segunda-feira, 29 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11500: 9º aniversário do nosso blogue: Os melhores postes da I Série (2004/06) (10): Teresa, amores e desamores em tempo de guerra (Parte I) (Virgínio Briote, ex-alf mil, comando, Brá, 1965/67)


 I Série: 18 de fevereiro de 2006: Guiné 63/74 - DLV [Poste 555]: Teresa: amores e desamores (Virgínio Briote)...

Esta é já (ou pode vir a ser) uma das mais belas novelas sobre o amor em tempo de guerra (colonial)... Foi a minha reação, espontânea, sincera, quando o Virgínio Briote me mandou este texto para apreciação e publicação...

Descobri que ele que tinha um invulgar talento para a escrita.  "Que garra, que (con)tensão, que ritmo!"... E acrescentava: "É um privilégio, para mim e para os demais tertulianos, podermos ler esta tua mininovela em primeira mão"...

Devida à sua entensão (está entre o conto e a novela) vamos publicar o texto em duas partes. É seguramente um dos melhores postes publicados na I Série. Por isso merece ser revisitado e posto no montra da Tabanca Grande, por ocasião da celebração do nosso 9º aniversário !... Onze mil postes depois! (LG)

PS - Gil Duarte,  comando do CTIG, é  um  alter ego... Teresa, jovem estudante, 19 anos, de origem caboverdiana, não esconde a sua atração por Gil (e vice versa), mas  também não esconde as suas simpatias pelo PAIGC... Estamos em Bissau, em meados da década de 60.  Vasco e Benilde são os pais de Teresa (Tesa, na intimidade). Vieram da Praia. Ele, a trabalhar nos escritórios da Casa Gouveia. guarde-se pela Parte II (a publicar amanhã) para conhecer o fim (inesperado) destes amores e desamores em tempo de guerra.

Recorde-se, por seu turno,  que o Virgínio Briote, nosso coeditor (, jubilado pro razões de saúde, ) nasceu em Cascais, foi alf mil em Cuntima, CCAV 489 / BCAV 490 (Jan/mai 1965); fez o 2º curso de Comandos do CTIG; comandou o Grupo Diabólicos (Set 1965 / set 1966);  regressou em Jan 1967; trabalhou numa multinacional da  indústria farmacêutica; é casado com a Maria Irene.


Teresa, amores e desamores
por Virgínio Briote


1. TERESA. TERESA SÓ!

Sempre em festa, a casa da Dora era uma animação quase todas as noites. Gente conhecida, quase todos da grande família caboverdiana da Guiné, amigas e amigos que chegavam, de Santo Antão, de Santiago, S. Vicente. Novidades, a loja que abriu, a Dona que morreu finalmente com 94, coisas assim. Duas estudantes repartiam-lhe as despesas, pagavam-lhe os quartos, mais alguns pesos para a manutenção da casa, os outros trocados, nunca o soube como os arranjavam, nem nunca quis saber.

A Dora era só um conhecimento, mais nada. Um dia, atacada com paludismo, viu o Gil entrar pela casa dentro, com médico, medicamentos e comida. A partir daí, o conhecido que aparecia às vezes, sempre sem avisar, passou a ser um amigo chegado, daqueles que estão sempre à beira, sem outro interesse que se visse. Amizade, só isso. Como se fossem irmãos muito chegados, a Dora confiava-lhe segredos, mesmo alguns que se calhar não devia, mandava-lhe recados para Brá, convidava-o para pequenos convívios com os amigos, quase todos caboverdianos de Bissau. Para aquela festa, tinha-lhe dito que o iria apresentar a uma pessoa de quem ele iria gostar.

Conheceram-se em Bissau numa pequena festa em casa da Dora. Viu-a logo, mal entrou. Uma caboverdiana linda, a pele morena clara, desenhada sobre o magro, à volta dos 20.

Trocaram as palavras do costume quando a Dora, olhar cúmplice para eles, os mostrou um ao outro.

Teresa. Teresa quê, que não ouvi? Teresa só. Olhos grandes, claros, esverdeados. Que bem que ficavam com aquela pele! Voz doce, ar curioso. Algo esquiva e desinteressada, virou-lhe logo as costas e cada um foi para seu lado. Ouviram músicas, mexeram os braços e as pernas, conversaram com este e aquele até se fazerem horas.

Quando descia as escadas, ela chamou-o, ar atrevido, pareceu-lhe até demais. Mas já vai, tão cedo, nem se despediu, os outros não nos deram oportunidade de falar um pouco mais, uma pena, não foi? Voltamo-nos a encontrar? Um dia, disse-lhe ela, vemo-nos por aí, não? Afinal, Bissau não é assim tão grande… Se é meu desejo? Saiu a desconversar, meio desconsolado.

Dias depois, sentado no Bento, viu-a passar. Os olhares dos outros chamaram-lhe a atenção. Todos se viraram, não era fácil passar despercebida. Parecia-lhe mais alta. Os olhos com um verde mais magnífico ainda, levemente sombreados, cabelo liso preto, a cobrir as orelhas, elegante com um vestido sem mangas, azul-escuro pintalgado de bolinhas branca, a balançar acima dos joelhos, sandália preta de meio tacão. Como se tivessem combinado, dirigiram-se um para o outro, cumprimentaram-se com alguma cerimónia.

Sentados, os olhares dos outros em cima, vamos andar, por aí fora? Meteram-se no carro, uma volta pelas ruas, por aí não, é a minha casa. Saíram da cidade, para os lados da Sacor, estacionaram de frente para o Sol, a desaparecer no Geba.

O rádio a passar Capri , c’est fini (1), ela a cantarolar baixo, até começar a falar. Quem és tu? Sou este que está aqui! Mas quem és tu, porque estás aqui? Como? Porque estás aqui comigo? Sabes lá, que resposta! Vamo-nos embora, então! A conversa assim, até encontrar o fio.

Esta guerra, os desencontros, as pessoas para um lado e para outro, muita gente deslocada das suas casas, todos a virem para Bissau, muita tropa também, demasiada até, onde é que isto vai parar. Assim, de um momento para o outro.

Depois mais suave, as origens, as famílias, os amigos, os interesses. Estava a concluir o 7º no liceu de Bissau, os pais eram de Cabo Verde, queria tirar Medicina em Lisboa, estava com As vinhas da Ira nas mãos, tinha acabado um livro de Hervé Bazin. Só ódio, queres que to empreste? Porquê, se é só ódio? Pode ser interessante para ti, como sabes que não gostas sem o ler? Vou trazê-lo. Ficou assim marcado o próximo encontro.

O que estava ali a fazer, perguntou-se. Como se tivesse adivinhado ela adiantou que gostava de olhar para ele. Que gostava de estar, de o conhecer. Mas quem és tu, fala!

A noite a cair como cai em África, noite num momento. Temos que ir, não é? Deixou-a à porta da Sé, junto à rua dela. O grupo dele saía na madrugada seguinte, para o norte.

No regresso procurou-a. Os olhos, grandes na mesma, pareciam de cor diferente, o rosto mais fechado, o que se passa, algum problema?

Uma semana, esperara este tempo todo, começou ela, parecia que tinha fogo. Porque não disseste nada, Gil Duarte? Saíste para o mato, não? Para onde foste? Para Norte, para o Oio, não? O que fizeram? A fama que vocês têm, Duarte!

Olha-me de frente, Duarte, assim não, olha-me nos olhos, assim! O que sou para ti, ora diz? Porque me foges com os olhos? Séria, os olhos a entrarem por ele dentro, porque andas atrás de mim? Duarte, não falas? Responde, porque não falas? Gosto que me contes tudo! Gil! Encostada a ele, tão baixo que mal a ouviu, vamos sentar-nos antes no jardim? Estamos mais á vontade, a mamã não está, se ela aparecer apresento-ta, qual é o mal?

Que gostava, mas agora não. E logo? Os papás ficam no varandim a apanhar o fresco, até ás 11, depois vão-se deitar. Gil, que é que te deu, não falas? Tens namorada na metrópole, todos vocês têm, sei muito bem, como é ela? A boniteza não é só na cara, sabias? Não gostas de mim? Então que estás aqui a fazer?


Foto: © Virgínio Briote (2005). Todos os direitos reservados



Duarte, que estás aqui a fazer na Guiné, que estão vocês todos aqui a fazer, a desinquietar-nos? O que vocês fizeram na Associação Comercial (*), orgulhas-te disso? Que vergonha, entrarem sem serem convidados, estragarem a nossa festa! A causar-nos sofrimento, a matar pessoas, a ocupar a nossa terra, a impedir o nosso povo de ser livre, é isso?

Estás a olhar assim para mim, porquê? Achas que não temos cabeça para pensar, que só somos corpo para vocês gozarem? Porque nunca te vejo fardado, porque será, tens vergonha de vestir a farda? Aliás odeio fardas, nunca me esperes fardado à porta do liceu, ouviste?

Vens logo à noite? Quando os papás se vão deitar fico sempre um bocado à janela. Saiu dali atordoado, sem saber o que fazer. Uma mulher diferente!


2. NOS ANOS DA DORA

Do portão viu a Dora ao cimo das escadas. Ambiente animado, pessoal a dançar cá fora, para aí uma dúzia de pares, gente caboverdiana, colados uns aos outros, aquele jeito deles, os corpos no ritmo das mornas e coladeras.

Então, bem aparecido, zangado comigo? Porquê, Dora, a consciência pesa-te? Não lembro de nada, mas sempre pode ter acontecido alguma coisa de que me não tenha dado conta, não é?

Que não deve ter ocorrido nada, que se recorde, os olhos dele pelo baile, a Teresa a dançar, a um metro bem medido do parceiro caboverdiano, a saia do vestido bem acima dos joelhos, o decote a mostrar. Mal os olhos se cruzaram, ela encostou-se ao parceiro, a cara para o outro lado.

Que não, não havia problema nenhum, estivera fora, andava ocupado, aos fins dos dias não tinha vontade de sair, só isso, mais nada. Só isso, de certeza? Anda comigo, a Dora a levá-lo para o meio dos dançarinos, mexe o corpo assim, juntinho.

Passa-se alguma coisa contigo, Gil, alguma coisa que eu não saiba? O que é que tu não sabes, Dora? Porque andas tão afastado agora, tão cheio de cerimónias, anda aí qualquer coisa e tu não queres contar. Não sabes do que estou a falar, ora, estás a desconversar, especialidade tua.

Dora, estão a chamar-te, dali, olhos na Teresa, colada ao par.

Despediram-se da Dora, isso agora vai, olhar maroto para as mãos deles. Tinham dançado uma e outra vez até ao fim da noite, quase só os dois no fim, tão colados que os outros até reparavam. Desceram a rua de Santa Luzia, mãos entrelaçadas, a fazerem cócegas um ao outro, a rirem-se por ali abaixo.

Á porta dos pais dela, os rebentamentos que ouviam há horas soavam mais fortes. O que será? Jabadadas (2) , menina, chega-te para cá, para onde vais, Teresa? Tenho medo, não posso, encosta-te então, não te sentes mais abrigada assim, mas não é das explosões que tenho medo, então de que é?

Uma mão na perna, a subir, ai, aí não, Gil! Respirações atrapalhadas, afastados, um momento que não acabava, a olharem um para o outro, uma sirene bem perto, a Teresa lançada outra vez, os lábios a rasparem-se, o gosto da boca dela, a mão dele nos seios, aqui não, anda, não podemos ficar aqui, mão amarrada à dele, que malucos, que é que nós estamos a fazer, Gil?

Na espreguiçadeira onde se recostava a ler e a sonhar nas tardes quentes de Bissau, ansiosa, não sabia o que queria, a mão dele fazia-lhe comichão no joelho, ria-se das cócegas e do nervoso. A mão em cima da dele, parecia-lhe que a acalmava. As duas mãos juntas, a subirem por ela acima, não posso, Gil, tem cuidado, miminhos só, não me faças mais nada!

Não ando a fazer nada com ela, não pretendo nada da Teresa, só passar uns momentos entretido! Não sei é se me vou aguentar assim, não sei não! Se calhar é melhor ir procurar a Matilde. E a Clara, onde andará aquele amor? Ah, Clara, Clara!

Esta história com a Teresa pode dar chatices, pode trazer-te problemas! Como vai ser o próximo lance? O 14-04 com o pára-brisas no capô, vento na cara, a falar sozinho, até Brá.

3. QUE TERESA!

Naquele fim de tarde, quando descia a rua devagar em direcção à Sé, viu o pai da Teresa, de calção, a tratar da relva e das flores. Aliás, viram-se um ao outro ao mesmo tempo, que chatice, ele a desviar os olhos para as montras da Ultramarina, o pai mais demorado, endireitou-se, sacho na mão, se calhar é aquele o gajo que anda atrás da Tesa.

Acabada a missa da tarde, Teresa, véu dobrado na mão, braço na mãe, desceu as escadas. Iam começar a subida da rua para casa quando o viu. E agora, que faço?

A mãe conhece-o de vista, já o viu da janela mais que uma vez, está a par, uma tardinha perguntou-lhe até quem era. Sei lá, mãe, um militar qualquer, como hei-de saber, queres que lhe pergunte o nome, porque está a passar na rua? Que atrevida que estás, Tesa, julgas que tenho os olhos fechados? E se nós mudássemos a conversa, mãe?

Uns tempos mais tarde vira a Tesa a falar com aquele moço moreno, alto e magro, de farda amarela clara, junto a um jeep. Quando a viu voltar a correr, com a roupa do ténis, fizera-se desentendida, descera para o jardim, para a beira dela, calada com o livro na mão. Sentira-a ausente naqueles instantes, rodeara-a, falara-lhe da carta da tia de Santo Antão a dizer que vinha passar um mês com eles. A Tesa ausente, desinteressada, ah sim, quando?

Aliás, o Vasco já reparara, a nossa filha está diferente, claro meu amor, já tem 19 anos! Não é disso que eu estou a falar, Benilde, acho-a diferente, o comportamento dela! Porque dizes isso, nunca dei por nada! Vai para o quarto cedo, anda a pé às vezes à noite, já a vi junto à janela da sala mais que uma vez! Ora,  Vasco, sempre assim foi, são raparigas novas, aconteceu connosco, já não te lembras? Não, Benilde, cuidado, a Tesa é muito nova, abre-me esses olhos!

Tesa, e as tuas aulas como vão? Ora mãe, que te deu agora? Tentou evitar até não poder mais, a mãe Benilde a cercá-la, sim conheço-o, tem mal, mãe? Que não, filha, desde que me contes tudo, desde que tenhas cuidado, sabes como são, militares longe das famílias, saudosos das namoradas, estão aqui de passagem, só querem divertir-se, tu sabes bem o que aconteceu à Lurdes com aquele alferes dos comandos também, até a chegaste a avisar, já te esqueceste? Tinha sido assim, a conversa ficara neste ponto, um dia que calhe, eu apresento-to, pronto.

De braço dado com a mãe, mudou de passeio e subiram a rua, a mãe a beliscá-la, a olhar para as montras como quem não quer a coisa, até ficarem frente a frente. A mãe Benilde, o Gil Duarte, um amigo, as mãos estendidas.

Sentámo-nos no varandim, com sumo de laranja e ananás, feito na ocasião pela Mabilde, a nossa criada de Cabo Verde. Conversávamos e calavamo-nos ao mesmo tempo, até teve graça. Os meus estudos, as disciplinas de Física e Matemática, os meus professores, o ambiente que se vive em Lisboa, as tias, as irmãs do papá, que vivem lá em Benfica.

Foi pouco tempo, para aí 1 hora, a mamã a lamentar, que pena o teu pai não estar aqui para o conhecer, naqueles fins de tarde andava a tratar do jardim, depois ainda ia ao escritório, ficaria para mais tarde, também se estavam a fazer horas, o Gil a dizer que tinha que ir. A minha mãe portou-se impecável, um amor mesmo, desci com ele as escadas, ainda ficámos um pouco na brincadeira, a rirmo-nos. Combinámos encontrarmo-nos lá mais para a noitinha, quando todos estivessem deitados.

A mamã ficou muito bem impressionada contigo, sabes? Gostou de ti, acha-te simpático, é verdade, não te rias, tu simpático, vê lá! Que pareces atinado, muito correcto. Depende dos dias e dos momentos, também acho, agora simpático, como as aparências enganam, se ela te conhecesse melhor!

Gosto de estar contigo, nem sei bem porquê. E no entanto, há tanta coisa entre nós a separar-nos. O quê? Esta guerra, por exemplo!

Nem entendo como te envolveste assim, numa força tão agressiva, porque foste para lá? Porque é que toda a gente pergunta isso? Sei lá porquê, talvez o fascínio pela guerra, não sei! Soldados com as caras sujas, o sangue nas fardas rasgadas, as imagens da destruição, os heróis lavados com as fardas novas, os emblemas a reluzirem, os tambores a rufarem, o clarim a tocar aos mortos, o frio pela espinha, os jeeps, os camiões, as lagartas dos carros de assalto, o nó que sinto na garganta, não sei, Teresa, sei lá!

E não sentes uma ponta de remorso pelo que andas a fazer, não entendes a luta deste povo? É um assunto de que não queres falar? Nem sequer te interessa? E em ti, tens pensado na guerra em que andas envolvido, de arma na mão? Porque é que não fizeste como tantos outros, levar uma vida mais resguardada, mais sossegada, até no teu interesse? Tens pensado no futuro ou é também um assunto que não te interessa?

Claro que estamos a fazer tropelias, não o devíamos fazer, não é para isso que estamos aqui. Lutamos pelo gosto da luta. Gosto disto, desta adrenalina toda. O único problema é ficarmos mutilados, se morrermos, nem damos por ela. Mas odeio a guerra, esta ou qualquer outra. Aliás, não há dia nenhum que não combata contra a minha própria guerra. E não quero morrer, nem quero que os outros morram. Mas, por mim, não vamos perdê-la. Mas é um assunto pessoal, muito íntimo, Teresa. Para as outras conversas és íntimo comigo, porque é que esta é diferente, tens outras vidas de que não queres falar comigo? Para mim tens? Alguém te obriga a estar aqui comigo ou alguma vez te obriguei?

A consciência pesa-te aí dentro, no teu íntimo, Gil, e por mais que digas que não, estás traumatizado e mais, se pudesses, fugias daqui. As minhas aulas vão andando, obrigada, não desconverses!

Quando vai ser, não sabemos. Já estivemos mais longe. Eu era muito menina, andava para aí no 3º ano, quando tudo começou a sério. Até 63, tirando o caso do Pidjiguiti (3), ao que ouço dizer, era só conversa. Nem me lembro de alguma vez ter ouvido falar a sério em independência. Independência, só a vossa, com o rei Afonso Henriques, que bateu na mãe dele, aprendeste também? E também em 1640 e tal, outra vez Portugal a dizer aos reis de Espanha que mandassem na terra deles, não foi? A partir de 1963, a história aqui passou a escrever-se de outra forma. Foi pena, mas para trás, se formos a ver,  tem sido sempre assim, não se consegue quase nada a bem, é pena, mas é assim.

Não estava era à espera de vir a ter esta conversa contigo hoje. Sempre pensei que um dia viria a falar deste assunto com alguém que estivesse do outro lado, assim, tão frontalmente como estamos a fazer agora, mas nunca me ocorreu que viesse a ser contigo! Mas também é bom que assim seja, temos interesses comuns, interessamo-nos um pelo outro, somos capazes de ter uma conversa destas assim, sem recriminações, sem zangas, não achas? És capaz de me dizer, se estivesses deste lado, o que fazias, alistavas-te no partido?

Olha, Gil, acho que não vai ser já, vai demorar ainda uns anos, mas tenho a certeza que a nossa bandeira vai subir no mastro do palácio, lá em cima na praça, e quem sabe, nós os dois no meio do povo, a vê-la ao vento, diz lá, eras capaz de ir comigo?

O barulho dos ramos das árvores e um mocho ou uma coruja lá para trás, dos lados do cemitério, os dois sentados há que tempos, na espreguiçadeira que mal dava para um.

 (Continua)


© Virgínio Briote (2006)

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Notas do autor:

(1) Canção romântica,  1965, de Hervé Villard

"Nous n'irons plus jamais, 
Où tu m'as dit je t'aime, 
Nous n'irons plus jamais, 
Comme les autres années, 
Nous n'irons plus jamais, 
Ce soir c'est plus la peine, 
Nous n'irons plus jamais, 
Comme les autres années. 
Capri, c'est fini, 
Et dire que c'était la ville, 
De mon premier amour, 
Capri, c'est fini, 
Je ne crois pas que j'y retournerai un jour" ...

(2) Rebentamentos das flagelações a Jabadá, aquartelamento das NT frente a Bissau.

(3) Greve dos estivadores no cais do Pidjiguiti, em 3 Agosto de 59, reprimida violentamente pela Polícia.

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Notas de L.G.

(*) Vd postes de:

13 de Novembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCLXXXVII: O 'baile dos comandos' na Associação Comercial

" (...) Na esplanada do Bento, a 5ª Rep, como também era conhecida , bebia cerveja com mancarra, num grupo de 5 ou 6 comandos e páras. Um terá dito que naquela noite, na Associação Comercial de Bissau, havia o baile dos finalistas do Liceu. Outro lembrou-se de perguntar se alguém recebera convite. Eu não, tu não, aquele também não…Ninguém se lembrou de nós, como pode ser? Queres ir? (...)"

13 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCLXIII: O baile dos finalistas do Liceu de Bissau de 1965 (João Parreira)

"(...) Na manhã daquele dia para me descontrair tinha ido com alguns camaradas para Quinhamel, uma vez que estava com grandes projectos para aquela noite. Semanas antes tinha conhecido a Helena uma moça caboverdeana, que era o que se costuma dizer uma brasa e andava todo entusiasmado" (...).


(**) Último poste da série > 21 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11438: 9º aniversário do nosso blogue: Os melhores postes da I Série (2004/06) (9): O meu diário (José Teixeira, ex-1º cabo aux enf, CCAÇ 2381, Buba e Empada, 1968/70) (Partes XVII / XVIII / Fim): Final da comissão em Empada (set 69 / jan 70)

Guiné 63/74 - P11499: Os nossos seres, saberes e lazeres (52): João e Vilma Crisóstomo, "just married", são notícia no New York Times e no LusoAmericano






Notícia do casamento do nosso querido amigo e camarada João Crisóstomo com a Vilma Kracum. LusoAnmericano, 24 de abril de 2013 (Reproduzida com a devida vénia...)


1. Mensagem de João Crisóstomo

Date: 2013/4/29

Subject: > Thank you,... one thousand times!

My very dear friends,

I am unable to contact you all immediately individually, as I would like and intend to do as soon I can ( mostly by phone, for, as you know, I am not good with facebook and other digital network communications.) But I want you all to know that , try as I might, I cannot find words to express and convey to you all how grateful I feel to all of you.. It was your participation , either by your personal presence or simply in spirit , as evident by your so welcome and appreciated messages of heartfelt good wishes that made this day, already so special to me, an even better day,of almost indescribable joy and happiness for me and Vilma.

I am also happy that or wedding, given the unusual circumstances that led to our meeting again after a long separation, attracted the attention and special interest of some media outlets, In fact both the Luso Americano and The New York Times made extensive coverage of the event which can be seen by "clicking" ( is that the word??? I hope so!!..) the links  http://nyti.ms/182jEN2  ( for the New York Times) and for the Luso Americano please see pdf attached.

Once again, THANK YOU INDEED!

Will talk to you soon,

João and Vilma ( Crisóstomo too now,... both of us!)

Tradução [de L.G.]


Data: 29/4/2013

Assunto: Os nossos mil e um agradecimentos 


Meus muito queridos amigos:

Na impossibilidade de vos poder contactar  imediatamente a todos, um a um,  como eu gostaria e pretendo fazer assim que puder (principalmente por telefone, pois, como sabem, eu não sou bom com o facebook e outras redes digitais de comunicação),  queremos levar ao conhecimento de todos vocês que, por mais que tentemos, não conseguimos  encontrar palavras para expressar e transmitir-vos a nossa gratidão. 

A vossa participação, presencial  ou simplesmente em espírito, como é evidente pelas mensagens de parabéns que recebemos, contribuir para fazer deste dia um dia ainda melhor, de indescritível felicidade e alegria para nós os dois, eu e a Vilma.

Também estou feliz pelo facto deste casamento, dadas as circunstâncias excepcionais que levaram ao nosso reencontro depois de uma longa separação, ter atraído  a atenção e o interesse especial de alguns meios de comunicação. Na verdade tanto o Luso Americano como  The New York Times fizeram uma extensa cobertura do evento que pode ser visto por "clique" (que é a palavra?? Espero que sim! ..) em http://nyti.ms/182jEN2 (para o New York Times) e através do anexo em pdf (para o Luso Americano).
.
Mais uma vez, muito obrigados, e até um próximo telefonema,
João e Vilma (Crisóstomo também agora, ... nós dois!)
______________

Nota do editor:

Último poste da série > 23 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11448: Os nossos seres, saberes e lazeres (51): WE HAVE IT!!!.... Um linda história de amor, um reencontro ao fim de 40 anos, um casamento em Nova Iorque... E agora, que sejam felizes para sempre, meus queridos João (Crisóstomo) e Vilma (Kracum)! (Tabanca Grande)

Guiné 63/74 - P11498: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (33): Respostas (nº 62/63): J. L. Mendes Gomes (CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66); Paulo Santiago (Pel Caç Nat 53, Saltinho , 1970/72)

A.  Mandámos mais lembrete (o terceiro e último) ao pessoal da Tabanca Grande, em 27 do corrente, sobre o inquérito aos leitores do blogue,  e estamos já publicar as primeiras respostas da 3ª vaga...

Amigos e camaradas que se sentam à sombra do frondoso, mágico, fraterno poilão da Tabanca Grande:

Estamos vivos e estamos juntos, é isso que estamos a comemorar neste 9º aniversário do nosso blogue. A efeméride, celebrada a 23 de abril, foi/é apenas um pretexto. Começámos a "blogar" em 2004... Os tempos que correm são mais de depressão do que de efusão. Mas nós, camaradas, somos velhos combatentes, sobreviventes, resistentes mas também resilientes...
Está a decorrer um pequeno inquérito por questionário aos membros da Tabanca Grande, podendo também ser respondido pelos "leitores externos" que nos acompanham. Para o caso dos "internos", a sua desejável resposta é também uma forma de "prova de vida"... Há camaradas e amigos de quem continuamos a não ter notícias há muito... 

Até à data responderam-nos mais de meia centena, o que é bom sinal... E para esses vai o nosso Oscar Bravo (OBrigado). Queremos, contudo, ultrapassar a barreira dos 10% de respondentes. A Tabanca Grande tem hoje 615 elementos formalmente inscritos. 

Contamos com a vossa melhor boa vontade e santa paciência, respondendo até ao fim da próxima semana ao nosso questionário. A resposta não rouba mais do que 5 minutinhos ao vosso valioso tempo.

Um Alfa Bravo (ABraço) para todos/as, amigos/as e camaradas da Guiné. 

Luis Graça, em nome da equipa editorial.


PS - As respostas serão publicadas com direito a foto... Escusado será dizer que respeitamos a vontade de quem não quiser responder.


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B. Questionário ao leitor do blogue:

(1) Quando é que descobriste o blogue ?
(2) Como ou através de quem ? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada)
(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia) ? Se sim, desde quando ?
(4) Com que regularidade visitas o blogue ? (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.) ?
(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça] ?
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue ?
(8) O que gostas mais do Blogue ? E do Facebook ?
(9) O que gostas menos do Blogue ? E do Facebook ?
(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue ? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)
(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti ? E a nossa página no Facebook ?
(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais ?
(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de junho, em Monte Real ?
(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar ?
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.

C. Resposta nº 61 > Joaquim Luís Mendes Gomes [ ex-alf mil, CCAÇ 728, (Cachil, Catió e Bissau, 1964/66)]


1. Tê-lo-ei descoberto, por volta de 2008.

2. Quando pesquisava sobre a Guiné.

3. Sou membro, desde logo.

4. Umas duas vezes por dia. De manhã e ao serão.

5. Vou participando de vez em quando.

6. Não costumo ver a página do Facebook.

7. Muito menos [ir] ao FB.

8. Gosto mais dos relatos das vivências pessoais e das fotos de então.

9. Gosto de tudo. Poderá existir um ligeiro excesso de erudição...mas que se compreende.

10. Não [, não tenho dificuldade no acesso].

11. O blogue teve e tem uma importância de valor incomensurável. Só o futuro revelará...

12. Nunca participei nos encontros.

13. Não [, também irei este ano].

14/15. Tem de ter [ força para continuar].

D. Resposta nº 62 > Paulo Santiago [ex-alf mil at inf, Pel Caç Nat 53, Saltinho, 1970/72]

Penso que foi em 2005 que descobri o blogue [1]. Andava, ainda, com muita nabice, navegando na net, procurando algo sobre a Guiné [2] quando me apareceu uma página com umas fotos do Saltinho, de Bambadinca, e uma do Vacas de Carvalho, meu camarada na instrução de Mílicias, sentado em cima de uma Daimller. Tinha chegado ao blogue,que à época julgo chamar-se "fora-nada". Dominando mal esta máquina de teclas,j ulgo que mandei uns comentários que não sei se chegaram ao destino.

Formalmente,entrei para a Tabanca Grande,aí por Maio ou Junho de 2006 [3] ,e teclando com um único dedo,ainda hoje,mandei alguns escritos e fotos para o nosso blogue. As memórias da guerra eram mesmo memórias, nunca escrevi qualquer diário no meu tempo de comissão, e as cartas e aerogramas que escrevera aos meus pais e irmã, desapareceram. Quem imaginaria que agora fariam jeito para alimentar esta coisa chamada blogue? [5]

Continuo a visitar o Luís Graça e Camaradas diriamente, no blogue[4]. Sou f requentador assíduo do facebook, mas sem visitar a página da Tabanca Grande [6/7].Explicando, o blogue é calmo, é um repositório temático de memórias de combatentes da Guiné, enquanto o facebook, para mim, é mais nervoso, não é temático, até dá para "puxar da G3" [8/9]. Assim.no blogue,encontrei/fiz camaradas e amigos, outros acabaram,  iniciei algumas causas, como o caso do Batista, da viúva do Ferreira, fiz uma catarse sem psiquiatra. No "face" ando por lá pela actualidade, para, algumas vezes, escrever mais com o coração.

Já participei em vários encontros,e num deles fui representado pela minha filha. Este ano, ainda não sei se estarei presente, estou num dilema: encontro ou torneio de veteranos de rugby...irei decidir.[12/13].

Quanto ao fôlego do blogue [14], acho que o tem. Em 2006, Éramos cento e poucos, não havia aniversários, havia menos anúncios de convívios, havia postES de memórias todos os dias. Agora que somos mais que um batalhão, porque não há-de o blogue ter fôlego? Penso que há muitos camaradas que têm de escrever para além do poste de apresentação,é isso que está a faltar[15]

Abraço a todos
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Nota do editor:

Último poste da série > 28 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11495: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (32): Respostas (nº 60 e 61) de Henrique Matos, ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52 (Enxalé, 1966/68) e João Rebola, ex-Fur Mil da CCAÇ 2444 (Cacheu, Bissorã e Binar, 1968/70)

Guiné 63/74 - P11497: Parabéns a você (569): A nossa ilustre Enf.ª Pára-quedista Giselda Pessoa (BA 12, 1972/74)

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Nota do editor:

Último poste da série de 27 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11480: Parabéns a você (568): Hugo Guerra, Coronel DFA reformado, ex-Alf Mil CMDT do Pel Caç Nat 55 (Guiné, 1968/70) e Humberto Nunes, ex-Alf Mil Art CMDT do 23.º Pel Art (Guiné, 1972/74)

domingo, 28 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11496: Histórias e memórias de Belmiro Tavares (44): A gloriosa CCAÇ 675 foi realmente única

1. Mensagem do nosso camarada Belmiro Tavares, (ex-Alf Mil, CCAÇ 675, Quinhamel, Binta e Farim, 1964/66), com data de 15 de Abril de 2013:

Caro Carlos Vinhal, Será isto uma doença?
Caso afirmativo… não tenho cura!

Somos levados a concluir que a gloriosa CCaç 675 foi realmente única; não, é claro, por não haver outra com este número, mas porque ela foi realmente diferente, para melhor, em comparação com a grande maioria das unidades que “guerrearam” (sem ódio) nos três teatros de operações.

O Jero, eu e outros temos apregoado intensamente que fomos e continuamos a ser ímpares – perdoem a nossa vaidade. A verdade é como o azeite: vem sempre à superfície.

Quem leu os nossos textos no blogue e os deliciosos livros do Jero ficou a conhecer, em parte, as razões do nosso orgulho.


Prestem atenção: 

- 1º - Tivemos um capitão sem par! Grande parte da nossa obra é consequência disso mesmo.

- 2º - Limpámos completamente a nossa zona e mantivemo-la sem “intrusos” até ao fim da nossa comissão.

- 3º - Os nossos militares distinguiam-se, no aquartelamento, no mato ou na cidade, pela sua valentia, coragem e pelo seu comportamento e disciplina.

- 4º - Recuperámos milhares de civis que, para fugirem à guerra, se refugiaram no Senegal vizinho; voltaram quando se aperceberam que ali já havia paz e condições “ótimas” para viver.
Por ação direta, dedicada e intensa do nosso capitão conseguimos sementes para as suas “lavras”. Tiveram uma colheita “astronómica”; foram “ensinados” que era necessário semear e colher o máximo para alimentar também os que ainda haviam de voltar – e vieram muitos.

- 5º - Mais de três dezenas de militares habilitados apenas com a 3ª classe de adultos frequentaram, nos intervalos a guerra, as “nossas aulas” regimentais e concluíram em Farim a 4ª classe.

- 6º - Construímos uma Igreja e duas pistas de aterragem.

- 7º - Para uso dos nativos, edificámos um posto de Primeiros Socorros e preparámos pessoal de enfermagem; construímos uma escola para a miudagem nativa.
Um dia, Domingo, os miúdos, alinhados por alturas compareceram frente ao comando da companhia; enquanto a Bandeira subia garbosa, ao topo daquela haste tosca, eles cantaram, donairosos, o Hino Nacional. Não se tratou de ordem ou sugestão nossas; foi decisão do professor “improvisado” que trouxemos de Farim.

- 8º - Transformámos uma singela e ruim picada de 12Km em estrada e reconstruímos duas pontes.

- 9 - Custeámos a trasladação dos nossos três mortos em combate.

- 10 - Além de vários louvores e condecorações individuais, a CCaç 675 recebeu dois merecidos louvores coletivos.


Depois do regresso, continuámos a nossa senda de diferenças: 

A) Todos os anos, em Maio, sem falha, realizamos o nosso almoço de confraternização sem esquecer a missa pelos nossos mortos, de lá… e de cá.

B) Nos intervalos dos almoços anuais tem havido as chamadas “mini 675”, com 3; 5; 10; 20 ou mais de sessenta convivas.

C) Desde a 1ª hora, os nossos familiares participam nas nossas reuniões; os familiares de alguns dos nossos mortos fazem questão de confraternizar connosco.

D) Há alguns anos, iniciámos a colocação de lápides nas sepulturas dos nossos “elos” falecidos. Este rol, longo, mas por certo, incompleto, veio a lume na sequência do lembrete para requerer as medalhas em epígrafe; acontece que todos nós, oficiais, sargentos e praças somos detentores de tais insígnias que nos foram presenteadas pela própria CCaç 675, a gloriosa.

Belmiro Tavares e José Eduardo Oliveira (JERO) juntos de um "Elo" falecido

Eis mais um tema que não consta do rol.
Obrigado, Carlos, pelo tempo roubado, mas no que à CCaç 675 diz respeito, nós sentimos sempre ganas de agarrar o mote.
Não nos levem a mal por isso!

Aquele abraço!
BT
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Notas do editor:

- Quem quiser conhecer a história da CCAÇ 675, além de ter de ler o livro do nosso JERO, "Golpes de Mãos - Memórias de Guerra", podem ler aqui no Blogue as Histórias e memórias de Belmiro Tavares e Histórias do JERO

Último poste da série de 7 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11355: Histórias e memórias de Belmiro Tavares (43): Eu, aprendiz de perfeito, apresento-me

Guiné 63/74 - P11495: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (32): Respostas (nº 60 e 61) de Henrique Matos, ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52 (Enxalé, 1966/68) e João Rebola, ex-Fur Mil da CCAÇ 2444 (Cacheu, Bissorã e Binar, 1968/70)

1. Resposta ao questionário do nosso camarada Henrique Matos (ex-Alf Mil; 1.º Comandante do Pel Caç Nat 52, Enxalé, 1966/68:


(1) Quando é que descobriste o blogue?
R - Descobri o Blog em Junho de 2007.

(2) Como ou através de quem? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada)
R - Pesquisa no Google.

(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia)? Se sim, desde quando?
R - Sou membro da Tabanca Grande deste aquela data.

(4) Com que regularidade visitas o blogue? (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...)
R - Variável, 2 a 3 vezes por semana.

(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.)?
R - Mandei pouco material, texto e fotos; vou fazendo alguns comentários.

(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça]?
R - Conheço a página no Face mas não frequento.

(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue?
R - Resposta anterior.

(8) O que gostas mais do Blogue? E do Facebook?
R - Gosto de quase tudo, mas aprecio sobremaneira os comentários.

(9) O que gostas menos do Blogue? E do Facebook?
R - Não me agrada certo tipo de comentários, enfim… nada de relevante.

(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...)
R - O acesso ao Blog está na realidade um bocado lento.

(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti? E a nossa página no Facebook?
R - O Blog fez-me reviver um tempo que estava destinado a esquecer e acima de tudo proporcionou-me o encontro com pessoas extraordinárias com quem estabeleci grande amizade.

(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais?
R - Desde que entrei para a “família” vou a todos os encontros.

(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de Junho, em Monte Real?
R - Penso ir novamente este ano.

(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar?
R - Enquanto tivermos força suficiente (e juízo) para teclar, o Blog tem de continuar.

(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer.
R - Em equipa que ganha não se mexe.

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2. Respostas do nosso camarada João Rebola (ex-Fur Mil da CCAÇ 2444, CacheuBissorãBinar, 1968/70) ao questionário:


1 - Talvez desde o seu início.

2 - Informação e posterior pesquisa.

3 - Sim. Desde 2012.

4 - A partir da data supra, todas as semanas.

5 - Já enviei alguns artigos ( texto e fotos ) e espero dentro de alguns dias pedir a publicação de mais um.

6 - Sim, conheço.

7 - Na verdade, recorro sempre ao Blogue e raramente ao facebook.

8 - Penso que o Blogue é mais completo, mais apelativo, dá-nos uma visão mais global, permitindo um melhor reencontro com o passado. 

9 - Não há nada que não goste no Blogue, embora alguns textos sejam por vezes muito longos e com muitas imagens, algumas quase repetitivas. Mas compreendo. 
Do Facebook, não tenho opinião.

10 - Não tenho tido dificuldade alguma em aceder ao Blogue. 

11 - O Blogue representou o reencontro com camaradas de guerra, o "restaurar" de imagens que o tempo já se encarregara de esponjar. Hoje, o Blogue, passe o pleonasmo, é o " Lusíadas " do séc. XXI, com muitos autores e uma infinidade de narradores. 

12- Nunca participei.

13 - Não vai ser fácil.

14 - Penso que sim. Apenas gostaria de saber quem será o último ex-combatente bloguista a escrever..!!!

15 - Sugeria que a Tabanca Grande, com a ajuda das entidades competentes (não será fácil por vários motivos) começasse a pensar na compilação em livro, para que esta parte da história da guerra do ultramar, se perpetuasse, no tempo e no espaço. E por quê? Porque daqui a dois decénios, restarão poucos ou até nenhuns, sendo muito fácil apagar tudo o que está nos computadores e afins. Os nossos filhos e netos e seus vindouros manterão num espaço do seu escritório/biblioteca um exemplar do nosso " Lusíadas ". Editores, amigos, pensem nisso.

Um grande abraço
João Rebola
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Nota do editor:

Último poste da série de 28 de Abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11491: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (31): Respostas (nº 58 e 59) de Manuel Marinho, ex-1.º Cabo do BCAÇ 4512 (Nema e Binta, 1972/74) e José Martins Rodrigues, ex-1.º Cabo Aux Enf da CART 2716 (Xitole, 1970/72)

Guiné 63/74 - P11494: Os melhores 40 meses da minha vida (Veríssimo Ferreira) (33): 34.º episódio: Memórias avulsas (15): O Brutubol

1. O nosso camarada Veríssimo Ferreira (ex-Fur Mil, CCAÇ 1422 / BCAÇ 1858, Farim, Mansabá, K3, 1965/67), em mensagem do dia 22 de Abril de 2013, enviou-nos mais uma história para publicar na sua série "Os melhores 40 meses da minha vida".


OS MELHORES 40 MESES DA MINHA VIDA

GUINÉ 65-67 - MEMÓRIAS AVULSAS

15 - O BRUTOBOL

Julho de 1966

Estava a realizar-se o campeonato mundial de futebol, lá p'las England's, o que deu ensejo a que o IN nos tentasse provocar.

E foi assim, que espetado num tronco dum frondoso embondeiro e já bem perto de Mansabá, mais própriamente junto a uma antiga serração de madeirame, eu tivesse colhido, numa visita que pretendia fazer aos amigos que deixara no K3 (sem a tal ser obrigado mas por parvoíce e voluntariado assaz parvo) eu tivesse colhido repito, um folheto-convite, que ao que soube nem era já o primeiro, para um joguinho onde até já tinham, árbitro e equipa. Tenho essa missiva escrita à mão, em meu poder, não sei onde mas aparecerá e lá vinha os nomes dos seus jogadores.

E então era assim:
- Guarda-redes: PPSH;
- Defesas, esqº,central e dtº: Canhões sem recuo 120mm;
- Centrais: Metralhadora pesada Degtyrev e metralhadora ligeira Bren;
- Avançados, extremos esquerdo e direito, Interiores Idem e avançado centro: Kalashnikov's.

Supus que estes últimos, seriam irmãos ou cousa parecida.

Sabem... é que eu era ainda um ingénuo, embora rico pois se até quando em Lisboa, houvera comprado a estátua do Marquês a um gajo que ma vendeu por vinte mil réis, embora estivesse a pedir trinta e já não falo das duas garrafas de Whyski que depois d'abertas eram chá de S. Roberto, cousa boa que tudo curava e era bem raro.

Já que falo nessa minha estadia no Grupo de Companhias Trem Auto, na Av. da Berna, deixem-se que vos diga que um dia fui mesmo enganado.
Senão imaginem: apanhei o eléctrico para a Praça do Comércio e sabem onde fui parar? Pois vejam bem: ao Terreiro do Paço.

Ah provinciano, provinciano que ainda és... qu'eras mesmo estúpido... eras disse eu e muito bem, pois que agora julgo ser apenas um velho tonto, "pobre... triste... abandonado". (Vasco Santana dixi)

Ainda sobre a equipa deles: verificava-se já, e tal como nos actuais benficas, portos, sportings e quejandos, que só jogavam com estrangeiros.
Propunham-se ainda, minar todo o redor do campo e marcavam a disputa para as dezanove horas.
Por isso é que desconfiámos e não comparecemos, pois que se devia tratar duma tramóia e... desconfiámos porque a essa hora seria já noite e o estádio junto ao campo de aviação não tinha iluminação.

Eles sim, estiveram lá, que bem os ouvimos, fartaram-se de rematar flagelando o aquartelamento e só abandonaram o campo quando o nosso obus, e assim estilo Mokuna (mais conhecido por fura-redes e que jogou ali na Faculdade do Futebol em Alvalade) atacou em força ripostando com sucesso contra as investidas adversárias.

Localização da "Serração" (Carta de Farim) no troço da estrada Mansoa/Mansabá, entre Mamboncó e Mansabá

Acabado o recreio, na matina seguinte, acabei por não ir ao destino a que me propusera.
Requisitado fui para que urgentemente regressasse a Bissau o que fiz no DO do correio.
Já houvera dito que estava instalado em luxuosa suite, no QG em Santa Luzia.

Apesar disso e talvez em Setº de 1966, resolvi arrendar conjuntamente com dois amigos músicos do conjunto das Forças Armadas, um apartamento bem bom e que maior liberdade desse às minhas acostumadas visitas das 2ªs, 3ªs, 4ªs, 5ªs, 6ªs e Sábados, sem terem que passar pela humilhação de deixar a identificação na porta d'armas lá de cima.

Situava-se junto ao cais do Pigiguitti e a cem metros dum local onde preparavam umas ostras de se lhes tirar o chapéu, bem como também assavam uns camarõezinhos acompanhados com molho de jindungo e limão.

Ali acolhi alguns camaradas da minha CCAÇ 1422, quando em férias ou em tratamentos hospitalares e dentro do espírito "onde cabe um Português... cabem dois ou três". Para além de que, estes eram da minha família militar.
E era uma festa ver esta rapaziada liberta da G3, com uma cama para dormir... boa comida... melhor buída... descanso... sossego... paz... e uma repartida amizade, sempre presente.

(continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 21 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11436: Os melhores 40 meses da minha vida (Veríssimo Ferreira) (32): 33.º episódio: Memórias avulsas (14): O desertor

Guiné 63/74 - P11493: Blogpoesia (334): Regressei da Guiné (Joaquim Luís Mendes Gomes)


 1. Mensagem de Joaquim Luís Mendes Gomes [ ex-alf mil,  CCAÇ 728, (Cachil, Catió e Bissau, 1964/66);  jurista na Caixa Geral de Depósitos, hoje reformado]

Data: 27 de Abril de 2013 à52 18:47
Assunto: ...regressei da Guiné

Estimados camaradas
e Grandes Editores
Com um abraço terrível, aqui deixo o meu contributo por este dia de festa:





Regressei da Guiné



Dei comigo voando em sonho. 
Numa terra distante. 
Verde, cheia de rios, correndo. 
Havia palmeiras e arcos de terras. 
Encharcadas de água, fazendo arroz. 

Cantavam aves de porte gigante. 
E feras escondidas, de olhos em brasa. 
Ouvia gemidos de casas, 
Chorando soluços. 
Fogueiras a arder, debaixo da lua.
De festa ou de luto. 
Alguém importante, 
Morria ou se ia casar. 

Batiam tambores 
Em batuques sem fim, 
Anúncio de guerra, 
Ou correio de novas 
Que se queriam ao longe levar. 
E sobas imponentes,
De cabelos grisalhos. 
E vestes compridas,
Julgando irmãos. 
Pelas leis do costume, 
Sem favores a ninguém. 

Havia também mercados em festa,
Carregados de cores. 
Mulheres de açafates à cabeça, 
E meninos às costas. 
Jovens sadios, 
Com arcos e flechas, 
Fazendo de índios, vadios, 
Jogando às guerras, 
Como se fossem reais. 
Acordei, a chegar …
Ó que pena e saudade!…
Do chão da Guiné.
Mafra, 27 de Abril de 2013

19h29m

Joaquim Luís M. Mendes Gomes


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Nota do editor:

Último poste da série > 28 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11492: Blogpoesia (333): A notícia do fim da notícia (Luís Graça)

Guiné 63/74 - P11492: Blogpoesia (333): A notícia do fim da notícia (Luís Graça)


A notícia do fim da notícia

Poema dedicado ao meu amigo
Horácio Mateus (1950-2013)
que anteontem se cansou da vida.
Grande lourinhanense,
foi cofundador 
do GEAL-Grupo de Etnologia e Arqueologia da Lourinhã
 e do Museu da Lourinhã





Pedimos desculpa,
Mas hoje não há notícias…
Um dia gostaria de acordar sem notícias.
Sem televisão.
Sem jornais.
Sem Internet.
Sem o ruído das ondas hertzianas.
Sem mensagens.
Sem mensageiros.
Sem imagens
Nem palavras.
Nem sequer as duas últimas palavras
Do locutor de serviço a pedir desculpa
Por não haver notícias.

Um dia gostaria de acordar
Com a notícia do fim da notícia.
Ou nem sequer isso.
A notícia do fim do circo mediático.
Ou nem sequer isso.
Gostaria de acordar
Só com o buraco negro do ecrã
À minha frente
A milhões de anos-luz
No meu telescópio.

Ou nem sequer isso.

Um dia gostaria de acordar
No mais absoluto silêncio.
Nem ouvir o ruído sequer
Do vaivém das ondas do mar 

Ou a sinfonia dos moinhos de vento da minha infância.
Ou nem sequer isso.

Um dia não gostaria sequer
De acordar.


Luís Graça
21/8/2008.
Revisto em 26/4/2013
depois de saber da notícia
da morte de um amigo e conterrâneo.



Cartoon de Simão Mateus (Com a devida vénia...)
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Nota do editor:

Último poste da série > 11 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11373: Blogpoesia (332): Guiné... Voltarei lá um dia ? (Magalhães Ribeiro)

Guiné 63/74 - P11491: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (31): Respostas (nº 58 e 59) de Manuel Marinho, ex-1.º Cabo do BCAÇ 4512 (Nema e Binta, 1972/74) e José Martins Rodrigues, ex-1.º Cabo Aux Enf da CART 2716 (Xitole, 1970/72)

1. Mensagem do nosso camarada Manuel Marinho (ex-1.º Cabo da 1.ª CCAÇ/BCAÇ 4512, Nema/Farim e Binta, 1972/74), com as suas respostas ao questionário enviado à tertúlia:


(1) Quando é que descobriste o blogue?

R -  Em 2009

(2) Como ou através de quem? (por ex., pesquisa no Google, informação de um camarada) 

R - Por pesquisa no Google, e por causa do cerco a Guidaje, na altura entendi que não poderia ficar calado porque o “filme” dos acontecimentos estava incompleto. 

(3) És membro da nossa Tabanca Grande (ou tertúlia)? Se sim, desde quando? 

R - Desde 2009, quando enviei o meu primeiro texto.

(4) Com que regularidade visitas o blogue? (Diariamente, semanalmente, de tempos a tempos...) 

R - Diariamente, às vezes mais do que uma vez 

(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.)? 

R - Ultimamente não. Estou a ultimar um trabalho sobre Guidaje, tentando sistematizar tudo o que se passou, não sei se terei fôlego para chegar ao fim.

(6) Conheces também a nossa página no Facebook [Tabanca Grande Luís Graça]? 

R - Conheço, mas não lhe dou atenção. 

(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue? 

R - Naturalmente ao Blogue. 

(8) O que gostas mais do Blogue? E do Facebook ? 
R - Gosto das estórias que vou lendo sobre a nossa presença na Guiné, e tenho a impressão que já conhecia muitos destes camaradas, é uma aprendizagem constante, de facto este Blogue é um caso único de afectos e camaradagem. 

(9) O que gostas menos do Blogue? E do Facebook? 

R - No Blogue, não gosto de escritos que nada têm a ver com a Guiné, não gosto de ver fotos de camaradas nossos aos abraços com elementos do PAIGC, não gosto de escritos sobre quem nos traiu, estou a referir-me a desertores, (o lugar deles não é neste Blogue), não gosto de elogios ao PAIGC, porque não lhes devo nada, e não gosto da ficção de muitas das estórias contadas, devemos fazer um esforço para escrever (contar), com os nossos 20 anos de então, e não com os olhos e a experiência de hoje. 

(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue? (Tem havido queixas de lentidão no acesso...) 

R - De vez em quando à mais lentidão, mas não será culpa do Blogue. 

(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti? E a nossa página no Facebook? 

R - O blogue para mim foi e é, um sitio onde me sinto bem, devo-lhe amizade e lealdade, nele encontrei camaradas que de alguma forma me ensinaram a conhecer melhor a guerra na Guiné, e parece-me que encontrei amigos que sempre conheci. 

(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais? 

R - Não, com pena minha.

(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de Junho, em Monte Real? 

R - Não, até pelo facto de andar atarefado com a preparação do almoço da minha 1ª Ccaç.

(14) E, por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra... para continuar? 

R - Acho sinceramente que sim, enquanto manter a matriz para que foi criado, isso dependerá da vontade que os editores lhe derem, que já é muita, bem hajam.

(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer. 

R - Na continuação da resposta anterior, há mais quantidade mas menos qualidade, e isso reflecte-se na participação de alguns camaradas que eram mais intervenientes.

Um abraço
Manuel Marinho

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2. Respostas ao questionário do nosso camarada José Martins Rodrigues (ex-1.º Cabo Aux Enf da CART 2716/BART 2917, Xitole, 1970/72): 


 1 – Aí por volta de 2008

2 – Através do camarada David Guimarães

3 – Sim, sou membro mas já não me lembro desde quando 

 4 – Várias vezes por semana

5 – Não tenho mandado, mas autorizei a publicação de crónicas escritas no Blogue da Tabanca Pequena

6 – Não tenho especial apetência pelo facebook 

7 – Só vou ao Blogue 

8 – Os relatos de experiências vividas e as fotos das nossas recordações

9 - Não aprecio nada quando o blogue serve de púlpito ou de local de comícios

10 – Não tenho sentido dificuldades 

11 – Um grande e indispensável elo de ligação ás pessoas e locais que marcaram a nossa juventude 

12 – Já 

13 – Não vou poder estar presente 

14 – Tenho a certeza que sim, apesar das dificuldades que o avançar dos anos vão trazer 

15 – Penso que se devia “rodar” o local do Encontro Nacional
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Nota do editor:

Último poste da série de 27 de Abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11482: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (30): Respostas (nº 56 e 57) de José Manuel M. Dinis (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71) e de António Eduardo Ferreira (ex-1.º Cabo Condutor Auto da CART 3493, Mansambo e Fá Mandinga, 1972/74)

Guiné 63/74 - P11490: Convívios (518): 17º Encontro/Convívio da CCAV 8351 - “Os Tigres de Cumbijã” (Magalhães Ribeiro)



17º Encontro / Convívio da CCAV 8351 “Os Tigres de Cumbijã” 



No passado sábado, dia 27 de Abril, a CCAV 8351 do ex-capitão Vasco da Gama comemorou o seu 17º Encontro/Convívio, em Pessegueiro do Vouga. 

Aqui, entre nós, é escusado estar a tecer muitas considerações sobre o que são os convívios entre a malta das unidades que estiveram no ex-ultramar português, que mantêm a tradição de se reunir periodicamente, independentemente daquelas que mais sacrificadas foram. 

São fraternas, ruidosas e animadas festas, com mais ou menos surpresas pelo meio, onde encontramos homens ainda hoje duros, manifestam sem qualquer sinal de recato a sua inter-amizade, afectuosidade e cumplicidade como se de famílias inteiras se tratasse. 

E não o são, famílias? 

É assim, que eu analiso os encontros entre os ex-militares da CCAV 8351, unidade superiormente comandada pelo nosso camaradão Vasco da Gama (que nestas ocasiões rejuvenesce aí uns 20 anos), e que bem se demonstra nas fotos que a seguir se inserem. 


 O Casimiro Carvalho e o João Melo tiram as medidas ao bolo 


Ao lado esquerdo está o Amândio Inácio que se deslocou desde Connecticut (Estados Unidos da América), com a sua esposa Manuela, para estar presente no convívio  

Resta-me agradecer ao grande comandante Vasco da Gama, o convite que mais uma vez me endereçou e que obviamente aceitei com muito honra e agrado. 

Até 2014, com os desejos que, se tal for possível, sejam cada vez melhores as confraternizações dos aguerridos Tigres de Cumbijã. 

Magalhães Ribeiro
Fur Mil OpEsp CCS do BCAÇ 4612/74
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Nota de M.R.:

Vd. último poste da série em: 



Guiné 63/74 - P11489: Convívios (517): Notícias da Tabanca Ajuda Amiga (Carlos Fortunato)

1. Mensagem do nosso camarada Carlos Fortunato (ex-Fur Mil da CCAÇ 13), dirigente da ONGD Ajuda Amiga, com data de 21 de Abril de 2013:

Camaradas
Habitualmente a Tabanca Ajuda Amiga faz o seu almoço de convívio na última 5ª feira de cada mês, mas dado este mês coincidir com o feriado do 25 de Abril, não vamos realizar o mesmo, face ao grande número de ausências que nos foi manifestado.

Esperamos que no próximo mês (30-05-2013, 5ª feira, às 12h45), possamos contar com a vossa presença neste convívio aberto a todos os amigos da Guiné.

Juntamos fotos do nosso último convívio, o qual foi muito animado com uma discussão em torno do tema levantado durante o almoço, "Porquê a retirada de Guileje?".

Tabanca Ajuda Amiga continua até ao fim do ano com a campanha de recolha de cobertores e bolas, que podem ser entregues durante os almoços de convívio ou na Junta de Freguesia de S. Francisco Xavier em Lisboa.

Os cobertores serão distribuídos em Portugal e na Guiné-Bissau, e as bolas serão todas distribuídas na Guiné-Bissau.

Decorre ainda outra campanha, a da angariação da consignação de 0,5% do IRS, a componente financeira é fundamental para se conseguir realizar qualquer projecto, mesmo com trabalho exclusivamente voluntário, e os membros da Ajuda Amiga a suportarem as suas deslocações, e a contribuírem para os projectos.

Uma declaração de IRS solidária irá ajudar a enviar o contentor da ONGD Ajuda Amiga para a Guiné-Bissau e apoiar os mais desfavorecidos. Não tem quaisquer custos para quem a faz, mas que permitirá à Ajuda Amiga, a consignação de 0,5% do IRS que liquidar, assim na declaração de IRS, no modelo 3, anexo H, campo 9 (campo reservado à consignação fiscal), basta indicar o NIPC 508 617 910, e marcar um “X” assinalando que se trata de uma Pessoa Colectiva de Utilidade Pública.

http://pt-pt.facebook.com/pages/Tabanca-Ajuda-Amiga/156733857807547
http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2013/03/guine-6374-p11198-convivios-496.html
http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2013/02/guine-6374-p11152-convivios-494-ii.html
http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2013/02/guine-6374-p11056-convivios-490.html
http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2013/01/guine-6374-p11019-ser-solidario-140.html
http://noticiasbissora.com.sapo.pt/noticias2013.html

Mais uma vez obrigado pela colaboração, que tem sido preciosa.
Um alfa bravo
Carlos Fortunato




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Nota do editor

Último poste da série de 27 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11484: Convívios (516): Pessoal da CART 2412 (Bigene, Guidage e Barro, 1968/70), dia 18 de Maio de 2013 na Mealhada (Jorge Teixeira)