oferta, ao João Crisóstomo, da família do Eduardo Jorge Ferreira (1953-2019)... Em lembrança de um muito querido amigo comum que morte levou prematuramente, ao km 67 da sua picada da vida. Foto: LG |
Caros Luís Graça, Pinto Carvalho e demais amigos, incluindo o meu caro amigo Valdemar Queiroz cujo nome juntei, já que ao ler o seu comentário ao poema do Pinto Carvalho decidi logo responder.
Mas entretanto, aliás imediatamente, li o último blogue, P24085: In Memoriam (471): José António Paradela. Se achei o poema do Pinto Carvalho emocionante, verifico pelo pequeno comentário do Valdemar Queiroz que não fui o único a ficar “abalado".
Mas agora este “adeus" do António Paradela, ""(...) Querido Facebook, o destino levou-me para um local etéreo, onde descanso agora.
Como última paragem despeço-me de todos os meus amigos" (**), foi mesmo de arrasar.
Ainda recentemente, pela ocasião do Natal e Ano Novo eu tive ocasião de falar pelo telefone com vários amigos, alguns deles “camaradas da Guiné” e outros não. Mas se alguns, em comparação, eram ainda jovens, a idade da maior parte deles não estava muito longe da minha que já vou nos 79. E dizia-me um deles: "Oh João isto agora é assim… ninguém nos pergunta se somos voluntários ou não... estamos todos na fila da frente!"
E portanto não é de admirar que este tema de “fim da picada” seja tão pessoal para tantos de nós. É a vida: “corações ao alto”, como me ensinaram e aprendi a dizer em momentos de pouca motivação.
Mas para não causar depressões a ninguém, deixem-me contar uma experiência bem diferente que vivi ontem mesmo.
Telefonei a um amigo meu que fez 91 anos recentemente. É que ele vive sozinho, em Nova Iorque num 5.º andar, se me não engano, sem elevador. Eu vivo nos arredores, em Queens, a cerca de 40 minutos a uma hora.
Ainda recentemente, pela ocasião do Natal e Ano Novo eu tive ocasião de falar pelo telefone com vários amigos, alguns deles “camaradas da Guiné” e outros não. Mas se alguns, em comparação, eram ainda jovens, a idade da maior parte deles não estava muito longe da minha que já vou nos 79. E dizia-me um deles: "Oh João isto agora é assim… ninguém nos pergunta se somos voluntários ou não... estamos todos na fila da frente!"
E portanto não é de admirar que este tema de “fim da picada” seja tão pessoal para tantos de nós. É a vida: “corações ao alto”, como me ensinaram e aprendi a dizer em momentos de pouca motivação.
Mas para não causar depressões a ninguém, deixem-me contar uma experiência bem diferente que vivi ontem mesmo.
Telefonei a um amigo meu que fez 91 anos recentemente. É que ele vive sozinho, em Nova Iorque num 5.º andar, se me não engano, sem elevador. Eu vivo nos arredores, em Queens, a cerca de 40 minutos a uma hora.
Por mais que eu queira, não fico sossegado, sabendo-o sozinho e de vez em quando ligo-lhe , para lhe dizer que em qualquer momento me pode ligar e eu vou logo ter com ele se for preciso.
E ele sempre me tranquiliza que não é preciso: que "devagar lá vai fazendo as suas comprinhas" quando precisa e que de vez em quando tem uma pessoa ou outra que o vai visitar. E contou-me então que "ainda ontem esteve aqui o (?) — (não me lembro do nome) — ele é mais velho do que eu , mas não me esquece", disse ele.
Mas quando ele me disse que o amigo era mais velho do que ele, eu fiquei alarmado e quis saber mais. Disse-me então que esse indivíduo tem 98 anos e que o vem visitar de vez em quando e lhe "traz umas coisinhas" quando ele precisa. E perante o meu espanto ele esclareceu que esse seu amigo está em muita boa forma, que vai fazer os cem anos a brincar. Que até já tem bilhetes para o Brasil onde vai agora passar uns meses. Que volta em Maio, disse-me ele.
Bom , creio que não preciso de dizer mais. Caraças, andamos nós para aqui a pensar no fim da picada, quando esta pode estar ainda a vinte anos de nós…
Corações ao alto, meus caros.(***)
Um grande abraço do João
____________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 20 de fevereiro de 2023 > Guiné 61/74 - P24081: In Memoriam (470): António Torres e Arquimínio Silva, recentemente falecidos: pertenciam à CCAÇ 3398 / BCAÇ 3852 (Buba, 1971/73) (Joaquim Pinto Carvalho)
Bom , creio que não preciso de dizer mais. Caraças, andamos nós para aqui a pensar no fim da picada, quando esta pode estar ainda a vinte anos de nós…
Corações ao alto, meus caros.(***)
Um grande abraço do João
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 20 de fevereiro de 2023 > Guiné 61/74 - P24081: In Memoriam (470): António Torres e Arquimínio Silva, recentemente falecidos: pertenciam à CCAÇ 3398 / BCAÇ 3852 (Buba, 1971/73) (Joaquim Pinto Carvalho)
(**) Vd. poste de 21 de fevereirode 2023 > Guiné 61/74 - P24086: In Memoriam (471): José António Paradela (1937-2023), ilhavense, arquiteto, escritor, meu amigo do peito, meu mano: andou na pesca do bacalhau aos 16 anos, e fez o serviço militar na Marinha (Luís Graça)
(***) Último poste da série > 8 de fevereiro de 2023 > Guiné 61/74 - P24047: (In)citações (230): Nunca digas adeus, até sempre! (José Belo, Key West, Flórida)
(***) Último poste da série > 8 de fevereiro de 2023 > Guiné 61/74 - P24047: (In)citações (230): Nunca digas adeus, até sempre! (José Belo, Key West, Flórida)