A. Portugueses pocos, pero locos... Ou como vemos (e somos vistos por) os outros
Nisto de comparações internacionais, todos perdemos, ao fim e ao cabo... Porque acabamos por reforçar a filosofia de senso comum, as ideias feitas, os estereótipos que temos uns sobre os outros... A sua origem, às vezes, ou quase sempre, perde-se nos tempos, isto é, na história,..
Por exemplo: o mais
internacionalista dos povos, pretendem os valorosos
tugas descendentes do Viriato (mas também de judeus, bérberes, africanos negros subsarianos...) seria, sem dúvida, o português. Poderíamos apresentar dezenas de argumentos a favor desta tese. Fiquemo-nos por umas 3 dezenas de proposições a favor da tese do "internacionalismo português"..
O mais internacionalista, universal, ecuménico, global, aberto, flexível e... desenrascado dos povos à face da terra, seria o português (também conhecido por
portuga, tuga, Zé, Zé Povinho...)... É a tese da
idiossincrasia portuguesa que teria ajudado "a dar novos mundos ao mundo"…
B. De qualquer modo, sendo nós portugueses, correremos também o risco de sermos etnocêntrico, isto é, "caseiros", parciais, como certos árbitros do futebol... Dizem os antropólogos que não há povos que não sejam etnocêntricos... E nós não escapamos à regra... Mesmo que haja alguns mais do que outros, com um ego muito comprido...
Mesmo assim, vamos tentar fazer aqui um exercício de distanciamento cultural e afetivo, em relação a esse povo, afinal tão mal conhecido e pior amado, sobretudo pelos seus próprios filhos e netos...
Em boa verdade, não sabemos por onde ele anda, desde que o mandaram emigrar,
ir à vida (que a morte é certa): imaginem que é até na Lapónia há descendentes do Zé Povinho!... No inferno, seguramente que haverá alguns mais... Mas do inferno se diz que tem
humor alemão, cozinha inglesa, garrafeira sueca, hotelaria espanhola, economia à grega, finanças à portuguesa, gestão à italiana...
Será verdade ? Ainda não cheguei lá, mas para lá caminho... Ou melhor: só conheço a filial do inferno na terra, ou algumas filiais... (*)
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A imortal figura do Ze Povinho, em cerâmica,
criada pelo Rafael Bordalo Pinheiro,
no último quartel do séc. XIX. Tal como o não menos
famoso boneco das Caldas, que tem muitos usos,
incluindo o da crítica social...
Fonte: Cortesia de Wikipedia |
1. Quando um portuga apanha com um grande problema pela frente, ou com um bico de obra, ou tem uma tarefa muito difícil , diz logo que se vê
grego para dar conta do recado. Ou então remete a solução para as
calendas gregas. Infelizmente, o futuro tem prazos... e nenhum povo pode viver sem fuuro, senhiores reopresentantes da Nação... . Pelo que o futuiro só pode ser português, ou ser escrito, falado e contado também em, português, é o que diz o bom irã acocorado no alto do poilão sagrado da nossa Tabanca Grande!
2. Se a coisa é mesmo complicada de perceber, se ele não percebe patavina do que está a acontecer. ou do que está em jogo, ele desculpa-se logo, afirmando que isso, para ele, é
chinês, ao ponto de ficar com os
olhos em bico... Daí à depressão, à letargia, à inanição,, ao coma e á morte, pode ser um pulo de lobo...
3. Antigamente, os portugueses iam lá, ao Império do Meio, fazer negócios da China. Hoje são eles (os chineses) que vem cá fazer
negócios de Portugal… São bem vistos e têm vistos Gold…
4. Em Portugal quem trabalha no duro, de manhã à noite, é um mouro de trabalho, mas também já foi um
galego ou até um
ucraniano.
5. Pelo contrário, o portuga que não gosta de trabalhar e é racista, alega que trabalhar é bom para o preto. Já o carioca, o malandro do Rio de janeirro, diz que ”trabalho se fez para burro e português”…
6. Invenções, modernices, merdas que não interessam a ninguém como a ciência & a tecnologia, a investigação & o desenvolvimento, são chamadas de …
americanices.
7. Se um portuga é gabarolas, se gosta de armar ao pingarelho, ou fazer-se grande demais, é logo apelidado de
amigo de espanholadas, ou de construir castelos em Espanha; se estudou numa universidade estrangeira, é logo apelidado de
estrangeirado.pelos indígenas...
8. Se ele faz um esforço de comunicação com os seus amigos e vizinhos espanhóis, riem-se do tipo por que não fala o espanhol de Cervantes mas sim um divertido portunhol (que é um novo dialeto ibérico). Uma coisa que ninguém lhe nega é o sentido e a capacidade de desenrascanço, vocábulo que até agora nbão eqyuivalência noutras línguas cultas...
9. Em matéria de amores, e apesar da vizinhança, o balanço poderia ser bem mais positivo: o Portuga diz que “de Espanha nem bom vento nem bom casamento”… Os espanholitos não entendem os seus vizinhos: “Portugueses, pocos pero locos”…
10. Em Portugal, que é uma terra de gente invejosa, uma pessoa também não pode viver com um mínimo de luxo, conforto e ostentação (Champagne, jaquinzinhos, Mercedes em 2ª mão, lagostins, barraca no Algarve com piscina desmontável, férias na neve em Sierra Nevada...), sem que os seus míseros vizinhos venham dizer que
vive à grande… e à francesa.
11. Se o gajo tem um pé de meia, é poupado, tens uns dinheiritos numa conta na Suiça (, sim, porque a banca suiça democratizou-se, é inclusiva, vê bolsas mas não corações…) é por que é agarrado ao dinheiro, forreta, capitalista, corrupto, ganancioso, logo tem uma
costela de… judeu. Por outro lado,
fazer judiarias é, por exemplo, comer criancinhas ao pequeno almoço como se dizia, que comiam os bolcheviques da rússia soviética e, por extensão, todos os comunistas antes da queda do muro de Berlim. Agora há outros que não comem criancinhas, mas tiram o leite às criancinhas....
12. Pelo contrário, se ele, o portuga, te faz uma sacanice ou te apunhala pelas costas, logo dirás que é um…
italiano, mafioso. Ou no mínimo
filho da mãe...ou da outra. Se se arma em esperto, essa
esperteza pode ser saloia (do nome dado aos aos mouros de Lisboa, antes da conquista cristã em 1147: de
çala ou
salab, nome dado as orações que eles faziam)…
Saloio, por extebnsão, é o habitante dos arredores de Lisboa, alguém que não é citadino, muito menos sofistiacad ou cosmopolita...
13. Se faz algo para causar boa impressão aos outros, ou manter as aparências, manter a fachada, acusam-no de o fazer só
para… inglês ver. Ou para “Bruxelas ver” [, a partir da entrada na (Des)União Europeia],
14. Quando Portugal entrou (desgraçadamente, para alguns), para a União Europeia, em 1986, fez tudo para se tornar o “bom aluno da Europa” (sic) eem vez de dar lições à Europa... Pel contrário, e até se deu ao luxo de dispensar, muito humildemente, um primeiro-ministro em exercício para ocupar, em Bruxelas, o cargo de Presidente da Comissão Europeia; uma das razões para essa requisição do Zé Durão é por que ele era reconhecidamente um poliglota (falava, além da língua materna, o inglês, o francês, o portunhol e… o cherne).
15. No Algarve, o comum dos portugas adora (ou adorava, nos anos sessenta e setenta) ir até à Quarteira engatar e comer
bifas (inglesas e outras nórdicas, com ou sem sardas). Este lado antropofágico do portuga parece que lhe dá fama e pro
16. Entre tremoços, amendoins e bejecas, eles (os portugas, machos) adoram passar as férias a jogar… à sueca.
17. Elas, as portugas fêmeas, pelo contrário, preferem gastar o subsídio de férias (ou preferiam, no tempo em que ainda havia subsídio de férias…) no
Corte Inglês ou noutros estabelecimentos da estranja como a galega Zara.
18. Em África, nos PALOP que já fizeram parte do seu grande império colonial, o português (m/f) ainda é tratado carinhosamente pelo seu diminuitivo,
tuga (m/f).
19. Os da Madeira, vá-se lá saber porquê, chamam cubanos… aos do Continente, mas quem fuma(va) charuto cubano é(era) o Alberto João.
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D. Quixote e Sancho Pança, ilustração de
Gustave Doré. Imagem do domínio público.
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20. Quinhentos anos depois de Álvares Cabral ter aportado ao Novo Mundo, os portugueses estavam a redescobrir o Brasil, a falar à moda de lá e a importar os seus indígenas (, os
brazucas).
21. Católico de batismo, apostólico e romano, mas pouco cumpridor dos 10 mandamentos da lei de Deus, em matéria de fé o portuga tende a ser
mais papista que o Papa.
22. Já quando os gajos (três gatos pingados, segundo dizem) chegaram ao País do Sol Nascente [, Japão], por volta de 1543, os japoneses chamaram-lhe… os
bárbaros do sul, porque comiam com as mãos e exprimiam os seus sentimentos em público; em contrapartida, uma fila de turistas japoneses a entrar para uma casa de fados, no Bairro Alto, é uma fila de
toyotas.
23. O pobre do lusitano, dizem, tem um complexo de inferioridade desde a ocupação romana (séc. III a.C.)… Os governadores (romanos) da Lusitânia, muito séculos antes da Troika, queixavam-se a Roma de que os lusitanos
não se governavam nem se deixavam governar… Na Lusitânia, ”governar” é “meter a mão ao bolso”… Para um puro alemão, como a sra. Ângela Merckel, este trocadilho é ininteligível…
24. Para os franceses, da geração de 1950/60, as mulheres portuguesas já nasciam com bigode, eram todas Marias, peludas e feias, trabalhavam como "femmes de ménage" (mulheres a dias) ou "concierges"(porteira) e vestiam de preto… Por isso, o tuga, em França, gostava de
depedir-se à francesa, isto é, sair sem se despedir…
25. Em contrapartida, "les portugais sont toujours gais", leia-se: pobretes mas alegretes... E às ostras, os parisienses chama(va)m "les portugaises", as portuguesas... Uma tribo "gourmet", hã, estes parisienses!... Em contrapartida, os portuguesas, que gostam das portuguesas, detestam "ostras"...e só comem "bacalao" ("morue") com batatas... Seco e salgado! (***)
26. Já a cozinha espanhola resune-se, para os vizinhos portugueses, às tapas, aos bocadilhos, às paelhas e às tortilhas... E já não é nada mau!...
27. A sífilis foi durante séculos uma doença terrível que atormentou os nossos soldados, marinheiros,. exploradores, navegadores, bandeirantes, missionários, comerciantes de além-mar...É, um pandemia pós-feudal, resultante do florescimento das cidades, da economia mercantil, da mobilidade espacial e sobretudo dos Descobrimentos, da primeira "autoestrada" da globalização aberta pelos portugueses: a sífilis conhecdia enter os médicos da época como o
morbo gálico (gaulês ou francês) era conhecido como o
mal italiano em França, o
mal espanhol no Novo Mundo, o
mal português na Índia... E hoje o ébola ? Será que é apenas um problema da África negra, subsariana ? Tal como o HIV/SIDA que, nas décadas de 1980/90, era visto como um problema de saúde... dos homossexuais e, depois, dos toxicodependentes...
28. Na lista das “10 palavras estrangeiras mais fixes ["coolest"] que a língua inglesa devia ter”, vem em nº 1 o vocábulo português “desenrascanço”. O sítio é norte-americano e o artigo (de 13 de abril de 2009) tem quase 3 milhões de visualizações (**)...
“Desenrascanço" (sem cedilha...) seria a arte de encontrar a solução para um problema no último minuto, sem planeamento e sem meios... explica o "site": o exemplo mais próximo seria a célebre personagem da série televisiva MacGyver.
É um traço da "cultura" portuguesa e terá sido a chave para o segredp da sua sobrevivência ao longo de séculos... “Enquanto a maioria dos norte-americanos terão crescido sob o lema dos escuteiros, 'sempre prontos', os portugueses fazem exactamente o contrário... Como eles gostam de dizer, est
ão-se "cagando" para os entrretanos, gostam é dos finalmentes...Em suma, há sempre uma solução de última hora para resolver um problema... Para quê estar a perder tempo com planos que saem furados?
Moral da história: O futuro ? Logo se vê... Viva a arte lusitana do desenrascanço!... Andamos a desenrascarmo-nos há mil anos!
29. E provérbios populares portugueses sobre os negros ? Há três ou quatro de que gosto muito: "Ainda que negros, gente somos e alma temos"; "Branco vem de Adão; e negro, não ?"; "Negro furtou, é ladrão; branco roubou, é barão"; "Os negros pintam os seus demónios de branco"... Recorde-se o cognome de Teixeira Pinto, "capitão diabo"...
Côté Méditerranéen oblige, les portugais sont effectivement assez bruns et leurs poils se voient davantage.