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sábado, 2 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24908: As nossas geografias emocionais (18): Boma ou a fonte de Bafatá do meu tempo da Mocidade Portuguesa (em 1973) e depois de estudante liceal (1975) (Cherno Baldé, Bissau)



Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 2010> A antiga fonte de Bafatá. "(...) em 1968/69 estava num grau de conservação normal, quando fui lá em 2010 o terreno, por força das chuvas, tinha subido mais de um metro subterrando o tanque. Também em 2010 já tinha desaparecido a placa com a data da construção." (...)

Foto (e legenda): © Fernando Gouveia (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > "Fonte Pública de Bafatá, 1918". Na foto, o Manuel Mata, que vive no Crato,  ex-1º cabo apontador de Carros de Combate M 47 do Esq Rec Fox 2640. Esta belíssima fonte, na zona da "Mãe de Água", também conhecida na época colonial como "Sintra de Bafatá", é portanto do início do desenvolvimento urbano de Batafá, ainda no tempo da República. Ainda chegou aos tempos do Cherno Baldé, quando, depois da independência, ele foi para Bafatá estudar.

Foto (e legenda): © Manuel Mata (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné > Zona leste > Fajonquito > 10 de junho de 1971 >  "O meu irmão Carlos (2 anos mais velho, hoje Farmacêutico, formado pela Faculdade de Farmácia da Universidade Técnica de Lisboa), durante a alocução por ocasião do dia 10 de Junho de 1971, Dia de Portugal e de Camões, na escola primária de Fajonquito. Na imagem estão dois oficiais da companhia do cap Figueiredo (CART 2742), um dos quais, o alferes Félix encontrou a morte no mesmo dia que o seu capitão."

Foto (e legenda): © Cherno Baldé (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Comentário de Cherno Baldé ao poste P24805 (*):


Cherno Baldé, quadro superior
com formação em  economia e gestão,
vive e trabalha em Bissau;
colaborador permanente do nosso blogue:
 integra a Tabanca Grande
desde 19/6/2009; tem cerca de 290
referências no blogue.

Caros amigos,

A fonte (nascente) de Bafatá que conheci desde a minha primeira viagem a esta cidade na qualidade de "infante" da Mocidade Portuguesa ou mocidade "treco" (ou "tareco"), como nos apelidaram os colegas de Bafatá em 1973, praticamente serviu-nos de residência durante alguns dias, pois vindos do interior não conhecíamos ninguém na cidade, mas só durante o dia, porque à noite, por força do arvoredo, da escuridão e isolamento, o pequeno vale se transfigurava num local sinistro de que poucos se atreviam a atravessar. 

As pessoas que vinham ou saíam do Hospital para o Bairro de Ponte-Nova seguiam pelo trajecto que levava ao quartel da cavalaria (?), passando à frente da sua porta d'armas, antes de descer para o Bairro junto da entrada do Cemitério local.

Um ano depois, em 1975, já na qualidade de estudante do primeiro ciclo, voltaria a serviu-nos de local aprazível para estudos e passatempo, sempre no período diurno, pois ainda prevalecia o medo do local e durante a noite predominava a escuridão e o silêncio, nesse período, entre a malta jovem já era mais conhecido por Boma.

Em alguma parte das minhas memórias, falando da guerra de Bissau (junho de 1998-maio de 1999) nossa fuga de Bissau para Fajonquito, faço referência a minha passagem por Bafatá e ao Boma (fonte Bafatá) nosso local predilecto de estudos e brincadeiras.

Um abraço amigo,
Cherno Baldé (Bissau) (**)

(Seleção, revisão e fixação de texto, negritos: LG)
__________

Notas do editor:

(*) V.d poste de 29 de outubro de  2023 > Guiné 61/74 - P24805: As nossas geografias emocionais (12): A fonte pública de Bafatá, construída em 1918, na zona conhecida como a "Mãe de Água" ou "Sintra de Bafatá", local aprazível e romântico onde chegou a haver almoços dançantes ao tempo do Esq Rec Fox 2640 (1969/71)

(**) Último poste da série > 25 de novembro e 2023 > Guiné 6mbro de 1/74 - P24885: As nossas geografias emocionais (17): Empada: a Fonte Frondosa (1946): uma foto tirada à minha mulher, no dia 25 de dezembro de 1969, dia de Natal (Eduardo Moutinho Santos, ex-cap mil grad, cmdt, CCAÇ 2381, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70)

sábado, 25 de novembro de 2023

Guiné 61/74 - P24885: As nossas geografias emocionais (17): Empada: a Fonte Frondosa (1946): uma foto tirada à minha mulher, no dia 25 de dezembro de 1969, dia de Natal (Eduardo Moutinho Santos, ex-cap mil grad, cmdt, CCAÇ 2381, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70)



Guiné-Bissau > Região de Quínara > Empada > 2011 > > A esposa do Eduardo Moutinho Santos, na Fonte Frondosa...que vem do tempo do governador-geral Sarmento Rodrigues... Vísivel no painel de azulejos a data: 1946. E pela foto vê-se que na época (1969). E sabemos que continuava a matar a sede aos viajantes em 2011 quando  Eduardo Moutinho e o Zé Teixeira a revisitaram em 2011, 65 anos depois da sua construção. 

Foto (e legenda): © Eduardo Moutinho Santos (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do Eduardo Moutinho Santos, ex-alf mil,  CCAÇ 2366 (Jolmete e Quinhamel), e ex-cap mil graduado,  cmdt CCAÇ 2381 (Buba, Quebo, Mampatá e Empada) (1968/70); tem 26 referências no nosso blogue; juntamente com o Zé Teixeira, é o régulo da Tabanca de Matosinhos; profissionalmete é  advogado:

Data - 24 nov 2023, 18:54
Assunto - Fonte Frondosa, Empada

Luís Graça.

Que estejas bem.

Também tenho no meu Álbum de Guerra uma foto da Fonte Frondosa de Empada, ali tirada à minha mulher no dia 25 da Dezembro de 1969 - Dia de Natal. 

A Fonte tem a minha idade!!!

Aqui vai, caso queiras postá-la no Blogue.

Abraço

Eduardo Moutinho 
moutinhosantos-2044p@adv.oa.pt
____________

Nota do editor:

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Guiné 61/74 - P24879: As nossas geografias emocionais (16): Empada: a Fonte Frondosa (1946), revisitada em 2011... e os amigos que lá deixámos, eu e o Eduardo Moutinho Santos (José Teixeira)



Foto nº 1A > Guiné-Bissau > Região de Quínara > Empada > 2011 > O Eduardo Moutinho Santos e o Zé Teixeira na Fonte Frondosa, inaugurada em 1946... Sessenta e cinco anos depois ainda funcionava e a lápide em azulejo ainda lá estava.


Foto nº 1 > Guiné-Bissau > Região de Quínara > Empada > 2011 > A visita obrigatória do Eduardo Moustinho Santos e o Zé Teixeira à Fonte Frondosa,


Foto nº 2 > Guiné-Bissau > Região de Quínara > Empada > 2011 > Outra perspetiva da bela fonte de Empada.


Foto nº 3 > Guiné-Bissau > Região de Quínara > Empada > 2011 > A janta à Fula, para alegria dos mais jovens e prazer dos mais velhos.


Foto nº 4 > Guiné-Bissau > Região de Quínara > Empada > 2011 > Moutinho Santos e o Braiama a saborear um bom momento de reencontro passados 41 anos.


Foto nº 5 > Guiné-Bissau > Região de Quínara > Empada > 2011 > O último abraço do Braiama (já faleceu).


Foto nº 6 > Guiné-Bissau > Região de Quínara > Empada > 2011 > A alegria estampada no rosto que a câmara do meu filho colheu.


Foto nº 7 > Guiné-Bissau > Região de Quínara > Empada > 2005> O Kebá vestido de cor rosa, o Braima e o Xico Allen (1950-2022)

Fotos (e legendas): © José Teixeira (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Mensagem do José Teixeira (ex-1.º Cabo Aux Enfermeiro da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70; tem mais de 400 referências no blogue; régulo, juntamente com o Eduardo Moutinho Santos, da Tabanca de Matosinhos): 

Data - segunda, 30/10/2023, 12:07

Assunto - Fonte Frondosa

Luís e Carlos.
Bom dia.

A propósito das Fontes espalhadas pela Guiné (*), junto um artigo, para publicar se entender que vale a pena.

Fraterno abraço do Zé Teixeira



Fonte Frondosa, em Empada

por Zé Teixeira


Era o local onde se tentava “matar” todas as sedes.

Era a fonte mais linda de todas as fontes. Á água era fresca, límpida, inodora e não contava que trouxesse coliformes fecais ou outros que tais, mas se trouxesse a sede era tão grande que matava toda a bicharada.

Estava situada, num baixio, um pouco atrás da casa do Chefe de Posto, o tal que foi corrido (só não foi a tiro, porque apareceu o capitão), mas esteve quase. Ousara dar ordem de prisão a um pobre sofredor, o Kebá, que vira duas das suas mulheres e seus filhos serem apanhados pelo IN.

o Kebá  Uns tempos mais tarde, encheu-se de coragem e foi ao interior da mata tentar recuperá-los e estes negaram-se a regressar a Empada, voltando ele de mãos a abanar. Era muito estimado dentro do quartel, como auxiliar de enfermeiro e tradutor, mas recusava-se a vestir uma farda e combater, e nós compreendíamos as razões.

Pois o Kebá não tinha dinheiro para pagar o imposto de palhota, ou do pé descalço, como também se chamava, e foi detido. Como castigo tinha de ir buscar todos os dias vários barris de água à fonte Frondosa para uso na casa do Chefe de Posto e regar o seu frondoso jardim.

Quando os militares descobriram a situação em que se encontrava o Kebá, alguns, entre os quais, este que vos está a relatar a situação, pegaram na G3 e cercaram a casa do homem. Valeu-lhe o Eduardo Moutinho Santos, então a comandar a cmpanhia,  que, alertado, apareceu e acalmou as hostes, mas o Chefe de Posto seguiu no dia seguinte sob prisão para Bissau, por ordem do Governador Spínola, e Empada só ganhou, pois, o capitão foi nomeado Chefe de Posto e as mudanças para melhor bem-estar da população, começaram a notar-se.

Mas voltemos à Fonte Frondosa. Manhã cedo, as bajudas, recolhiam as roupas dos militares e dirigiam-se para a fonte, o tal lugar sagrado para “matar” todas as sedes. Os nossos rapazes, sentavam-se no alto da pequena colina com todos os sentidos em alerta máximo. As bajudas desvencilhavam-se das roupas que as impediam de se meterem na água, deixando o “deusificado” corpo à vista, para mergulharem as camisas, as cuecas, as calças, etc. e as baterem bem batidas nas rochas circundantes e assim tentarem lavar as nossas roupas tão carregadas de suor e outros detritos acumulados pelo uso. Apenas uma pequena tarja lhe cobria as partes púdicas. 

Entretinham-se numa “algarviada” que os mirones não entendiam, mas sentiam ser de gozo, pela aproximação e desejos libidinosos bem expressos nos olhares, posicionamento do corpo, e expressões verbais. Os olhos eram o espelho do estado de espírito e brilhavam ao apreciar o fruto proibido imanado daqueles jovens corpos de tez escura, bem torneados e de beleza infinita, e sonhavam… se sonhavam! Alguns ousavam aproximar-se para tentar um toque de magia, um apalpão, mas recebiam um sonoro “nega”, “nega memo” e eram afastados ao empurrão, para gáudio dos camaradas.

A água para o quartel era retirada da Fonte Frondosa e, eu mesmo, e tantos outros, antes de sairmos para o mato, sempre que havia tempo, íamos lá encher o cantil de água bem fresquinha. Para matar a sede, quantas vezes, me debrucei sobre a bica para aparar a água na concha da mão e a saborear com deleite!

Passados quarenta e um anos (2011), eu, os meus dois filhos e o Capitão voltamos à procura da água da Fonte Frondosa para matar a sede, reviver e recontar aos vindouros as nossas histórias, e que belas histórias!

Os tempo de guerra também tem bons momentos de bem-estar e alegria que são (ou devem ser) recordados com saudade e alegria.

Já não encontramos o Kebá, tinha falecido em 2007, mas ainda conseguimos dar um abraço ao Braima, com cerca de 90 anos. Era o último dos combatentes locais, e enfermeiro, do tempo da CCaç 2381 (1968/70).

José Teixeira (**)

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quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Guiné 61/74 - P24811: Facebook...ando (44): Bafatá no dia 22 de agosto de 1974: a fonte pública de 1918 e a mesquita, de 1968, duas obras da arquitetura colonial (Amilcar Ventura, ex-fur mil mec auto, 1ª CCAV / BCAV 8323, Pirada, Bajocunda, Copá, 1973/74)

Foto Foto nº 1


Foto nº 2

Guiné > Região de  Bafatá > Bafatá > 22 de agosto de 1974 > Fonte pública de 1918, e mesquita.

Fotos (e legendas): © Amílcar Ventura (2023). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné


1. Duas belas recordações de Bafatá, relativas à  presença histórica portugesa: 

(i) de um lado a fonte pública construída em 1918, ao tempo da I República,  no sítio da "Mãe de Água" ou "Sintra de Bafatá" (mais conhecido por "Boma", pelos guineenses da geração do Cherno Baldé, que estudou no liceu de Bafatá, a seguir à independência); 

(ii) do outro, a mesquita, inaugurada em abril de 1968, aquando da isita, à "princesa do Geba", do governador geral da Guiné, gen Arnaldo Schulz.

As duas fotos forma tiradas pelo Amílcar Ventura (ou pertencem ao seu álbum).

Comentários e legendas:

Foto nº 1:  "22 Agosto de 74, no  regresso a Bissau da minha Companhia que estava em Bajocunda, com passagem por Bafatá. Foto tirada no Fontanário de Bafatá. São os Furriéis da Companhia."

Foto nº 2: "No mesmo dia, mesquita de Bafatá" (percebe-se pelas poças de água, que estamos na época das chuvas)

O Amílcar Ventura foi fur mil mec auto, 1ª CCAV / BCAV 8323 (Pirada, Bajocunda, Copá, 1973/74); é natural de (e residente em) Silves; membro da nossa Tabanca Grande desde 9 de maio de 2009; publicou as fotos acima na nossa  na página do Facebook da Tabanca Grande Luís Graça, no passado dia 30 de 0utubro de 2023.


2. Sobre a mesquita de Bafatá, sugerimos o visionamento da reportagem da RTP sobre a visita do Governador Geral, gen Arnaldo Schulz, a Bafatá, num dos seus últimos atos públicos (abril de 1968). Apesar do vídeo não ter som, as suas imagens falam por si. Leia-se primeiro o resumo analítico disponível aqui, em RTP Arquivos. O vídeo tem a duração de 05' 34''. E passou no noticiário nacional da RTP de abril de 1968.

  • Aeródromo: esposa do Governador Geral cumprimenta individualidade militar, multidão nativa caminha na pista, guarda de honra da Mocidade Portuguesa, Arnaldo Schultz caminha no recinto;
  • caravana automóvel na estrada e a entrar em Bafatá
  • esposa do Governador Geral descerra lápide do Bairro Social Arnaldo Schultz, a construir; placa; Arnaldo Schultz, individualidades e populares assistem;
  • missa na igreja paroquial: Arnaldo Schultz dirige-se para o edifício e assiste à celebração, fiéis, crianças nativas e esposa do Governador assistem, celebração;
  • inauguração de instalação industrial: bênção, Arnaldo Schultz acciona manivela; comitiva na estrada.
(Resumo analítico: Revisão / fixação de texto / negritos: LG)
 
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Nota do editor:

terça-feira, 31 de outubro de 2023

Guiné 61/74 - P24809: As nossas geografias emocionais (14): Na fonte de Bafatá, nos anos 60, os almoços dançantes eram promovidos pela esposa do CMDT do Esq Rec Cav (Fernando Gouveia)


Fonte de Bafatá, 2010. Foto: © Fernando Gouveia

1. Mensagem do nosso camarada Fernando Gouveia, ex-Alf Mil Rec Inf do Cmd Agr 2957, Bafatá, 1968/70, com data de 29 de Outubro de 2022:

Olá Carlos,
Espero que esteja tudo bem convosco.
Sobre a fonte de Bafata, num comentário, já esclareci algumas coisas. Para completar o assunto mando-te uma foto de 2010 que seria bom ser publicada.
Desde já te agradeço.

Um grande abraço.
Fernando

2. Comentário de Fernando Gouveia no P24805:

Camaradas,
Passo a esclarecer:

1 - Os ditos "almoços dançantes" eram promovidos pela esposa do Capitão do Esq. de Cav, Capitão Campos[1] do Esq. que esteve antes do que é mencionado, penso que de 1967 a 1969.
2 - Quanto à fonte, que em 1968/69 estava num grau de conservação normal, quando fui lá em 2010 o terreno, por força das chuvas, tinha subido mais de um metro subterrando o tanque.
Também em 2010 já tinha desaparecido a placa com a data da construção.
3 - Tenho uma foto da fonte que tirei em 2010 e que vou fazer chegar ao Carlos Vinhal para publicação.

Abraços.
Fernando Gouveia

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Notas do editor:

[1] - O camarada Fernando Gouveia estará a refereir-se ao Cap Cav Carlos Fernando Valente de Ascenção Campos, CMDT do ERec 2350 que esteve em Bafatá e Piche entre Janeiro de 1968 e Novembro de 1969

Último poste da série de 30 de Outubro de 2023 > Guiné 61/74 - P24806: As nossas geografias emocionais (13): A fonte da Colina de Madina, 1945 (Manuel Coelho / Cherno Baldé / António Murta)

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Guiné 61/74 - P24806: As nossas geografias emocionais (13): A fonte da Colina de Madina, 1945 (Manuel Coelho / Cherno Baldé / António Murta)

Foto nº 1


Foto nº 2


Foto nº 3


Foto nº 4

Guiné > Região de Gabu > Madina do Boé > CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, "Os Tufas" (Bissau, Fá Mandinga, Nova Lamego, Beli e Madina do Boé, 1966-68) > 1967 > A "Fonte da Colina de Madina", construída em 1945, ao tempo do governador Sarmento Rodrigues. Fotos do álbum do Manuel Coelho, um dos nossos grandes fotógrafos.



Manuel Coelho, um dos bravos
 de Madina do Boé (1966/68)


1. Quatro  grandes fotos do Manuel Coelho (fotos nºs 1, 2, 3 e 4), um dos bravos de Madina do Boé, ex-fur mil trms, da CCAÇ 1580 (1966/68) (natural de Reguengos de Monsaraz, vive em Paço d'Arcos, Oeiras; tem 45 referências no nosso blogue, ingressou na Tabanca Grande em 12 de julho de 2011).


(i) Excerto de mensagem do Manuel Coelho,  com data de 23 de julho de 2018 às 19h45 (*):

(...) Parabéns pelo esforço (conseguido) de mostrar uma região tão importante para nós como para o PAIGC. Quem sobreviveu aqui a este conflito não esquece, fica marcado no nosso pensamento e, mesmo após 50 anos. ainda dói!

Quem dera ter a veia poética do Luís ou de outros camaradas para explicar em verso o calvário de meses de isolamento, com falta de reabastecimento, ataques diários, etc...

Para comparar envio mais algumas fotos [inéditas,] do meu álbum, começando pela da célebre "Fonte da Colina de Madina" [que ainda lá estava em 1998]...

Em relação a esta fonte, ela servia não só para fornecer os bidões para banho como para as lavadeiras fazerem o seu trabalho. Para beber tinha de se ferver ou desinfectar devidamente. (...)



Guiné-Bissau> Região de  Gabu > Boé > Madina do Boé > 1998 > A famosa fonte da Colina de Madina, com ornamentação de azulejo português, pintado à mão, de 1945. Parece(ia) haver vestígios de impacto de balas de armas automáticas (?), ou então os azulejos foram picados ou ainda (outra hipótese) estão deteriorados por ação do uso e das intempéries.


Guiné-Bissau> Região de Ganu > Boé > Madina do Boé > 1998 > A famosa fonte da Colina de Madina é um sítio onde se concentra(va) alguma população civil da escassa que há (havia)  nesta região semidesértica, e a única da Guiné que é acidentada (com cotas que sejam quase aos 300 metros). Fotos do álbum do nosso querido amigo e camarada  Xico Allen (1950-2022), que aqui esteve em 1998. As fotos chegaram-nos às mãos em 2006, por intermédio do Albano Costa (**).

Fotos (e legendas): © Francisco Allen / Albano M. Costa (2006). Todos os direitos reservados [Edição e çegendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


2. Dois comentários de:  (i)  nosso colabor permanente Cherno Baldé, que vive em Bissau, e tem 285 referências no nosso blogue;  e (ii)  António Murta, ex-alf mil inf MA, 2ª CCAÇ/BCAÇ 4513 (Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74), autor da notável série "Caderno de Memórias de A. Murta"; membro da Tabanca Grande desde 12/11/2014, tem mais de 100 referências no nosso blogue; vive na Figueira da Foz.

2.1. Cherno Baldé:

(...) Falando sobre as fontes ou nascentes de água em locais estrategicamente situadas junto de pequenas elevações de terreno, como tenho visto um pouco por todo o território, no Norte, Sul, Este e Oeste, fico sempre maravilhado com a  vista e na presenca deste apurado conhecimento do terreno e da noção do que pode ser um desenvolvimento durável e autossustentado stricto sensu

O que mostra, claramente, que os "colonialistas" que nos governaram nos anos 30 e 40 (aqui certamente no tempo de Sarmento Rodrigues), tinham uma visão de longo prazo e uma noção clara sobre o que era o desenvolvimento autossustentado, centrado nos recursos e bens disponíveis localmente e na sua utilização racional e equilibrada a bem da comunidade.

O Manuel Coelho diz que a água precisava ser fervida antes do seu consumo, mas a verdade é que ela é servida assim mesmo e muitas vezes é do melhor que ha (Iagu Sabi) e, pessoalmente, já a bebi muitas vezes, diretamente da fonte, em Bafatá, Quinhamel, Canchungo e, comparada com a água das nossas bolanhas do leste, era uma maravilha d'água e ainda hoje é. (**)

(...) É o que tenho estado a dizer aos mais novos, sempre que vejo esses maravilhosos locais com as suas fontes quase centenárias, mas que ainda continuam vivas e a jorrar água limpa e da melhor que há disponivel ao beneficio das populações locais e com nomes proprios que as populações lhes deram.

Encontrei-as em Bafatá (Boma), Bissau, Quinhamel (Hoilan), Canchungo, Catiá, Bambadinca, Madina de Boé e sei que existem e estão espalhadas por todo o território nacional.

Já não podemos dizer o mesmo dos furos e bombas manuais que os novos projectos de desenvolvimento, fruto da coooperação e das ajudas internacionais,  espalharam nas zonas rurais em anos recentes, mas que normalmente duram pouco, nãp sabendo ao certo se não teriam, também, um aplicativo de obsolescência programada, como se diz atualmente sobre todos os produtos do capitalismo moderno que nos calhou em escala. (...) | 25 de julho de 2018 às 13:27


2.2. António Murta:

As fotografias 3 e 4 da Fonte da Colina de Madina, que parece ser já um memorial, são muito bonitas e tecnicamente quase perfeitas: pelo enquadramento, pela gama de cinzentos, pela textura, e pelos reflexos que nos dão a sensação de vida daqueles instantes. 

Sei que não é isso que está em discussão e desculpem o arrazoado, mas é porque fiquei que tempos a olhar para elas. Não desmereciam o ilustre Ansel Adams (1902-1984), um especialista do preto e branco, sem contudo carregarem a rigidez técnica obsessiva que tiravam sensibilidade às fotografias dele. 

Parabéns ao Manuel Coelho.(...) | .26 de julho de 2018 às 00:56 
____________

Notas do editor:

(**) Vd. poste de 10 de julho de 2013 > Guiné 63/74 - P11822: Álbum fotográfico do Xico Allen: região do Boé, 1998: trágicos vestígios 'arqueológicos' da guerra colonial, entretanto já destruídos ou desaparecidos...

domingo, 29 de outubro de 2023

Guiné 61/74 - P24805: As nossas geografias emocionais (12): A fonte pública de Bafatá, construída em 1918, na zona conhecida como a "Mãe de Água" ou "Sintra de Bafatá", local aprazível e romântico onde chegou a haver almoços dançantes ao tempo do Esq Rec Fox 2640 (1969/71)

Foto nº 1 > Guiné > Região de Bafatá > Bafatá : A zona da "Mãe de Água" ou "Sintra de Bafatá" > c. 1969/70 > Um piquenique


Foto nº 2 > Guiné > Região de Bafatá > Bafatá : A zona da "Mãe deÁgua" ou "Sintra de Bafatá" > c. 1968/70 > Na foto, o Fernando Gouveia [ex-alf mil rec inf, Cmd Agr 2957, Bafatá, 1968/70; autor do romance Na Kontra Ka Kontra, Porto, edição de autor, 2011; arquiteto, transmomntano, residente no Porto]

Fotos (e legendas): © Fernando Gouveia (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legednagem complementar: Blogue Luís Graça & Caamaradas da Guiné]



Fotos nº 3 e 4A : Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > "Fonte Pública de Bafatá, 1918" (e não 1948, como por lapso indicámos no poste P24803). Na foto, o Manuel Mata, ex-1º cabo apontador de Carros de Combate M 47 do Esq Rec Fox 2640.



Fotos nºs 4 e 4A : Guiné > Região de Bafatá > Bafatá > 1959 > "A fonte pública de Bafatá, 1918"  (e não 1948, como por lapso legendámos inicialmente no poste P24803 (*),

Esta belíssima fonte (Fotos nºs 3 e 4) , na zona da "Mãe de Água",  também conhecida na época colonial como "Sintra de Bafatá", é portanto do início do desenvolvimento urbano de Batafá, ainda no tempo da República. 

Segundo a entrada na Wikipedia, em "1906, o território guineense foi dividido num concelho (Bolama) e seis residências: Bissau, Cacheu, Farim, Geba, Cacine e Buba. (...) Cacheu continuava como capital do distrito de Cacheu, porém perdeu mais da metade de suas terras para a formação dos distritos de Farim (actual Oio) e Geba (actual Bafatá). Geba torna-se capital do distrito de mesmo nome.

"Em 4 de agosto de 1913 'Bafatá'  (primeiro registro com este nome) recebe o título de vila." (...). Foi elevada a cidade 67 anos depois  (em cerimónia que decorreu a 12 e 13 de março de 1970, com a presença do Ministro do Ultramar) (**), segundo o Manuel Mata.
  
Outro guia e especialista de Bafatá dos anos1968/70, o arquiteto Fernando Gouveia, que lá viveu em como alferes miliciano, com a sua esposa,  Regina, descreve esta zona num dos seus postes do roteiro de Bafatá (***), como  sendo a "Mãe d'Água" ou a "Sintra de Bafatá", local aprazível e romântico onde havia umas mesas para piqueniques e que, de vez em quando, "a esposa do comandante do Esquadrão organizava uns almoços dançantes em que eram convidados, além dos alferes, e alguns furriéis, "todas as meninas casadoiras de Bafatá, libanesas e não só"... 

 O Fernando Gouveia não quis identificar o Esquadrão, mas o último do seu tempo, foi o Esq Rec Fox 2640, Bafatá, 1969/71, cujo comandante era o cap cav Fernando da Costa Monteiro Vouga; reformou-se como coronel, e é autor de diversos livros sob o nome de Costa Monteiro.
 
A foto nº 4 foi-nos disponibilizada pelo nosso camarada Leopoldo Correia (ex-fur mil da CART 564, Nhacra, Quinhamel, Binar, Teixeira Pinto, Encheia e Mansoa, 1963/65); esta e outras fotos otos de Bafatá, de 1959, foram tiradas por um familiar do nosso camarada. "ligado ao comércio local (Casa Marques Silva), casado com uma senhora libanesa, filha do senhor Faraha Heneni".
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(***) Vd. poste de 12 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12434: Roteiro de Bafatá, a doce, tranquila e bela princesa do Geba (Fernando Gouveia) (10): A Mãe d'Água ou a 'Sintra de Bafatá', local aprazível e romântico onde se realizavam almoços dançantes para os quais se convidavam os senhores alferes, alguns furriéis e as moças casadoiras

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Guiné 61/74 - P24798: As nossas geografias emocionais (10): O fontenário de Bambadinca de 1948, de que quase ninguém... já se lembra(va)!


Foto nº 1 > Guiné >  Zona leste :- Região de Bafatá > Bambadinca > O fontenário, de 1948 (melhoramento do tempo do governador Sarmento Rodrigues, tal como outros espalhados pelo interior da Guine) , em foto de 1964... Enviada pelo nosso camarada Libério Lopes, que foi 2º sarg mil inf da CCAÇ 526 (Bambadinca e Xime, 1963/65), portanto um dos nossos veteranos, natural de Penamacor,  aqui na foto sentado ao lado de uma linda bajuda bambadinquense. 

Foto (e legenda): ©t Libério Lopes (2012). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Fotos nºs 2 e 3 : Guiné >  Zona leste :- Região de Bafatá > Sctor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > O fur mil amanuense, com a especialidade de contabilidade e pagadoria, José Carlos Lopes no cimo da famoso fontenário de Bambadinca... 

Poucos fotógrafos deram contam  deste equipamento (que hoje pode ser considerado um onumento, de resto parece-nos tem traço de arquiteto, talvez do GAC - Gabinete de Arquitectura Colonial). E, no entanto, milhares e milhares de homens em armas passaram ao seu lado... É uma construção dos anos 40 (conforme inscrição, visível na foto: 1948).  O Zé Carlos Lopes, pelas suas funções,  tinha que dar fé desta construção, uma vez que deslocava-se com frequència ao porto fluvial e ao destacamento da intendência, na margem esquerda do rio Geba Estreito

Fotos: © José Carlos Lopes  (2012). Todos os direitos reservadosodos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

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Foto nº 4 > Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bambadinca > 1996 >  Fonte de Bambadinca. Quando o Humberto Reis, meu camatrada da CCAL 12,  voltou à Guiné, em viagem de negócios e de saudade, passou por Bambadinca e tirou esta chapa. A fonte ainda estava lá, e - o mais importante - funcionava!... E continuou a lá estar, até hoje (vd. foto nº 5).

Fotos: © Humbertoo Reis  (2005). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Foto nº 5 >  Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bambadinca > Meados de 2023 > O fontenário, que ainda hoje continua a funcionar. Fotogramas do vídeo de Paulo Cacela (2923) : "Dentro da Maior Tabanca da Guiné-Bissau". 

(Editado e reproduzido com a devida vénia...)

Foto © Paulo Cacela (2023). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

Fotos nºs 6, 7 e 8 >  Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CCS/BCAÇ 2852 (1968/70) > A zona ribeirinha de Bambadinca, na margem esquerda do Rio Geba (Estreito), alagada no tempo das chuvas... Foto provavelmente de meados de 1968 ou 1969... Em meados de 1970, no tempo da CCS/BART 2917 (1970/72), já havia um novo troço de estrada ligando por fora (isto é, contornado o planalto onde se situava o aquartelamento e o posto administrativo de Bambadinca) a estrada do Xime com a de Bafatá. (Vd. foto nº 13).

Nestas 3 fotos aparece um dos ícones de Bambadinca, o fontenario, raramente fotografado por quem lá esteve ou por lá passou... Eu próprio, que lá estive, na CCAÇ 12 (1969/71) também já não me lembrava do fontenário. Outros camaradas que passaram por lá (iam a tasca do Zé Maria ou ao porto) ambém já confessaram que se nao se lembravan: o nosso saudoso Torcato Mendonça, o Paulo Santiago (que foi 
aqui formador de milícias), etc. ( O Paulo Santiago escreveu: "Não esperava esta!!! Seis meses em Bambadinca, muitas sortidas ao Zé Maria, e nunca vi a fonte...estaria camuflada??? | 15 de dezembro de 2012 às 23:55 ).

Fotos © José Carlos Lopes (2012). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

 

Foto nº 9 > Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > c- 1968/70 >  A tabanca, vista do alto do depósito de água do quartel... Do lado norte / nordeste: tabanca, estrada para o rio Geba Estreito e picada de Finete/Missirá, acesso, à direita,  à estrada (alcatroada) Bambadinca-Bafatá.  Assianalado a vermelho o fontenário, que ficava numa cota mais baixa. Foto do álbum do Jaime Machado,  cmdt do Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70)


Foto nº 10 > Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > c. 1968/70 > Em primeiro plano, o depósito de água que abastecia o quartel e as nstalações civis (o posto administrativo, a casa do chefe de posto, a escola, a casa da professora, a capela, a missão católica, etc.)... A tabanca beneficiava do fontenário público, assinalado a amarelo...

Fotos (e legendas): © Jaime Machado (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Foto nº 11 > Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > 1970 > Vista (parcial) da tabanca de Bambadinca, com o Rio Geba ao fundo. Em primeiro plano, contígua ao arame farpado, a casa e o estabelecimento comercial do Rodrigo  Rendeiro, um dos poucos colonos portugueses que conhecemos na Guiné, em 1969/71, natural da Murtosa. Assinalado a vermelho, o fontenário. Se não erramos, ficava junto ao mercado local.


Foto nº 12 > Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > 1970 > O fontenário visto de mais perto.


Foto nº 13 > Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > 1970 > CCAÇ 12 (1969/71) > Vista aérea da tabanca de Bambadinca, tirada no sentido sul-norte. Em primeiro plano, a saída (lado leste) do aquartelamento, ligando à estrada (alcatroada) Bambadinca-Bafatá. Este troço que ladeava o "morro" (ou promontório) de  Bambadinca, fazia a ligação com a estrada, em construção, Bambadinca-Xime (que será posteriormente asfaltada, em 1971/72). Ao fundo, o Rio Geba Estreito. São visíveis as instalações do Pelotão de Intendência, junto ao importante porto fluvial de Bambadinca. O fontenário de aqui falamos, construído em 1948, está sinalizado com um círculo a vermelho.


Foto nº 14 > Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > CCAÇ 12 (1969/71) > 1970 > Entrada principal, pelo lado leste (sentido Bafatá), do aquartelamento. A famosa (e perigosa)  rampa . O fontenário está sinalizado com um círculo a vermelho, ficava a uns 100 metros da casa e estabelecimento comercial do Rendeiro (não vísivel, à esquerda).

 Fotos © Humberto Reis (2006). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
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Nota do editor:

Último poste da série > 26 de outubro de 2023 > Guiné 61/74 - P24794: As nossas geografias emocionais (9): Imagens recentes de Bambadinca e Nhabijões (fotogramas do viajante e criador de vídeos Paulo Cacela, Cabo Verde)

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Guiné 61/74 - P24602: Por onde andam os nossos fotógrafos ? (7): ex-alf mil cav Jaime Machado, cmdt Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70) - Parte III: as pequenas inundações de setembro de 1969, na baixa ribeirinha de Bambadinca

 


Foto nº 1A


Foto  nº 1


Foto nº 2A



Foto nº 2



Foto nº 2B



Fito nº 3A



Foto nº 3B



Foto nº 3


Foto nº 4A


Foto nº 4B


Foto nº 4C





Foto nº 4
 

Fotos (e legendas): © Jaime Machado (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Jaime Machado
1. Continuação da publicação de uma seleção (*) das melhoras fotos do álbum do nosso camarada e amigo Jaime Machado, ex-alf mil cav, cmdt Pel Rec Daimler 2046 (Bambadinca, 1968/70), que vive em Senhora da Hora, Matosinhos (*):

Recorde-se que esta subunidade de cavalaria esteve ao serviço do comando do BART 1904 (Bambadinca, maio /setembro 68) e depois do BCAÇ 2852 (Bambadinca, outubro 68/fevereiro 70).

 Os "14 furões" váo  terminar a sua comissão em fevereiro de 1970,  três meses antes do BCAÇ 2852, tendo sido rendidos pelo Pel Rec Daimler 2206, comandado pelo nosso camarada e velho amigo J. L. Vacas de Carvalho. O BCAÇ 2852 por sua vez será rendido pelo BART 2917 (1970/72).

Publicaram-se 17 postes com o álbum fotográfico do Jaime Machafo (que tem 150 "slides" do tempo da Guiné (**).

2, A ordem de publicação das fotos não é a da sequência cronológica, mas sim a dos conteúdo temático, São imagens (de "slides" digitalizados) que nos chegaram, sem legenda... Estas imagens que (re) publicamos hoje, com legendas reformuladas,  são da época das chuvas, tendo  sido todas tiradas em setembro de 1969, segundo esclarecimento adicional do autor (em 2/10/2015). 

Recorde-se que a época das chuvas, na Guiné, vai meados de maio a meados de novembro, sendo os meses de maior precipitação julho, agosto e setembro. (Na época seca, os meses mais frescos são o dezembro e o janeiro.)

Vemos uma coluna auto a chegar a Bambadinca, vinda de Bafatá (foto nº 1). Na escolta vem uma autometrelhadora Daimler, de matrícula ME-01~37 (Fotos nºs 1, 1A, 2 e 2A).  Nas fotos nºs  1 e 1A está meia enconberta por uma viatura civil, O Jaime Machado está  de costas nas fotos nºs 2 e 2A com boina castanha e sentado na Daimler.

A coluna estava atravessar a baixa ribeirinha de Bambadinca (que, em mandinga, quer dizer "a cova do lagarto") (fotos nºs 1, 2, 3 e 4) , A viatura civil encostu à esquerda (no sentido ascendente(Fotos nº 4 e 4A). Era de um comerciante local, que não conseguimos identificar. Os dois mais conhecidos, na época,  era: (i)  o  Zé Maria cuja loja e bar ficavam à esquerda na direcção do quartel mais ou menos a meio da reta; e  (ii) o Rodrigo Rendeiro que ficava à direita entre a fonte e a rampa de acesso ao quartel,.

Nalgumas fotos é visível um dos ícones de Bambadinca, a fonte, cuja contrução era de 1948. (Foto nº 4B e 4C)

 No tempo das chuvas, recordo-me que era habitual haver pequenas inundações na zona fluvial de Bambadinca. O rio Geba Estreito transbordava. 

Por outro lado, as instalaçóes militares (o quartel) e civis (o posto administrativo, incluindo a escola, a capela, etc,) (cujo acesso se fazia pela tal rampa bastante íngreme, visível na fotos nº 2 e 2b) ficavam num pequeno morro ou planalto, rodeado de bolanhas... 

Na época das chuvas, era mais fácil a acumulação de água nas zonas baixas, e nomeadamente na margem esquerda do rio (porto fluvial e destacamento da intendència). Havia sempre pequenas inundações na zona ribeirinha, afetando algumas moranças e casas de comércio. No entanto, não impedia o trânsito de viaturas.

A chegada das chuvas (dantes, talvez fosse um pouco mais cedo do que hoje,  por volta de meados de maio) era sempre uma festa para pequenos e graúdos. Ia até meados de novembro.  Aumentava também, nesta época, o risco de paludismo, devido à água estagnada.