1. Comentário de José Ferraz de Carvalho, ao poste P8762 (*)
Uma avalanche de memórias caiu sobre mim quando hoje abri o meu correio eletrónico. O meu nome, José Marçal Wang de Ferraz de Carvalho.
Assentei tropa em Setembro de 1966 no CSM [ Curso de Sargentos Milicianos,] das Caldas da Rainha [ RI 5,] e depois da recruta fui enviado para Lamego, para o primeiro curso de Operações Especiais como especialização.
Posteriormente ofereci-me como voluntário para a 16ª Companhia de Comandos com a qual cheguei a Guine em 68. No fim da fase operacional não quis ser comando e fui então destacado para a Cart 1746, Xime, onde o Capitão Vaz me responsabilizou em formar um grupo de combate com o segundo pelotão cujo alferes tinha sido enviado para Lisboa doente.
Estive no Xime com a [Cart] 1746 até esta ser rendida no fim da sua comissão. Fui ferido na Operacao Lança Afiado, com um estilhaço na mão esquerda. Não queria ser evacuado mas fui helitransportado para Bambadinca onde fui tratado e no dia seguine convenci o piloto a levar-me de regresso à operação porque não queria deixar o meu "pessoal balanta" sem a minha participação. Devia estar apanhado pelo clima!...
Pasaei os meus últimos meses da minha comissão como adido ao QG em Bissau. Regressei a Lisboa no velho Carvalho Araujo em 1970.
Desde Dezembro 1970 vivo nos Estados Unidos da América. Aqui me casei e aqui me divorciei. Hoje tenho 2 filhos, uma filha e 7 netos, 3 rapazes e 3 (ou 4?) miúdas.
Estou hoje com 66 anos de idade depois de uma carreira profissional que me levou a ensinar mecânica em 136 países do mundo. Voltei à universidade em 2001 e formei-me com um novo título de Addiction Counselor. Hoje pratico a minha nova profissão ajudando pessoas que padecem de problemas com drogas e álcool a alcançarem uma nova vida, livres dessa terrivel doença. Pessoalment há 13 anos que estou sóbrio.
Oxalá haja alguém que se lembre de mim ainda e com quem possa trocar memórias de outros tempos que tantas saudades me trazem...
A todos os velhos companheiros e camaradas um abraço do Zé Americas ou Furriel Careca.
2. Comentário de L.G.:
Querido camarada: O meu nome é Luís Graça e fui o fundador (e sou administrador e editor) deste blogue que tem sido lugar de muitos encontros e reencontros. Costumamos dizer que o Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Na realidade, os amigos e camaradas da Guiné são já um batalhão, a maior deles antigos combatentes, como tu e eu. Fico muito feliz por, através do nosso blogue, já teres encontrado um camarada da tua antiga companhia, a CART 1746, e do teu tempo de Xime: refiro-me ao 1º Cabo Mecânico Auto Manuel Moreira (Carrega aqui para saberes mais coisas dele ou sobre ele, a tua companhia, o Xime, a Ponta do Inglês...).
Ficas desde já convidado para integrar este blogue coletivo, que já existe desde Abril de 2004, sob a designação Luís Graça & Camaradas da Guiné (I e II Séries). Manda-me, por email uma ou mais fotografias tuas, do teu tempo de Guiné, para a malta te poder reconhecer.
Tu e eu devemo-nos ter cruzado pelo menos uma vez no Xime, quando a minha companhia (a CAÇ 2590, mais tarde CCAÇ 12) lá desembarcou, vinda de Bissau em LDG, juntamente com a CCAÇ 2520 que veio render... Foram vocês, a malta da CART 1746, que montaram a segurança em Ponta Coli, na estrada Xime-Bambadinca.
Depois segui para Contuboel, onde fiquei menos de 2 meses, até que a minha companhia, constituída por praças do recrutamento local, e quadros e especialistas metropolitanos (mais tarde designada como CCAÇ 12) foi colocada na sede do BCAÇ 2852, em Bambadinca, quatro meses depois da Op Lança Afiada em que foste ferido... Temos aqui vários camaradas do teu tempo, que participaram nessa operação, como é o caso por exemplo do ex-Alf Mil Art Torcato Mendonça, que pertencia à CART 2339 (Mansambo, 1968/69) ou o Fur Mil Carlos Marques dos Santos, também da mesma companhia (e o primeiro defensor da ponte do Rio Udunduma, após o ataque a Bambadinca, em 28 de Maio de 1969)...
Sobre a Op Lança Afiada, tens vários postes (pelo menos, uns 10), podes refrescar as tuas memórias clicando aqui. E há mais camaradas do teu tempo: Mário Beja Santos, Rui Felício, Paulo Raposo, Fernando Calado, Hilário Peixeiro... (cito de cor). Na página principal do nosso blogue, na coluna do lado esquerdo, encontrarás muito mais links com informação que por certo te vai agradar (por exemplo, as cartas 1/50000, de Bambadinca e do Xime; imagens do Xime e do Bambadinca; companhias que passaram pelço Xime).
Pelo que pude apurar na Internet, vejo que vives em Austin, Texas. E já criaste um blogue, com o teu nome, jdeferraz, e que já estamos a seguir, na expetativa de publicares mais memórias do teu/nosso tempo de Guiné.
Fico feliz por, neste dia em que comemoramos os 3 milhões de visitas ao nosso blogue, teres dado sinais de vida!... Temos, de resto, mais camaradas que vivem na diáspora (**), e mais concretamente nesse grande país, que é os EUA. Por outro lado, vejo que trabalhas hoje numa área da saúde, a da adição, com a qual tenho afinidades, uma vez que me interesso, como professor e investigador em saúde pública, pelos wellness programs e os employee assitance programs norte-americanos.
Aguardo notícias tuas. Um Alfa Bravo (ABraço). Luís
________________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 10 de Setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8762: Estórias avulsas (116): O 400 da CART 1746 (Manuel Moreira)
(**) 15 de Setembro de 2011 > Guiné 63/74 - P8779: Camaradas da diáspora (6): O nova-iorquino João Crisóstomo, português, cidadão do mundo, em Lisboa, no aeroporto a caminho de Paris... com vontade de conhecer mais camaradas da Tabanca Grande
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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17 comentários:
Carvalho:
O destacamento da Ponta do Inglês ainda é do teu tempo... Do Cap Vaz, do Alf Gilberto Madail (o nosso presidente da Federação Portuguesa de Futebol e de outros camaradas teus da CART 1746 (que veio de Bissorã, antes de ti, suponho)... Foi lá, na Ponta do Inglês (,onde eu apanharia muita porrada, em 1969/71), que o Manuel Moreira (, natural de Águeda,) escreveu no princípio de 1968 a sua célebre "canção da fome"... Aqui fica, para recordares... LG
CANÇÃO DA FOME
Estamos num destacamento,
A favor de sol e vento,
Na Ponta do Inglês.
Não julguem que é enorme
Mas passamos muita fome,
Aos poucos de cada vez.
A melhor refeição
Que nos aquece o coração,
É de manhã o café;
Pão nunca comi pior
Nem café com mau sabor
Na Província da GUINÉ.
Ao almoço atum a rir
E um pouco de piri-piri,
Misturado com Bianda,
E sardinha p´ró jantar
E uma pinga acompanhar
Sempre com a velha manga.
Falando agora na luz
Que de noite nos conduz
As vistas par' ó capim:
Se o gasóleo não vem depressa,
Temos Turras à cabeça,
Não sei que será de mim.
Quando o nosso coração bole,
Passamos tardes ao Sol
Junto ao Rio, a esperar
De cerveja p'ra beber
E batatas p'ra comer
Que na lancha hão-de chegar.
A fome que aqui se passa
Não é bem p'ra nossa raça,
Isto não é brincadeira
E com isto eu termino
E desde já me assino:
Manuel Vieira Moreira
Xime, Ponta do Inglês,
28/01/1968
Não Luís Graça, parece-me, para não dizer tenho a certeza que o José Ferraz de Carvalho apareceu na 1746 muito depois.
Em Janeiro de 69 vim com o Cap.Vaz de férias, já tinha vindo em Ag/68 e ele não devia lá estar ainda.
Fizemos o treino operacional no Xime e creio que a Ponta do Inglês já estava sem as N T.
O Alferes de que ele fala foi evacuado para a Metrópole.Foi-nos esperar quando das férias em Jan/69. Não recordo o nome dele. O Ferraz de Carvalho deve ter ido para o Xime em Jan/Fev de 69.
Na Lança Afiada a 1746 e o Pel.Caç. Nat 53 eram o Destacamento B do Agrupamento Táctico Norte (CMDT Ten- Coronel P. Bastos) em Mar/69.
Depois, se tiver interesse, direi algo mais sobre este assunto.
Boas vindas ao Ferraz e um abraço.
Para ti LG aquele abraço T.
nao me lembro exactamente em que mes cheguei ao Xime lembro sim da chegada
vim no ferryboat de bissau que ia para Babadinca ja noite convenci o capitao do ferry a abicar na lama ao pe do cais, ele deixou-me e continue viagem lembrei-me entao de que estava fora do quartel, noite cerrada e ninguem no Xime sabia que eu estava ali. manga de medo gritei e procurei identificar-me la consegui e aparentemente quase toda a companhia saiu do quartel para vir ver quem era o loco desta facanha, posteriorment manga de ronco... se bem me lembro quando cheguei ao Xime o aquartelamento da Ponta do Ingles tinha sido recentemente abandonado em continuacao desta memoria havia um furriel (nao me lembro do seu nome que praticamente mudou a cor do seu cabelo totalment branco quando o conheci resultante segundo dizia da porrada que levou nesse destacamento. Lembro tambem que durante operacoes de reconhecimenteo que levariam a Lanca Afiado chegou ao Xime um capitao Neves ou Neto ( nao me lembro exactamente do nome) que comandou esta operacao na ausencia do cap.Vaz e nunca soube porque escolheu o meu grupo para essa operacao. Lembrei-me agora de que a Caserna dos oficiais era um conjunto de relotes muito bem arranjado que segundo se dizia tinham vindo de Fa e que uma delas tinha sido do Abel Jassi.
Pel.Nat.53 no meu tempo estava em Bafata e o Furriel era um moco de Op. Esp. Do meu curso.Se nao me engano.
Esta mensagem ZULU e para o Luis Graca A realidade de que tu e eu ter-mos profissoes afins e termos estado na Guine e hoje tao afastados e incrivel se de qualquer forma necessites de qualquer coisa aqui das americas deixa-me saber..
Um forte abraco-Ze
Caro jde Ferraz
O Capitão era o Capitão Neto. Havia um Capitão Neves que era o comandante da CCS do BCaaç 2852 e depois comandou a 2404 que nos rendeu em Mansambo (Nov/69).
Os oficiais dormiam como descreves.
Vai abrindo a memória...com calma.
Ab T.
José Ferraz (não sei se é assim que queres que a gente de trate):
Acabei de inserir um poste (o nº 20) sobre a história da minha companhia independente, a CCAÇ 12, que para o final da guerra passou a unidade de quadrícula do Xime... Foi extinta em Agosto de 1974...
Nesse poste, há uma referência da Ponta do Inglês, cujo destacamento foi abandonado em Novembro de 1968... Deves ter chegado depois, Janeiro ou fevereiro de 1969... A Lança Afiada foi em Março... Obrigado pela tua camaradagem. Depois falamos, um dia, sobre a tua experiência profissional na área da "adiction" e dos grupos de autoajuda... Coisas que me interessam... Um Alfa Bravo. Luis
PS - Já agora, qual é tua terra ? Ainda te lembras... ?
J. Ferraz: Não me disseste se aceitas o nosso convite para ingressar a Tabanca Grande... O preço é simbólico: 2 fotos + 1 história... Já nos contaste duas... Best wishes. Luis
para os amigos e camaradoa sou o ZE a assim gostaria de ser lembrado...
Para o Torcato
se bem me lembro numa das operacoes que estive envolvido fomos ate Mansambo e para surpresa minha o comandante era um amigo meu do Liceu De Oeiras quando deixou o mato foi comandar a CCS do QG em Bissau e era o seu "ajudante" raios me partao nao me lembro do seu nome.
Numa das minhas anedotas desse tempo uma vez cheguei a Babadinca e a minha farda de campanha cosistia de calcas camufladas dolman a que tinha cortado as mangas uma sharp de seda que havia pertencido a minha mae como armamanto a G-3 com a tanga do primeiro turra que lerpei atada ao tapachamas como galhardete cinturao sem cartucheiras um punhal enorme Fula cujo cabo era um cartuch calibre 50 e 5 granadas de mao vinha no hunimog passei a frente da messe de oficiais dei uma bruta continencia a um tenente coronel piriquito pela aparencia da sua farda o homem olhou para mim comeca a gritar pelo capitao eu diss ao condutor para parar apiei-me da viatura e fui falar com o tal TC.Nessa altura o capitao que apareceu era o meu amigo do liceu que estava nao sei porque em Babadinca nao porque razoes o T.C. queria participar de me alem disso nesse tempo usava um larga barba, o dito capitao disse meu cornel este e o furriel Ferraz do Xime e olha paramim com uma vontade de rir tremenda A unica coisa que me lembrei de lhe dizer foi vossaselencia meu coronel eu estou aqui para fazer a guerra nao para desfile. Tenho muitas saudades desse caitao poque tivemos largas conversas no seu gabinete e fora num dos bares-cafes de Bissau sobre a futalidade da luta em que estavamos envolvidos e das inivitaveis consequencias que a derrota nos iria trazer hoje ainda que longe do meu querido Portugal vejo e leio o triste estado em que o pais se encontra. esta realidade causa-me profundo pesar estou velho e nao ha nada que possa fazer para mudara a pobre situacao do nosso pais. Vivo aqui a 41 anos e ainda nao me tornei cidadao americano como patriota que fui e sou. Se por acas0 por teres estado em Mansanbo penso que deverias ter conhecido a capitao de que falo. Diz-me o seu nome.
Oscar Kilo.
Nasci por acidente em Ponta Delgada- Acores em 20 de marco de 1945 quando meu pai como oficial da marinha ai estava destacado num dos nossos submarinos. Com 15 dias voltei a Lisboa com a mae e depois de viver com os avos paternos mudamo-nos para casa dos avos maternos e em 1948 os meus pais finalmente encontrarao casa propria em Carcavelos onde me criei estive no liceu de oeiras depois no Pedro Nunes onde me envolvi no s movimentos de estudantes dessa epoca e finalmente fiz o terceiro ciclo nos Salesianos do Estoril. em 1965 o pai foi nomeado para ser o Senior Portuguese Officer no SACLANT em Norfolk Virginia Vim entao estudar Engenharia nuclear para a O Virginia Politecnical Institute mas tive que ir primeiro para o Old Dominion College para fazer estudos de abilitacao. sempre quis fazer tropa e estava aqui com uma licenca militar porque era da incorporacao de 65. Lisboa nunca me reconheceu os meus estudos aqui porquanto em vez de ir para Mafra fui para as Caldas.
Para mim e uma honra juntar-me a Tabanca as historias como dizes ja as tens quanto a as fotos da-me uma idea de como devem ser.
desde 1991 quando da morte do meu pai Por curiosiadade foi o chefe da comissao de saneamento da Pide/DGS que tantos problemas me criou quando com a Fernando Pires de Lima fundamos o jornal Ao Leme ( para estudantes e eu escrevi um editorial critico do decreto lei que a miea noite de dezembro de 1962 declarou a Prostituicao actividade ilegal sem dar protecao a 75.000 mil prostitutas que seguranmente nao deixariao as suas atividades da vida facil e pior ainda deixaram de ter protecao sanitaris no hospital de sao jose onde tinham que ir obrigatoriamente para receberam cartao "livre" avisava eu os estudantes que como eu eramos da boemia que deveriam percaverse e usar preservativos o o famoso sabao mercurial a fim de evitarem doencas venereas que possivelmente iriam explodir na sua proliferacao devido a falta dos servicos sanitarios imaginem um jovem de 17 anos a criticar o Salas a PIDE nao gostou.
voces nao fazem idea da avalanche que se desencadiou quando por mera casualidade vos descobri como deria a minha avo Bem hajao. Peco desculpa sai do assunto desta mensagem voltando a primeira forma- desde 94 que nao falava ou escrevia em portugues por agora peco desculpa pelos erros de omissao um forte abraco fateranl =Ze
Estou a ver a tua pinta camarada, José Ferraz ou Zé aqui do Blogue.
Um dia desci no porto do Xime, madrugada ainda. Vinha a coxear e, devido ao cacimmbo mantinha, sobre a camisa um dolmén dos Comandos(com a chapa ainda na manga esquerda). Tinha frio!
Fora oferecido por um Furriel Comando do meu Grupo, na Cart 2339. Partira para a 3ª ou 5ª C. de Comandos e ficara por lá até terminar a comissão.Figura conhecida. Como sempre estavam muitos militares á espera e ouvi um grito: olha um gajo dos Comandos...e o Madaíl, que vinha ao meu encontro mandar calar o gajo. Lembras-te? Estavas lá? Eras louro (blond)? Fixei a cara do tipo, pois não tinha conseguido tirar a chapa. Tenho isso guardado. Não digo nomes de ninguém e tive vários cmdt de companhia um Raul ou Alberto um Oliveira ou Laranjeira um Henriques. Capitães quatro mas só o ultimo considero o Comandante. Nunca mais o vi. É hoje Coronel.
Ficou em Bissau no QG e eu trouxe a Companhia. Abraço T.
Para o Torcato ou possivelmente como diria o Laranjeira Henriques "Companheiro e camarada"muito obrigado pela informacao sinto-me envergonhado por ter esquecido o nome de um homen porquem sempre tive a maior consideracao se memoria nao me falha no liceu a sua alcunha era "Langinhas".
Desemrrascanco na justica militar.
Quando prestava servico na CCS/QG em Bissau uma vez por mes tinha que prestar servico como sargento da guarda na prisao do QG (a direita da porta d'armas do dito quartel, guarda de honra wem funerais locais,e montar seguranca no Pigiguiti ao navio de abastecimento quando atracado nas suas fainas. Numa dessas "missoes" estava eu com a minha seccao a bordo do Carvalho Araujo quando um soldado me veio in formar que o condutor do jeep que me estava designado estava no porao de vante com uma grande bebedeira ( era Balanta)fui pelo conves ate esse porao olhei para dentro e vi que o grupo de estiva ao carregar a rede de estiva tinha partido um das centenas de caixas de wiskey e estavao todos eles a festejar entre eles algums dos meus soldados ( manga de ronco) a hora do almoco tinha que ir a mees de sargentos comer e o condutor bebado como tinha carta militar nem sequer pensei que o que aconteceu em seguida ia criar tantos problems pus o condutor no assento do passageiro e conduzi o jeep do cais ,passei pela messe a caminho da Comp. de Transportes do QG onde deixei o jeep e pedi outro condutor.Nunca mais pensei nisso. dias depois fui chamado ao gabinete de um alferes da CCS/QG para prestar declaracoes por um auto de averiguacao que me tinha sido levantado quando um furriel me tinha visto conduzir esse maldito jeep. Fui falar com o T.C. chefe da justica que por acaso conhecia o meu pai e expliqueilhe a alhada em que estava metido (dois meses antes de acabar a minha comissao)Eu nao posso acabar com o inquerito mas deixe-ver o que e que se pode fazer. dias depois dei me conta que este assunto nao andava nem desandava e tempo a fugir e a minha data de embarque a aproximar-se.dois dias antes do meu embarque para Lisboa o bendito coronel chamame ao seu gabinete e diz-me. o nosso furriel foi condenado a 12 dias de prisao desciplinar agravado com o
CCM por quanto na ordem do dia de amanha sai a ordem de que se apresentou no QG para comecar a servir essa pena. . continuo o bendito T.C. depois de amanha no seu dia de embarque vai sair na ordem desse dia Saiu hoje da prisao do QG o furriel etc.etc depois de cumprir a sua sentenca etc.etc. e continua, o nosso furriel faz as malas, aqui esta a tua guia de marcha, embarcas ficas muito caladinho e boa viagem. Nao te esquecas de dar os meus comprimentos aos teus pais, boa viagem.
Companheiro e camarada Luis.
Ser o 527 e uma honra.Obrigado.
Tinha uama quantidade de fotos dos meus tempos na Guine infelizmente no transcurso da minha vida aqui na americas nao sei onde estao. Foi formidavel que o companheiro e camarada Manuel Morreira me enviou um E-mail dizendo que se lembrava muito bem de mim e enviou-me uma foto tirada no Xime quando para descarga da infinita espera decidimos fundar a Radio Televisao do Xime. Por curiosidade o homen a minha direita de tanga era o Famoso Julio que bebia 2 garrafas de sagres grandes como pequeno almoco e foi o portagonista da coluna a Babadinca one se curtou o corpo inteiro.
Na decada de 80 quando era (Zone service manager- para a America Central e Caraibas- da divisao Detroit Diesel Allison da General Motors, ia muitas vezes ao Panama numa dessas visitas estava num almoco com os meus contactos locais quando o gerente da nosso representante me disse -Como es Portugues e estiveste em Africa quero apresentar-te a um amigo meu- Ok onde esta- disse-me ele esta por chegar porque te quer conhecer pessoalmente. Passados ums minutos chega um tipo que a guiza de apresentacao me diz- Corpo di bo- fiquei espantado mais ainda quando soube o seu nome - eu sou o Hugo Spadafora-medico. Primeiro senti um odio intenso acalmei-me e durante a tarde ficamos na mesa do restaurante a falar dos nossos tempos na Guine para mim foi uma experiencia catartica que fechou em mim o desejo de vinganca que guardei comigo durant anos. Posteriorment o Hugo foi morto (degulado) pelo que a gente diz por ordem do ditador Torrijos. Vox pupuli Vox deum. Um forte abraco -Ze.
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