã, tomando um copo com café, uma pessoa a nosso lado, aqui residente há muitos anos, mas que tinha vindo das ilhas do Hawai, querendo saber de onde éramos oriundos, começou por explicar que a povoação de Tok começou a ter alguma visibilidade a partir do ano de 1942, quando do início da construção do “Alaska Highway”, pois passou a ser um grande campo de construção e manutenção desta famosa estrada, até lhe chamavam o “Million Dollar Camp” e, até aquela data, era conhecida como uma aldeia onde viviam os “Athabascan”, um povo que aqui caçou, pescou e viveu por séculos.


Estávamos mais ou menos a 100 milhas (160 quilómetros) da fronteira com o Canadá, quando comprávamos alguma gasolina, o condutor de uma caravana, que vinha da fronteira, lavando os vidros da frente e as manetes das portas, explicou-nos que a estrada estava em construção a partir do quilómetro 15 ou 20, dentro do território do Canadá, para nos prepararmos para muitas paragens, mas com o nosso equipamento, não iríamos ter muitos problemas, ele sim, teve e, pelo aspecto da viatura, devia mesmo de ter tido.

A fronteira chegou, umas milhas antes existe um estabelecimento com um grande cartaz anunciando que é a última oportunidade de comprar gasolina, recordações, comida, bebida e outras lembranças do Alaska, havia algum trânsito, antes de entrar no edífio que cruza a fronteira, verificámos os documentos, tudo em ordem, sempre perguntam se levamos bebidas com álcool, dissemos que sim, eram ainda algumas garrafas de vinho que tinham vindo da origem, ou seja da nossa casa na Florida, o funcionário riu-se e desejou-nos “bon voyage”, em francês.


Depois da fronteira, algumas fotos, e eis-nos na estrada onde começaram a aparecer as tais obras de manutenção e alteração da via, com paragens sucessivas, longas esperas pelo “carro piloto’, onde as pessoas aproveitavam para sair das viaturas, tirar fotos do cenário, ou conversar, começando até novos conhecimentos.

Parámos na povoação de Beaver Creek, que marca o “Historic Milepost 1202”, onde dizem que é uma comunidade com poucos habitantes, pois além de ser a residência dos empregados do “Canada Border Services Agency”, tem só algumas “cabanas” para turistas que aqui querem passar algum tempo, pescando nos dois pequenos rios que por aqui passam.


Continuámos a nossa rota, rumo ao leste, paragens frequentes, desvios de estrada, parando na povoação de Burwash Landing, que marca o “Historic Milepost 1093” e, que é uma pequena comunidade encostada ao “Kluane Lake”, que é um grande e bonito lago, que primeiramente foi usada como “campo de férias de verão”, até começar a ser um “posto avançado de trocas”, que os irmãos Jacquot, por volta do ano de 1900, aqui construiram.


A pequena povoação de Destruction Bay, que marca o “Historic Milepost 1083”, era já ali, é uma pequena comunidade que sobrevive quase do negócio de turismo, com as pessoas que por aqui passam no “Alaska Highway”, até dizem que a sua população está a diminuir, pois já chegou a ter 59 habitantes e, presentemente andam à volta de 35.



Embora as obras na estrada nos obrigassem a frequentes paragens, um tempo depois, pois de acordo com os habitantes daqui, a distância não conta, o que conta é o tempo e, medem a distância de uma povoação a outra pelo tempo, não pela distância, ei-nos na povoação de Haines Junction, que marca o “Historic Milepost 1016”, que também começou a ter alguma visibilidade por altura do ano da construção do “Alaska Highway”, sendo neste momento um importante encontro de duas estradas, pois daqui segue a estrada número 3, com destino ao sul da província de Yukon. Antes, dizem que por mais de dois mil anos, era um campo de caça e pesca que o povo, “Southern Tutchone”, usava em algumas estações do ano.


E como já dissemos, também passado algum tempo, ainda de dia, embora fossem já 9 horas da noite, chegámos de novo ao pequeno óasis no deserto, que é a cidade de Whitehorse, que marca o ”Historic Milepost 918”, da qual já falamos anteriormente, onde depois de visitar o Centro de Turismo, procurámos comida e dormida, onde se pudesse tomar banho e dormir com algum conforto.


Já agora, queria lembrar que o trajecto que hoje fizemos, entre a cidade Tok, no estado do Alaska e a cidade de Whitehorse, na província do Yukon, já no Canadá, ficou por fazer, na viagem de ida para o estado no Alasca, pois nessa altura, nesta cidade de Withehorse, desviámo-nos para norte, fizemos o célebre “”Klondike Loop”, que nos levou à cidade de Dawson City, que depois de atravessar, numa jangada o rio Yukon, entrámos na estrada que chamam “Top of the World Highway”, onde fizemos a fronteira com o estado do Alaska, em direcção à cidade de Tok.

Neste dia, percorremos 452 milhas, com o preço da gasolina, variando entre $1.66 e $1.82

Tony Borie, Agosto de 2014.
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Nota do editor

Último poste da série de 8 de Novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13861: Bom ou mau tempo na bolanha (73): Da Florida ao Alaska, num Jeep, em caravana (14) (Tony Borié)

2 comentários:

Luís Graça disse...

Olá, bom dia, Tony...Queria dar-te um recado: há um tuga em Key West, tens de o procurar e conhecer. É teu vizinho. Partiu ontem de Estocolmo. Deve ficar por aí uns tempos, com a família. Já ouviste falar dele, é nosso grã-tabanqueiro: José Belo...Vou tentar por-vos em contacto...LG

Tony Borie disse...

Olá Luis.
Obrigado pela mensagem.
Absolutamente, se o companheiro José Belo, vem para Key West, gostava de me encontrar com ele e, claro, com a sua família.
Um abraço Luis, extensivo a todos os nossos companheiros.
Tony Borie.