1. Mensagem de José Brás* (ex-Fur Mil, CCAÇ 1622, Aldeia Formosa e Mejo, 1966/68), com data de 23 de Dezembro de 2010:
PALAVRAS E BALAS
As palavras são balas!
Nem sempre pode dizer-se que o são.
Nem sempre se pode dizer que o são.
Nem se pode dizer sempre que o são.
Nem se pode dizer que o são sempre.
Que o são, nem sempre se pode dizer.
Vejam lá vocês as milhentas (milhentas?) formas de, querendo dizer coisa, juntar as palavras, ainda que esmiuçando muito em jeito de investigador da língua, se possa concluir que não é exactamente a mesma coisa que se diz em todas as formas.
Mas também não tem mal, porque lendo à pressa, todos entendemos o que queria dizer quem o disse, mesmo que cada um o entenda de sua maneira própria, desencabada (desencabada?) no humor do momento de quem o que leu ou ouviu, diferente de crente para crente, como sabemos.
Por outro lado, nem as balas são sempre a mesma coisa, ou feitas da mesma coisa, ou sempre com os mesmos propósitos e consequências.
Quando dizemos bala, sobretudo nós que tantas gastámos em matas longínquas, nós que tantas vimos nas noites estrondosas tracejando o ar de lume, logo nos aparece a imagem daquela coisa em forma de supositório, como na anedota do Solnado, feita de aço, de uma liga qualquer que fure, que estraçalhe corpos de gente, de supostos inimigos e, vice-versa, paralelamente, nos busquem do outro lado e no mesmo tipo de comunicação azeda por demais.
Mas bala pode ser feita de borracha, dessas que usam as polícias anti-motim, algumas vezes desejando certamente que o não fossem, mas mais densas e esburacantes (esburacantes?).
E se forem, de borracha, muitas regressarão de ricochete à origem, aleijando os próprios que as dispararam, de verdade ou de imagem. Bala é, também, se for em voz de criança brasileira, coisa doce de chupar, rebuçado como dizemos nós que construímos a palavra em caminhos que não vou agora investigar só para vos parecer culto e instruído.
Mudando de assunto, no mesmo propósito de me explicar, digo "pêgo contra o muro do frescali, descarecendo de gravata". Digo isto e vocês lêem o quê?
Entendem o quê? A grande maioria fica assim, sem entender que coisas são estas de "pêgo", de "frescali", de gravata. E não ponho aspas na gravata porque gravata não precisa de aspas se todos imaginarem que sabem o que é. Podem é imaginar em erro, porque não é dessa coisinha de dependurar ao pescoço de um mânfio para que ao balcão do banco se disfarce de senhor sério, que falo agora.
Gravata é, aqui, outra coisa. Gancho em ferro, arredondado, aí de cinco centímetros de diâmetro na volta, implantado em longo cabo de pau e usado para prender perna de borrego fujão, assim, se lhe pôr mão em cima, coisa difícil em campo aberto.
Frescali não vos digo o que é porque acho que também vocês devem participar, fazer um esforço, descobrir, indagando por aí, tendo já percebido que falo dos sons de palavras ditas por alentejano em sua labuta campina (campina?).
E há ainda uma palavra na construção da fala que qualquer um, mesmo não alentejão, entenderá que não deveria ser usada nela por não ser de uso corriqueiro na comunicação entre abegões, ceifeiras, valadores e outra gente que já não há de verdade, mas que habitam ainda na nossa memória. Refiro a palavra "descarecendo" que, em rigor, não devia colocar aqui querendo trazer à liça fala de transtagano.
Descarecendo é apenas uma imodesta escorregadela de pretenso literato querendo dizer "não precisando" e pondo tudo numa palavra só, e mais cara, tirando efeito da coisa.
Aqui chegados, e querendo acabar isto mais depressa, direi que tudo vem a propósito de palavras que usamos por aí, esquecendo a possibilidade de distorções violentas entre o emissor e o receptor, por serem diferentes os humores de quem diz e de quem ouve, diferentes os momentos e os lugares.
E eu, ainda recentemente disse a palavra "crença", pensando não estar a dizer nada demais, antes ao contrário, a falar de coisa humana, que seja tomada no seu significado maior, fé, religião, ideologia, ou no menor, opinião apenas, tendência simples construída a partir de pequenas diferenças, e tendo com certo que, uma ou outra, são propriedades a que todo o ser humano tem direito logo que sai da barriga da mãe e se põe por aí a gatinhar, desde que nessa sua crença pessoal, não queira proibir as crenças de outros.
Mas se o disse com esse propósito positivo, quem ouviu entendeu o que eu disso pelo seu lado negativo, como sugestão de coisa má ou mesmo de acusação.
E ficou armado um trinta e um danado, excessivo, estranho ao nosso combíbio (combíbio?) amistoso e mesmo impróprio da quadra que atravessamos e da ciática do Luís.
E vocês sabem desta minha tendência para o discurso coloquial, como alguém que não conheço disse, provavelmente sem intenção negativa mas entendido por mim como tal, ainda que de "mestre" nessa forma de comunicação, saiba que nada tenho, sobretudo em comparação com gente como, Mário de Andrade (Macunaima), Guimarães Rosa (Grande Sertão - Veredas), Mia Couto, e mesmo Jorge Amado ou Aquilino.
E por essa qualidade traiçoeira da palavra dita ou escrita; pela possibilidade de males feitos sem intenção, aqui me redimo, reafirmando o que de positivo disse de quem conheço, não muito bem de lidança (lidança?) quotidiana, mas de ouvir a outros aqui na Tabanca, enviando o abraço que queria que fosse o que mandei antes.
José Brás
__________
Notas do Editor:
(*) Vd. poste de 22 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7490: Agenda Cultural (96): Apresentação do livro Lugares de Passagem, de José Brás, dia 6 de Janeiro de 2010, pelas 18 horas na Biblioteca José Saramago, em Loures
Vd. último poste da série de 18 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7465: (Ex)citações (121): A política dos povos é algo demasiadamente importante para ser entregue a militares (José Belo)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Guiné 63/74 - P7492: O Mural do Pai Natal da Nossa Tabanca Grande (13): As Tabancas de Matosinhos e de Melros são uma Naçom, juntando cerca de130 à mesa da camarigagem e da solidariedade...
Jantar de Natal de 2010 das Tabancas de Matosinhos e dos Melros (Gondomar) > Restaurante da Quinta dos Choupos > 10 de Dezembro de 2010 > Uma festa de camarigagem e de solidariedade que juntou cerca de 130 convivas, oriundos dos mais diversos pontos "de Paris ao Algarve", maior peso dos tabanqueiros do Norte que são, só por si, uma... Naçom!...
Na impossibilidade (física) de lá ter estado (e tinha obrigação, como sócio nº , reproduzo aqui as palavras, sentidas, inspiradas e transpiradas, desse tabanqueiro da primeira hora, coração de ouro e mãos de fada (para a viola), que é o nosso camaraigo David Guimarães. Foto (acima, com actual de um grupo etnográfico e folclórico local, reproduzida com a devida vénia do blogue Tabanca de Matosinhos e Camaradas da Guiné).
Parabéns aos régulos, todos eles nossos queridos camarigos (Álvaro Basto, da Tabanca de Matosinhos; Carlos Silva, da Tabanca dos Melros; Gil Moutinho, da Quinta do Choupos e do Choupal dos Melros, que foi o anfitrião) e a todos os demais camaradas, amigos e camarigos que quiseram e puderam juntar-se nesta noite especial... (LG)
Natal feliz, manga de ronco > O discurso pós-prandial do tabanqueiro-mor David Guimarães
Estes dois termos,
Natal Feliz, Manga de Ronco,
bem que se podem aplicar à noite
da Sexta Feira passada,
10 de Dezembro de 2010,
a propósito a junção das nossas queridas duas tabancas,
a dos Melros e de Matosinhos,
para celebração do Natal:
O NOSSO ENCONTRO SOLIDÁRIO
QUE GANHOU MAIS FORÇA ASSIM...
Bom é que comecemos a sentir
a necessidade do encontro,
destas partilhas e abraços,
sobretudo nestes dias
que, enfim,
quer queiramos quer não,
são especiais...
Se o Natal litúrgico faz sentido,
a celebração do nascimento de um Ser
que nos veio dizer,
para quem acredita,
que sejamos unidos,
que sejamos amigos,
então nós nada mais fizemos senão cumprir
o que o tempo indica ou aconselha,
o ser solidário, o ser amigo
e celebrar...
SOBRETUDO É A FESTA CONSAGRADA ÀS FAMÍLIA
e é por aí que eu pegaria no assunto:
se por vezes entre irmãoS
temos as nossas questõeszitas,
mais acaloradas,
sempre nos juntamos debaixo da mesa
na distribuição de prendas,
aproveitando o repasto...
ASSIM FOI NA SEXTA FEIRA,
juntámo-nos
e só nós, os tabanqueiros,
sabemos porque nos juntamos
e o motivo,
a celebração do NATAL na amizade que nos une
através de algo que um dia aconteceu,
não há dois mil anos,
mas há 40 anos, contas redondas.
Saboreei com prazer,
e creio que isso aconteceu com cada ex-combatente,
a amizade e a fraternidade existentes ali,
entre aqueles que um dia andaram a combater
e que agora fazem as honras,
levando as famílias,
para que partilhem da nossa alegria de estarmos juntos...
E tudo bateu certinho,
estivemos todos unidos
em volta dos chefes de Tabanca,
a quem tenho de render homenagem
pelo trabalho que tiveram,
de estarem naquela tarefa
que era o de estarem ali
e serem de entre todos
os elementos mais aglutinadores,
com caracteristicas diferentes
mas francos e abertos,
trabalho que não invejo
pelo contrário, admiro...
Refiro-me Naturalmente
ao Álvaro Basto (Matosinhos)
e ao Carlos Silva (Melros).
Foi uma NOITE FELIZ com MANGA DE RONCO
e, claro, com dicas para o futuro,
por tudo aquilo a que afinal assistimos.
A noite foi curta
mas foi boa,
para o ano estaremos mais,
aposto,
e seremos ainda mais felizes...
Deixo este Manifesto para publicação,
se fazem o favor,
nos blogues das nossas Tabancas,
Manifesto de protesto de franca alegria
por termos estado todos juntos,
COMO BONS AMIGOS,
COMO BONS CAMARADAS,
COMO BONS CAMARIGOS...
Um abraço do David Guimarães
[ Revisão / fixação de texto: L.G.]
... E até p'ro Ano e Tchim!, Tchim!, dizem o Carlos Silva e Jorge Portojo!
(Fotos: Tabanca dos Melros, com a devida vénia...)
Nota de L.G.:
Último poste desta série > 22 de Dezembro de 2010
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Guiné 63/74 - P7491: Tabanca Grande (257): Anselmo Garvoa (ex-Fur Mil, CCAÇ 2315 / BCAÇ 2835, Mansoa, de Janeiro de 1968 até ser ferido em combate em 30/9/1968, e evacuado para o HMP)
"ONDE ANDA ESTE PESSOAL TODO, DO CURSO DE RANGER DO VERÃO DE 1967, NA CIDADE DE LAMEGO ? GOSTAVA DE REVER ESTE PESSOAL. MEU CONTACTO: Garvoa@gmail.com OU 964240024. VAMOS TENTAR JUNTAR ESTE PESSOAL TODO. PARA JÁ UM GRANDE ABRAÇO...
A pergunta e o desejo são do Anselmo Reis Garvoa na sua página no Facebook (Foto aqui reproduzida com a devida vénia...).
1. Mensagem de Anselmo Reis, conhecido na tropa pelo seu apelido, Garvoa:
Data: 20 de Dezembro de 2010 23:41
Assunto: Mais um camarigo
Caro Luís Graça
Depois de me ter tornado amigo no Facebook, e conforme o prometido, apresento o meu pedido de adesão à grande TABANCA GRANDE.
Passo a apresentar-me:
ANSELMO REIS GARVOA
(i) Natural de Chaves, nascido em 9 de Agosto de 1943, mas, por razões que desconheço oficialmente a data é 2 de Janeiro de 1944 (ainda não havia abono de família);
ANSELMO REIS GARVOA
(i) Natural de Chaves, nascido em 9 de Agosto de 1943, mas, por razões que desconheço oficialmente a data é 2 de Janeiro de 1944 (ainda não havia abono de família);
(ii) Residente em Massamá, somos quase vizinhos, não sei se é necessário morada completa, caso seja é só pedir;
(iii) Cumpri serviço militar obrigatório entre Setembro de 1966 e Janeiro de 1970, passei por várias unidades, entre outras Caldas da Rainha recruta, Tavira especialidade e em Lamego no verão de 1967 frequentei o curso de Operações Especiais Rangers (2º. ou 3º. curso);
(iv) Depois fui para o R15, Tomar, onde já estava o Batalhão de Caçadores 2835, formado pelas companhias 2315 (da qual fiz parte como furriel miliciano de operações especiais), 2316, 2317 e respectiva CCS;
(v) Depois foi aguardar a oportunidade de embarcar para a Guiné, onde chegamos em meados de Janeiro de 1968, do quartel da Amura para Binar, Bula e Mansoa;
(vi) Para mim terminou aqui porque a 30 de Setembro de 1968 fui ferido em combate e alguns dias depois fui enviado para o continente;
(vii) O resto do tempo foi passado no Hospital da Estrela entre cirurgias e recuperação...
No período que estive na Guiné, não vale a pena acrescentar nada pois todos nós sabemos como era, eu em particular, por força de várias anestesias que fui submetido, a minha memória foi e está muito afectada, por vezes quero lembrar-me de certas coisas e não consigo, inclusive nomes de camaradas.
Saudações e já agora BOM NATAL.
Anselmo Garvoa
2. Comentário de L.G.:
Obrigado por seres já nosso amigo no Facebook e agora quereres passar à categoria, mais exigente (uma espécie de posto...), de camarigo (camarada da Guiné que passa a integrar a magnífica Tabanca Grande...). Pois, sê bem vindo, camarigo. Tiveste nove meses de Guiné, deixaste lá, além de muito suor e lágrimas, o teu sangue, um bocado do teu sangue. És naturalmente credor do nosso especial carinho e, seguramente, vamos ajudar-te a recuperar as "brancas" da tua memória... O sítio ideal é o nosso blogue e a nossa blogoterapia... Aqui há aqui muita malta que passou por Lamego e por Mansoa...
Conheces as nossas regras, afixadas na coluna da primeira página, do lado esquerdo, e que basicamente dizem: Somos um blogue de memórias e de afectos... Temos, entre nós, alguma malta do teu BCAÇ 2835, mas não da tua companhia... Serás, pois, o primeiro representante da CCAÇ 2315. Na Tabanca Grande terás o nº 463.
Que este Natal te traga boas recordações e melhores perspectivas, mesmo não tendo tu passado nenhum na Guiné. Um Alfa Bravo. Luís Graça
PS - O nosso co-editor MR é que costuma ter o privilégio de apresentar à Tabanca Grande os seus camaradas "rangers"... Assim aconteceu contigo, mas houve uma embrulhada qualquer, à mesma hora eu (em Alfragide) e ele (em Matosinhos) editávamos o mesmo poste... Ficou o meu, por decisão dele, que é "pira" (cá no blogue)... Mas eu achei que a nota que ele te escreveu merecia chegar ao teu conhecimento e ao dos demais tabanqueiros. Aqui vai:
"Camarada Garvoa, em nome do Luís Graça e demais editores, eu, Magalhães Ribeiro apresento-te os melhores cumprimentos e votos de boas-vindas a este local cibernético onde mais de 400 Camaradas-de-armas vão registando, o melhor que podem e sabem, os seus melhores testemunhos factuais dos nossos, mais ou menos, difíceis tempos passados na Guiné, mais ou menos hilariantes e/ou dramáticos, trocam informação, discutem ideias, etc. consoante a sorte ou o azar de cada um, nas suas estadias por aquelas bandas.
Nota de L.G.:
Último poste desta série > 21 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7482: Tabanca Grande (256): António Duarte, ex-Fur Mil, da CCAÇ 12, da 3ª geração (Bambadinca e Xime, 1973/74)
No período que estive na Guiné, não vale a pena acrescentar nada pois todos nós sabemos como era, eu em particular, por força de várias anestesias que fui submetido, a minha memória foi e está muito afectada, por vezes quero lembrar-me de certas coisas e não consigo, inclusive nomes de camaradas.
Saudações e já agora BOM NATAL.
Anselmo Garvoa
2. Comentário de L.G.:
Obrigado por seres já nosso amigo no Facebook e agora quereres passar à categoria, mais exigente (uma espécie de posto...), de camarigo (camarada da Guiné que passa a integrar a magnífica Tabanca Grande...). Pois, sê bem vindo, camarigo. Tiveste nove meses de Guiné, deixaste lá, além de muito suor e lágrimas, o teu sangue, um bocado do teu sangue. És naturalmente credor do nosso especial carinho e, seguramente, vamos ajudar-te a recuperar as "brancas" da tua memória... O sítio ideal é o nosso blogue e a nossa blogoterapia... Aqui há aqui muita malta que passou por Lamego e por Mansoa...
Conheces as nossas regras, afixadas na coluna da primeira página, do lado esquerdo, e que basicamente dizem: Somos um blogue de memórias e de afectos... Temos, entre nós, alguma malta do teu BCAÇ 2835, mas não da tua companhia... Serás, pois, o primeiro representante da CCAÇ 2315. Na Tabanca Grande terás o nº 463.
Que este Natal te traga boas recordações e melhores perspectivas, mesmo não tendo tu passado nenhum na Guiné. Um Alfa Bravo. Luís Graça
PS - O nosso co-editor MR é que costuma ter o privilégio de apresentar à Tabanca Grande os seus camaradas "rangers"... Assim aconteceu contigo, mas houve uma embrulhada qualquer, à mesma hora eu (em Alfragide) e ele (em Matosinhos) editávamos o mesmo poste... Ficou o meu, por decisão dele, que é "pira" (cá no blogue)... Mas eu achei que a nota que ele te escreveu merecia chegar ao teu conhecimento e ao dos demais tabanqueiros. Aqui vai:
"Camarada Garvoa, em nome do Luís Graça e demais editores, eu, Magalhães Ribeiro apresento-te os melhores cumprimentos e votos de boas-vindas a este local cibernético onde mais de 400 Camaradas-de-armas vão registando, o melhor que podem e sabem, os seus melhores testemunhos factuais dos nossos, mais ou menos, difíceis tempos passados na Guiné, mais ou menos hilariantes e/ou dramáticos, trocam informação, discutem ideias, etc. consoante a sorte ou o azar de cada um, nas suas estadias por aquelas bandas.
"Ficamos à espera que nos envies mais alguma matéria sobre a tua comissão e fotografias desses tempos, se as tiveres, como é óbvio".
_____________Nota de L.G.:
Último poste desta série > 21 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7482: Tabanca Grande (256): António Duarte, ex-Fur Mil, da CCAÇ 12, da 3ª geração (Bambadinca e Xime, 1973/74)
Guiné 63/74 - P7490: Agenda Cultural (96): Apresentação do livro Lugares de Passagem, de José Brás, dia 6 de Janeiro de 2010, pelas 18 horas na Biblioteca José Saramago, em Loures
Convite para assistir à apresentação do livro "LUGARES DE PASSAGEM", de José Brás, a ter lugar no dia 6 de Janeiro de 2011, às 18 horas, na Biblioteca José Saramago, em Loures
BIOGRAFIA SINTÉTICA
- José Brás
- Nasceu em Alenquer
- Colaborador da Secção cultural do União Desportiva Vilafranquense entre 62 e 65
- Fez parte dos Grupos de Forcados Académicos e Amadores de Vila Franca entre 64 e 70
- Fez a tropa e a guerra colonial na Guiné entre 65 e 68
- entrou para a TAP como tripulante comercial em 72
- foi animador cultural na zona de Loures onde organizou o Pelouro da Cultura do Município
- foi Autarca, presidente da Junta de Freguesia de Loures entre 81 e 85
- foi Prémio Revelação da APE em 86 na categoria "Ficção Narrativa" com o livro "Vindimas no Capim" editado em 88 pela Europa-América
- foi eleito Presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo em 89 até 97
- foi coordenador da Frente Sindical na TAP entre 93 e 95
- reformou-se em 97 e fundou a Escola de Pilotagem AEROMONTE, em Montemor-o-Novo, tendo sido fundador e dirigente da APAU -Associação de Portuguesa de Aviação Ultraleve
- colabora com Luís Graça no blogue luisgracaecamaradasdaguine, com blogue Luso Poemas e com Poetas da Planície
- tem poemas seus no próximo disco de fado de Carlos do Carmo
LUGARES DE PASSAGEM
SINOPSE
Filipe Bento é o ficcionado narrador de "Vindimas No Capim", livro que deu a José Brás, em 1987, o Prémio Revelação da APE na modalidade de ficção narrativa, editado por Publicações Europa-América em 1988.
Em "Lugares de Passagem", Filipe Bento pretende sair do seu estado ficcional e tornar-se autor de uma série de estórias que terá guardado e amadurecido nos anos que decorreram desde a publicação de "Vindimas".
No sentido de passar ao papel tais estórias, e tendo consciência das suas dificuldades com escrevente narrador, busca a quem lhe possa ajudar na tarefa, e, "diz o roto ao nú...", nada mais natural que o faça junto de José Brás a quem havia prestado o favor de se assumir como narrador das peripécias no livro anterior.
Porém, Filipe Bento resolve pôr a limpo um facto mal contado então, dando a público a informação de que o verdadeiro autor de "Vindimas no Capim" havia sido um tal Arnaldo, neto de um personagem anterior e ainda presente de memória, José da Bonança, ou José da Venância, ou José de Matos Luís ou Luís de Matos, confusão de nomes que não chegou nunca a apurar-se com certeza certa, nem em Vindimas no Capim, nem, agora, em Lugares de Passagem, fenómeno muito presente no convívio quotidiano entre gente de aldeia, inclinando-se mais o narrador para que seja José Luís de Matos o seu nome de baptismo, de onde parece vir o sobrenome do Arnaldo de Matos, ao que parece, seu amigo desde os bancos da escola primária.
Lugares de passagem começou por chamar-se em projecto "Lisboa, lugar de passagem", porque Lisboa sempre o foi para mim, para o Filipe e talvez que para o Arnaldo, primeiro, lugar de ir e voltar no comboio de Vila Franca de Xira ou na carreira da Bucelence, depois, caminho da guerra colonial aonde se ia sempre com hipóteses de não voltar, e, mais tarde ainda, nos aviões entre aeroportos do mundo.
Contudo, porque aeroportos sempre foram para nós, cidades, gente, vida para além de lugares de ausência que são quase sempre, apenas partidas e chegadas, no decorrer da escrita apareceu como melhor o actual título.
Lugares de Passagem é, assim, uma tentativa de viajar por dentro de gente que habita as cidades dos aeroportos, uma tentativa de visão sobre o comum e global desejo de felicidade das pessoas, através dos anseios individuais e a conflitualidade permanente nesse jogo de aproximar e afastar.
Subitamente, Filipe Bento, o ficcionado narrador de "Vindimas no Capim", resolve também contar histórias e exige trocar de lugar, isto é, que lhas escreva alguém que descobrirá que tais histórias são restos alterados de outras que lhe teria, em tempos recuados, contado eu, Arnaldo. Ou José Brás, porque destrinçar entre os dois não tem qualquer interesse.
Não é um livro de contos, não é um romance, não sei se é o que o autor, seja ele quem for, quer que seja, a tal viagem de partidas e chegadas aparentemente desligadas umas das outras mas que o leitor ligará por invisível fio paralelo e exterior, segundo a leitura de cada um, como se insinua nas apresentações iniciais.
Na minha terra os pequenos agricultores, acabada a sementeira, olhavam-na com alguma ansiedade e murmurando "benza-te Deus".
Em princípio, porque agnóstico, não é "politicamente correcto" dizê-lo eu.
Contudo, digo-o como o dizia o avô José da Bonança, não pelo lucro material que possa ou não vir a dar-me, mas, vindo tempo a feição, pelo lucro espiritual que possa trazer, a mim, semeador, e a outra gente que o colher.
Benza-te deus!
José Brás
__________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 15 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7442: Agenda Cultural (95): Convite para sessão de defesa da dissertação Os militares portugueses na Guiné-Bissau: da contestação à descolonização, Lisboa, ISCTE, 6ª feira, 17
BIOGRAFIA SINTÉTICA
- José Brás
- Nasceu em Alenquer
- Colaborador da Secção cultural do União Desportiva Vilafranquense entre 62 e 65
- Fez parte dos Grupos de Forcados Académicos e Amadores de Vila Franca entre 64 e 70
- Fez a tropa e a guerra colonial na Guiné entre 65 e 68
- entrou para a TAP como tripulante comercial em 72
- foi animador cultural na zona de Loures onde organizou o Pelouro da Cultura do Município
- foi Autarca, presidente da Junta de Freguesia de Loures entre 81 e 85
- foi Prémio Revelação da APE em 86 na categoria "Ficção Narrativa" com o livro "Vindimas no Capim" editado em 88 pela Europa-América
- foi eleito Presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo em 89 até 97
- foi coordenador da Frente Sindical na TAP entre 93 e 95
- reformou-se em 97 e fundou a Escola de Pilotagem AEROMONTE, em Montemor-o-Novo, tendo sido fundador e dirigente da APAU -Associação de Portuguesa de Aviação Ultraleve
- colabora com Luís Graça no blogue luisgracaecamaradasdaguine, com blogue Luso Poemas e com Poetas da Planície
- tem poemas seus no próximo disco de fado de Carlos do Carmo
LUGARES DE PASSAGEM
SINOPSE
Filipe Bento é o ficcionado narrador de "Vindimas No Capim", livro que deu a José Brás, em 1987, o Prémio Revelação da APE na modalidade de ficção narrativa, editado por Publicações Europa-América em 1988.
Em "Lugares de Passagem", Filipe Bento pretende sair do seu estado ficcional e tornar-se autor de uma série de estórias que terá guardado e amadurecido nos anos que decorreram desde a publicação de "Vindimas".
No sentido de passar ao papel tais estórias, e tendo consciência das suas dificuldades com escrevente narrador, busca a quem lhe possa ajudar na tarefa, e, "diz o roto ao nú...", nada mais natural que o faça junto de José Brás a quem havia prestado o favor de se assumir como narrador das peripécias no livro anterior.
Porém, Filipe Bento resolve pôr a limpo um facto mal contado então, dando a público a informação de que o verdadeiro autor de "Vindimas no Capim" havia sido um tal Arnaldo, neto de um personagem anterior e ainda presente de memória, José da Bonança, ou José da Venância, ou José de Matos Luís ou Luís de Matos, confusão de nomes que não chegou nunca a apurar-se com certeza certa, nem em Vindimas no Capim, nem, agora, em Lugares de Passagem, fenómeno muito presente no convívio quotidiano entre gente de aldeia, inclinando-se mais o narrador para que seja José Luís de Matos o seu nome de baptismo, de onde parece vir o sobrenome do Arnaldo de Matos, ao que parece, seu amigo desde os bancos da escola primária.
Lugares de passagem começou por chamar-se em projecto "Lisboa, lugar de passagem", porque Lisboa sempre o foi para mim, para o Filipe e talvez que para o Arnaldo, primeiro, lugar de ir e voltar no comboio de Vila Franca de Xira ou na carreira da Bucelence, depois, caminho da guerra colonial aonde se ia sempre com hipóteses de não voltar, e, mais tarde ainda, nos aviões entre aeroportos do mundo.
Contudo, porque aeroportos sempre foram para nós, cidades, gente, vida para além de lugares de ausência que são quase sempre, apenas partidas e chegadas, no decorrer da escrita apareceu como melhor o actual título.
Lugares de Passagem é, assim, uma tentativa de viajar por dentro de gente que habita as cidades dos aeroportos, uma tentativa de visão sobre o comum e global desejo de felicidade das pessoas, através dos anseios individuais e a conflitualidade permanente nesse jogo de aproximar e afastar.
Subitamente, Filipe Bento, o ficcionado narrador de "Vindimas no Capim", resolve também contar histórias e exige trocar de lugar, isto é, que lhas escreva alguém que descobrirá que tais histórias são restos alterados de outras que lhe teria, em tempos recuados, contado eu, Arnaldo. Ou José Brás, porque destrinçar entre os dois não tem qualquer interesse.
Não é um livro de contos, não é um romance, não sei se é o que o autor, seja ele quem for, quer que seja, a tal viagem de partidas e chegadas aparentemente desligadas umas das outras mas que o leitor ligará por invisível fio paralelo e exterior, segundo a leitura de cada um, como se insinua nas apresentações iniciais.
Na minha terra os pequenos agricultores, acabada a sementeira, olhavam-na com alguma ansiedade e murmurando "benza-te Deus".
Em princípio, porque agnóstico, não é "politicamente correcto" dizê-lo eu.
Contudo, digo-o como o dizia o avô José da Bonança, não pelo lucro material que possa ou não vir a dar-me, mas, vindo tempo a feição, pelo lucro espiritual que possa trazer, a mim, semeador, e a outra gente que o colher.
Benza-te deus!
José Brás
__________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 15 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7442: Agenda Cultural (95): Convite para sessão de defesa da dissertação Os militares portugueses na Guiné-Bissau: da contestação à descolonização, Lisboa, ISCTE, 6ª feira, 17
Guiné 63/74 - P7489: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (12): O vinho e a poesia da Quinta de Senhora da Graça à nossa mesa
O José Manuel Lopes e a Maria Luisa Valente, promovendo os seus vinhos na Porto & Douro Winhe Show 2010, que decorreu no Convento do Beato, em Lisboa, de 27 a 28 de Novembro de 2010.
No Wine Master Challenge 2009 / XI Word Wine Contest, que decorreu de 26 a 29 de Março de 2010, os seus dois grandes vinhos tintos, criação do enólogo Vasco Lopes, filho de ambos, o Penedo do Barco 2005 e o Pedro Mil Anos 2006 ganharam a medalha de prata e de bronze, respectivamente....Não é a primeira vez, nem será a última, que têm uma distinção que é motivo de orgulho para qualquer vitinicultor, e para mais pequeno, de 3 hectares... Eles (falamos de um equipa!), pelo seu trabalho, dedicação, competência, paixão e amor ao seu Douro, Património Mundial da Humanidade, bem merecem esta distinção (e esta humildade nota no nosso blogue, mesmo correndo o risco de o editor ser mal interpretado).
Parabéns, Zé Manel, Luísa, Vasco! A nossa Tabanca Grande fica orgulhosa de vocês. O meu jantar de Natal, na Madalena, Vila Nova de Gaia (se a crise da ciática me deixar fazer a viagem de Lisboa até lá...) vai ser regada com os vossos néctares mas, para que ninguém pense que o editor do blogue anda a fazer publicidade descarada ou encapotada a um produto comercial camarigo, ele faz questão de aqui dizer, alto e bom som, que os vinhinhos da Quinta da Sra da Graça (*) foram, são e serão sempre pagos com o seu (dele) patacão !... (Além disso, não estão no mercado, só podendo ser adquiridos em venda directa, o que faz este poste com seja mais confortável, para mim, podendo fazer deles sem quebrar as nossas regras de ética!).
Porque o vinho é cultura (e dupla!!!), e já que estamos na quadra natalícia eu fui repescar ao poemário do nosso José Manuel, o nosso Josema, dois ou três poemas já publicados em tempos no blogue (lembram-se ? daqueles que foram salvos da fúria autodestruidora do poeta...) mas para se (re)ler agora, OBRIGATORIAMENTE, EM VOZ ALTA (!), nesta noite de consoada.... COM EMOÇÃO, COM ENTOAÇÃO, para os netos, os filhos, os amigos (**):
(i) Enviado em 8 de Março de 2008:
O calor húmido nos envolve,
abraça-nos a escuridão
e a noite se faz dia,
c'o ribombar do trovão
cai a água em catadupa,
numa suave carícia
fecho os olhos,
que delícia,
até sinto um arrepio,
sinto-me bem afinal,
até chego a sentir frio
e penso que é Natal...
Guiné 1972
josema
josema
(ii) Enviado em 8 de Abril de 2008
Até ao nosso regresso...
Porque choram as mães,
mártires, de coração partido,
desta guerra sem sentido,
porque choram elas?
heroínas anónimas,
sem louvores
nem medalhas,
eternamente esquecidas,
choram porque sofrem,
choram porque temem
as notícias do correio de amanhã,
choram enquanto aguardam
o regresso desejado.
Mampatá
Natal de 1972
josema
Até ao nosso regresso...
Porque choram as mães,
mártires, de coração partido,
desta guerra sem sentido,
porque choram elas?
heroínas anónimas,
sem louvores
nem medalhas,
eternamente esquecidas,
choram porque sofrem,
choram porque temem
as notícias do correio de amanhã,
choram enquanto aguardam
o regresso desejado.
Mampatá
Natal de 1972
josema
(iii) enviado a 22 de Março de 2008
Calor, cansaço, suor,
saudades de tudo
e de um rio...
mas podia ser pior
pois há ali o Corubal
com sombras e água boa;
nem tudo é mau afinal,
não é o Douro, eu sei,
nem o Tejo de Lisboa,
são outros os horizontes,
falta o xisto e o granito,
as encostas e os montes,
mas diga-se na verdade
há o Carvalho, há o Rosa,
há um hino à amizade,
há o Gomes e o Vieira
a sonhar com a Madeira,
há o Farinha e o Polónia,
gestos e solidariedade,
há o Esteves e o Pinheiro,
amigos e sinceridade,
há o Nina e até amor,
também sofrimento e dor,
há o desejo de voltar
e um apelo à liberdade.
Josema
Mampatá 1974
[ Revisão / fixação de texto / pontuação: L.G.]
saudades de tudo
e de um rio...
mas podia ser pior
pois há ali o Corubal
com sombras e água boa;
nem tudo é mau afinal,
não é o Douro, eu sei,
nem o Tejo de Lisboa,
são outros os horizontes,
falta o xisto e o granito,
as encostas e os montes,
mas diga-se na verdade
há o Carvalho, há o Rosa,
há um hino à amizade,
há o Gomes e o Vieira
a sonhar com a Madeira,
há o Farinha e o Polónia,
gestos e solidariedade,
há o Esteves e o Pinheiro,
amigos e sinceridade,
há o Nina e até amor,
também sofrimento e dor,
há o desejo de voltar
e um apelo à liberdade.
Josema
Mampatá 1974
[ Revisão / fixação de texto / pontuação: L.G.]
Poemas e fotos: © José Manuel Lopes (2008). / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados
________________
Notas de L.G.,:
(*) Último poste da série > 19 de Dezembro de 2010
(**) Vd. poste de 3 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3165: Os nossos Seres, Saberes e Lazeres (6): Com o José Manuel, in su situ, um pé no Douro e uma mão no Marão (Luís Graça)
Notas de L.G.,:
(*) Último poste da série > 19 de Dezembro de 2010
(**) Vd. poste de 3 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3165: Os nossos Seres, Saberes e Lazeres (6): Com o José Manuel, in su situ, um pé no Douro e uma mão no Marão (Luís Graça)
Guiné 63/74 - P7488: Camaradas na diáspora (3): O luso-americano Franklin Galina, aliás, ex-Fur Mil Franklin, Pel Mort 4575 (Bambadinca, Julho de 1972 / Agosto de 1974)
1. Mensagem de Franklin Galina, uma camarada nosso luso-americano
Obrigado pela vossa dedicação e empenhamento em trazer à luz tanta coisa que de outro modo ficaria apenas na memória.
E já agora, um Santo Natal, muita saúde em 2011 e longa vida a todos os ex-combatentes da Guiné ex-Portuguesa.
2. Comentário de L.G.:
Triplo camarada, de Guiné, de Bambadinca e de armas pesadas... Não estive propriamente num pelotão de morteiros, mas tive como especialidade as armas pesadas de infantaria, que de pouco ou nada me serviram, já que fui um simples atirador de infantaria numa companhia formada por soldados do recrutamento local, a CCAÇ 12, que ainda estava em Bambadinca no teu tempo... (E a propósito, sobre Bambadinca, tens mais de 300 referências no nosso blogue, e podes fazer pesquisas de centenas de imagens no Google=imagens=Bambadinca, a maior oarte das quais são imagens nossas)...
A CCAÇ 12 (1969/74) foi uma companhia de intervenção que deu e levou muita porrada, poucos dos seus elementos não apanharam com chumbo no corpo... Alguns dos nossos melhores militares africanos acabaram como graduados, quer na CCAÇ 12, quer na CCAÇ 21 (formada em meados de 1973)... e ainda não sabemos exactamente quantos foram fuzilados, no pós-independência, nos ajustes de contas que se seguiram na zona leste...
Mas o meu comentário era sobretudo para te saudar e convidar a integrar este projecto de comunidade de antigos combatentes da guerra colonial na Guiné, a que se juntam os inimigos de ontem e os amigos de hoje... Os amigos de Portugal e da Guiné-Bissau. Franklin, manda-nos as duas fotos da praxe (uma antiga e uma actual) e conta-nos uma pequena história da tua passagem por aquela terra verde e vermelha, onde passaste dois anos da tua vida...
Gostávamos de saber, muito em particular, como é que foram, em Bambadinca, os tempos do pós-25 de Abril, a relações das autoridades administrativas e militares com o PAIGC, as reacções da população local, etc. Tens fotos desse tempo ?
Temos muitos camaradas na tua nova pátria de adopção, os Estados Unidos da América, que nos visitam diariamente (vd, abaixo mapa estatístico). Mas as raízes, mais profundas, estão aqui e tu nunca as vais esquecer, a começar pela língua materna. Junta-te a nós, traz contigo mais amigos, camaradas e camarigos. Merry Christmas, a Happy New Year. Best wishes for your and your family. Um grande Alfa Bravo (ABraço) do Luís Graça.
Fonte: Estatístivas do Blogger (hoje)
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Notas de L.G.
Data: 21 de Dezembro de 2010 23:44
Assunto: Guiné, 72/74
Venho aqui deixar o meu reconhecimento ao grupo que criou este site.
Estive na Guiné de Julho de 72 a Agosto de 74 (o bendito 25 de Abril obrigou-nos a ficar presos por mais três meses).
Furriel Miliciano do Pelotão de Morteiros 4575, sediado em Bambadinca, tive a sorte de ser requisitado para trabalhar na Secretaria do Comando, tendo apenas sido destacado para uma curta temporada em Mato Cão
Vivo nos Estados Unidos desde 1975. Tenho contacto com três dos meus camaradas de pelotão que anualmente se reunem para um almoço de convívio, durante o Verão, em diferentes cidades de Portugal. Ainda não deu para comparecer a um, mas espero fazê-lo agora que vou entrar para a reforma.
Como ia dizendo, reler tanta coisa sobre essa terra e aquilo por que passamos, deu-me imensa satisfação. Ha, de facto, uma irmandade não ofocial entre todos os que deixaram lá suor e lágrimas.
Obrigado pela vossa dedicação e empenhamento em trazer à luz tanta coisa que de outro modo ficaria apenas na memória.
E já agora, um Santo Natal, muita saúde em 2011 e longa vida a todos os ex-combatentes da Guiné ex-Portuguesa.
Sou o Franklin Delano Roosevelt Madeira Galina Barbosa, conhecido entáo por Furriel Franklin. Depois de me tornar cidadão dos Estados Unidos, reduzi o meu nome para apenas Franklin Galina
Boas Festas
2. Comentário de L.G.:
Triplo camarada, de Guiné, de Bambadinca e de armas pesadas... Não estive propriamente num pelotão de morteiros, mas tive como especialidade as armas pesadas de infantaria, que de pouco ou nada me serviram, já que fui um simples atirador de infantaria numa companhia formada por soldados do recrutamento local, a CCAÇ 12, que ainda estava em Bambadinca no teu tempo... (E a propósito, sobre Bambadinca, tens mais de 300 referências no nosso blogue, e podes fazer pesquisas de centenas de imagens no Google=imagens=Bambadinca, a maior oarte das quais são imagens nossas)...
A CCAÇ 12 (1969/74) foi uma companhia de intervenção que deu e levou muita porrada, poucos dos seus elementos não apanharam com chumbo no corpo... Alguns dos nossos melhores militares africanos acabaram como graduados, quer na CCAÇ 12, quer na CCAÇ 21 (formada em meados de 1973)... e ainda não sabemos exactamente quantos foram fuzilados, no pós-independência, nos ajustes de contas que se seguiram na zona leste...
Mas o meu comentário era sobretudo para te saudar e convidar a integrar este projecto de comunidade de antigos combatentes da guerra colonial na Guiné, a que se juntam os inimigos de ontem e os amigos de hoje... Os amigos de Portugal e da Guiné-Bissau. Franklin, manda-nos as duas fotos da praxe (uma antiga e uma actual) e conta-nos uma pequena história da tua passagem por aquela terra verde e vermelha, onde passaste dois anos da tua vida...
Gostávamos de saber, muito em particular, como é que foram, em Bambadinca, os tempos do pós-25 de Abril, a relações das autoridades administrativas e militares com o PAIGC, as reacções da população local, etc. Tens fotos desse tempo ?
Temos muitos camaradas na tua nova pátria de adopção, os Estados Unidos da América, que nos visitam diariamente (vd, abaixo mapa estatístico). Mas as raízes, mais profundas, estão aqui e tu nunca as vais esquecer, a começar pela língua materna. Junta-te a nós, traz contigo mais amigos, camaradas e camarigos. Merry Christmas, a Happy New Year. Best wishes for your and your family. Um grande Alfa Bravo (ABraço) do Luís Graça.
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Fonte: Estatístivas do Blogger (hoje)
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Notas de L.G.
29 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6659: Camaradas na diáspora (2): Na morte do Luís Zagallo, (João Crisóstomo, Nova Iorque)
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