Cecília Supico Pinto (Lisboa, 1921 - Cascais, 2011) > Aqui na sua casa de Cascais, c. 2002/2006. Foto gentilmente cedida pela sua biógrafa Sílvia Espírito Santo, que há dias, em 30 de maio passado, nos enviou esta foto (inédita). com autorização para a publicar no Blogue, e dizendo: "Por curiosidade, a Cilinha faria hoje 100 anos. Assinalei a data no meu Instagram (silmariavargas) com uma foto que lhe tirei."
Visitou a Guiné pelo menos por 4 vezes (1966, 1969, 1973 e 1974)...A sua biógrafa diz que foram cinco...
Foto (e legenda): © Sílvia Espírito Santo (2021. Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Guiné > Região do Oio > Porto Gole > CCAÇ 1439 (1965/67) > Fevereiro de 1966 > Cecília Supico Pinto, presidente do Movimento Nacional Feminino, na sua 1ª visita à Guiné, então já com 44 anos (ia fazer 45 em 30 de maio de 1966).
Guiné > Região do Oio > Porto Gole > CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) > 1966 > O “cais” de Porto Gole funcionava assim: o "barco de abastecimentos” (e outros) tinham de chegar quando a maré estava cheia. E depois de devidamente seguro (a uma árvore ou a um poste ) esperava-se pela maré vazia quando o barco ficava em seco para fazer o descarregamento, como se pode verificar na foto…. Como havemos de esquecer coisas destas?
Guiné > Região do Oio > Porto Gole > CCAÇ 1439 (1965/67) > O João Crisóstomo e o Henrique Matos, o primeiro comandante do Pel Caç Nat 52 (1966/68), junto ao monumento comemoratvo dos 500 anos da chegada de Diogo Gomes ao Rio Geba
Fotos (e legendas): © João Crisóstomo (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Parte IXb: Março de 1966: A CCaç 1439 em Enxalé (e seus destacamentos de Porto Gole e Missirá) (*)
Dia 3 de Março de 1966: Ataque do IN a Porto Gole, antecedida da visita da presidente do Movimento Nacional Feminino em fevereiro
(Continuação)
Porto Gole teve sempre importância estratégica, desde os primeiros contactos dos portugueses como o atesta aí um monumento lembrando os 500 anos da chegada dos portugueses ao local. Embora não apresentasse um cais no sentido literal da palavra, apresentava algumas facilidades naturais que possibilitavam o local como ponto de abordagem e de reabastecimentos. Tomando vantagem da subida e descidas das marés do Geba, os “fuzileiros” e os barcos da Casa Gouveia e outros usavam este local
Lembro que para ajudar a passar o tempo fizemos um "espaço de lazer" junto dum edifício que servia de dormitório; dos cibes, de que havia abundância, fizémos mesas e bancos; uma árvore frondosa fornecia a apreciada sombra. E nas paredes do dito dormitório colamos fotos de todos os tamanhos , géneros e gostos, a maioria das quais, à falta de melhor , eram tiradas de revistas, jornais ou de qualquer outra origem que nos fosse dado aproveitar.O Rio Geba era um permanente convite/ desafio. Por isso construímos uma jangada, feita com tábuas e quatro bidões para a pesca e lazer; mas para pesca penso que nunca foi usada; felizmente haviam em Porto Gole dois pescadores que de vez em quando traziam e nos vendiam algum peixe do rio. Muitas vezes sucedeu não trazerem nada, argumentando não haver peixe , mas nós suspeitávamos que, forçados ou de boa vontade, nesses dias tinham deixado o peixe nas mãos do IN. Um deles viria a ser apanhado armado mais tarde, durante numa operação na qual perdeu a vida.
Passo a transcrever o relato do primeiro, como consta neste relatório. O segundo ataque de 20 de Agosto será transcrito mais tarde, uma vez que estou tentando seguir este meu relato/memórias seguindo a ordem cronológica com que aparece nesse relatório.
(...) "No dia 3 de Março de 1966 o IN atacou com uma força muito considerável o destacamento de Porto Gole, tendo utilizado como predominante o morteiro 82 e 60. Foram assinalados 33 rebentamentos de morteiro 82 dentro do destacamento. As NF reagiram com valentia tendo causado ao IN baixas confirmadas em número não estimado, que posteriormente por informações se soube haver 10 feridos." (...)
As NT tiveram uma baixa, o Alf Mil Carlos Maldonado (morto em combate), depois de ter demonstrado ser um oficial de valor. Foi com decorado a título póstumo.
Foi distinguido igualmente o 1º cabo Enf. Dionísio Lopes Ferreira, o qual revelou além de ser um elemento muito competente, com sangue frio e coragem. Foi louvado por Sua Excia o Comandante Militar.
Da reacção das NT ao ataque IN a Porto Gole mereceu o seguinte elogio do Exmo Comandante do BCaç 697:
(...) " Peço transmita o meu agrado à tropa do destacamento de Porto Gole pelo excelente comportamento durante o ataque IN na noite de 3/4 do corrente, em que mais uma vez confirmaram a boa impressão que tenho da tropa madeirense”. (...)
18 de maio de 2021 > Guiné 61/74 - P22210: CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67): A “história” como eu a lembro e vivi (João Crisóstomo, ex-alf mil, Nova Iorque) - Parte VIII: A partir de outubro de 1965, em Enxalé e seus destacamentos, Porto Gole e Missirá
2 de maio de 2021 > Guiné 61/74 - P22163: CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67): A “história” como eu a lembro e vivi (João Crisóstomo, ex-alf mil, Nova Iorque) - Parte VII: Um mês em Bambadinca, de 7 de setembro a 9 de outubro de 1965
24 de abril de 2021 > Guiné 61/74 - P22131: CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67): A “história” como eu a lembro e vivi (João Crisóstomo, ex-alf mil, Nova Iorque) - Parte VI: O baptismo de fogo no Xime (17/8/1965, e a Op Avante, ao Buruntoni (em 29-30/8/1965) com os primeiros mortos
12 de abril de 2021 > Guiné 61/74 - P22098: CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67): A “história” como eu a lembro e vivi (João Crisóstomo, ex-alf mil, Nova Iorque) - Parte V: Destino: Xime.... E um levantamento de rancho que acabou à bofetada...
12 de abril de 2021 > Guiné 61/74 - P22097: Guiné 61/74 - P22051: CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67): A “história” como eu a lembro e vivi (João Crisóstomo, ex-alf mil, Nova Iorque) - Parte IV: Composição orgânica: na sua maioria, praças naturais da Madeira, e oficiais e sargentos do Continente
30 de março de 2021 > Guiné 61/74 - P22051: CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67): A “história” como eu a lembro e vivi (João Crisóstomo, ex-alf mil, Nova Iorque) - Parte III: Na ilha da Madeira, a partida para o CTIG no T/T Niassa, em 2/8/1965
19 de março de 2021 > Guiné 61/74 - P22017: CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67): A “história” como eu a lembro e vivi (João Crisóstomo, ex-alf mil, Nova Iorque) - Parte II: Do seminário a Mafra [EPI], Beja e Lamego [CIOE]
9 de março de 2021 > Guiné 61/74 - P21985: CCAÇ 1439 (Xime, Bambadinca, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67) : a “história” como eu a lembro e vivi ( João Crisóstomo, ex-alf mil, Nova Iorque) - Parte I: afinal, não consegui esquer...
(**) Vd. poste de 9 de abril de 2021 > Guiné 61/74 - P22087: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (85): respondendo ao pedido de colaboração da doutoranda Sílva Espírito-Santo, biógrafa de Cecília Supico Pinto (João Crisóstomo, Nova Iorque)