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sexta-feira, 28 de junho de 2024

Guine 61/74 - P25693: 20º aniversário do nosso blogue (17): Alguns dos melhores postes de sempre (XIII): na noite de 22 de junho de 1968, há 56 anos, Contabane transformou-se no inferno - Parte III: um texto antológico de Carlos Nery (ex-cap mil, CCAÇ 2382, Buba, 1968/70)


Carlos Nery, foto de perfil do
Facebook. Grande ator
da Companhia Maior




1. Texto soberbo, antológico, escrito com garra, raiva e objetividade, do  Carlos Nery Gomes de Araújo, o nosso Carlos Nery, ex-cap mil inf, CCAÇ 2382, Buba, 1968/70. 

Poucos dos comandantes operacionais, com apenas um mês de Guiné,  seriam capazes de vir a público dizer isto, no final de uma ataque devastador de 3 horas, uma experiência brutal para o Carlos Nery, os seus homens e o povo de Contabane :

 "As palavras soam-me tragicamente absurdas, 
sinto na garganta um aperto inenarrável e,
 com as lágrimas de revolta que me queimam a cara — as minhas últimas verdadeiras lágrimas —,
 sinto que muito de mim se perde, 
se perde irremediavelmente".







Noite Longa em Contabane

por Carlos Nery Gomes de Araújo


— Morteiro 60?

— Pronto, meu capitão!

— Lança-granadas?

— Presente!

— Dilagrama?

— Estou aqui!

Olhei os homens à minha frente. Trabalhadores rurais, pescadores, empregados do pequeno comércio ou indústria, estudantes.

— Meter uma bala na câmara!

O ruído das culatras das G3 introduzindo os cartuchos nas câmaras fez-se ouvir, áspero.

— Patilhas em segurança!

Os soldados obedeceram. Recém-chegados à Guiné, pouco familiarizados com as armas recentemente distribuídas, sentíamos os camuflados novos flutuando sobre a pele.

— Está «no ir»!

Procurando aparentar segurança, utilizei a expressão ouvida aos veteranos. O dispositivo desdobrou-se numa sinuosa e reticente «bicha de pirilau».

Passámos além dos homens que faziam rolar grossos troncos de palmeira para cobertura de mais um abrigo de combate ou que desenrolavam arame farpado concluindo uma segunda rede de protecção.

— Aumentar os espaços entre cada dois homens!

— Se houver contacto de fogo, não abrir de rajada! Sempre tiro-a-tiro! Disciplina de fogo!

As ordens passavam agora de homem para homem em voz baixa. Naquele início de comissão resumiam o essencial dos meus conhecimentos de contra-guerrilha. Com menos de um mês de Guiné e escassos dias na região do Forreá tudo nos parecia estranho e assustador. Fiávamo-nos nos conhecimentos de mato dos três caçadores nativos que nos serviam de guias (Caç Nat na documentação operacional).

Contabane, a tabanca fula à nossa guarda, ia ficando para trás.

Acordáramos sentindo o seu frémito de vida. As mulheres no pilão descascando o arroz para as refeições do dia, num ritmo marcado por bater de palmas e cantares, as crianças brincando, a ladainha na escola árabe, as saudações complicadas dos «homens-grandes» que indagavam uns dos outros o bem-estar de todos os familiares e animais domésticos.

Afastávamo-nos pois daquele agregado humano, das mulheres preparando as refeições, tratando dos filhos ou lavando a roupa na fonte, dos homens partindo para o trabalho em lavra próxima ou orando, prostrados no chão, virados para Meca.

Numa larga «pontuada» atravessávamos zonas de capim seco, de denso «mato escuro», enterrávamos as botas de lona nos cursos de água engrossados pelas chuvas que chegavam. Suspendo o movimento da coluna. O pessoal agacha-se no terreno, armas para fora, perscrutando o mato hostil. O calor é pesado. Desarrolham-se cantis, bebem-se curtas goladas. Moscas minúsculas bailam teimosas à nossa volta insistentes nos nossos ouvidos e olhos. O «ladrar» do macaco-cão ouve-se perto.

Vou à frente procurando aperceber-me da forma como é conduzida a coluna.

– Capitão, há aqui perto uma tabanca abandonada, podíamos ir ver...

Encaro o jovem Caçador Nativo. Apercebo-me que não possui, afinal, a experiência que a princípio lhe atribuíra. Sinto-o imaturo. Afinal um adolescente excitado por acompanhar a tropa, envergando camuflado igual e empunhando uma arma.

Uma tabanca abandonada. Não terá merecido a atenção do inimigo? Mas, nesta região para nós desconhecida, há que estabelecer contacto com o real.

– Vamos lá então ver essa tabanca.

******

Durante anos a guerra passara ao largo da região onde estávamos. No Quebo, baptizado pelos portugueses de Aldeia Formosa, residia o Cherno Rachid, chefe espiritual de vasta área que se estendia para lá da fronteira.

O PAIGC, atendendo, certamente, à sua presença, evitara levar ali a guerra. Mas a guerrilha era portadora de uma ideia nova que, como todas as ideias novas, vinha para dividir.

Os tradicionalistas agarrados a hábitos, costumes e cultura ancestrais recebiam-na com indisfarçável reserva. Outros, seduzidos por essa mesma ideia, desapareciam indo engrossar as fileiras do exército revolucionário.

– Isto é uma guerra entre casados e solteiros... Pessoal casado, com casa, com filhos, não pode deixar tudo.

– Rapaz novo pode abandonar... — dir-me-ia Amadu, milícia em Buba.

Mas, ao aceitar armas aos portugueses, os fulas do Forreá comprometeram a imagem de neutralidade até aí existente. O PAIGC, acusando-os, também, de veicular informações para a tropa, abriu então, violentamente, hostilidades contra as populações que haviam aceitado colocar-se em autodefesa.

Perante os ataques a Contabane e Mampatá 
[de 22 de maio e 11 de junho de 1968, respetivamente] e a emboscada a uma viatura em que são «apanhados à mão» vários militares portugueses e passados pelas armas alguns milícias considerados traidores, são deslocados à pressa efectivos para a área.

A companhia cujo comando me fora entregue, interrompeu assim o seu treino operacional em Bula, a norte de Bissau, e foi enviada para o Sul onde rendeu a 5.ª Companhia de Comandos que, na emergência, ali fora colocada dias antes.

Numa curva de mato denso surge-nos o que resta da tabanca. Naquela zona de África nada é perene. Os vestígios deixados pelo homem cedo são engolidos pela natureza estuante.

O colmo, que cobrira as casas, apodreceu, as chuvas desfizeram as paredes de adobe, a vegetação ameaça tudo invadir. Pretendo estabelecer uma meia-lua de segurança e efectuar um reconhecimento cauteloso. De súbito perco o controlo da situação. Os soldados descobrem, à entrada da tabanca, um renque de vegetação donde pendem, abundantes, ananases maduros e sumarentos.  As facas de mato brilham em movimentos rápidos e os bolsos dos camuflados enchem-se da dádiva inesperada.

Sinto o perigo desta quebra de disciplina, mas não tenho tempo para actuar. O rebentamento ecoa surdo e violento. Num ápice estamos cosidos à poeira procurando descobrir se somos alvo de algum ataque.

Ninguém se lembra mais dos ananases, embora alguns os sintam esmagar-se entre os corpos e o chão.

- Capitão! Capitão! — ouço num apelo lancinante.

Procuro descobrir donde vem o chamamento. Caído no caminho de acesso à povoação, rodeado ainda da espessa nuvem negra do rebentamento de uma mina, descubro o jovem Caçador Nativo que me sugerira «ir ver» a tabanca abandonada.

– Acode-me! Capitão, acode-me!

Vejo-o no seu desespero, sem o pé esquerdo, canela transformada em brutal flor de sangue.

– O enfermeiro! 

A ordem percorre os homens ainda de borco. A resposta chega-me a medo.

– Não veio...

Com os diabos, se há responsável sou eu! Como foi possível esquecer-me do enfermeiro! Ninguém se atreve, no receio de um campo de minas, a ir junto do ferido. Tenho que ir eu. Agarra-se a mim num desespero. Sinto os seus dedos enclavinhados no meu camuflado.

– Salva-me, capitão!

Puxo do meu penso individual de combate. À distância são-me atirados outros. E não sei — ai, não sei!, não, não sei! — como improviso um torniquete, como ligo aquela ferida absurda, descobrindo o que é o cheiro do sangue e sentindo o seu contacto viscoso e espesso nas mãos.

Uma porta meio queimada e duas G3 improvisam uma maca. Peço pela rádio a evacuação do ferido. Ouço, nítidas, interferências inimigas, na rede, utilizando os nossos indicativos.

Interrompo a comunicação. A tarde cai, os helicópteros não virão a esta hora.

Regressamos, em marcha acelerada, transportando o ferido, carregados de apreensão, no amargo daquele fim de tarde de Junho de 1968.

*******

O inimigo, ultimando a cuidadosa instalação para o ataque que viera fazer, viu ser arredado o cavalo de frisa colocado à entrada de Contabane e sair uma viatura a grande velocidade.

Assistiu ao seu regresso, transportando o ferido que, abandonados os cuidados da progressão a corta-mato, trazíamos pela estrada.

Viu também entrar a tropa apeada. Tudo observou sem se revelar. O planeado não sofria alteração, mesmo quando um alvo inesperado se oferecia a escassas dezenas de metros.

Instalar os canhões em posição de tiro direto, colocar-lhes junto as munições a utilizar, lançar um dispositivo de segurança, não é coisa fácil se se não quer ser pressentido.

Fizeram-no e aguardaram o sinal de iniciar o ataque.

******

Recebêramos, dias antes, a visita de Spínola. Acompanhado do seu séquito, descera dos helicópteros que haviam pousado numa aberta junto do arame farpado.

Camuflado de bom corte, botas de cabedal reluzentes, luvas negras, pingalim e monóculo penetrara na tabanca num passo rápido e decidido. As mulheres da população faziam adejar à sua volta lenços e panos coloridos. Afastou, com aparente desagrado, a manifestação de cortesia.

Vinham ainda longe os tempos da guerra psicológica e das suas tentativas de intervenção política «Por uma Guiné Melhor». Viera falar de guerra, com quem, em princípio, ali estava para a fazer.

Quis ser conduzido ao posto de comando, ser informado da situação. Fez perguntas de que conhecia, certamente, as respostas, tentando avaliar da minha capacidade para assumir a responsabilidade daquela posição tornada subitamente quente.

Por trás dele, Almeida Bruno fazia-me sinais encorajando as minhas respostas certamente pouco satisfatórias.

Carlos Nery (2010).
Nasceu no Funchal em 1933.
Aos 35 anos estava a comandar
um companhia operacional
na Guiné

******

Cumprindo, em tempo de paz, o meu serviço militar obrigatório, voltara a ser
chamado, dez anos depois, para frequentar um curso de comandantes de companhia em Mafra. À medida que a guerra se prolongava, mais escasseavam as «vocações» para a carreira de militar profissional. Nos últimos anos contavam-se pelos dedos de uma só mão o número de inscrições nos cursos das três armas em funcionamento na Academia Militar. Houve, então, que recorrer aos milicianos para assegurar o comando de companhias operacionais.

Abandonada a minha mesa de trabalho num banco da Baixa lisboeta, juntara-me a um grupo  
de «chefes de família», melhor ou pior instalados na vida,  que, não escondendo a suacontrariedade, iam ser preparados «à pressão»  para assumir
 o  comando de homens nas três frentes 
de combate em África.

Estranhamente, os nossos instrutores em Mafra só conheciam a guerra da leitura dos manuais ou dos relatos dos seus camaradas com experiência de combate.

Pertenciam ao curso do filho de um ministro de então e esta «coincidência» garantiu-lhes, durante anos, um estatuto de especialistas de contra-guerrilha sem nunca terem ouvido assobiar uma bala em combate.

Numa casa de colmo transformada em improvisado posto clínico, o enfermeiro dá soro ao ferido. Há que esperar pelo nascer do dia para proceder à evacuação.

– Um homem de cada abrigo vem buscar as terrinas com o jantar para o seu pessoal — ouço-me dizer, numa inspiração que vai poupar muitas vidas.

Tiro o meu dólmen suado e, de tronco nu, encosto a G3 e aceito um prato de sopa onde mergulho a colher.

Subitamente o lusco-fusco acende-se num turbilhão de fogo. De diversas direcções o inimigo abre o ataque com rajadas de bala tracejante apontada aos tetos de colmo seco das casas.

Em segundos o incêndio alastra por toda a tabanca em grossas labaredas crescendo para o negro da noite que desce. Os canhões sem recuo despejam toda a munição sobre nós. A seguir, os morteiros ajustam também o seu fogo.

Consigo atingir a posição do nosso morteiro 81. Abrigados no círculo definido por bidões cheios de terra, uma mulher com um filho de colo, três rapazitos tentando ajudar no manuseamento da arma coletiva, eu e o alferes Mendes Ferreira. Combatentes inexperientes, sem possuir ainda a serenidade que nos permita detetar a zona de instalação inimiga, inclinamos a olho o tubo e vamos introduzindo, uma após outra, as munições de que dispomos.

Encosto-me inadvertidamente ao tubo aquecido e sofro no peito um vergão de fogo.

Próximo, o paiol improvisado, onde depositáramos a dotação de munições da companhia, é atingido. Aos rebentamentos das granadas inimigas, junta-se o barulho indescritível dos cunhetes de cartuchos e de granadas rebentando em girândola infernal. Balas e estilhaços assobiam em todas as direções.

A nossa companheira do refúgio foge com o filho agarrado. Esgotadas as munições de morteiro, não faço nada ali e exponho-me a qualquer granada que possa cair próximo.

– Vou ver se encontro uma G3 e procurar atingir um abrigo de combate.

O alferes fará o mesmo, procurando outro abrigo. Corro para a cozinha de campanha onde vira uma arma encostada a um caldeiro. Agarro-a. Custa-me orientar na confusão em que tudo se transformou, perdidos os pontos de referência a que me habituei.

Abrigados junto de uma parede semidestruída, vislumbro os vultos do jovem guia dessa tarde e do furriel enfermeiro da companhia.

– Então, como está ele? — pergunto.

– Está porreiro, meu capitão, aguenta-se!

Corro, curvado, para o abrigo que me parece mais exposto ao fogo do inimigo, esperando poder ter aí algum controlo do que acontece à minha volta.

O meu vulto iluminado pelo clarão do incêndio é alvejado. Ouço as balas assobiar à minha volta. Enfio-me no abrigo cavado no chão coberto de troncos de palmeira e de terra batida, extensa abertura permitindo a utilização de armas individuais.

Os homens lá dentro reagem de maneiras diversas. Há quem combata, mas há também quem chore ou reze no chão. Vou para a seteira e incito estes últimos a combater também.

– Estamos a pôr balas nos carregadores... — ouço a justificação frouxa.

O espaço em frente, fortemente iluminado pelas chamas do incêndio que lavra nas nossas costas, é varrido pelos nossos olhos assustados. Sinto, mas sinto claramente, os dentes baterem enquanto disparo, dois tiros rápidos e pausa, em resposta aos clarões das armas inimigas, em frente.

Em combate noturno fazer fogo é revelar a nossa posição, é dos livros e facilmente comprovável agora. Por outro lado, no escuro, não se vê o ponto de mira da arma, pelo que não é fácil fazer tiro com um mínimo de precisão. Ah, quem tivesse previsto a situação e posto ali um pingo de tinta branca!

Os pensamentos sucedem-se, caóticos. E se eles vêm ao arame farpado? Se o ultrapassam nalgum ponto e se se aproximam do abrigo introduzindo-lhe uma granada de mão?

Julgo ver vultos deslocando-se em direcção ao abrigo. Saio de arma em riste. São vacas que correm em pânico entre as duas fiadas de arame, acossadas pelo fogo do combate.

Volto a entrar. Não sei se consigo sorrir do meu susto. O Boiça, sargento da companhia, desloca-se de abrigo para abrigo substituindo comunicações que desapareceram no incêndio e na confusão.

– Há mortos?

– Não, meu capitão. Só alguns feridos... Há abrigos atingidos por morteiradas, mas aguentaram. Quer que transmita algumas instruções?

– Evitem o tiro de rajada. Respondam aos disparos inimigos com séries curtas de dois ou três tiros. E você não ande para aí a expor-se inutilmente.

– É só levar um pouco de ânimo ao pessoal, capitão, e ver se há falta de munições nalgum abrigo.

O perigo da situação residia, efetivamente, em ficar-se sem munições ou encravarem-se as armas se demasiado aquecidas em resultado de uma utilização sem critério.

O aparente enfraquecimento da nossa resposta encoraja uma tentativa de assalto que é repelida pelo aumento de intensidade dos nossos disparos.

A poderosa tempestade africana chegou, subitamente, feita de grossas cordas de água, relâmpagos e trovões assustadores.

O incêndio extingue-se e, agora, só a luz dos relâmpagos permite vislumbrar a faixa de terreno que nos separa dos atacantes. Em breve, a água acumulada no fundo do abrigo atinge os nossos joelhos.

O fogo dos canhões e morteiros suspende-se, finalmente, substituído pelo das armas individuais que redobra de intensidade.

Sinal de retirada, viríamos a saber.

******


Clareia o dia.

Dos abrigos e da mesquita árabe — único edifício de tijolo, cimento e cobertura de zinco — saem militares e elementos da população observando as consequências do ataque.

O incêndio, os impactes dos projéteis inimigos, tudo reduziram a ruínas.

Fatumatá, mulher grande do régulo Sambel 
[foto acima, de 2005] (*),  apoia-se no meu braço e chora em silêncio. Rapazitos vasculham procurando entre as cinzas objetos que satisfaçam a sua cobiça.

Comenta-se a precisão e a violência do ataque, contam-se os impactes dentro do recinto defensivo, avaliam-se os prejuízos materiais.

A preocupação maior, porém, são os nossos feridos. Além do Caçador Nativo, vítima da mina antipessoal acionada na véspera, há mais três soldados feridos com gravidade e três civis atingidos.

O reconhecimento às posições inimigas, surpreendentemente próximas do arame farpado, revela sinais de corpos arrastados e, apesar da chuva abundante que caiu, vestígios de sangue.

******

'Nino', comandante da Frente-Sul, o combatente lendário, cruza a fronteira à frente dos seus homens, terminada mais uma missão.

Encharcados pela chuva, carregando canhões e morteiros, os guerrilheiros sentem, também, a dureza da guerra, dureza traduzida nas baixas sofridas. Uma vez mais tinham tomado a iniciativa, ocupando posições necessariamente mais expostas do que as da tropa instalada defensivamente, e isso tinha o seu preço, também.

******

Estamos isolados em resultado da destruição de todo o material rádio. Por outro lado, o improvisado posto clínico desapareceu, não dispondo nós, sequer, de meios mínimos para primeiros socorros.

Um civil oferece-se para levar uma mensagem ao quartel mais próximo utilizando a sua bicicleta. Não é necessário.

Somos sobrevoados por jatos da Força Aérea e, pouco depois, dois helicópteros pousam na periferia da tabanca.



A então ten enf pqdt Ivone Reis
 (1929-2022),
em Cacine, 12/12/1968. 
Foto: António J. Pereira
da Costa
 (2013)



Envergando o seu camuflado de paraquedista, adianta-se uma mulher:

– Os helicópteros vão levar os feridos ligeiros a Aldeia Formosa, regressando imediatamente para recolher os mais graves que vão comigo para Bissau. Embora tenha ordens para nunca ficar em terra, vou abrir uma exceção e espero aqui com vocês.

Junto das quatro macas alinhadas no cenário desolado, contra o céu azul da manhã, Ivone, a enfermeira paraquedista, é oficiante de um ritual rigoroso. Frascos de sangue vermelho-negro levantam-se ao céu,  facilitando a passagem do seu conteúdo para as veias dos feridos.

Paro junto do soldado Fortuna, atingido na cabeça por um estilhaço de granada que atingira o seu abrigo.

– Para vocês “isto” acabou. Vais voltar para a terra, até é melhor... 
 ouço-me dizer.

Será evacuado para o Hospital Principal em Lisboa. Talvez tenha terminado a guerra para ele. A que preço?

Ajoelho junto do jovem africano, pouso a mão na sua cabeça, enquanto procuro palavras de conforto:

– Vais ser bem tratado, a tropa não te esquece. Vais para o hospital, vais ter um pé novo, ninguém vai notar a diferença.

 
As palavras soam-me tragicamente absurdas, sinto na garganta um aperto inenarrável e, com as lágrimas de revolta que me queimam a cara — as minhas últimas verdadeiras lágrimas —, sinto que muito de mim se perde, se perde irremediavelmente. 

Carlos Nery Gomes de Araújo (**)

In Memórias da Guerra Colonial, volume 2: carne para canhão.
 S/l, Andrómeda Publicações, 1984, 158 pp.


(Revisão / fixação de texto, negritos, para efeitos de publicação deste poste: CV/LG)

__________

Notas do editor LG:

(*) Vd. poste de 9 de novembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7252: (In)citações (18): Branco, na volta! Branco, na volta!, repetia a Fatumatá em 2005... Com a sua morte perde-se um elo de ligação com os portugueses que passaram pelo regulado de Contabane (José Teixeira)

quinta-feira, 27 de junho de 2024

Guiné 61/74 - P25690: 20º aniversário do nosso blogue (16): Alguns dos melhores postes de sempre (XII): na noite de 22 de junho de 1968, há 56 anos, Contabane transformou-se no inferno - Parte II: a versão de Carlos Nery, na história da unidade (pp. 10,11,12 e 13)

 


Guiné > Região de Tombali > Setor S (Aldeia Formosa) > CCAÇ 2382 (19689/70) > s/l > 1969  >  Pontão dos mal entendidos...


Guiné > Região de Tombali > COP 4  (Buiba) > CCAÇ 2382 (19689/70) > s/l > 1969  >   Reabastecimento das NT.... Como passar?

Fotos (e legendas): © Carlos Nery  (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Leiria Monte Real > Palace Hotel Monte Real > 26 de Junho de 2010. V Encontro Nacional da Tabanca Grande > A paixão do teatro e da Guiné: o João Barge e o Carlos Nery.... 

Foto (e legenda): © Luís Graça (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Carlos Nery  (Carlos Nery Gomes de Araújo, de seu nome completo) foi o comandante da CCAÇ 2382 (Buba, 1968/70)...Era capitão miliciano. Tem cerca de 40 referências no nosso blogue. Entrou para a Tabanca Grande em 18/4/2010. Foi também ele o autor da história da unidade, de que vamos reproduzir as pp. 10 a 13, com referência ao ataque de Contabane, de 22 de junho de 1968... 

Durante 3 horas, a tabanca (e destacamento) esteve a ferro e fogo, e ficou reduzida a cinzas. O novo comandante-chefe, o brigadeiro Spínola, uma das medidas que tomou, logo no início do seu mandato,  dentro da economia de meios, e na impossibidade de obter rapidamente os reforços que lhe prometeram, foi "desmilitarizar" uma série de pontos, nomeadamenet no sector Sul... Contabane está na lista: "Banjara, Beli, Madina do Boé, Ché Che, Contabane, Colibuia, Cumbijã, Ponte Baiana, Gandembel, Mejo, Sangonhá, Cacoca, Cachil, Ganjola e Gubia". (Só Banjara pertencia a zona leste.)

Vamos revisitar as páginas que escreveu, sobre o ataque a Contabane, na história da sau unidade.


Contabane, a ferro e fogo

por Carlos Nery










 

segunda-feira, 3 de junho de 2024

Guiné 61/74 - P25597: O 20º aniversário do nosso blogue (16): quem são os "históricos" da Tabanca Grande...




Monte Real > Palace Hotel > 4 de Junho de 2011 > VI Encontro Nacional da Tabanca Grande >

Imagens de arquivo do VI Encontro Nacional da Tabanca Gande, Monte Real, o segundo que se realizou no Palace Hotel Monte Real, em 4 de junho de 2011. Em 2012 e em 2015, por e4xemplo, conseguimos fazer o pleno: atingir a lotação da saçla, que eram 200 lugares. Fotos do arquivo do blogue.

 
Fotos:  © Manuel Resende  (2014).
Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Leiria > Monte Real > Palace Hotel Monte Real >X Encontro Nacional da Tabanca Grande > 18 de abril de 2015 > "Foto de família"... Um dos encontros até agora realizados em que se consguir fazer o pleno: 200 participantes...Na "foto de família", porém,  não estavam todos... A disciplina já não é o que era,,,

Foto (e legenda): © Miguel Pessoa (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complemenetar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Apontamentos para a história do nosso blogue, no 20º aniversário (*):

Foi a partir de 1 de junho de 2006 que o nosso blogue "mudou de instalações", passou a designar-se "Luís Graça & Camaradas da Guiné" e abandonou a numeração romana na postagem... 

O poste DCCCXXV (ou poste P825) foi o último da "Série I" e o primeiro da "Série II". Mais tarde as duas séries foram fundidas, a numeração dos postes começa no nº 1 (23 de abril de 2004) (**).

Até hoje, em 20 anos, publicaram-se 25597 postes, todos eles pesquisáveis "on line" (pelo nº de poste ou pela data).


2. O que é dizia orginalmente o cabeçalho do blogue da I Série (https://blogueforanada.blogspot.com/)

blogue-fora-nada. homo socius ergo blogus [sum]. homem social logo blogador. em sociobloguês nos entendemos. o port(ug)al dos (por)tugas. a prova dos blogue-fora-nada. a guerra colonial. a guiné. do chacheu ao boe. de bissau a bambadinca. os cacimbados. o geba. o corubal. os rios. o macaréu da nossa revolta. o humor nosso de cada dia nos dai hoje. lá vamos blogando e rindo. e venham mais cinco (camaradas). e vieram tantos que isto se transformou numa caserna. a maior caserna virtual da Net!

Nessa altura, em em 1 de junho de 2006,  já éramos 111:

A. Marques Lopes, 
A. Mendes, 
Abel Maria Rodrigues, 
Afonso M.F. Sousa, 
Aires Ferreira, 
Albano Costa, 
Amaro Samúdio, 
Américo Marques, 
Ana Ferreira, 
Antero F. C. Santos, 
António Baia,
 António Duarte, 
António J. Serradas Pereira, 
António (ou Tony) Levezinho, 
António Rosinha, 
António Santos, 
António Santos Almeida, 
Armindo Batata, 
Artur Ramos, 
Belmiro Vaqueiro, 
Carlos Fortunato, 
Carlos Marques dos Santos, 
Carlos Schwarz (Pepito), 
Carlos Vinhal, 
Carvalhido da Ponte, 
David Guimarães, 
Eduardo Magalhães Ribeiro, 
Ernesto Ribeiro, 
Fernando Chapouto, 
Fernando Franco, 
Fernando Gomes de Carvalho, 
Hernani Acácio Figueiredo, 
Hugo Costa, 
Hugo Moura Ferreira, 
Humberto Reis,
Idálio Reis, 
J. C. Mussá Biai, 
J. L. Mendes Gomes,
 J. L. Vacas de Carvalho, 
João Carvalho, 
João S. Parreira,
 João Santiago, 
João Tunes, 
João Varanda, 
Joaquim Fernandes, 
Joaquim Guimarães, 
Joaquim Mexia Alves, 
Jorge Cabral, 
Jorge Rijo, 
Jorge Rosmaninho,
Jorge Santos, 
Jorge Tavares,
 José Barreto Pires, 
José Bastos,
 José Casimiro Caravalho, 
José Luís de Sousa, 
José Manuel Samouco, 
José Martins, 
José (ou Zé) Neto , 
José (ou Zé) Teixeira,
Júlio Benavente
Leopoldo Amado, 
Luis Carvalhido, 
Luís Graça, 
Luís Moreira (V. Castelo),
Luís Moreira (Lisboa), 
Manuel Carvalhido, 
Manuel Castro, 
Manuel Correia Bastos, 
Manuel Cruz, 
Manuel Domingues, 
Manuel G. Ferreira, 
Manuel Lema Santos, 
Manuel Mata, 
Manuel Melo, 
Manuel Oliveira Pereira, 
Manuel Rebocho, 
Manuela Gonçalves (Nela), 
Mário Armas de Sousa, 
Mário Beja Santos, 
Mário Cruz, 
Mário de Oliveira (Padre), 
Mário Dias (ou Mário Roseira Dias), 
Mário Migueis, 
Martins Julião, 
Maurício Nunes Vieira,
Nuno Rubim, 
Orlando Figueiredo, 
Paula Salgado, 
Paulo Lage Raposo, 
Paulo & Conceição Salgado, 
Paulo Santiago, 
Pedro Lauret, 
Raul Albino, 
Renato Monteiro, 
Rogério Freire, 
Rui Esteves, 
Rui Felício, 
Sadibo Dabo, 
Sérgio Pereira, 
Sousa de Castro, 
Tino (ou Constantino) Neves,
Tomás Oliveira, 
Torcato Mendonça, 
Victor David, 
Victor Tavares, 
Virgínio Briote,
Vitor Junqueira, 
Xico Allen, 
Zélia Neno
(Total=111)


3. E progressivamente alargámos o arco temporal da guerra da Guiné: começou por ser 1969/71 (o tempo da comissão do fundador do blogue,  Contuboel e Bambadinca, junho 69/mar 71), depois 1963/74 (a partir do início "oficial" da guerra) e finalmente 1961/74 (em rigor, o início e o fim desta guerra).

(...) Por razões de espaço e de tráfego, tivemos que mudar de instalações. O nosso senhorio, o Blogger.com, só nos dá 300 MB para alojar o nosso álbum de fotografias, o que é pouco para tanta gente. De facto, ao fim de um ano já estamos na casa da centena de amigos & camaradas.

O blogue passa a chamar-se simplesmente Luís Graça & Camaradas da Guiné, dando continuidade ao Blogue-fora-nada. Continuará a ser o sítio (virtual) onde nos encontramos, sempre que quisermos e pudermos. É um blogue colectivo que tem por missão ajudar a reconstituir o puzzle da memória da guerra colonial (ou do ultramar, ou de libertação, como queiram) na Guiné, nos anos quentes de 1963 a 1974. (...

E passávamos a ter um novo endereço:


Já na altura fazíamos questão de fazer uma pequena distinção, meramente circunstancial, entre: 

(i) amigos (como era o caso do José Carlos Mussá Biai, do Leopoldo Amado, do Pepito ou de outros guineenses, não combatentes; ou como é o caso das nossas companheiras ou dos nossos filhos ou sobrinhos); 

e (ii) camaradas (que dormimos no mesmo chão, que fomos mordidos pelos mesmos mosquitos, que comemos as mesmas rações, que vertemos sangue, suor e lágrimas nos mesmos rios, lalas, bolanhas, matas, buracos e tabancas, que apanhámos a mesma porrada.


4. E criámos também um livro de estilo, que foi imitado por outros blogues: o nosso comportamento, agora como… tertulianos (alguém inventou uma palavra nova em português), deve apenas pautar-se por determinados critérios éticos ou valores... E seguiam as nossas dez regras de convívio, as nossas dez regras de convívio, que fizeram história e doutrina... 

Nessa época, ainda não estava enraizado o saudável hábito de fazer comentários aos postes, embora essa funcionalidade já existisse... Simplesmente havia um mecanismo de moderação dos comentários, uma leitura e avaliação prévia por parte do(s)  editor(es)... Em boa hora acabámos com essa maçada, e abrimos as portas e as janelas a todos os comentários de todos os homens e mulheres de boa vontade que nos visitavam... O resultado tem sido deveras surpreendente e compensador, aumentando o nível de participação tantos dos membros (inscritos) do nosso blogue como dos simples leitores...  Até â data acumulámos mais de 102 mil comentários, limpos de SPAM (uma média de 5 mil por ano).

5. Por outro lado, e embora já usassemos o termo "Tabanca Grande", desde meados de 2005,   só a partir de 20 de junho de 2006 é que criámos a série "Tabanca Grande", com numeração própria (***)...

Nesse dia entraram para a nossa tertúlia o Pedro Lauret e o Mário Beja Santos. Mas não sabemos o seu nº de tabanqueitros: estão entre os 148 históricos abaixo listados. Aí a partir das 3 ou 4  centenas começámos a atribuir um número a cada novo membro (ou grã-tabanqueiro).

Escrevemos no poste P 1747, de 10 de maio de 2007 (****)

(...) Camaradas & amigos: De futuro, os novos camaradas (ex-combatentes do lado português) e amigos (por ex., filhos de camaradas nossos, jovens portugueses e guineenses que se interessam pela história da guerra colonial, antigos combatentes do PAIGC) entram directamente para a tabanca grande, que sempre é mais democrática que a tertúlia e mais arejada que a caserna... Sentamos-nos debaixo de um centenário poilão, fazemos as nossas apresentações e contamos as nossas estórias. As regras de convívio continuam a ser as mesmas.(...)

Deve ter sido a primeira vez que associámos à Tabanca Grande um poilão, simbólico, sagrado, fraterno, frondoso, acolhedor, como eram os poilões no centro, no ponto de encntro, das aldeias da Guiné-Bissau.  

Só começámos, por outro lado, a publicar estatísticas sobre a nossa atividade  bloguística em finais de 2009: nessa altura éramos já 390 tabanqueiros, tínhamos publicado c. 5580 postes, e registávamos um milhão e 400 mil páginas visitadas, 50 mil por mês... Hoje somos 888 (entre vivos e mortos), estamos à bica dos 25,6 mil postes, e mais de 15,1 milhões de páginas visitadas.


6. No final de 2006, há 18 anos,  éramos 148 os "históricos" da  nossa tertúlia (dos quais 19 já morreram; e doutros não temos notícias há muito):
 
  
A (N=28)
  • A. Marques Lopes, 
  • A. Mendes, 
  • Abel Maria Rodrigues, 
  • Abílio Machado,
  • Adelaide Gramunha Marques
  • Afonso M.F. Sousa, 
  • Aires Ferreira, 
  • Albano Costa, 
  • Amaral Bernardo,
  • Amaro Samúdio, 
  • Américo Marques (1951-2019), 
  • Ana Ferreira, 
  • Antero F. C. Santos, 
  • António Baia, 
  • António Barroso,
  • António Bartolomeu,
  • António Duarte, 
  • António Graça de Abreu,
  • António J. Serradas Pereira, 
  • António (ou Tony) Levezinho, 
  • António Pimentel,
  • António Pinto,
  • António Rosinha
  • António Santos, 
  • António Santos Almeida, 
  • Armindo Batata, 
  • Artur Conceição,
  • Artur Ramos 
B/H (N=27)
  • Belmiro Vaqueiro.
  • Benito Neves,
  • Benjamin Duráes,
  • Carlos Américo Cardoso,
  • Carlos Fortunato, 
  • Carlos Marques dos Santos (1943-2019), 
  • Carlos Schwarz ("Pepito") (1949-2014)
  • Carlos Vinhal, 
  • Carvalhido da Ponte, 
  • David Guimarães, 
  • Eduardo Magalhães Ribeiro, 
  • Ernesto Ribeiro, 
  • Fernando Barata,
  • Fernando Calado,
  • Fernando Chapouto,
  • Fernando Franco (1951-2020),
  • Fernando Gomes de Carvalho,
  • Fernando Inácio,
  • Gabriel Gonçalves,
  • Gilda Pinho Brandão,
  • Hélder Sousa,
  • Henrique Matos,
  • Henrique Pinho,
  • Hernani Acácio Figueiredo, 
  • Hugo Costa, 
  • Hugo Moura Ferreira
  • Humberto Reis
I/J (N=34)
  • Idálio Reis,
  • Inácio Silva,
  • J. Armando F. Almeida
  • J. C. Mussá Biai, 
  • J. L. Mendes Gomes,
  • J. L. Vacas de Carvalho, 
  • João Carreiro Martins,
  • João Carvalho, 
  • João S. Parreira, 
  • João Santiago, 
  • João Tunes, 
  • João Varanda, 
  • Joaquim Fernandes, 
  • Joaquim Guimarães, 
  • Joaquim Mexia Alves, 
  • Jorge Cabral (1944-2021) 
  • Jorge Canhão.
  • Jorge Neto,
  • Jorge Rijo, 
  • Jorge Rosmaninho, 
  • Jorge Santos, 
  • Jorge Tavares, 
  • José Afonso,
  • José Barreto Pires, 
  • José Bastos, 
  • José Casimiro Caravalho, 
  • José Luís de Sousa, 
  • José Manuel Samouco,
  • José Martins,
  • José (ou Zé) Neto (1927-2007),
  • José Rocha,
  • José (ou Zé) Teixeira, 
  • Júlio Benavente 
  • Júlio César 
L/M (N=29)
  • Leopoldo Amado (1960-2021), 
  • Luís Camões.
  • Luis Carvalhido, 
  • Luís Graça, 
  • Luís F. Moreira (1948-2013), 
  • Luís Moreira,
  • Luís Nabais,
  • Manuel Carvalhido, 
  • Manuel Castro, 
  • Manuel Correia Bastos, 
  • Manuel Cruz, 
  • Manuel Domingues, 
  • Manuel G. Ferreira, 
  • Manuel Lema Santos, 
  • Manuel Mata, 
  • Manuel Melo, 
  • Manuel Oliveira Pereira, 
  • Manuel Rebocho, 
  • Manuela Gonçalves ("Nela") (1946-2019), 
  • Mário Armas de Sousa, 
  • Mário Beja Santos, 
  • Mário Bravo,
  • Mário Cruz ("Shemeiks"),
  • Mário Fitas,
  • Mário de Oliveira (Padre) (1937-2022),
  • Mário Dias (ou Mário Roseira Dias), 
  • Mário Migueis, 
  • Martins Julião, 
  • Maurício Nunes Vieira
N/Z (N=30)
  • Nelson Domingues,
  • Nuno Rubim (1938-2023), 
  • Orlando Figueiredo, 
  • Paula Salgado,
  • Paulo Lage Raposo, 
  • Paulo & Conceição Salgado, 
  • Paulo Santiago, 
  • Pedro Lauret, 
  • Raul Albino (1945-2020), 
  • Renato Monteiro (1946-20121), 
  • Rogério Freire, 
  • Rui Alexandrino Ferreira (1943-2022),
  • Rui Esteves, 
  • Rui Felício,
  • Rui Silva, 
  • Sadibo Dabo, 
  • Sérgio Pereira, 
  • Sousa de Castro, 
  • Tino (ou Constantino) Neves, 
  • Tomás Oliveira, 
  • Torcato Mendonça (1944-2021), 
  • Victor Barata (1951-2021).
  • Victor Condeço (1943-2010),
  • Victor David, 
  • Victor Tavares, 
  • Virgínio Briote, 
  • Vitor Junqueira, 
  • Xico Allen (1950-2022),
  • Zélia Neno (1953-2023).


E a propósitos de portas e janelas (que não existem na Tabanca Grande, como não existem valas, abrigos, espaldões, arame farpado, cavalos de frisa, etc.), fica aqui uma sugestão: continuemos a celebrar o nosso 20º  aniversário, procurando sobretudo surpreendermo-nos uns aos outros, aos amigos e camaradas da Guiné, bem como às muitas centenas de leitores, anónimos, que nos visitam diariamente, com os nossos textos, as nossos documentos, as nossas fotos, as nossas histórias... Mesmo que o blogue já não tenha a mesma frescura, novidade, dinâmica, etc., dos primeiros anos... Convenhamos que 20  anos a blogar, é muita coisa, são pelo menos 10 comissões de serviço na Guiné... 

Nestes 20 anos também conseguimos reslizar  14 encontros nacionais da Tabanca Grande,de 2006 a 2019). O último foi o XIV, em 25 de maio de 2019. O XV já se realizou por causa da pamdemia de Covid-19.
________________

Notas do editor:

(***) Vd, poste de 20 de junho de  2006 > Guiné 63/74 - P887: Tabanca Grande (1): Pedro Lauret, ex-Imediato da LFG Orion e Mário Beja Santos, ex-Alf Mil CMDT do Pel Caç Nat 52

(****) Vd poste de 10 de maio de 2007 > Guiné 63/74 - P1747: Tabanca Grande (8): Herlânder Simões, ex-Fur Mil, um dos Duros de Nova Sintra (1972/74)
 

segunda-feira, 13 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25516: Os 50 anos do 25 de Abril (21): Hoje, na RTP1, às 21:01, o 5º episódio da notável série documental, "A Conspiração", do realizador António-Pedro Vasconcelos (1939-2024). Os episódios anteriores estão disponíveis na RTP Play.


"A Conspiração" (© RTP, 2024)
1. Passa hoje, na RTP1, às 21h00, o 5º episódio da série documental "A Conspiração". Os anteriores episódios podem ser vistos ou revistos na RTP Play. O 1º episódio ("A semente revolucionária") foi emitido em 24 de abril de 1974 (*).

 Ainda faltam os 4 últimos da série de 9, incluindo os dois últimos que estão a ser ultimados pela equipa técnica do realizador, entretanto falecido no passado dia 6 de março.  

Num dos últimos dois episódios fala-se da revolta do RI5, Caldas da Rainha, em 16 de março de 1974. 

O nosso blogue tem fornecido algumas fotos do nosso arquivo (com a devida autorização dos seus autores, a pedido da equipa de produção da série). A colaboração do César Dias e do nosso blogue já foi objeto de agradecimento num  dos episódios (2º episódio - Os 136 oficiais, RTP1, 25 de abril de 2024).

"A Conspiração", série documental realizada por António-Pedro Vasconcelos, é o resultado de uma meticulosa investigação que conta com depoimentos exclusivos de protagonistas que conseguiram concretizar em menos de 24 horas, o que em 48 anos muitos outros não haviam conseguido. Desde as reuniões secretas aos personagens-chave, é-nos revelado o extraordinário processo conspirativo que começou no verão de 1973 e que culminou na madrugada de 25 Abril de 1974, com o derrube do Estado Novo e a conquista da liberdade. O resto, como dizem, é história." (Fonte: RTP) (**)


Próxima emissão: 13 Mai 2024 21:01 RTP1 e RTP Internacional  |  15 Mai 2024 15:00 |N RTP Internacional Ásia | 16 Mai 2024 01:00 RTP Internacional América.

2. E a propósito de estatísticas do nosso blogue...

No ano em que comemoramos os 20 anos de existência, apraz-nos registar que só nos últimos 3 meses, tivemos até  à data de hoje 378 mil visualizações (o que dá uma média de 4,2 mil por dia).  E, desde sempre, contabilizamos mais de 15 milhões... 

Meio século passado sobre a(s) nossa(s) guerra(s) de África / do Ultramar / colonial(ais), ainda há algum interesse do público lusófono por este(s) tema(s)... e em particular sobre a Guiné, 1961/74.

________________


(**) Último poste da série > 11 de maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25509: Os 50 anos do 25 de Abril (20): A Força das Músicas e Palavras Que Inspiraram O Meu Ser D´Abril (António Inácio Correia Nogueira, ex-Alf Mil da CCAÇ 16 - CTIG, 1971 e ex-Cap Mil, CMDT da CCAV 3487 / BCAV 3871 - RMA, 1972/74)

sábado, 11 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25507: 20º aniversário do nosso blogue (15): E lá vamos blogando... e rindo!

 

Fonte: logo do antig0 blogue-fora-nada capturado pelo Arquivo.pt em 29 de março de 2005, às 23:52

https://arquivo.pt/wayback/20050319235244/http://blogueforanada.blogspot.com/


1. Continuamos a celebrar, por esta primavera dentro, 
os vinte anos de existência do nosso blogue (*). A data de batismo é 23 de abril de 2004. Em boa verdade, tudo começou com o "Blogue-fora-nada", criado uns meses antes, em 5 de outubro de 2003, praticamente no início da blogosfera... 

"Blogue-fora-nada" foi a expressão que me ocorreu, como título,  ao pensar, nos tempos em que não havia máquinas de calcular, e os meninos e meninas da escola primária, separados pelo "muro da vergonha", aprendiam a tabuada recitando em voz alto, memorizando e levando de vez em quando umas reguadas valentes (a "teoria da dor" era a pedagogia que estava então em vigor na escolinha)... E depois nas contas, sobretudo na adição e na multiplicação, tinha-se que se saber fazer a "prova dos noves"  ou a "prova dos noves fora nada"...

Foi assim que cheguei ao nome do blog (vocábulo que eu aportuguesei logo, e que o Priberam define, apropriada e sinteticamente,como "página de Internet com características de diário, actualizada regularmente" (Fonte: "blogues", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2024, https://dicionario.priberam.org/blogues.)

A descrição do conteúdo do "blogue.fora-nada" era de tal maneira "abstrusa" que deve ter afugentado logo os primeiros curiosos destas novidades da Net...

 Começava por   "homo socius ergo blogus [sum ]" , o que em latinório macarrónico queria dizer: "sou um ser social logo blogo ou sou blogador"... 

E seguia-se o resto da cantilena: "em sociologuês nos entendemos. socioblogia. saúde & segurança do trabalho. o port[ug]al dos portugas. a prova dos blogue-fora-nada. o  humor nosso de cada dia nos dai hoje. no ano da graça de 2003. lisboa.  aqui tão longe. aqui tão perto. lá vamos blogando e rindo. desde 8 de outubro. luis graca".

Já tinha, criado, entretanto, quatro anos antes a página pessoal e profissional "Luís Graça: saúde e trabalho", alojada no servidor da ENSP/NOVA.

Em 23 de abril de 2024, criei, dentro do "blogue-fora-nada",  a série "Guiné 63/74" e publiquei o poste P1, com o título: "Saudosa(s) madrinha(s) de guerra (Luís Graça)... 

O blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné nasce aqui... E depois deu origem a uma tertúlia, que mais tarde se irá chamar Tabanca Grande...

Vinte anos depois queremos continuar a ser a Tabanca Grande, "a mãe de todas as tabancas" dos amigos e camaradas da Guiné:

  • um espaço de partilha de memórias (e de afetos), 
  • um lugar de (re)encontros,  
  • um espaço, na Net, "onde todos cabemos com tudo o que nos une e até com aquilo que nos separa", 
  • tendo por base a tolerância, o respeito mútuo ,  o pluralismo, a verdade, a boa fé, a camaradagem, a liberdade e a responsabilidade.

Vamos revisitar, por isso, o  "Proverbiário" (vocábulo que ainda não foi grafado nos nossos dicionários): mais do que  uma simples coleção de provérbios e outros lugares comuns da língua portuguesa, é:

  • um apanhado  das nossas "frases feitas",
  • uma antologia do nosso anedotário,
  • "títulos de caixa alta do nosso blogue", 
  • "títulos dos nossos livros e séries",  
  • "bocarras de tabanqueiro", 
  • "tiradas de humor de caserna" (às vezes negro, sem conotação racista), 
  • "expressões idiomáticas usadas no nosso blogue", umas mais efémeras do que outras, 
  • enfim, frases, comentários, máximas, etc., umas mais ligadas ao nosso Livro de Estilo, outras que despertaram a nossa atenção enquanto tabanqueiros... 

Muitas outras nos têm escapado ao longo destes vinte anos a blogar, dos mais de 25 mil postes (ou postagens) publicados, e dos mais de 100 mil comentários... De vez em quando, lá vamos repescando um ou outro "provérbio" que ficou para trás... 

Ficamos sempre à espera que os  nossos leitores que acrescentem o que bem entenderem, desde que tenha relação, direta ou indireta, com o nosso blogue, o nosso fraterno e são convívio, as  nossas tabancas, a tropa e a guerra, enfim, a Guiné do nosso tempo e o blogue da Tabanca Grande...
 
Da 5ª edição, revista e aumentrada em 2023, selecionamos alguns dos melhores. (**).


O NOSSO PROVERBIÁRIO

A blogar é a que a gente... se entende.

A nossa Guinezinha, dizia a Cilinha

A tropa vai fazer de ti... um homem!

Adeus, e até à... próstata!

Aerograma, bate-estrada ou corta-capim!

Água de Lisboa, "manga di sabi".

Alferes, cabra de mato!?...Atira-lhe!... Ah! rico tiro, pum, pum!

Alfero Cabral cá mori!

Ao luar, entre nevões, até as renas parecem pavões! (Zé Belo dixit)

Aponta, Bruno! (uma das muitas alcunha do nosso Com-Chefe, o gen Spinola)

A
s vacas roubadas que andam de mão em mão, acabam sempre comidas em boa ocasião (Salgueiro Maia dixit)

Até aos cem, ainda se aguenta, depois dos cem, só com água benta.
 

Bandos: a frase, no mínino infeliz, de um general...

Beber a água do Geba.

Boa continuação da viagem pela picada da vida!... 
Cuidado com as minas e armadilhas!

Bom amigo, melhor camarada.


Cabral só há um, o de Missirá e mais nenhum.

Cabrito pé de rocha [macaco] , "manga di sabi". 

Camarada e amigo... é camarigo!

Camarada é na tropa, companheiro é à mesa e colega é nas p...tas

Camarada não tem que ser amigo: é o que dorme contigo, 
no mesmo buraco, na mesma cama, no mesmo abrigo.
 
Com a sua licença, meu general, a merda... que a gente come!

Combatente um vez, combatente para sempre!

Como camaradas que fomos (e continuamos a ser), tratamo-nos por tu!


Dão-se lições de artilharia para infantes.

Deportados para a Guiné... sem culpa formada!

Desaparecidos: aqueles que nem no caixão regressaram.

Desarmados, jubilados, reformados, aposentados mas não... arrumados.

Dia de São Patacão.

E depois da peluda... a luta continua
 

E também lá vamos facebook...ando e andando.

E viva a Pátria! E viva o nosso General!... Puuum!!! [Gasparinho dixit]

É bom ter um padrinho, mas ainda melhor um paizinho!

Eh, pá... a guerra, pá...

Entra e senta-te à sombra do nosso poilão.

Exorcizar os nossos fantasmas.

F... idos e mal pagos.

Fomos ver, eram os nossos amigos turras a dar-nos os bons dias! (Zé Cuidado dixit)

For the Portuguese Armed Forces from Scotland with love... 
[Da Escócia com amor, para as Forças Armadas Portuguesas.]

 
Guerra do Ultramar, guerra de África, guerra colonial
(como se queira, ao gosto do freguês).


Guiné, terra de desterro e de encarceramento.

Guiné, terra verde-rubra.

Guiné? ... Não era pior nem melhor, era diferente.

Guiné?... Não, nunca ouvi falar!


Há comentadores e comentadores: alguns são como o peixe e o hóspede, ao fim de três dias fedem...

Havia os desertores, os refratários, os faltosos... e nós.

Honras de Tabanca Grande.

Humor com humor se (a)paga.


In Memoriam: para que não fiques, camarada, 
na vala comum do esquecimento.

Intchallah, Oxalá, Enxalé !

Já estás com o bioxene, já estás com os copos, já estás! ()[Valdemar Queiroz dixit]

João Crisóstomo, o nosso cônsul em Nova Iorque


Lá vamos blogando, recordando, (sor)rindo, 
e às vezes cantando, gemendo e chorando!

Lá vamos contando (e cantando) os quilómetros pela picada da vida fora!
 
Lugares ao sol, não temos... Só à sombra, do nosso poilão!
 
Máfrica:  muita chuva, muito vento, muita merda e,,, um convento!

Mais peixeiro do que carneiro... mais facebook...eiro do que blogueiro.. 

Mais vale andar neste mundo em muletas do que no outro em carretas.

Mais vale um camarada vivo do que um herói... morto!

Melhor que as bajudas, era a 'água de Lisboa' que nos fazia esquecer as bajudas.

Meu pai, meu velho, meu camarada...

Miguel & Giselda, o casal mais 'strelado' do mundo.

Muita saúde e longa vida, porque tu, camarada, mereces tudo.


Não deixes que o teu espólio de memórias 
vá parar à Feira da Ladra ou ao OLX.

Não deixes que sejam os outros a contar a tua história por ti.

Não é o Panteão Nacional, é melhor, é... a Tabanca Grande.

Não fazemos a História com H grande, mas a História não se fará 
sem a nossa... pequena história.

Não há tabanca sem poilão.

Nem mais um soldado... para as colónias!  

Ninguém leva a mal: em cima o camarada, em baixo o general.

Nós saímos da Guiné, mas a Guiné não sai de nós.


O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande!

 
O nosso maior inimigo: o Alzheimer (de que Deus nos livre!)...

Ó mãe, o nosso vizinho Jorge lerpou, vai já no próximo barco!... Ó filho, vê se lerpas também, para vires mais cedo!

Ó Pimbas, não tenhas medo!

O sapador só se engana três vezes: é a primeira, a única e a última (Tó Zé dixit)
 
O seu a seu dono: respeita os direitos de autor.
 
O último a morrer, que feche a tampa... do caixão.

Olhe que não, sr. general, olhe que não!

Os bravos não se medem aos palmos.

Os bu...rakos em que vivemos.

Os camaradas tratam-se por tu.

Os camaradas da Guiné dão a cara, não se escondem por detrás do bagabaga.

Os filhos dos nossos camaradas, nossos filhos são.

Oxalá, Intchallah, Enxalé !
 

Para que os teus filhos e netos não digam, desprezando o teu sacrifício: "Guiné? Guerra do Ultramar? Guerra Colonial? 
Não, nunca ouvi falar!"...

Parabéns, parabéns, parabéns ! (à moda de Santa Maria)

Partilhamos memórias e afetos.

Patrício Ribeiro, o "pai dos tugas" em Bissau.

Periquito, salta p'ró blogue, que a velhice já cá está!

P'rós insultos, não há contemplações nem indultos.

Protésicos, radioativos, parkinsónicos e/ou al(zhei)mareados

Que Deus, Alá e os bons irãs te protejam!

Quem não faz 69, não chega... aos 100!

Quem não tem poilão, acolhe-se à sombra do chaparro.

Quem não tem "turpeça", senta-se no chão... e quem "turpeça" também cai.

Rapa o fundo ao teu baú da memória.

Recordar é viver duas vezes.


Saber resolver os nossos diferendos, os nossos conflitos... 
sem puxar da G3!

Santo António de Bissau, / Bravo, meu bem, / De todos o mais casmurro,/ Quer do preto fazer branco, / Bravo, meu bem, / E do branco fazer burro.

Saudades sem conto.

Sempre presentes, aqueles que da lei da morte já se foram libertando.

Siga a Marinha!

Só há três coisas de que aqui não falamos: futebol, política e religião.

Soubemos fazer a guerra e a paz.

Spinolândia, sim, Guiné, não.

Tabanca Grande: a mãe de todas as tabancas.

Tabanca Grande: onde todos cabemos com tudo o que nos une 
e até com aquilo que nos separa.

Tabanca Grande: onde não há portas nem janelas  
nem arame farpado   nem cavalos de frisa

Tuga, que Deus te livre da doença do... Alemão.

T/T Niassa, Uíge, Ana Rita, Angra do Heroísmo... Os cruzeiros das nossas vidas.


Um blogue de veteranos, nostálgicos da sua juventude (René Pélissier dixit).

Uma geração que soube fazer a guerra e a paz.

Uma guerra... a petróleo! (Tó Zé dixit)

Uma noite nos braços de Vénus, três semanas por conta de Mercúrio.  

Vamos à guerra, que a morte é certa.

Vê-cês-cês (velhinhos comó c...)
 
Vinte anos a blogar... são dez comissões na Guiné!

Volta, Zé Belo, estás perdoado! (disseram  os "sámi" ao régulo que queria "desertar" da Tabanca da Lapónia).

____________

Notas do editor:


(**) Vd. poste de 28 de novembro de  2023 > Guiné 61/74 - P24895: O nosso livro de estilo (14): Proverbiário da Tabanca Grande, 5ª edição, revista e aumentada: "Protésicos, radioativos, parkinsónicos e/ou al(zhei)mareados"