Foto nº 1
Foto nº 2
Foto nº 3
Foto nº 4
Foto nº 5
Foto nº 6
Foto nº 7
Foto nº 8
Foto nº 9
Foto nº 10
Foto nº 11
Guiné-Bissau > s/l > c. 2019/2022
Fotos (e legenda): © Carlota Gomes-Teixeira (2022). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Mensagem do nosso camarada e amigo, João Rodrigues Lobo, ex-alf mil, cmdt Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447 (Bissau, Brá, dez1967/fev1971)
Data - 07/06/2022, 19:37
Assunto - Fotografias da Guiné
Luís: Boa Tarde, espero que te encontres recuperado, e, que possas aparecer no 37º encontro nacional do pessoal do BENG 447 dia 24, nas Caldas da Rainha. Posso passar a recolher-te na Lourinhã. Avisa antes.
Se achares merecer a pena, e tiveres tempo, publica o post que te enviei no último mail, de 10 de maio passado ("Minha história no BENG 447").
Hoje anexo 11 fotografias de 2019 a 2022 tiradas na Guiné. a autora está ausente no estrangeiro e por isso não dou a localização.
Reconheço alguns locais por onde passei, mas deixo aos tabanqueiros o exercicio de os descobrirem e nomearem.
Agradeço no entanto que seja mencionado que as fotos foram gentilmente cedidas pela cineasta Carlota Gomes-Teixeira para postar neste blog, sendo os direitos exclusivos da autora, pelo que a sua reprodução e cópia só por ela serão autorizados.
Abraço, João Rodrigues Lobo
2. Comentário do editor LG:
Obrigado por tudo, João. Como já te disse ao telefone, ir às Caldas da Rainha contigo, este fim de semana, ao vosso encontro nacional, não vai dar, ainda ando com duas canadianas, em fase de recuperação da minha artroplastia total do joelho esquerdo. Mas fico sensibilizado pelo teu convite. Que corra tudo bem.
Quanto às fotos da tua amiga cineasta (e, creio, que também arquiteta), Carolina Gomes-Teixeira, transmite-lhe os agradecimentos dos "amigos e camaradas da Guiné". Ela está de parabéns: ela tem uma particular sensibilidade, empatia e gosto estética, dá-nos imagens da Guiné-Bissau, no seu melhor e no seu pior (incluindo a decadência do seu patrimómio habitacional, da sua antiga arquitetura colonial e das atuais estruturas urbanas) sem o propósito de chocar ou provocar...
Sabemos que a nossa Guiné-Bissau tem inúmeros problemas, e nomeadamente urbanísticos, tal como a generalidade dos países africanos, mas continua a ser uma terra pela qual temos um especial carinho. Ela faz parte das nossas "geografias emocionais".
Alguns dos nossos leitores poderão aceitar o teu desafio e pôr legendas nas fotos (editadas e e numeradas por nós). Uma ou outra também reconheço(por ex., as nºs 1 e 2).
_________
Nota do editor:
18 comentários:
A foto nº 1 parece ter sido tirada do passeio da marginal, na Bissau Velho, vê-se em primeiro plano o cais do Pigiguiti (ou Pidjiguiti ou Pindjiguiti...), cada vez mais cemitério de sucata, e em segundo plano, a ponte-cais do porto de Bissau...Há um movimento de viaturas que transita pela ponte-cais...
Pouco terá mudado em 50 anos, na Bissau Velha, a não ser a decadência do património edificado que se acentuou... Diz o Patrício Ribeiro que anda agora em obras, e encontrou lá duas engenheiras colombianas muito preocupadas com os "vestígios arqueológicos" que vão para o lixo... Os pobres não se preocupam com esssas "ninharias", a arqueologia é um luxo...
Lê-e no Jornal Nõ Pintcha,
http://jornalnopintcha.gw/2022/03/17/lancada-pedra-para-reabilitacao-das-estradas-de-bissau/
Lançada pedra para reabilitação das estradas de Bissau
17 Março 2022 JNP
O Primeiro-Ministro, Nuno Gomes Na Bian, anunciou ontem, dia 16, que “vamos ter uma nova cidade Bissau”. O Chefe do Governo falava na cerimónia de lançamento da primeira pedra de obras de reabilitação das estradas da capital e, na ocasião, deixou promessa de fazer chegar a energia elétrica em todo território nacional.
Nuno Gomes Na Bian prometeu que se tudo correr como previsto, o Governo vai criar condições para que haja pelo menos 3500 postos de trabalho. Revelou que trabalhos estão sendo feitos para transformação do produto estratégico nacional, a castanha de caju.
O Chefe do Executivo anunciou que dentro de três meses o país vai ter um centro de tratamento do pescado, o que poderá permitir a exportação do seu peixe para mercado europeu.
Segundo suas palavras, a Agricultura e Pescas podem aumentar significativamente o Produto Interno Bruto, faturando mais de 200 milhões de dólares, por ano.
Disse que para se atingir as metas traçadas é preciso que haja entendimento entre os órgãos de soberania e colaboração necessária permitindo deste modo a estabilidade governativa e social, fator que estimula investimento.
Por seu lado, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo, Fidélis Forbs, disse que quando este Governo assumiu o poder, apenas 17 por cento da rede rodoviária que era transitável, os restantes 83 por cento encontravam-se numa situação de total degradação, tendo já recuperado cerca de 800 quilómetros em terra batida.
Segundo o ministro, o executivo fez reabilitação de cerca de 200 quilómetros no leste, 300 no sul e 230 no norte, o que significa que há um acréscimo de 20 por cento de estradas transitáveis.
Fidélis Forbs anunciou que o objetivo do Governo é exatamente inverter a tendência, ou seja, permitir a circulação rodoviária em 83 por cento das estradas nacionais.
Revelou que o Ministério já entregou o chefe do executivo o plano de execução de projetos rodoviários herdados, autoestrada Aeroporto/Safim, troço que liga Boké/Quebo, Gabu/Pirada e os 80 quilómetros da segunda cintura de Bissau, as obras de dois últimos troços serão realizadas na segunda fase do projeto.
As vias abrangidas na primeira etapa de reabilitação, no âmbito do plano previsto para a “nova imagem de Bissau”, iniciam a partir da Guimetal, passando pelo Bairro de Pescas até Cuntum, concretamente no cruzamento de “sobrada”.
Faz também parte do projeto a estrada de Cuntum-Madina, passando pelo Estádio Nacional 24 de Setembro até às Alfândegas. Segundo o ministro, essas obras são financiadas pelo Banco Árabe de Desenvolvimento Económico para África (BADEA) no valor de 48 milhões de dólares a ser reembolsado num período de 20 anos, com um por cento de interesse.
O governante revelou que os projetos de infraestruturas rodoviárias Safim/Jugudul e o troço Ingoré/Bigene/Farim, no norte, é financiado pelo Banco Mundial.
Entretanto, sabe-se que as obras vão ser executadas em três etapas: a primeira fase, a reabilitação da avenida principal de Bissau Velho; a segunda abrangerá toda a zona a volta da Av. Amílcar Cabral e as ruas colaterais até ao Estádio Lino Correia e, a terceira etapa compreenderá o Marginal do Porto de Pindjiguiti.
Aliu Baldé
Choca-me tanta degradação do património edificado e outro que irá desaparecer, para surgir sabe-se lá o quê!?,num país dos mais pobres do Mundo.
Albertino Ferreira
Olá Camaradas
Quem me dá legendas/localização das fotos que constam no post?
Tudo está degradado, como era de calcular, mas, só por curiosidade, gostava de saber...
Um Ab.
António J. P. Costa
Caros amigos,
Em 1997 passei 3 meses em Cabo-Verde (cidade da Praia) para frequência de um curso técnico. A nossa chegada e a caminho da residência onde deveríamos ficar, vi um homem, que me pareceu jovem, a pouca distância da estrada a fazer o que parecia ser uma necessidade fisiológica. Intrigado, perguntei ao nosso guia se aquilo era comum no país, ao que ele respondeu com toda a calma deste mundo que eu tinha visto o outro, mas que o outro, de certeza que, não me tinha visto. Pois, é assim, o que para uns parece escandaloso aos olhos dos outros parece tudo normal.
Agora a minha legenda:
Fotos 1-2_Porto de Bissau e o Ilheu a sua frente.
Fotos 3-4-5-10-11_ efificações da época colonial e do regime de Luis Cabral nos 70 na Ilha de Bubaque.
Fotos 6-7-8-9_edifício público situado perto do Hotel Ancar, ao lado do Parque N'batonha (uma lagoa natural que ainda sobrevive em plena cidade de Bissau e onde habita uma familia itinerante de crocodilos. Este edifício deve ser da segunda metade dos anos 70 onde funcionavam os TAGB.
Como alguém da TG já vaticinou e eu subscrevo:
-"Quem não é competente, não se estabelece".
Com um abraço amigo,
Cherno Baldé
Provavelmente, o que poderia ter acontecido, seria uma ocupação de parte da população das casas abandonadas e fazendo uma manutenção evitando a degradação com o tempo.
Mas, não. Simplesmente, as casas nã foram ocupadas e pelo que temos tido conhecimento assim aconteceu por toda a Guiné com as casas de antigos colonos/comerciantes.
Não sabemos a explicação desta atitude da não ocupação, será por haver alguma convicção de
'não me pertence, não vou viver pra lá' ou antes a dificuldade de viver numa casa daquelas.
Valdemar Queiroz
PS: Devo esclarecer que, a cidade de Bissau, como qualquer cidade, o velho e o novo, o bom e o mau convivem na mesma cidade. Neste mesmo local onde estas imagens foram captadas existem edifícios e imagens menos degradadas e de visão agradável, como o Hotel Ancar Sarl, já reabilitado com uma bela vista, o Hotel Malaika, uma construção nova e bem bonita, mas acho que o objectivo de quem fotografou é mostrar o lado mau, o mais decadente. É sua liberdade e sobre isso nada a dizer, mas Bissau não é só isso.
Obrigado,
Cherno AB
PS: ou ainda o mercado central completamente reabilitado e ampliado com 3 pisos. Também é Bissau e está a dois passos do Hotel Ancar.
Todavia, espero que, mais a frente, apareçam outras imagens menos negativas.
Cherno AB
Cherno, há uns lragos anos atrás, antes do "boom" do turismo, da reabilitação urbana e da explosão do "alojamento local", com a consequente "gentrificação" das cidades "históricas" e a expulsão dos habitantes mais velhos e mais pobres para as "periferias", o Porto chocava(-me) pela existência de quarteirões inteiros em ruínas ou degradados...
Hoje o Porto está "irreconhecível", aparentemente para melhor mas, se calhar, já vendeu a sua alma (tal como os bairros populares de Lisboa), tal como os bairros lisboetas de Alfama, Mouraria, Bairro Alto, Madragoa, etc. Quem é o casal jovem que pode dar um milhão de euros por um bom apartamento no coração da cidade ?
Olá Camaradas
Essa do "casal jovem" tem muita piada!
Será que o casal não-jovem pode meter-se nessa aventura.
Entendo que nas cidades não pode nem deve haver "zonas degradadas". É tudo para recuperar e melhorar e... utilizar.
De outra forma é selvajaria e desleixo.
Ainda me lembro do meu país onde para se construir a EXPO "resolvemos devolver à cidade uma zona degradada". Kum karaças! Deixa-se de gradar e depois devolve-se?...
Um Ab.
António J. P. Costa
A Guiné Bissau, como consta que eram palavras de Luís Cabral que não precisava nada do que o Tuga deixava, se não o disse era isso que os do PAIGC, do MPLA e da FRELIMO pensavam e manifestavam, a Guiné de facto, falando apenas do povo "indígena", não dos políticos, as casas e edifícios que os portugueses lá deixámos, de pouco lhes serviam.
E como os políticos chefes dos três partidos ganhadores, tinham e proclamavam uma mania das grandezas, "porque os nossos países têm muitas riquezas", e "os nossos amigos vão-nos ajudar", nos agora vamos fazer melhor do quer fizeram os portugueses.
Pois bem, como Bissau não tem os tais petróleos fáceis e os tais diamantes como alguns chegaram a subentender (russos, cubanos e não só), não puderam imitar o Dubai de Luanda, derrubar o colonial e fazer mais e maior.
Mas de uma maneira geral grande parte dos dirigentes desses movimentos ganhadores também têm os seus familiares em cassas de férias nas capitais europeias e Nova York, para desenjoar.
De qualquer maneira, Bissau deve ser bem mais tranquilo do que a expansão de musseques de Luanda.
Ou do que a riquíssima Nigéria inundada de pipe lines de petróleo.
Rosinha
Vendo bem, por cá e ao longo dos tempos, não tem sido muito diferente.
Vamos às aldeias, principalmente aquelas em que houve muita imigração, e vemos muitas belas casas de construção característica em ruínas, e a construção de casas de férias de imigrantes. Construções parolas e para escachar, como dizia a minha mãe.
Não tem mal nenhum construção de novas casas com melhores condições de habitabilidade, que bem podia ser com a reconstrução das casas antigas, mas isso não dava nas vistas como "novos ricos" e nada tinham a ver com a pobreza existente.
Essa mania de não quererem as velhas casas e mantidas em ruínas, que deixaram nos tempos monárquicos ou salazaristas, começou com os palacetes no regresso dos "brasileiros" no início do séc.XX e continuou nos anos 80 com as casas de férias dos "franxeses".
A outra comparação, de "russos e cubanos" encontrar diamantes e pitrol, está agora a verificar-se na compra por atacado de casas em ruínas de antigas aldeias, para reconstrução e venda ou alojamento local, por particulares e empresas estrangeiras.
Saúde da boa
Valdemar Queiroz
Olá, desde Bissau
Alguém fotografou edificios destintos.
Uma arquitecta... fotografou o que outra arquiteta projectou a Milanca da Jugoslávia...
que na Guiné revolucionou a arquitectura colonial.
Todos os edificios construídos no anos 80 tinham bicos para o ar.
Já os projectados pelos suecos na mesma época, eram diferentes com muita luz.
O predio fotografado, dos transportes em mau estado para os funcionários dos transporte construido em cima de estacarias...dos finais dos anos 80...projecto Holandês, fui construído pela empresa portuguesa Somec.
Junto do quarteirão da Ancar do Antonio Carvalho que vai fazer agora 91 ano.
Escrita num telemovel
Abraço
Caros amigos,
Para quem não sabia, a Arqta Milanka era a esposa do Eng. Tino Lima Gomes, ex-Furriel da força aérea portuguesa, depois ministro das obras públicas na GBissau independente.
Caro José J. falei deste episódio de Cabo-Verde no sentido de tentar mostrar que as pessoas adaptam-se ao seu meio e, na altura, os terrenos ao longo do trajeto entre o Aeroporto e a cidade era um descampado sem arbustos e, eu, natural da Guiné-Bissau, um pais de flo restas e de arbustos não estava habituado a ver tais cenas, dai me ter marcado. Da mesma forma que, entre nós que vivemos o dia a dia da cidade de Bissau, estamos habituados e não nos escandaliza ver os edifícios degradados no centro da cidade.
Todavia, peço desculpa se as minhas palavras feriram sua honra e/ou sensibilidade, não é minha intenção faltar o respeito aos Caboverdianos.
Abraços,
Cherno Baldé
Luís, o Porto, como Lisboa, tem muitos edifícios degradados, mais do que devia. Quando subires Sá da Bandeira ou Santa Catarina, repara bem naquela tristeza. Gosto mais da minha aldeia onde a "fartura" é pouca mas a "miséria" também.
Uma zona que beneficiou muito, e mesmo assim está sob ameaça porque é Património da Humanidade, é a Ribeira do Porto. Antigamente era uma dor de alma ver aquele casario tão característico num estado quase de ruína. Hoje está uma beleza.
Falta resolver o grave problema da encosta das Fontaínhas, cujas casas contrariam todas as leis da gravidade, mantendo-se de pé.
Carlos Vinhal
Leça da Palmeira
Quem achava as casas e moradias maravilhosas na cidade de Luanda colonial foram os oficiais cubanos e soviéticos, foi um regalo, tinham por onde escolher, foi à fartazana.
Conheço uma dona de casa, daquelas que têm a mania das limpezas que quando vende uma casa para ir para outra, não sai da antiga sem a pintar e deixar impecável, e gava-se que a de Luanda largou-a asseadinha, com luz e água em dia, e o jardim tratado.
Guardado estava o bocado...!
Que Deus conserve a senhora sempre assim por muitos anos e bons, é a única consolação que resta.
Olá Camaradas
Sou estrangeiro e, por isso, não tenho nada a ver com as opções dos guineenses.
Já tenho preocupações de sobra na minha terra.
Mas a foto n.º 5, faz-me dores no espírito (e as outras também).
É caso para dizer, como dizia o Maj. Inf.ª Vitor Alves:
- Anarquia, sim! Mas não tanta!
Um bom dia
António J. P. Costa
Estas fotos foram "selecionadas" por mim apenas porque devem trazer memórias aos camaradas que passaram por estes locais. Nenhuma outra intenção. Também vi imagens belíssimas mas não as tenho porque a autora está ausente e não a consigo contactar. Se o conseguir decerto as enviarei para o blog dese que devidamente autorizado.
Abraços a todos os comentadores.
João Rodrigues Lobo
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