sábado, 3 de outubro de 2009

Guiné 63/74 – P5048: Histórias do Jero (José Eduardo Oliveira) (16): Leões na Guiné em 1966!


1. O nosso Camarada José Eduardo Reis de Oliveira (JERO), foi Fur Mil da CCAÇ 675 (Binta, 1964/65), enviou-nos a sua 16ª história, com data de 3 de Outubro de 2009:

BLOGANDO E ANDANDO

Leões na Guiné em 1966!

O título pode parecer especulativo... mas tem algum fundo de verdade.

Passamos a explicar.

Em Maio de 1966 uma equipa de futebol do Sporting Clube de Portugal visitou a “portuguesíssima Província da Guiné para homenagear a sua Filial nº. 89 – Sporting Clube de Bissau”.

Os “leões de Alvalade” efectuaram alguns jogos de futebol em Bissau com equipas locais. E também “futebol de 5” contra equipas militares.

E como soubemos desta distante história de “Leões” na Guiné?

Na nossa rotina diária depois de em casa “blogar” vamos andar para a pista de um campo de futebol, que temos a sorte de ter ao pé da porta.

Um destes dias numa conversa com um parceiro “de pista”, que sabíamos ter jogado futebol no Sporting (Lisboa), vieram à baila algumas “conhecimentos” sobre a Guiné que nos surpreenderam.

Como é que ele sabia coisas de Bissau, de Bolama e Bafatá?


Tendo em conta a nossa diferença de idades como é que o José Carlos de Jesus tinha estado na Guiné com 18 anos de idade sem ser na qualidade de militar!?

A resposta não deixou dúvidas: - Como jogador de futebol do Sporting Clube de Portugal.

Ah, tá bem!

A conversa continuou no dia seguinte e o Zé Carlos trouxe-me uma carta do S.C.P. datada de 7 de Junho de 1966, que reproduzimos em anexo.

A carta refª. 4521/66, Minº. ML, Dactº. AC. atribui um “Voto de Louvor” a todos os jogadores que fizeram parte do grupo de futebol…pela forma valorosa como desportivamente se aplicaram no decorrer dos três jogos realizados. Acompanhou a comitiva leonina o Vice-Presidente para as Relações Externas Dr. António Alexandre Pereira da Silva. Assinava a carta o Secretário-Geral da Comissão Directiva Romeu Adrião da Silva Branco.

Colhemos entretanto a informação adicional que era Presidente do Clube Guilherme Braga Brás Medeiros (1965-1973).

Alem da carta trouxe-nos também uma fotografia de uma equipa do tempo (1964-65) do Sporting Clube de Portugal.


E o que recorda o Zé Carlos da sua passagem de Guiné 40 e tal anos depois?

Recorda várias coisas.

A longa viagem do Super Constelation de Lisboa a Bissau – cerca de 9 horas – e o “choque” com o calor e humidade quando saíram do avião a caminho da cidade.

De fato inteiro, camisa e gravata bufavam que nem… leões.

Quando chegaram ao Palácio do Governador para cumprimentarem o “General” Shultz ficaram de boca ainda mais aberta por o Governador os receber de calções e camisa.

Depois recorda as Avenidas de Bissau, o mercado e militares por todo o lado. Gente, cor, bulício e…ausência de sinais de guerra.

Em relação aos jogos no Estádio de Bissau recorda muita gente, muito entusiasmo e no final algumas cenas de pancadaria entre militares da marinha e do exército.

Na equipa do Sporting não jogaram então alguns dos grandes jogadores da época por estarem já seleccionados para e equipa de Portugal que iria, dentro de poucos meses, disputar o Campeonato do Mundo de 1966, (onde viríamos a obter o melhor resultado de sempre - um 3º.lugar).

Os jogadores em causa ainda hoje são históricos e recordados pelas gentes do futebol: Carvalho, Hilário, Morais, Zé Carlos, Alexandre Baptista e Lourenço.

O Zé Carlos recorda que em Bissau, sob a orientação do treinador Juca jogaram: Damas, Caló, Carlitos, Lino, Pedro Gomes, Dani, Colorado, Figueiredo, João Barnabé, Barão e outros atletas cujo nome já não recorda.

Fora do que se passou nos rectângulos de jogo o José Carlos de Jesus (também conhecido nos “futebóis” por Zé Carlos II) lembra com particular saudade as viagens a Bolama e a Bafatá.

Para Bolama viajaram em viaturas descapotáveis (Renault Caravell) sem escolta militar.

Para Bafatá viajaram de avião (Dakota).

Lembra-se de aterrar num pequeno campo de aviação e de viajar para a cidade num carro de “caixa aberta”.

Seguiu-se um almoço memorável à base de ostras grelhadas, como nunca mais comeu até hoje.

Deixamos para o fim a invulgar e, no que nos diz respeito, nunca ouvida história do crocodilo amestrado de Bolama.

A comitiva do Sporting foi avisada de que ia ver uma “cena” única: um crocodilo amestrado que, à voz de um domador da “casa” (leia-se de Bolama) iria sair do seu charco privativo para vir até terra firme “confraternizar” com a malta. Daria até para se tirar uma fotografia com um pé em cima das costas do crocodilo sorrindo para a objectiva.

Foi com esta expectativa elevada que os “leões” de Lisboa se aproximaram do charco das terras de Bolama.
O “domador”, empunhado um comprido pau com um pedaço de carne na ponta, pediu silêncio e aproximou-se do “poiso da fera”.

O charco, de água esverdeada e viscosa, permanecia calmo…

O “domador” arriscou mais uns passos e, de repente, o crocodilo apareceu e saltou (ou pareceu saltar).

Foi um cagaço monumental.

Domador e seus convidados fugiram a sete pés (ou mesmo mais… ).

A malta da bola não deixou os seus créditos por pés alheios e sprintou rapidamente para bem longe do charco.

O crocodilo ouviu das boas e a sua mãe não escapou de algumas graves ofensas verbais à sua honra!

As viagens de regresso a Bissau e mais tarde a Lisboa decorreram dentro da normalidade.

À distância no tempo o Zé Carlos II recorda com saudade os seus 18 anos e a viagem à Guiné.


Mas o crocodilo “amestrado” de Bolama e o cagaço colectivo da comitiva dos “leões de Alvalade” ocupam, nas suas memórias africanas , os “flashes” mais nítidos das recordações de há quarenta e tal anos atrás.

Devemos ao Zé Carlos II a evocação dos “Leões na Guiné” em 1966.

Alguém na nossa Tabanca Grande se lembra destes futebóis longínquos?

E do crocodilo de Bolama?

Um abraço,
JERO
Fur Mil Enf da CCAÇ 675

Fotos: José Eduardo Oliveira (2009). Direitos reservados.
___________
Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em:

Guiné 63/74 – P5047: Estórias do Fernando Chapouto (Fernando Silvério Chapouto) (7): As minhas memórias da Guiné 1965/67 – Rotinas perigosas


1. Continuamos a publicar as memórias do nosso Camarada Fernando Chapouto, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAÇ 1426, que entre 1965 e 1967, esteve em Geba, Camamudo, Banjara e Cantacunda. Este é o 7º poste desta sua série, continuando os postes P4877, P4890, P4924, P4948, P4995 e P5027.

AS MINHAS MEMÓRIAS DA GUINÉ 1965/67

Rotinas perigosas

Passados oito dias, sobre a terrível morte do nosso Camarada Fur Mil Tomé, fomos rendidos pelo 3º. Pelotão e seguimos para Geba. Aí todos nos perguntavam como tinha acontecido a morte do Furriel Tomé, ao que nós respondíamos que não tínhamos visto, e que apenas sabíamos que tinha caído numa armadilha.

O nosso 1º Sargento tinha abordado os Oficiais e Sargentos dos outros destacamentos próximos, para saber se eles colaboravam no pagamento das despesas do envio do seu corpo, para a Metrópole, e todos concordaram em ajudar.

O meu pelotão, como não podia deixar de ser, também concordou unanimemente em participar. Não me lembro quanto me tocou a mim.

Foi pena esta amostra de solidariedade e camaradagem não ter acontecido também com o soldado condutor, que faleceu, por afogamento, num despiste de uma viatura à entrada da ponte sobre o rio Geba. A viatura caiu ao rio tendo o infeliz condutor ficado preso e submerso, resultando ainda deste infeliz acidente vários feridos, com maior ou menor gravidade. Os restos mortais deste nosso Camarada, ficaram enterrados no cemitério de Bafatá.

O tempo em Geba era passado em passeios às voltas pela Tabanca, jogos de futebol e deslocações, de vez em quando, até Bafatá (quando é claro não haviam operações).

Em meados de Julho o IN atacou Sare Banda, por volta das dez horas da noite, já alguns soldados estavam deitados. Tivemos que nos levantar rapidamente, agarrar no equipamento necessário e saltar para cima das viaturas.

A coluna arrancou a grande velocidade e, quando nos aproximamos de Sare Banda, apeamo-nos das viaturas e desligamos os faróis. Com os olhos de “gato” atilados (como vulgarmente lhe chamávamos), avançamos à frente das viaturas com todas as precauções, porque ainda se ouviam alguns disparos.

O nosso capitão mandou então lançar algumas morteiradas nas direcções de onde o IN atacava a população, mas como não se levou o prato de assentamento do morteiro, o 1º Cabo tinha medo de segurar no dito tubo durante os disparos, pelo que, tive de ser eu a pegar-lhe e explicar-lhe como se devia fazer.

Conforme o tubo se ia enterrando com os sucessivos disparos, eu mudava-o de lugar e continuamos a enviar morteiradas, enquanto penetrávamos em Sare Banda. Montamos a segurança necessária em volta do arame farpado, enquanto o nosso capitão se inteirava da situação. Viam-se moranças incendiadas e alguns feridos. Tudo se calou à ordem do capitão.

Ao romper do dia fez-se o reconhecimento em volta do arame farpado, vendo-se apenas uns rastos de sangue nas redondezas e vários cortes no arame farpado.

Além disso, só constatamos alguns feridos ligeiros entre a população.

Findo o reconhecimento regressamos a Geba.

Três ou quatro dias depois de Sara Banda ter sido atacada, o meu Pelotão e uma Secção do 3º Pelotão, sob as ordens do Furriel Vaqueiro, saímos de Geba em diversas viaturas, e seguimos em direcção a Sara Banda, onde nos apeamos e fomos reforçados com uma Secção de Milícia de Sara Banda.

No dia seguinte, ainda cedo, arrancamos na direcção de onde tinham sido detectados rastos do IN. Seguimos até à bolanha e, depois de a atravessarmos em Sare Dembel, viramos para a esquerda. O mato era cada vez mais denso e de alto porte. Uns quilómetros à frente os guias e a milícia pararam.

Como eu ia logo atrás perguntei o que é que se passava, ao que eles me responderam que haviam visto uma armadilha. Depois de se tomarem todas as precauções e medidas de segurança, o capitão incumbiu-me da missão de ser eu a levantar a armadilha, em virtude de o furriel de Minas e Armadilhas do meu Pelotão, ter morrido em Junho.

Mandei distanciar todo o pessoal e fiquei sozinho, a armadilha era constituída por uma granada defensiva, que estava camuflada dentro da vegetação e com acesso difícil. Assim, tive que rastejar de costas, por debaixo dos ramos, até lhe chegar, muito lentamente. Virei-me com cautela, agarrei a granada e, ao mesmo tempo, a respectiva cavilha de segurança saltou. Como eu tinha a alavanca presa com a mão, não houve problema algum. Ainda tive algum receio ao introduzir a cavilha no seu lugar, mas, logo que o consegui, foi só enrolar o fio em volta da granada e metê-la no bolso.

Continuamos a marcha e um quilómetro ou dois adiante, outra armadilha foi avistada numa zona de fraca vegetação, no meio de uma grande clareira e mais uma vez o capitão ordenou que eu a desmontasse. Desta vez tudo foi mais facilitado, em virtude de o local se encontrar desprovido de vegetação e a granada estar instalada numa cova, no meio do capim, que ali era muito rasteiro. O fio encontrava-se elevado por meio de duas ganchetas, dum lado e do outro da picada, tive que agarrar na granada, enrolar o fio em sua volta e metê-la no outro bolso.

Comecei a pensar que estava sempre pronto para todo o serviço.

Continuamos a marcha sem encontrar sinais do IN, até que surgiram pegadas frescas e bocados de fruta deixados na picada. Entramos novamente no mato denso, pelo meio de árvores de grande envergadura. Quando todo o pessoal estava dentro da mata paramos, foi instalada a segurança, e fizemos uma pequena reunião com o capitão, o alferes e os furriéis, sobre as cautelas a tomar em virtude dos rastos avistados, porque sabíamos que o IN deveria estar por perto.

Estávamos nós ali reunidos em pé, no meio da picada, eu de frente para os restantes e eis que surge um elemento do IN, a uns trinta metros numa curva, em direcção a nós. Farda amarela, chapéu redondo da mesma cor, uma arma a tiracolo e com a cabeça baixa fixando o solo.

Quando eu tentei tomar posição de tiro, para lhe apontar a minha arma, o capitão e os outros como estavam à minha frente, ficaram surpresos e sem reacção, porque não sabiam o porquê da minha atitude. De repente o elemento IN desapareceu no meio do mato, penso que eles nem o viram.

Disse eu então: “Um terrorista”.

O capitão mandou-me disparar uma bazucada.

Continuamos o nosso avanço em direcção de onde ele havia surgido, que era a nossa direcção para Sinchá Jobel, da qual estávamos já muito perto. Quando desfizemos a curva, seguia-se uma grande recta, mas nem sinais do IN. No final da recta o capitão mandou a secção do Furriel Vaqueiro ficar para trás, emboscada no mato, para nos proteger se o IN viesse atrás de nós.

A uns cem metros aproximadamente, haviam umas grandes palmeiras e água corrente, pelo que aproveitamos para matar a sede, encher os cantis e descansar um pouco à sombra das mencionadas árvores.

Em frente havia uma grande clareira e em volta desta muitas bananeiras. O capitão estava a falar com os guias sobre qual a melhor direcção a tomar. Eu desloquei-me mais para a frente.

O IN, sem o sabermos, estava um pouco à frente das nossas posições, num pequeno declive espiando-nos, e ao aperceberem-se de quem era o nosso comandante (porque um guia inadvertidamente pronunciou o seu posto), lançou duas granadas de mão, uma na direcção do capitão e outra na minha, iniciando o ataque com rajadas de metralhadoras.

O nosso pessoal respondeu de imediato com disparos de G3 e morteiradas, durante uns dez minutos aproximadamente e o IN retirou sem deixar rasto.

Do nosso lado registaram-se dois feridos ligeiros, atingidos por estilhaços das granadas, um soldado da Milícia que estava junto ao Capitão, que ficou ferido num braço, e um soldado dos nossos que estava junto a mim. Felizmente, a mim, valeu-me estar a passar junto a uma árvore de grande porte, que me protegeu do rebentamento e dos estilhaços.

Comunicou-se com o Furriel Vaqueiro, para avançar ao nosso encontro e continuamos na direcção de onde vieram os disparos, uma grande clareira onde se viam muitos rastos no capim. Passamos a clareira e entramos numa bolanha profunda, como a água nos dava pelo peito, os mais baixos seguiam agarrados a uma corda, que tínhamos levado connosco. Mais uns quilómetros e avistamos as viaturas à nossa espera.

Regressarmos então a Geba, sem mais nada acontecer.

Mais uns dias de descanso, passeios pela Tabanca, jogos de bola, comer uns petiscos com umas cervejas a acompanhar e ir até Bafatá, visitar os meus conterrâneos - os irmãos Teixeira -, sendo que o mais velho, tinha uma drogaria em frente ao quartel e o mais novo, que tinha sido proprietário do restaurante “A Transmontana”, estava casado com a professora - D. Armanda Chaves -, da minha freguesia.

1 - Tampa Superior
2 - Tampa de Papelão
3 - Tampa da espoleta
4 - Eixo do percursor
5 - Mola
6 - Percussor
7 - Leather circlet
8 - Ranhuras de encaixe
9 - Corpo de conexão
10 - Pavio
11 - Segunda espoleta
12 - Detonador
13 - Primeira espoleta
14 - Parafuso
15 - Pino
16 - Alavanca
17 - Vista interna

(Continua)

Um forte abraço do,
Fernando Chapouto
Fur Mil Op Esp/Ranger da CCAÇ 1426

Imagens: © Wikipédia (2009). Direitos reservados.
__________
Nota de MR:

Vd. postes anteriores desta série, do mesmo autor, em:

Guiné 63/74 - P5046: Parabéns a você (31): Hélder Sousa, ex-Fur Mil TRMS TSF, Piche e Bissau (1970/72) (Editores)

Neste dia 3 de Outubro de 2009, está de parabéns, por somar mais um ano à sua curta vida, o nosso camarada Hélder Sousa (*) (ex-Fur Mil de TRMS TSF, Piche e Bissau, 1970/72), a quem, por este meio, toda a tertúlia vem dar o testemunho da sua alegria, associando-se não só ao Hélder, mas a toda a família e amigos mais próximos.

Prometemos marcar encontros sucessivos nos próximos anos, neste mesmo dia e local, assim ele nos continue a considerar seus amigos e camaradas.


O Hélder Sousa, entrou na nossa Caserna virtual em 10 de Abril de 2007, assim:

Sr. Professor e camarada da Guiné:

Peço desculpa de entrar desta maneira no seu (teu) endereço mas penso que é desta forma que se contacta o blogue.

Sou leitor assíduo do Luís Graça & Camaradas da Guiné, desde finais de Fevereiro, altura em que encontrei, comprei e li o livro Diário da Guiné do António Abreu e, através da informação lá disponibilizada, tomei conhecimento do blogue.

A Guiné sempre provocou em mim um misto de atracção e de nostalgia mas não me tinha dado ao trabalho de procurar coisas que afinal estão por aí e já há bastante tempo e com bastante qualidade.

Chamo-me Hélder Valério de Sousa, vivo actualmente em Setúbal, fui Furriel Miliciano de Transmissões, do STM, cumprindo a comissão de serviço na Guiné entre 9 de Novembro de 1970 e 10 de Novembro de 1972, tendo estado cerca 7 meses em Piche (contemporâneo do BCAV 2922) e o resto da comissão ao serviço do Centro de Escuta e de Radiolocalização do Agrupamento de Transmissões da Guiné.

Das minhas leituras do blogue devo começar por dizer que concordo inteiramente com os estatutos do mesmo. Penso até que só mesmo com enquadramentos colectivos com essa abrangência e ao mesmo tempo com esses compromissos, se pode criar e manter uma ampla plataforma de entendimento onde as diferenças se assumam mas se respeitem.

Não estou ainda a fazer um pedido formal para ser aceite como membro da Tertúlia porque não tenho ainda cumprida uma outra condição para ser membro e que se prende com as fotografias. Tenho que resolver essa lacuna pois tenho que procurar as fotos antigas e essas andam guardadas em algures.

Sendo assim, então qual o motivo deste contacto? Simples, como está previsto o almoço/convívio em Pombal (e não no, conforme recomendação expressa), a pergunta é se, não sendo membro, se pode participar e, caso sim, se se deve enviar a comunicação para o editor do blogue (para poder testemunhar que embora não sendo tertuliano de facto, já tem contacto preliminar no sentido de se efectivar) ou para o organizador do almoço (Vítor Junqueira).

Saudações e até breve.
Hélder Sousa


É caso para dizer que o nosso camarada Hélder foi atraído pelo estômago e ficou preso pela camaradagem reinante na Tabanca.


Nem sempre temos a oportunidade de neste dia homenagear os nossos progenitores, mas desta feita temos a sorte de possuir uma foto do senhor Ângelo Ferreira de Sousa, pai do Hélder.

Cabo Verde > Ilha de São Vicente > Mindelo > Ângelo Ferreira de Sousa (1921-2001), natural de Vale da Pinta, Cartaxo, ex-1.º Cabo n.º 816/42/5.

Foto editada por CV

O Helder Sousa no seu quarto em Bissau... Sinais dos tempos: um poster do Che Guevara, um ícone da juventude da época

Hélder Sousa, Fur Mil Trms TSF, algures na Guiné no exercício das suas funções

Bissau > Hélder Sousa, no quarto. Na mesinha de cabeceira, os inseparáveis livros

Na foto, Hélder Sousa com os camaradas Fernando Roque e Nelson Batalha

Fotos: © Hélder Sousa (2008). Direitos reservados.

Nesta foto tirada no III Encontro Nacional, pareço acusar o Helder de algo, apontando-lhe o dedo, mas ele aponta para a sua esquerda indicando talvez o verdadeiro culpado

Foto: © Luís Graça (2008). Direitos reservados.

Será o meu companheiro Inácio o verdadeiro culpado? Que estarão os dois a conspirar?

Foto: © José Armando F. Almeida (2008). Direitos reservados.
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Notas de CV:

(*) Vd. postes de:

11 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1652: Tertúlia: Três novos candidatos: José Pereira, Hélder Sousa e Jorge Teixeira

17 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2272: As nossas (in)confidências sobre o Cupelom, Cupilão ou Pilão (Helder Sousa / Luís Graça)

14 de Janeiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2438: História de vida (10): O Último Adeus ou as peripécias da minha partida no N/M Ambrizete (Helder Sousa)

6 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2509: Estórias de Bissau (15): Na esplanada do Pelicano, a ouvir embrulhar lá longe (Hélder Sousa)

19 de Fevereiro de 2008 > Guiné 63/74 - P2556: Estórias de Bissau (16) : O Furriel Pechincha: apanhado ma non troppo (Hélder Sousa)

9 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2828: Convívios (56): CCS/BCAV 2922, Piche, Buruntuma, Canquelifá (Helder Sousa)

10 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3430: Bibliografia de uma guerra (36): No ocaso da Guerra do Ultramar, de Fernando Sousa Henriques. (Helder Sousa)

28 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3809: Os últimos dias do destacamento de Copá, Janeiro/Fevereiro de 1974 (Helder Sousa / Fernando de Sousa Henriques)

11 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3871: Em busca de... (65): Pessoal de Copá, 1ª Companhia do BCAV 8323/73 (Helder Sousa)

23 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3926: Efemérides (17): Piche, 22 de Fevereiro de 1971 ou... Carnaval, nunca mais! (Helder Sousa)

4 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P3981: Histórias em tempos de guerra (Hélder Sousa) (1): Aprender a ser solidário

13 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4025: Histórias em tempos de guerra (Hélder Sousa) (2): "Conta-me como foi" ou há mesmo coincidências

29 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4095: O trauma da notícia da mobilização (5): Depoimentos (Magalhães Ribeiro/Hélder Sousa/David Guimarães/Juvenal Amado/César Dias)

22 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4235: Histórias em tempos de guerra (Hélder Sousa) (3): Recordar aos poucos ou circuncisão espectacular

10 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4316: Histórias em tempos de guerra (Hélder Sousa) (4): A bazuca em rajada

29 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4436: O poder aéreo no CTIG: uma pesquisa de Matthew M. Hurley, Ten Cor, USAF: tradução de Miguel Pessoa (4): Alguns comentários

7 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4474: Histórias em tempos de guerra (Hélder Sousa) (5): Os meus livros

15 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4531: A Tabanca Grande no 10 de Junho (13): Tertuilianos éramos mais de 30… (Hélder Sousa / Xico Allen)

17 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4544: Blogoterapia (107): Olhar, pensar e sentir a Guiné - Ontem e hoje (Hélder Sousa)

27 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4593: Controvérsias (22): As influências dos grandes mestres (Hélder Silva / José Brás)

11 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4811: Informações adicionais ao Poste 4800 (Hélder Sousa

9 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4926: Meu pai, meu velho, meu camarada (12): 1º cabo Ângelo Ferreira de Sousa, S. Vicente, 1943/44 (Hélder Sousa)

Vd. último poste da série de 29 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5026: Parabéns a você (30): Manuel Moreira, ex-1.º Cabo Mec Auto da CART 1746, Ponta do Inglês e Xime, 1967/69 (Editores)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Guiné 63/74 - P5045: Humor de caserna (12): A Paisanada... e Os Insaciáveis (Vitor Junqueira / Luís Graça)

Guiné > Zona Leste > Sector L1 (Bambadinca) > Mansambo > CART 2339 (1968/69) > O Alf Mil Torcato Mendonça, um ser híbrido, meio alentejano, meio algarvio, no campo fortificado de Mansambo, onde se dormia debaixo de terra em bunkers, com paredes cobertas de imagens de estrelas ... de cinema como a Catherine Deneuve, que ajudavam os jovens, cheios de testosterona, nos seus verdíssimos 20 anos, a alimentar e a sublimar o ardente desejo... de viver! Em Mansambo (!), com Lisboa e o Porto, tão longe... e Bissau pelo meio, mas só para alguns privilegiados.... O melhor era mesmo afivelar a máscara do espanta-tentações, como aqui exemplificada na foto...

Foto: © Torcato Mendonça (2006). Direitos reservados.






Mensagem do nosso camarada Vitor Junqueira, publicada em 10 de Agosto de 2005 (*): "Entre os meus papéis encontrei esta lista com os títulos dos filmes que passavam nos principais cinemas do país nos finais da década de 60. Alguém estabeleceu um elo de ligação, irónico, entre esses títulos e certos momentos importantes da vida de um combatente. Quero partilhar o achado convosco.Vitor Junqueira".


Documento (digitalizado): © Vitor Junqueira (2005). Direitos reservados


1. Uma das coisas que mais aprecio nos seres humanos (e nos extra-terrestres, se um dia porventura os vier a encontrar) é o sentido de humor.

Infelizmente não temos cultivado devidamente esta arte e esta ciência. Convenhamos que o humor não é fácil. E que os tempos não são os mais favoráveis para os seus cultores. A menos que a coisa resvale para a chicana política, o trocadilho fácil, o bota-abaixo, o palavrão, a desbunda ... Mas esse arsenal do baixo humor (ou mau humor) não nos interessa, não faz parte do nosso core buisiness...e é eticamente reprovável, à luz dos nossos 10 mandamentos...

Gosto do humor do camarada que, em comentário a um poste meu (P5021), me diz:
- BAC ?... Bateria de Artilharia de Costa e não anti-costa.

E depois pergunta, com ironia:
- Paisanada?

E como "humor com humor se paga", respondi-lhe:
- É isso, camarada, é mesmo uma paisanada, uma calinada de paisano!... A minha cultura castrense tem lacunas... Fui infante, ninguém é perfeito... Peço desculpa aos leitores e, muito em especial, aos nossos valores artilheiros de costa (BAC)... Obrigado ao leitor anónimo, sempre atento e culto...

Pois, amigos, cá temos mais um termo (jocoso) que vem enriquecer o nosso linguajar de caserna:
paisanada sf > paisano + ada: 1. pej Os paisanos. 2 Grupo de paisanos. 3 gíria militar: Acção de paisano; gafe... (O termo vem do francês, paysan, camponês, pessoa que vive no campo, rústico)...

Outro camarada com humor (às vezes bem cáustico) é o nosso Vitor Junqueira... Creio que o primeiro ou um dos primeiros postes que lhe publiquei, nos primórdios do blogue, na I Série, era sobre o humor (*)...Merece transcrição (já que ninguém visita a I Série do blogue) (*):

Eu já tive ocasião de dizer ao Vitor que este documento era uma maravilha!... De facto, quem disse que nós, os tugas, não tínhamos sentido de humor ? Eu acho que o humor é, além de um sinal de inteligência, uma forma muito nossa de ser e de estar que nos ajuda a enfrentar e aguentar as situações difíceis…

Para um mancebo a tropa sempre constituiu, entre nós, um verdadeiro ritual de passagem. Para os mancebos da nossa geração, a passagem implicava também em 90 e tal por cento dos casos (tirando os filhos de algo, mais os cegos, os surdos e os mudos) um bilhete de ida (e nem sempre de volta) até ao Ultramar, a uma das três frentes da guerra colonial: Angola, Guiné, Moçambique...

O documento que o Vitor nos mandou [, reproduzido acima, ] é constituído por duas imgens, em formato.jpg, de uma lista, dactilografada, que tem por título "A Vida de um Militar na Guiné Atravez (sic) do Cinema".

A qualidade da digitalziação não é boa, pelo que transcrevo as duas partes, corrigidindo alguns erros de ortografia e/ou dactilografia. A segunda parte da lista (continuação) é aqui inserida sob a forma de imagem, a título meramente exemplificativo.

Esta lista, bem humorada, faz sobretudo a equivalência entre as situações do dia-a-dia de uma aquartelamento no mato e os títulos dos filmes que passavam na época nos nossos cinemas... Ainda me lembro de alguns!

Desconhece-se o autor. Possívelmente era alguém de transmissões, que tinha tempo e vagar para estas coisas... Talvez um cabo operador cripto, um especialista que não esconde a sua crítica à hierarquia e aos pequenos privilégios que davam as divisas e os galões:

(i) Clube de Sargentos = Casino Royal (possível referência à tendendência para a jogatana e a batota por parte de furriéis e sargentos);

(ii) Clube de Oficiais = Hotel Internacional (as instalações dos oficiais eram, sempre, apesar de tudo, melhores do que as barracas e os abrigos onde dormia o Zé Soldado);

(iii) Oficiais = Os insaciáveis;

(iv) Especialistas = Milionários sem vintém...


Também transparece aqui que a ideia de que ser sargento de messe (= golpe de mestre à napolitana) era uma forma rápida... e socialmente aceite ou tolerada de aumentar o pé de meia durante a comissão!

O autor é também possivelmente alguém que esteve numa zona quente, junto à fronteira norte ou sul, já que o turra é indentificado com o "perigo que vem da fronteira"... Curiosamente não há tanta referência à vida concreta dos operacionais no mato: a emboscada, a mina, o rocket, a costureirinha, o capim, os feridos, os mortes, o golpe de mão, etc.

Não deixa também de ser interessante a representação da enfermeira (pára-quedista): "o amor desceu em paraquedas"... Durante a comissão toda (= noites sem fim), a enfermeira pára-quedista era a única mulher branca que o Zé Soldado podia ver, ao vivo, embora de camuflado e de relance, em caso de evacuação de um ferido grave, quer no mato, quer no aquartelamento... Era, para muitos, uma visão quase celestial e sobretudo altamente erótica...

Ainda me lembro a perturbação e a excitação que causava, entre os básicos de Bambadinca, a chegada de um helicóptero com uma enfermeira pára-quedista... Em contrapartida, o furriel enfermeiro da unidade era associado a carniceiro e assassino... No caso da CCAÇ 12, o pessoal era mais gentil, embora brincalhão e travesso, pelo que o nosso furriel enfermeiro Martins era simplesmente o Pastilhas (um profissional competentíssimo... mas o que ele sofreu connosco!).

Outra das obsessões do militar na Guiné era a contagem dos dias que faltavam para a chegada dos periquitos e para o fim da comissão...E, por fim, inevitamente, a referência à ida às tabancas (= sarilho de fraldas), o convívio com as bajudas (= amor sem barreiras), o tabaquinho e os copos (= amores clandestinos), o tempo de lazer e de prazer do Zé Soldado...

A vida de um militar na Guiné através do cinema:


Partida de Lisboa = Passaporte para o desconhecido
Chegada à Guiné = As duas faces do perigo
Transmissões = O perigo é a minha profissão
Comissão = Noites sem fim
Apresentações = Eu, eu... e os outros
Alojamento = Este é o meu mundo
Messe = Por favor não comam os malmequeres
Clube de Especialistas = A grande vitória
Clube de Sargentos = Casino Royal
Clube de Oficiais = Hotel Internacional
Enfermaria = As loucuras do dr. Jerry
Secretaria dos TAP = Por favor não incomode
Secção de Fardamento = Pijama para dois
Comunicações = Este difícil amor
Metereologia = E tudo o vento levou
Linha da Frente = Com jeito vai
Grupo Operacional Aéreo = Os gloriosos malucos das máquinas [voadoras]
Companhia de Transportes = A ultrapassagem
Oficiais = Os insaciáveis
Sargentos = Os profissionais
Praças = A família Trapp
Especialistas = Milionários sem vintém
Oficial de Dia = Sua Excelência, o Mordomo
Enfermeiras = O amor desceu em pára-quedas
Enfermeiros = O assassino
Médico = O homem da mala preta


A vida de um militar na Guiné através do cinema (continuação) [Vd. documento acima reproduzido]:

Sargento de messes = Golpe de mestre à napolitana
Formaturas = Eram duzentos irmãos
Saída à porta de armas = Duelo ao pôr do sol
Ordem de serviço = Os Dez Mandamentos
Justiça e disciplina = Arquivo K
Condecorações = A Cruz de Ferro
Castigos = Adeus ilusões
Prisão = Longe da multidão

Dispensas = Uma réstea de azul
Recolher = Servidão humana
Não ir de férias = Restos de um pecado
Ir de férias = O prémio
Avião semanal = A esperança nunca morre
TAP = O último recurso
Bissau = Vida sem rumo
Tabancas = Sarilho de fraldas
Bajudas = Amor sem barreiras
Vinho, tabaco, etc. = Amores clandestinos
Ida ao mato = Um campista em puros

Turras = O perigo vem da fronteira
Ataque ao quartel = A visita
Fim da comissão = Com a felicidade na alma
Louvor = Não sou digno de ti
Substituto = O espião que veio do frio
Último dia da Guiné = O dia mais longo
Partida para Lisboa = África adeus
Chegada a Lisboa = Europa de noite
Primeira noite em Lisboa = Um homem e uma mulher
Passagem à disponibilidade = O adeus às armas



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Nota de L.G.:

(*) Vd. poste de 10 de Agosto de 2005 > Guiné 63/74 - CXLVIII: Humor de caserna: 'A minha vida, contada, dava um filme' (Vitor Junqueira)

Guiné 63/74 – P5044: Estórias do Mário Pinto (Mário Gualter Rodrigues Pinto) (22): A chapa de identificação


1. O nosso Camarada Mário Gualter Rodrigues Pinto, ex-Fur Mil At Art da CART 2519 - "Os morcegos de Mampatá" (Buba, Aldeia Formosa e Mampatá - 1969/71), enviou-nos a sua 22ª estória:

Camaradas,

Continuo a vasculhar o meu baú de recordações, onde ainda retenho alguns textos escritos à muito tempo, e vou-os enviando, aos poucos, para eventual divulgação no blogue.

Este tem o título de:

A CHAPA DE IDENTIFICAÇÃO

Todos nós transportámos ao pescoço este precioso colar, contendo a nossa chapa de identificação.

Um colar de metal, sem qualquer valor comercial, que nos tinha sido oferecido pelo nosso Exército. Era o nosso maior bem e riqueza pessoal, pois o mesmo representava a nossa presença entre os seres vivos daquela guerra.

Este foi o método encontrado pelos Serviços Mecanográficos do Exército, para mais facilmente identificarem os mortos, quer em combate, quer pelos mais diversos motivos.

Para qualquer um de nós era sempre um momento doloroso, quando tínhamos de tirar a chapa de identificação a um camarada nosso, porque, como é evidente, era sinónimo que já não regressava vivo connosco, quando regressássemos ao Continente.

Tive a infeliz tristeza, que me marcou indelevelmente e jamais esquecerei até ao resto dos meus dias, de ter realizado esse acto com um dos nossos Camaradas mortos em combate, o Victor Manuel Parreira Caetano, Soldado Atirador de Artilharia, com o Nº Mec. 17618068, segundo os elementos que constavam na sua chapa de identificação.

Para mim, e creio que para totalidade dos meus Camaradas, era a cena mais negra e dolorosa da guerra, tirar e partir a sua chapa de identificação.

Infelizmente, houve casos em que nem esse simples gesto foi possível fazer, devido ao grave estado de mutilação em que ficavam alguns dos corpos.
Um combatente que tivesse a infelicidade de ser atingido pelo sopro e pelos estilhaços de um fornilho, a sua identificação posterior, pela chapa que o mesmo transportava, era quase impossível.

Hoje, todos aqueles a quem tivemos o doloroso dever de retirar a sua chapa de identificação, por terem morrido no conflito do Ultramar, têm a sua memória perpetuada, nas pedras evocativas com os seus nomes no Monumento aos Combatentes do Ultramar, no Forte do Bom Sucesso, em Belém, Lisboa.

Deus permita que repousem eternamente em paz!

Um abraço,
Mário Pinto
Fur Mil At Art

Fotos: Mário Pinto (2009). Direitos reservados.
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Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em: