sexta-feira, 13 de junho de 2008

Guiné 63/74 - P2937: A guerra estava militarmente perdida? (16): António Santos,Torcato Mendonça,Mexia Alves,Paulo Santiago.

A Guerra estava militarmente perdida?

Duas notas aos Camaradas que com tanto interesse têm acompanhado esta questão:

1. O atraso na publicação das mensagens deve-se ao editor;
2. O reconhecimento a todos, intervenientes activos ou seguidores atentos pela forma elevada como têm conduzido esta "boa polémica", como a designou no início o Luís Graça.

vb

Continuamos a publicar por ordem de chegada as mensagens recebidas.
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1. Em 27 de Maio, de António Santos

Camaradas

Saúde para todos.

Antes de mais gostaria de vos dizer que não tenho por hábito entrar em polémicas, não é isso que quero mas, simplesmente esclarecer a nossa Tabanca Grande, portanto é nestes termos que vou comentar o post nª P2872: A guerra estava militarmente perdida (5), do nosso camarada António Abreu.

1º Eu estive na Guiné mais ou menos no mesmo período que o Abreu

2º- As pistas alcatroadas não eram só Bissau e Cufar, como o Abreu afirma, porque a de Nova Lamego também o era, a alcatroada, sim! Tínhamos duas, outra em terra batida. Dizia-se por lá que a alcatroada era a 2ª melhor da Guiné.
Anexo duas fotos e um excerto retirado da história do Bat Cav. 3854:

Pistas de aterragem e placas para helicópteros

Há pistas em Nova Lamego, Canjadude e Cabuca. Em Nova Lamego são duas, uma de terra batida com o comprimento de 1.150 metros e a outra asfaltada com 2.400 metros de extensão, acabada de construir em 1970, dispendendo-se com essa construção 22.000 contos, incluindo a respectiva placa de estacionamento. Nesta segunda pista podem aterrar quaisquer tipos de aviões.
As de Canjadude e Cabuca têm 500 metros de cumprimento, apenas permitem a aterragem dos aviões Do-27.
Existem placas de aterragem de helicópteros em Nova Lamego (concluída) e em construção em Canjadude, Cabuca, Madina Mandinga, Dara e Cansissé.





3º- Além disto, Nova Lamego era sede do CAOP 2, onde era organizada a guerra para toda a zona leste. 6 Sectores. Como forças de intervenção, dispunha de uma companhia do exército e outra de páras sempre às suas ordens que ao fim de um mês se revezavam, por isso era normal termos a 121 a 122 ou a 123 como companheiras.

4º- Não esquecer que também os destacamentos de Mareue e Copá foram abandonados por nós no final da guerra.

Fica pois este esclarecimento às tropas.
Um Alfa Bravo do Camarada

A. Santos
4574/72
SPM 2558

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2. Do Torcato Mendonça em 27 de Maio:


Há dias, por razões diversas, não consigo "escrever". Vou tentar, o mais sintético que me for possível. Assim;

1º- Esta troca de opiniões tem interesse para mim. Porquê? Porque me mostra, aquele período da história do meu País, relatada por quem o viveu e, fundamentalmente, pensa de maneira diferente.

2º- Pode efectivamente ser infindável sem ser estéril. Pode ser tratada por Milicianos, para gáudio de alguns "profissionais" mas, eu e muitos fizemos a guerra – não gostávamos da vida militar. Demos o melhor de nós, não em defesa de um ideal mas na defesa, isso sim, de quem comandávamos e do respeito que tínhamos por nós próprios.

3º- Têm participado nesta troca de palavras ex-militares que gosto de ler o que escrevem. Ora o Joaquim Mexia Alves é um deles. Tem, quanto a mim, "ainda um sentir" demasiado vincado com a política de então. Isto nada tem de pejorativo pois aceito a pluralidade de opiniões. Disse-me ele, no III Encontro quando nos despedíamos, querer comentar alguns escritos meus. Pois, meu caro amigo, se não o sentisse não o diria, força. A não varredela politica, pode deformar a objectividade da análise. Conseguirei eu fugir ao meu pensar político? Tento. Só assim consigo distanciar-me e analisar os acontecimentos. Conseguirei? Não sei!

4º- Não posso, não devo contar ou falar sobre tudo. Menos ainda, se estiver directamente implicado ou, devido ao relato, puderem tirar-se ilações de valorização pessoal. Aceitei que me apelidassem de defensor do Solo Pátrio, de assassino da Guerra Colonial, de fascista e outros adjectivos…
Não respondi, nem respondo; não contei tudo, nem contarei, não por medo de (actualmente) mas por pudor e respeito com. Tentei esquecer.

5º- As Guerra como a da Guiné – todas as guerras daquele cariz – estão militarmente perdidas. Friso a Guiné. É isso que, por ora, está em análise.
Quem a preparou sabia fazê-lo. Politicamente deviam ter sido tomadas as medidas correctas para que fosse encontrada uma solução. Não foi pois o nosso País era governado em ditadura. Mesmo assim houve tentativas…alguns militares não aceitavam a solução politica, outros nem tanto, outros… e depois, muitos, tomaram posição. Que posição o Congresso dos Combatentes, a contestação ás muitas Comissões… a não-aceitação de certas interferências corporativas… ou a contestação que levou ao 25ª???!!! Ora íamos por aí fora e ater de ser feito documentalmente. Por isso me interessa esta análise. Esta e outras…

6º- Não me quero repetir e plagiar a frase do Eduardo Águalusa – de quantas mentiras……verdade…mas pedia para ser lido com atenção, quer o preâmbulo, quer os textos hoje publicados sobre a batalha do Como. Lido e relido.

Com estas ultimas palavras e o sublinhado tinha respondido. Mas fi-lo com amizade e consideração: Ao Mexia Alves, ao Mário B. Santos e aos nossos Editores.

Envio a todos os que lerem um abraço de,
Torcato

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3. Em 30 de Maio, de Joaquim Mexia Alves:

Meu caro Virgínio Briote

Pego na tua introdução ao post 2899:

"Eram as armas que iam decidir o conflito?
Em 1974, a grande maioria do povo português desejava a continuação da guerra?
Entre os militares estacionados na Guiné a contestação era cada vez mais aberta. E às claras. Em Março de 1974, algumas unidades dispersas pelo território receberam uma mensagem assinada pelo Ten Cor Banazol, em nome do "Movimento de Resistência das Forças Armadas", apelando à rebelião e programando uma operação de retracção do dispositivo militar para o mês de Maio próximo...estou a citar o então Capitão J. Golias.
E, depois do 25 de Abril, o grande público veio a saber que o governo de então já não pensava de maneira muito diferente. Marcello Caetano tinha enviado a Londres o diplomata José Villas-Boas para uma reunião com dirigentes do PAIGC (Vítor Saúde Maria, Silvino da Luz e Gil Fernandes, reunião que ocorreu entre 25 e 26 de Março e na qual ficou agendada novo encontro para 5 de Maio seguinte...".

Ó meu amigo e camarada, com todo o respeito, assim não nos entendemos!
O que está em discussão, ou pelo menos foi nessa discussão que entrei, é se a guerra à data do 25 de Abril estava perdida militarmente, repito militarmente, ou não.
Já o disse e já todos o dissemos que com certeza não seriam as armas que iam decidir o conflito.
Não só em 1974, mas até antes, a grande maioria do povo português não desejava a guerra, nem a sua continuação.
Quantos povos desejam verdadeiramente uma guerra, seja porque que motivos for?
Com certeza que havia contestação, sempre houve e muito provavelmente, (não sei), essa mensagem terá sido enviada depois do 16 de Março.
E a quantas unidades?
E quantos mais poderão ser citados que dizem o contrário?
Mas repito, não é isso que está em causa, (pelo menos para mim), mas sim a afirmação de que a guerra estava militarmente perdida naquela altura.
Quanto às negociações de que falas já respondi ao Mário Beja Santos sobre o assunto.
As negociações existiam mas não forçosamente por causa de um entendimento de que a guerra estava perdida militarmente, mas por causa do mal que estava a causar ao país, (os governantes não era estúpidos, apesar de teimosos), em virtude da crise internacional que se reflectia no país, e por, sem dúvida nenhuma a pressão internacional que se fazia sentir e se estava a tornar incontornável.
Porque é que raio o PAIGC iria negociar uma guerra que estava a ganhar, (segundo o que dizem), e perante aquilo que dizem serem as negociações, a independência a troco de um cessar fogo, não aceitava essa proposta e continuava a guerra para alcançar aquilo que já lhe estava a ser dado, ou seja, a Independência da Guiné.
Há qualquer coisa que não bate certo!
Eu falo do que acontecia, do que estava no terreno, não falo do que poderia acontecer se acontecesse isto ou aquilo.
De qualquer modo este não é o projecto da minha vida, a guerra da Guiné, e por isso vou acalmar e deixar que outros tomem parte se assim quiserem neste debate/polémica.

Um grande e amigo abraço do
Joaquim Mexia Alves
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4. 2 de Junho, de Paulo Santiago:

A guerra na Guiné estava militarmente perdida?

Camaradas

A saga está para continuar. Não queria voltar a falar no tema em questão.
Primeiro, continuo sem resposta àquela pergunta.
Segundo, somos tantos no blogue e só três ou quatro dão a cara neste assunto.
O que me leva hoje a botar mais um escrito?
Simplesmente a amizade que tenho pelo Vítor Junqueira, que se constrói não só na consideração mas também na discussão de pontos de vista, que até poderão ser divergentes ou antagónicos. Não quero que os meus amigos digam Amen com tudo o que escrevo, assim com não serei yes man nas opiniões dos meus amigos.

Guerra de Guerrilha
Na minha opinião, friso "minha", a guerra de guerrilha envolve além das forças combatentes, guerrilheiros, uma franja, mais ou menos alargada das populações. Terá que ter um fim justo (guerra justa, será?) não ser motivada por puro banditismo. Exemplo actual. Não posso considerar as FARC da Colômbia uma força guerrilheira a lutar por uma causa justa. Não, estes "guerrilheiros" são bandidos, assassinos, sequestradores que sobrevivem à conta do tráfico de cocaína. Marulanda, tiro-certeiro, não passava de um psicopata assassino. A ETA é, logicamente, outro bando de facínoras tal como os muchachos do Bin-Laden.
No pólo oposto temos o exemplo dos afegãos que levaram a efeito uma justíssima guerra de guerrilha para correr com os soviéticos. Toda esta conversa serve para separar águas.
O PAIGC, como considerá-lo? Sabemos que, antes da luta armada, Cabral tentou negociar com Salazar uma independência para a Guiné. Tal não foi possível devido ao pensamento anacrónico e contra os ventos que sopravam em África, do Botas. Após a greve e consequente repressão na doca de Pindjiguiti, Cabral e a organização política do PAIGC concluíram que só pela via armada chegariam à independência. Mas para iniciar essa luta, em Janeiro de 1963 (?) foi necessário grande trabalho político (Pindjiguiti foi em 3 de Agosto de 59).
Há um forte contraste entre o PAIGC e o exemplo da UPA/FNLA em Angola. Holden roberto não tinha nem credo político nem credo de guerrilha, só uma incitação à violência e ao massacre, não procurava conquistar populações, apenas tinha o ideal da independência de Angola, e ele Roberto, chefe de estado. Os massacres perpetrados pela UPA contra brancos e negros, com a convivência de missões religiosas e dos US, foram um crime hediondo.
Amilcar Cabral enfrentou uma tarefa complicada ao tentar convencer a população que estava a ser oprimida. Na Guiné não havia concentração de colonos que aparentemente explorassem a população. Segundo as suas próprias palavras. Não seria possível mobilizar as pessoas dizendo-lhes
"A terra a quem a trabalha". Porque aqui, terra não falta...Jamais conseguiríamos mobilizar as pessoas na base da luta contra o colonialismo.
Isso não levaria a nada. Entre nós, falar da luta contra o imperialismo nunca levaria a nada...Isto prova a necessidade de fazer com que cada camponês encontre o seu próprio caminho para se mobilizar para a luta. (in Amilcar Cabral, Textos Políticos)
Assim procurou adaptar a sua mensagem revolucionária a termos que atingissem as preocupações quotidianas da população rural. Lembrem-se sempre de que as pessoas não lutam por ideias, por coisas que só existem na cabeça de indivíduos. As pessoas lutam e aceitam os sacrifícios necessários. Mas fazem-no para conseguirem proveitos materiais, para viverem em paz e melhorarem os seus modos de vida, para conhecerem o progresso e poderem garantir um futuro aos seus filhos. (in Amilcar Cabral, Palavras de Ordem Gerais)
Esta foi uma forma frutuosa de mentalização para a luta armada.

Algumas ideias sem qualquer alinhamento:

Segundo o Censo de 1960, a Guiné tinha uma população de 525.437 habitantes.
Segundo o Graça Abreu viviam 440.000 guineenses nas tabancas, vilas e cidades controladas por nós. Há aqui uma diferença de 85.000 pessoas. Morreram? Estavam junto do PAIGC? Oitenta e cinco mil pessoas é muita gente.

O meu camarada e amigo Vítor faz várias perguntas sendo uma delas "Tens conhecimento de alguma aldeia, lugar ou sítio que o PAIGC tenha subtraído militarmente ao controlo das NT?"
Era frequente em patrulhamentos e operações encontrar tabancas abandonadas. Claro que não tinham sido tomadas de assalto pelo IN, tão-somente a sua defesa tinha-se tornado insustentável. Contabane foi abandonada após um ataque violento, nunca mais tendo sido reocupada. Gadembel penso ser um caso paradigmático, onde só havia aquela solução. Na tabanca do Quirafo esteve destacado um GComb da Companhia do Saltinho, retirou. Há o caso de Beli. Madina do Boé não vale a pena falar, aquilo era simbólico, não tinha interesse para qualquer dos lados. É possível que haja outros casos, não sei.
Não tenho aqui implícito qualquer desprimor para os nossos camaradas, sempre aguentaram até à impossibilidade. Deixa-me citar o Gen Spínola, pág. 235 de Portugal e o Futuro O exemplo da Índia é um precedente bem vivo do porvir que receamos. Nunca se acreditou que sucedesse o que, afinal, era inevitável; no entanto, a tragédia deu-se; e logo foi desviada a atenção da Nação para o campo circunstancial da conduta militar, acusando-se as Forças Armadas de não se terem batido heroicamente; quando, na realidade qualquer que fosse a eficácia da defesa, o colapso seria sempre questão de dias. Qual seria o porvir que o Gen receava?

Perguntas Vítor: Nas acções da iniciativa do IN, tipo emboscada, quem retirava e quem explorava o êxito, o adversário ou a tua força? Infelizmente tenho uma resposta, envolta em tragédia, a emboscada do Quirafo.
Nunca me envergonhei, nem me envergonho de ter sido combatente, aprendi muito, fiz grandes amigos e lamento, tal como tu, Vítor, que hoje as Forças Armadas não sejam o povo armado, mas uma agência de emprego, onde se procura ir para sítios longínquos e exóticos, ganhando pipas de massa, defendendo os interesses de alguns, que não os de Portugal.
Falemos de saúde, isto hoje vai meio embrulhado, mas é assim que está a sair. Na Guiné em 1971 (estou a citar Contra-Insurreição em África de J.P.Cann) o Exército tinha aumentado de tal forma o grau de sistema de saúde que este não só alcançou como superou os padrões da OMS.
(...)

O Vítor faz também uma citação do Dr. Mário Soares a propósito da Cimeira da Guerra nos Açores, mas como hoje clico sem grande encadeamento, vou chamar o Dr. Mário Soares por outro ponderoso motivo. Quando de uma visita de Estado à Guiné, o protocolo de estado programou a deposição de uma coroa de flores no talhão dos Combatentes da Liberdade da Pátria. O Dr. Soares procedeu a essa homenagem, mas de seguida foi ao talhão dos Combatentes Portugueses homenageando, do mesmo modo, aqueles Camaradas que lá ficaram, apesar de alguns protestos. O anterior Presidente da República, militar e combatente na Guiné, quando de idêntica visita esqueceu-se do talhão dos Combatentes Portugueses. Bem-haja Dr. Soares pelo seu gesto, eu que não fui seu votante nas últimas eleições.
Fico por aqui, sem responder à pergunta tema, porque mais uma vez não consigo ter resposta certeira. Aceito o"porvir receoso"do Gen Spínola.
Desculpem-me este emaranhado que hoje escrevinhei.
Abraço
Paulo Santiago
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Nota de vb: Vd. artigos relacionados em:

12 Junho > Guiné 63/74 - P2932: A guerra estava militarmente perdida? (15): Uma polémica que, por mim, se aproxima do fim (Beja Santos)

12 Junho > Guiné 63/74 - P2929: A guerra estava militarmente perdida? (14): Estávamos fartos da guerra e a moral nã era muito elevada. A. Graça de Abreu.

3 de Junho de 2008 > Guiné 63/74 - P2913: A guerra estava militarmente perdida? (13): Henrique Cerqueira.

31 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2907: A guerra estava militarmente perdida? (12): Vítor Junqueira.

29 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2899: A guerra estava militarmente perdida? (11): Correspondência entre Mexia Alves e Beja Santos.

28 de Maio > Guiné 63/74 - P2893: A guerra estava militarmente perdida? (10): Que arma era aquela? Órgãos de Estaline? (Paulo Santiago)

27 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2890: A guerra estava militarmente perdida? (9): Esclarecimentos sobre estradas e pistas asfaltadas (Antero Santos, 1972/74)

25 de Maio > Guiné 63/74 - P2883: A guerra estava militarmente perdida ? (8): Polémica: Colapso militar ou colapso político? (Beja Santos)[Por lapso, houve um salto na numeração, não existindo os postes nº 7 e 6 desta série ]

22 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2872: A guerra estava militarmente perdida ? (5): Uma boa polémica: Beja Santos e Graça de Abreu

15 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2845: A guerra estava militarmente perdida ? (4): Faço jus ao esforço extraordinário dos combatentes portugueses (Joaquim Mexia Alves)

13 de Maio de 2008 > Guiné 73/74 - P2838: A guerra estava militarmente perdida ? (3): Sabia-se em Lisboa o que representaria a entrada em cena dos MiG (Beja Santos)

30 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2803: A guerra estava militarmente perdida ? (2): Não, não estava, nós é que estávamos fartos da guerra (António Graça de Abreu)

17 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2767: A guerra estava militarmente perdida ? (1): Sobre este tema o António Graça de Abreu pode falar de cátedra (Vitor Junqueira)

3 comentários:

Anónimo disse...

Quando se fala neste blogue sobre quem ganhou, ou quem perdeu esta guerra, ninguem se lembra de levantar a hipótese: "E se perguntássemos aos Guineenses das nossas idades, qual a sua opinião?"

Sim, porque na realidade, vista friamente, esta guerra, apenas dizia respeito a eles.

E será que eles queriam esta ou qualquer outra guerra, feita por qualquer "senhor da guerra", fosse ele qual fosse?

Da minha parte, que apenas vivi na Guiné depois da nossa guerra (não da guerra dos guineenses, porque para eles a guerra continuou), provavelmente os portugueses, perdemos a guerra, pois que a lingua portuguesa, está a desaparecer a uma velocidade, que não deve chegar ao proximo acordo ortográfico.

Desculpem, um ponto de vista tão frio.

Um abraço
Antº Rosinha

Anónimo disse...

Por vezes é imcompriensível!
Voltarei, ao debate, dos "confusos" ou dos que querem confundir.
Repito!
Levantei o problema da crítica do camarada Beja Santos, ao livro do Cor. Amaro Bernardo.
Intelegentemente, Beja Santos fugiu às questões, e para se safar, levantou a questão da "Guerra Perdida".
Por mim foi questionado no Blog sobre a sua intervênção.
As questões por mim postas, gostava de respostas concretas!
Não discutam o sexo dos anjos.
Analizem critiquem e falem sobre o que foi real _critica do livro do Amaro Bernardo_ gostava de saber qual a opinião dos responsáveis da herança do Gen. Spínola, e se todos os militares que estiveram na Guiné antes de 1968, foi uma ilusão, e nunca lá estiveram.
Perder? Só se perdermos a lingua de Camões!Para isso não são necessárias "Guerras".

Mário Fitas

Amilcar Ventura, Furri. Mecân. 1ª Comp. 8323 disse...

Quero botar uma palavra sobre este assunto de "A Guerra estava militarmente perdida" muitos que lá tivemos no teatro de guerra e não no ar condicionado sabia-mos que a guerra militarmente e não só estava perdida, as flagelações que estava-mos a ter os que estavam perto
das fronteiras cada vez maiores,eram raros os ataques a colunas e a quartéis em que não tinha-mos baixas,
a moral das nossas tropas estavam muito em baixo, a maioria das nossas tropas não estavam preparadas para esta guerra e já se
ouvia falar que o PAIGC iria ter ajuda dos Migs 15 e 17 que estavam
em Conacri estão aí tinha-mos que fugir todos a nado para Portugal,só
quem como a avestruz que enfia a cabeça na arreia é que não quer ver que o teatro de guerra na Guiné estava perdido.