segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Guiné 61/74 - P26086: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (37): Bafatá e a Célia Dinis, que merecia uma estátua e não uma medalha...

Foto nº 1 > Bafatá >  26 de outubro de 2024 > A avenida principal


Foto nº 2 > Bafatá >  26 de outubro de 2024 > A baixa

Foto nº 3 > Bafatá >  26 de outubro de 2024 > O jardim de Bafata junto ao rio Geba, bem cheio, que este ano agora no final das chuvas tem uma cota bem alta


Foto nº 4  > Bafatá >  26 de outubro de 2024 > A bajuda junto ao mercado com o rio ao fundo


Foto nº 5 > Bafatá >  26 de outubro de 2024 > Frente do antigo mercado colonial (.., e que ainda funciona como mercado)

Foto nº 6 > Bafatá >  26 de outubro de 2024 >  O mercado de Bafatá ... Onde este ano se pode entrar de canoa. A chuva este ano têm está a ser muita e em grande quantidade o que já não acontecia há muitos anos.


Foto nº 7 > Bafatá >  26 de outubro de 2024 > A Célia Dinis (viúva do João Dinis), nossa tabanqueira,   que merecia uma estatua e não uma medalha. (Recorda-se que o João Dinis, um antigo camarada nosso, nascido nas Caldas da Rainha, em 1941, morreu em 2021 com COVID); o casal era muito popular no nosso tempo;  tinham um restaurante e uma escola de condução.)



Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem de Patricio Ribeiro, natural de Águeda, 75 anos de África, 40 de Guiné-Bissau, empresário, antigo fuzileiro (Angola, 1969/72), histórico membro da nossa Tabanca Grande (desde 2006):


Data - sábado, 26/10, 22:35
Assunto - Bafatá

Luís

Estou no Leste, hoje por Bafatá e amanhã por Nova Lamego, a conduzir 8 h por dia, desde Bissau, passando por Mansoa, Jugudul e Bambadinca (*).

Amanhã envio mais fotos.

Abraço, Patrício

____________

Nota do editor:


Último poste da série > 27 de outubro de 2024 > Guiné 61/74 - P26083: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (36): E que Deus, Alá e os bons irãs nos dêem a bianda o mafé de cada dia...

18 comentários:

Anónimo disse...

João Crisóstomo
Caro camarada Patrício Ribeiro,
Entre o muito de bom que aparece na nossa Tabanca ( embora não leia tudo evidentemente,) não deixo de ler aqueles que me fazem "vibrar" mais . Os teus posts estão entre os que eu não falho. Já estive para comentar as tuas fotos do teu post anterior, com as fotos de peixes das bolanhas e outras coisas que me fizeram tanta saudade. E agora continuas com fotos de Bafatá , onde fui várias vezes durante a minha "estadia" de 1965 a 1967. . (Eu estive no Xime, Banbadinca, Enxalé, Missirá e Porto Gole). Há anos atrás até cheguei a pensar seriamente em ir passar umas semanas na Guiné. Mas por razões várias acabei por desistir. E agora com 80 já feitos, é que já não penso mesmo mais nisso. Mas as tuas fotos e tuas narrativas "mexem-me muito" porque são fotos actuais, de hoje e não de ontem; o que eu iria com certeza ver e viver se lá fosse agora. E até me imagino a acompanhar-te nessas tuas andanças que invejo. Muito obrigado. E continua enviando essas fotos que alimentam a minha imaginação ( e a de muitos outros camaradas com certeza) .
Um abraço de Nova Iorque
João Crisóstomo

Ramiro Jesus disse...

Olá, bom-dia.
Porque diabo é que as datas são 20124?
Obrigado e um abraço.
R. Jesus

Valdemar Silva disse...

Obrigado Patrício Ribeiro
Bafatá continua linda, embora com as ruas que conhecemos mal amanhadas.
Em Nova Lamego agradeço uma fotografia do edificio do Governo Regional, que nas traseiras esteve instalada, 1969/70, a minha CART11, "Os Lacraus".
Valdemar Queiroz

José Botelho Colaço disse...

Bafatá onde permaneci de Maio a Novembro 1965 fim de comissão, reconheço as tuas fotos embora no meu tempo o seu estado e aparência e conservação era abismal para melhor.

António J. P. Costa disse...

Sou estrangeiro e não tenha nada a ver com o que se passa na Guiné, mas tenho pena de ver aquela terra assim. A D. Célia Dinis continua bonita como a conheci naqueles bons velhos tempos. Se não me engano ainda a vi do Xime...

Eduardo Estrela disse...

Obrigado Patricio pelo envio das fotografias que vais fazendo na tua viagem pela querida Guiné.
Vamos aguardar o resto da recolha.
Abraço
Eduardo Estrela

Abilio Duarte disse...

Obrigado pelas suas fotos. É sempre bom recordar, os lugares por onde deixamos algum do nosso tempo. Bafatá... sempre bonita, passei lá bons bocados, desde o passeio pela cidade, a ida á piscina, os almoços, no Transmontano, e onde fiz exame de condução. Já que vai a Nova Lamego, subscrevo o pedido do Valdemar, e nos mande mais essas recordações, como o Local do quartel de Baixo, o cineteatro, o mercado, etc. antecipadamente os meus agradecimentos.
Abílio Duarte - C. Art.11- Nova Lamego e arredores 1969/70. Abraço.

Cherno disse...

Caros amigos, o Patricio com os ângulos e imagens que escolheu, penso que quis poupar-nos do desgosto de ver a verdadeira realidade da cidade que já foi a princesa do Leste e do rio Geba. As vias de Bafata estão em estado lastimável e Gabu não está melhor. Isto faz-me lembrar o vaticínio dos homens grandes fulas que tinham aconselhado ao ACabral para abandonar a luta arnada e deixar os "brancos" em paz porque nós não estaríamos a altura de tomar conta do território com todas as divergências e conflitos latentes. Depois da independência pagaram o preço da sua ousadia. Hoje toda a gente percebeu que, apesar de tudo, eles tinham razão e conheciam melhor a realidade do futuro país e que também eles amavam tanto como os pseudo-nacionalistas e revolucionários.

Cherno AB

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Obrigado, Ramiro, já corrigi... Editei o poste à pressa, tinha higienista dentária logo de manhã (e por acaso uma simpática e competentíssima brasileira), não dei logo conta da gralha... Mantenhas. Luís

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Bafatá conheceu uma certa prosperidade, dos anos 40 até ao final da guerra, graças ao patacão de dois produtos, a mancarra e a guerra... No nosso tempo era a "princesa do Geba": e tinha cinema, boas lojas, restaurantes, ums livraria, um porto fluvial ... e até um Bataclâ!...

Depois, como muitas outras cidadezinhas coloniais, findo o ciclo da mancarra e da guerra, desapareceu, afundou-se, tornou-se uma ruina... É uma dor de alma, mas é a realidade, pura e dura...

Há uma outra Bafatá, um pouco mais acima, onde moram os cerca de 30 mil habitantes da cidade, a 3ª mais populosa, depois de Bissau e Gabu...Preferiram virar costas ao Geba (hoje completamente inútil, assoreado, triste...) e alinhar-se com a estrada que, vinda de BIssau, Nhacra, Mansoa, Jugudul, Bambnadinca, passando por Bafatá, vai até ao Gabu e ao vizinha Guiné-Conacri... Era, no nosso tempo, o orgulhoso "chão fula", que o PAIGC nunca conseguiu "libertar"...

Segundo li algures, Bafatá seria um topónimo de origem fula, Bâ-fatá "o rio está ou vai cheio"... Talvez o Cherno queira e possa explicar melhor...

Cherno disse...

Caro Luis, o topónimo Bafata vem da lingua mandinga, em referência as cheias que aconteciam na época das chuvas e, este ano, voltou a acontecer, conforme podem ver nas fotos enviadas pelo Patricio, já em diminuição.

Cherno AB

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Temos excelentes fotos de Bafatá da "era colonial"... Incluindo imagens aéreas... Do Humberto Reis, do Fernando Gouveia, e outros... Ver por exemplo:

2 de janeiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12533: Roteiro de Bafatá, a doce, tranquila e bela princesa do Geba (Fernando Gouveia) (13): Foto aérea, nº 2 (Humberto Reis)

Mas, atenção, e corroborando o que o Cherno diz, eparafraseando o Fernando Pessoa, o fotógrafo, tal como o poeta, é um "fingidor"... Neste caso, um "encobridor"... E depois o "editor" ainda encobre mais e às vezes até dá uns retoques às imagens para elas ficarem mais "bonitinhas"...

A decadência de Bafatá era previsível... Mas não batam mais nesta tecla, o nosso Cherno Baldé sofreu lá bastante quando foi frequentar o liceu, deixando a terra natal, a Fajonquito da sua infância e adolescência (ou melhor, a Fajonquito da sua tropa,ele que queria ir para os comandos africanos quando chegasse a vez dele,felizmente que não chegou a ir...).

O Cherno não tem, infelizmente, boas memórias da Bafatá pós-revolucionária, finalmente livre dos odiosos colonialistas e dos seus "cães"... Pobre Bafatá, a terra do pai da Pátria... Que trágica ironia... LG

Valdemar Silva disse...

Lembro-me do Umaru Baldé pronunciar Bá fatá, quando nos encontrámos por cá em 2003/04 na Damaia, Amadora e no Hospital em Torres Vedras.
Valdemar Queiroz

Anónimo disse...

Virgílio Teixeira disse:
Antes demais os meus melhores cumprimentos a todos os companheiros.
Gostei de ver este post do amigo Patricio.
Conheço Bafata desde set67 a 26fev68.
Depois visitei em 1984 e 1985.
Fiz a estrada nova desde Bissau até Pirada
Conheço o restaurante
Quando estava em Nova Lamego.
Fiz algumas colunas para Sul até banbadinca6

Anónimo disse...

Virgilio Teixeira.
Já tentei entrar com um comentário mas já não sei continuar
Se nada for publicado, tentarei enviar um email para
Abraço e saúde para todos.
Em 2024, 10, 28

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Um homem, de quem já temos aqui temos falado (e até bastante), é o administrador (e depois intendente, no tempo de Spínola) Guerra Ribeiro... Foi a dministrador da Circunscrição (depois Concelho de Bafatá ) nos anos 60... A ele se deve, ao que parece, entre outros "melhoramentos", a piscina de Bafatá, que tinha o seu nome....

O Cherno Baldé tem uma história sobre ele (sem nunca o ter conhecido, já que só foi estudar para Bafatá depois da independência; o Paulo Santiago, esse, conhecê-o em Bambadinca, em março de 1972):

(...) Era o terror dos nativos "indígenas" que viviam nos arredores ou visitavam a cidade, por força de uma medida administrativa que mandava prender e açoitar todos os nativos que nela entrassem de pés descalços.

A medida era inédita, controversa e paradoxal, porque no seu ambiente natural, salvo raras excepções (personalidades politicas ou religiosas), o nativo guineense, em geral, não usava sapatos no seu dia-a-dia e, também na fase inicial da colonização, o uso de sapatos entre o "gentio" ou era mal visto ou simplesmente proibido pela administração.

E, de repente, nos anos 60, o Administrador de Bafatá confundiu a mentalidade dos nativos com esta medida que intrigava muita gente e teria sido motivo para o surgimento de casos caricatos que ainda hoje se contam e são motivo de divertidas gargalhadas.

Com esta medida histórica, quem tivesse que passar por Bafatá, por qualquer motivo, sabia de antemão ao que era obrigado, mesmo que, por isso, tivesse que arrastar os pés ou andar como um coxo, porque os cipaios de Guerra Ribeiro estavam lá para fazer cumprir a ordem.

Assim, na região de Bafatá a história do uso de sapatos está intimamente ligada ao nome de Guerra Ribeiro, e a maioria dessas pessoas compravam o seu par de sapatos exclusivamente para satisfazer o Senhor Administrador de Bafatá.

O nome de Guerra Ribeiro está também ligado a construção do Bairro-de-Ajuda, o único Bairro digno deste nome na periferia da antiga Bissau, construído na base de trabalho obrigatório.

É por estas e outras coisas que, hoje, face a situação atual do pais, muita gente questiona (em especial os mais velhos) se não era melhor manter a ordem e a disciplina coloniais."
(..:)

Quinta-feira, 21 de março de 2013 > Guiné 63/74 - P11288: (De) caras (13): Guerra Ribeiro, natural de Bragança: de administrador colonial no tempo do Schulz a intendente no tempo de Spínola (Paulo Santiago / Cherno Baldé / António Rosinha)

Valdemar Silva disse...

Sim, lembro-me de dizerem que em Bafatá quem fosse apanhado descalço pagava uma multa que consistia em comprar uns chinelos de meter o dedo.
Não me lembro como seria com as crianças.
Valdemar Queiroz

Anónimo disse...

VIRGILIO TEIXEIRA

Vi agora, li aqui algures, um sitio que nunca mais me lembrava que estive lá, nas minhas loucas viagens de motorizada a caminho de Mansabá.
Na jangada de Ensamble , não me lembra como é o nome, passei para o lado de lá do Rio Mansoa, o Posto era JUGUDUL.
Depois regressei na mesma, e voltei a Bissau.

Outro nome na minha lista de visitas que fiz por conta própria e à revelia de todos.
Virgilio Teixeira