quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Guiné 61/74 - P24541: História da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) - Parte VI: 14 de abril de 1971: forte flagelação da vila e quartel de Catió, com foguetões 122, canhão s/r 82 e morteiro 82

Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Parada do quartel.

Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Um aspeto parcial do quartel.

Fotos (e legendas); Victor Condeço (1943/2010) / © Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007). Todos os direitos reservados


1. Continuação da publicação de alguns alguns excertos da história da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedu, 1970/72) (*). É mais uma das subunidades, que estiveram no CTIG, e que não têm até à data nenhum representante (formal) na Tabanca Grande.

Uma cópia da história da unidade foi oferecida ao Centro de Documentação 25 de Abril, em vida, pelo então major general Monteiro Valente, ex-elemento do MFA, com papel de relevo nos acontecimentos do 25 de Abril, na Guarda (RI 12) e Vilar Formoso (PIDE/DGS), bem como no pós- 25 de Abril. (Foi também comandante da GNR, e era licenciado em História pela Universidade de Coimbra.)
 

Acrescente-se ainda que o cap inf Monteir0 Valente, entre outros cargos e funções, foi instrutor, comandante de companhia e diretor de cursos de Operações Especiais, no Centro de Instrução de Operações Especiais, em Lamego (1968-1970, 1972-1974). (Foto à direita, cortesia do blogue Rangers & Coisas do MR", do nosso coeditor, amigo e camarada Eduardo Magalhães Ribeiro).

Uma cópia (não integral) desta história da CCAÇ 2792, chegou-nos às mãos há uns largos tempos.


História da CCAÇ 2792 (Catió e Cabedú, 1970/72) - Parte VI:

14 de abril de 1971:  a forte flagelação da vila e quartel de Catió, com foguetões 122, canhão s/r 82 e morteiro 82


(...) Em 14, às 21h00 o IN flagelou Catió com foguetões 122 mm, canhão s/r 82 mm e morteiro 82 durante 75 minutos. Antes do início da flagelação, Catió  foi sobrevoada por um meio aéreo  não identificado.

A flagelação causou às NT 3 mortos (2 militares e 1 milícia) e 6 feridos graves, bem como 1 morto na população, vários feridos ligeiros e prejuízos materiais avultados da ordem dos 300 contos (em escudos da metrópole seriam o equivalente, a preços de hoje, a 78.216 euros).


Baixas, da subunidade: 

Mortos em combate: (i) fur mil  at inf  José António Rodrigues de Andrade; (ii) sold at inf João da Encarnação Góis.

Feridos graves: (iii) 1º cabo  reab mat Carlos Abílio Gomes Ferreira Antunes (virá a falecer em 1 de junho de 1971 no HM 241, em Bissau, em consequência dos ferimentos recebidos).

Apreciação:

A acção do IN, no dia 14, foi desencadeada em simultâneo com outras duas sobre aquartelamentos vizinhos (Cufar e Bedanda).

Nestas acções o IN revelou grande potencial de fogo e elevada precisão, conseguindo que todos os impactos do foguetão 122 mm  se verificassem dentro da vila de Catió e três dentro do aquartelamento, apesar da distância da base de fogos (cerca de 9 km).

De salientar também o conjunto de medidas e contra-informação utilizada pelo IN porquanto nenhum das guarnições atingidas suspeitava de qualquer ação IN.

Foi na acção detectada grande interferência das transmissões das NT.
Estes factos revelam a boa técnica de coordenação (...)

Fonte: Excertos da história da unidade, cap II, pág. 43.

(Seleção / revisão e fixação de texto / substítulos / negritos: LG)

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