1. Mensagem do Nelson Herbert [, foto à direita,] com data de 24 do corrente:
Caro "Mais Velho" Rosinha:
Pontualmente, em debates, entrevistas, livros - infelizmente alguns apenas com edição o e circulação em Cabo Verde - alguma luz, ainda que pouca, tem-se dado à história da actividade clandestina do PAIGC nas ilhas cabo-verdianas..
Obras que retratam em parte, a organização clandestina do PAIGC naquelas ilhas atlanticas.
E esse "Testemunhos de um Combatente", de Pedro Martins, um amigo pessoal e ex-"tarrafalista", das células do PAIGC em Cabo Verde [ fundador da Associação de Combatentes da Liberdade da Pátria , foto à esquerda, cortesia de A Semana, ] é por sinal um dos incontornáveis livros para o« entendimento do então "fosso", existente entre as acções do PAIGC de Amílcar Cabral, em "Conacri", nas matas e nos centros urbanos da Guiné ...e nas ilhas de Cabo Verde.
Uma outra obra recomendável é a do engenheiro Jorge Querido ("Subsídios Para a História Da Nossa Luta De Libertação"). Jorge Querido foi por sinal o responsável pelas actividades e acções clandestinas do PAIGC em Cabo Verde.
Da leitura de um conjunto de testemunhos / livros -alguns pouco conhecidos fora do arquipélago -provavelmente [os mais importantes] os dois casos aqui referenciados, fica-se com a ideia da então "desfasagem" de engajamento do PAIGC, na Guiné e em Cabo Verde.
Alias, são sobejamente conhecidas as críticas de que Cabral era alvo, quando e sempre em causa estivesse... o peso do partido, num e outro território então sob domínio colonial.
Terão as balas disparadas na Guiné (tal como defendia Amilcar Cabral) tido o seu "quinhão" de impacto no processo emancipador e de libertação de Cabo Verde ?
Será essa porventura a percepção dos nacionalistas das células clandestinas do PAIGC naquele arquipélago ?
Daí a minha sugestão "bibliográfica" !
Mantenhas
Nelson Herbert
USA
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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2 comentários:
Amigo Nelson, embora seja já mais idoso, de "Mais velho" isso nnão me considero pois cada vez me vejo mais "piriquito".
Embora já tenhamos comentado este assunto, quero acrescentar que é bom que os Caboverdeanos escrevam a sua própria história e a sua ligação ao Partido e ao Amilcar.
Mas já te disse no outro comentário que há pontos para esclarecer e ninguem os esclarece e vão morrendo uns e outros e ninguem explica.
E tirando o que Amilcar escreveu, tudo o que sobra é zero.
Nem da morte de Amilcar, quando houve reus julgados e punidos, guineenses, juizes e jurados guineenses e caboverdeanos, e não aparece a documentação desse julgamento nem fotos.
Qual o papel de Cubanos e soviéticos e Sekou Turé no julgamento, ninguem sabe nada.
Porque no 14 de Novembro nenhum Caboverdeano do PAIGC acorre em ajuda de Luis Cabral, nem internamente no Partido, nem externamente junto dos Suecos nem dos Russos nem Portugueses nem Cubanos, que enxameavam Bissau e dominavam todods os ministérios, principalmente os Russos que estvam nos quarteis e podiam premir Nino Vieira?
É que com tantos pontos escuros até dá direito a duvidar que o 24 de Setembro foi só na ONU e não no Boé!
Porque nem sequer é um Caboverdeano ou Guineense a escrever em livro os tiros que matam Amilcar Cabral, e apenas um jornalista soviético? e simplifica com o solução que resolve tudo: a PIDE?
Ninguem pode duvidar da capacidade dos Caboverdeanos não só na mobilização dos guineenses nem dos suecos e cubanos e ...americanos!
Mas como ninguem quer contar o que se passou, tambem se pode dizer que aqueles tantos caboverdeanos que comandaram aquela luta com tanta classe, nunca pretenderam cumprir "o sonho de Amilcar Cabral, apenas usaram o seu prestígio", para chegar a outros fins.
Quais fins? podem-se imaginar multiplos fins. ( não agora e aqui)
Com os "fins à vista" Amilcar desaparece, aparecem misseis Strella, mais uns tantos cubanos e soviéticos, indpendência no Boé (ONU), 6 meses e acabou!
Se não aprecerem documentos, tambem se pode dizer que Amilcar estava a dificultar "o fim" e não agradava a alguem.
Os caboverdeanos já não viviam na era da oralidade, mas sim da escrita, portanto onde está a documentação de uma governação no exílio?
Tribunais, Economia, Relações externas? Não há mesmo nada? Foi destruido por algum ataque da PIDE?
Nelson, agora uma novidade neste blog que quero transmitir:
É que o PAIGC tambem apoiou um movimento independentista das Canárias, com sede em Bissau, com Luis Cabral e depois Nino.
Portanto era natural ter células em Caboverde, com Amilcar e Aristides.
Esse apoio aos canarinhos, foi fácil à diplomacia espanhola "entender-se" com o Nino.
Nelson na lusofonia são os Caboverdeanos que teem o povo mais culto, do Minho a Timor, mas no caso da Guerra do Ultramar, aquelas dezenas de combatentes, "ninguem sabe escrever"!
Um abraço
Caro Rosinha
Concordo plenamente ha verdades, de um e outro lado da trincheira que deveriam vir ao de cimo...
Por exemplo os contornos do assassinato de Amilcar Cabral !
Bom fim de semana
Nelson Herbert
USA
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