Lisboa > Av da Liberdade > 1 de dezembro de 2017 > 6.º Desfile Nacional de Bandas Filarmónicas > Uma representação da banda da AMAL - Associação Musical e Artística Lourinhanense, cuja origem remonta a 1878: da esquerda para a direita, Pedro Margarido, presidente da União das Freguesias da Lourinhã e Atalaia; Paulo José de Sousa Torres, diretor da AMAL (e meu primo em 3.º grau) e a nossa grã-tabanqueira Alice Carneiro... O puto é o "porta-estandarte" da AMAL que tem uma escola de música e um grupo de teatro...
Estava previsto realizar-se hoje o 9.º Desfile Nacional de Bandas Filarmónicas, mesmo com um número reduzido de bandas participantes (19, por comparação com as 37 que atuaram em 2019, espectáulo que teve transmissão direta pela RTP), e juntando músicos de várias gerações e dos mais diversos pontos do país. A saúde pública falou mais alto.
2. O nosso editor LG tem acarinhado, no nosso blogue, esta iniciativa (e outras mais antigas), sobretudo pelas suas recordações desta efeméride, que remontam à sua infância. Mesmo sem música, podemos recordar aqui alguns comentários que foram sendo deixados nos diversos postes (*):
(i) Tabanca Grande Luís Graça (Poste P18033)
Era uma festa, o 1º de dezembro, na minha vila da Lourinhã . Primeiro, porque era feriado, não se ia à escola, e segundo, porque a filarmónica local (, fndadada em 2 de janeiro de 1878) percorria as ruas principais, com o povo e os putos atrás... Era um tradição que já vinha da Monarquia Constitucional, da República e que se manteve no tempo do Estado Novo... Como não sabíamos a letra do hino da restauração, cantarolávamos: "Ó Tí Zé da pêra branca"...
Vou ter o prazer de ver a banda da minha infãncia, a AMAL Associação Musical e Artística Lourinhanense, participar hoje. na Av da Liberdade, em Lisboa, na 6ª Desfile Nacional de Bandas Filarmónica...
É um banda centenária, fundada em 1878... Creio que é a 1ª vez que vemn a este desfile...
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2017/11/guine-6174-p18029-agenda-cultural-614.html
1 de dezembro de 2017 às 12:04
O 1.º de Dezembro na vila de Alhandra é celebrado desde as 6/7 horas. A Banda Filarmónica da SEA (, Sociedade Euterpe Alhandrense, fundada em 1/12/1861) percorre toda a vila e presta Homenagens a todas as colectividades da terra. Curiosamente, quase todas foram fundadas a 1 de Dezembro. Em cada sede tocam e sobem os músicos para beberem um copo.
Tinha 12/13 anos, no dia 1º de dezembro lá estavam as escolas da Grande Lisboa, representadas nos Restauradores, devidamente perfiladas com os uniformes da Mocidade Portuguesa, cantando o hino da Restauração.
Eram 4 horas difíceis para a rapaziada que nem podia arredar pé para as necessidades, daí os charcos que se viam na Praça depois do toque de destroçar. Outros tempos.
(iv) Luís Graça (Poste P18047)
Estive, como é habitual, nos Restauradores no desfile nacional de bandas filarmónicas, no 1º de dezembro, gosto que me vem da infância, quando seguia, atrás da banda local, agarrado ao capote do meu pai, pelas ruas da então vilória da Lourinhã, parodiando a letra do hino da
Restauração: "Ó ti Zé da Pera Branca..., pum, pum, pum..."
Ao meu lado estava um casal de turistas, dinamarqueses, com ar de reformados, pessoas viajadas, instalados num hotel da Av da Liberdade... Metemo-nos à conversa, em inglês... Eles estavam encantados com toda esta movimentação de bandas filarmónicas e sobretudo com as crianças, os putos, muito compenetrados do seu papel, que compunham muitas das bandas... Foi um festival de alegria, juventude e saudável patriotismo... Os dinamarqueses, que adoram Portugal mais do que Espanha, diziam-me que no seu país (que eu, de resto, admiro) não havia nada disto...
(v) Luís Graça (excerto do poste P18047)
(...) Afinal, o que é ser hoje português? E o patriotismo, ainda existe e faz sentido? Pode ser uma reflexão (idiota) de um homem que um dia vestiu a farda do exército português para ir "defender a Pátria" a milhares de quilómetros de casa... Na Guiné, em 1969/71...
Qual a diferença e semelhança entre mim e os meus antepassados que lutaram na "guerra da restauração" (1640-1668), na sequência da rutura com a "monarquia dual" sob a qual Portugal viveu (entre 1580 e 1640), o mesmo é dizer sob o domínio do ramo espanhol da casa de Habsburgo.Se a geração que fez a guerra colonial (1961/74) tivesse nascido por volta de 1620, teria lutado contra a Espanha dos Filipes em inúmeras batalhas por ex., Cerco de São Filipe (1641-1642); Montijo (1644); Arronches (1653); Linhas de Elvas (1659); Ameixial (1663); Castelo Rodrigo (1664); Montes Claros (1665); Berlengas (1666)... Mas também contra os holandeses no Brasil, em Angola, em São Tomé e Príncipe].
Que custo tem a independência de um país? O que é hoje ser independente? O que ganharam os aliados que nos apoiaram, e nomeadamente os ingleses? Sabemos que os ingleses ganharam um império e a autoestrada da globalização que lhes permitiu ser o 1.º país industrial do mundo... E os holandeses ocuparam boa parte das posições portuguesas na Ásia...
Não há alianças grátis...nem inimigos de borla... E nesse tempo, os portugueses tiveram mais sorte do que os catalães, debaixo da pata dos Filipes, como nós... Sorte?... Foi apenas a sorte das armas? (...) (**)
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Notas do editor:
(*) 5 de dezembro de 2017 > Guiné 61/74 - P18047: Fotos à procura de... uma legenda (97): O que é ser português hoje na "ponta mais o(a)cidental da Europa"? As coroas de flores, de muitas cores e feitios, das comemorações (oficiais) do 1.º de dezembro de 2017...