Guiné- Bissau > Bissau > c. 1975 > Novo mapa, pós-colonial, da capital da nova república, já com as novas designações das ruas, avenidas e praças, que vieram substituir o roteiro português: Av 3 de Agosto, Av Pansau Na Isna, etc. Veja-se a localização do porto do Pidjiguiti (para os barcos de pesca e de cabotagem), à esquerda do porto de Bissau (para os navios da marinha mercante).
Foto: © A. Marques Lopes (2006). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. A Casa Esteves ficava no nº 33 da Av Domingos Ramos (antiga Rua Administrador Gomes Pimentel), que era paralela à Av Amílcar Cabral (antiga Av República), à esquerda (no sentido descendente) e à Rua Osvaldo Vieira (, à direita).
Revendo a Bissau do tempo do seu pai (, que foi lá empresário entre 1946 e 1973), Manuel Joaquim dos Prazeres (1901-1977), Lucinda Aranha Antunes, refere a Casa Esteves, fundada por António Augusto Esteves (*), localizando-a na Baixa de Bissau, nestes termo:
"Revia ainda as ruas paralelas [à Av da República], com os bairros residenciais de casas de um ou dois pisos, com varandins que ajudavam a refrescar, alegrados por vasos de rosas, sardinheiras, pervíncas e zínias; à direita, o Hospital e o Grande Hotel, à esquerda, o mercado, a Casa Esteves, a Tipografia das Missões, o campo de futebol [Estádio Sarmento Rodrigues, depois Lino Correia].
[in: "O Homem do Cinema - A la Manel Djoquim i na na bim" [Alcochete, Alfarroba, 2018, p. 99]
2. Mensagem de Luís Graça, com data de ontem:
Querida amiga Lucinda:
Só agora li, de lápis na manhã, o seu livrinho, que é um monumento de ternura, sobre a saga da sua família, o Nequinhas, a Julinha, as manas, os amigos... incluindo o "compadre" Esteves... Vou fazer uma detalhada recensão do seu livro, que eu um dia ainda gostaria de ver transformado em guião para um filme sobre o Manel Djoquim, em Cabo Verde e na Guiné...
Mas agora gostava que comentasse o poste que acabei de editar (*)... Sei que trocou muitos dos nomes (a começar pelas manas...), mas este Esteves é mesmo o fundador da Casa Esteves (que eu conheci em Bafatá, a casa não o senhor),
Tem ideia de quando morreu ? E era de donde ? Como é que uma mulher vai para o Cacheu, em 1922, como professora ? Os filhos (filha, filho...) ficaram por lá ?!... A Casa Esteves ainda existe, apesar da miséria de Bissau...
Tenho fotos para lhe mandar do último encontro de Monte Real,com a Lena Carvalho, a Lena do Enxalé...De resto, já me autorizou a publicá-las no blogue...Será para breve, com a recensão... (O Beja Santos já fez uma, mas eu quero fazer a minha...) .
Beijinhos.Um abraço para o marido e nosso camarada, Antunes. Luís.
PS - Por estes dias estou na Tabanca de Candoz, mas passo agora mais tempo na Lourinhã...
3. Resposta de Lucinda Aranha.
"Sou mesmo a do meio com um ar de beicinho. A mais velha é a minha irmã Teresinha, filha do primeiro casamento do meu pai, e as restantes somos do segundo. As três mais velhas nasceram em Santiago, Cabo Verde, a pequenina da ponta em Bolama, nos Bijagós, Guiné Bissau, e eu em Lisboa"... Foto e legenda (2016): página do Facebook, Lucinda Aranha Antunes - Andanças na Escrita (Com a devida vénia...).
2. Mensagem de Luís Graça, com data de ontem:
Querida amiga Lucinda:
Só agora li, de lápis na manhã, o seu livrinho, que é um monumento de ternura, sobre a saga da sua família, o Nequinhas, a Julinha, as manas, os amigos... incluindo o "compadre" Esteves... Vou fazer uma detalhada recensão do seu livro, que eu um dia ainda gostaria de ver transformado em guião para um filme sobre o Manel Djoquim, em Cabo Verde e na Guiné...
Mas agora gostava que comentasse o poste que acabei de editar (*)... Sei que trocou muitos dos nomes (a começar pelas manas...), mas este Esteves é mesmo o fundador da Casa Esteves (que eu conheci em Bafatá, a casa não o senhor),
Tem ideia de quando morreu ? E era de donde ? Como é que uma mulher vai para o Cacheu, em 1922, como professora ? Os filhos (filha, filho...) ficaram por lá ?!... A Casa Esteves ainda existe, apesar da miséria de Bissau...
Tenho fotos para lhe mandar do último encontro de Monte Real,com a Lena Carvalho, a Lena do Enxalé...De resto, já me autorizou a publicá-las no blogue...Será para breve, com a recensão... (O Beja Santos já fez uma, mas eu quero fazer a minha...) .
Beijinhos.Um abraço para o marido e nosso camarada, Antunes. Luís.
PS - Por estes dias estou na Tabanca de Candoz, mas passo agora mais tempo na Lourinhã...
3. Resposta de Lucinda Aranha.
Guiné-Bissau > Bissau > s/d > Av Domingos Ramos > Casa Esteves. Foto: cortesia da página do Facebook O Valdemar Queiroz diz que a foto não é de 1980/90 mas sim dos anos 60 (*) |
com data de hoje:
Caro Luís,
Li o que escreveu e, devo agradecer ter-me alertado. Há perguntas que me faz no mail para as quais nāo tenho respostas certas, só hipóteses. Falei com o sr. Pereira, genro do Esteves, que me propôs um novo encontro em casa dele onde se sente mais à vontade para falar do que ao telefone.
Contrariamente ao que escreveu, o Esteves morreu antes do meu pai, em 1976, em Lisboa, de cancro no pâncreas. Era de Trás-os-Montes, casou lá, penso que ele e a D. Maria eram de Mirandela. É aí que compraram uma boa casa, quando enriqueceram. Tiveram um filho, o Fernando que também morreu de cancro, e 3 filhas, a Maria Arminda, casada com o Pereira, a Clotilde, viúva do Costa, e a Mariazinha que também já morreu.
Não sei os motivos que levaram a D Maria a ir dar aulas na Guiné, eventualmente vantagens de carreira ou desejo de melhorarem a vida. O Esteves distanciou-se da mulher que passou a viver em Mirandela, e tinha uma companheira, a Olga, que conheceu nas condições que conto no livro, e que depois veio viver para Lisboa . Teve outras companheiras na Guiné, pelo menos uma indígena de que tomámos conhecimento após a sua morte, quando constou , para grande desgosto da Olga, que havia um filho por lá. Disse-me o Tony Tcheka que lá tem uma filha que montou um excelente ressort.
Quanto à Casa Esteves, o Pereira, o genro, tomou conta dela até 18 de Dezembro de 74, altura em que entregou a direcção a 3 empregados de confiança que a entregaram ao Costa quando regressou de férias de Portugal. O cunhado adoptou uma política mais consentânea com os tempos da revolução e foi o fim da Casa Esteves.
Quando tiver informações mais precisas logo lhe direi.
Adorei que tenha gostado do livro, espero a recensão,, quanto às foyos tem inteira liberdade para as postar.
Um abraço saudoso, Lucinda Aranha
Quanto à Casa Esteves, o Pereira, o genro, tomou conta dela até 18 de Dezembro de 74, altura em que entregou a direcção a 3 empregados de confiança que a entregaram ao Costa quando regressou de férias de Portugal. O cunhado adoptou uma política mais consentânea com os tempos da revolução e foi o fim da Casa Esteves.
Quando tiver informações mais precisas logo lhe direi.
Adorei que tenha gostado do livro, espero a recensão,, quanto às foyos tem inteira liberdade para as postar.
Um abraço saudoso, Lucinda Aranha
4. Comentário de Patrício Ribeiro (*):
A Casa Esteves, na Av. Domingos Ramos, (na Avenida onde existia a Solmar), esteve alugada nos anos 2000 e durante diversos anos a uma Sra. Portuguesa, que praticava Comércio Geral.
Mas, desde alguns anos, que o edifício é um Banco Comercial.
A Casa Esteves, na Av. Domingos Ramos, (na Avenida onde existia a Solmar), esteve alugada nos anos 2000 e durante diversos anos a uma Sra. Portuguesa, que praticava Comércio Geral.
Mas, desde alguns anos, que o edifício é um Banco Comercial.
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Nota do editor:
(*) Último poste da série > 1 de novembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20297: (De)Caras (113): Quem foi António Augusto Esteves, colono desde 1922, comerciante, fundador da "Casa Esteves", simpatizante do PAIGC ?