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sábado, 13 de agosto de 2022

Guiné 61/74 - P23522: O nosso querido mês de agosto, pós-pandémico: o que é ser português, hoje? (3): Nos Camarões não há... camarões (Alberto Branquinho) / E já cá chegaram os meus netos, filho e nora para passar férias vindos dos Países Baixos (Valdemar Queiroz)





Cadaval > Vilar > Vila Nova > Serra de Montejunto > 20 de agosto de 2015 > Moinho de vento, de tipo mediterrânico, usado para moer cereais:  O "Moinho de Aviz", dizem, é o mais alto (e talvez o maior) da península ibérica... E "canta" graças ao seu sistema de cabaças de barra...É do nosso amigo Miguel Luís Evaristo Nobre (Vilar, Cadaval) que, em vez de comprar um apartamento em Lisboa, construiu  um moínho de raíz, com três pisos (ou melhor, restaurou uma ruína)... Além de moleiro, é o único "engenheiro de moinhos" certificado (no ofício de restauro e manutenção de moinhos de vento) em Portugal. Ser português é também ter paixão por moinhos de vento... , "ver o padeiro ou a padeira"... e adorar comer "casqueiro" (LG).

Foto (e legenda): © Luís Graça  (2015). Todos os direitos reservados. [Edição:  Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Países Baixos > Um exemplar dos moínhos de vento holandeses usados, até à década de 1970, na drenagem dos pólderes.

 Imagem (s/d, s/l) inserida no poste de 23 de março de  2019 > Guiné 61/74 - P19615: Os nossos seres, saberes e lazeres (313): Viagem à Holanda acima das águas (17) (Mário Beja Santos).. Como soi dizer-se, "Deus fez o mundo, e os holandeses fizeram a Holanda".


1. Mais comentários ao poste P23512 (*) com respostas à pergunta: "O que é ser português hoje ?" (**)

(i) Alberto Branquinho:

Olá, José Belo: Não consigo fazer contraditório nem "acrescentatório" ao teu texto (*). Venho só dizer (acrescentar, afinal) que, para além da necessidade de sair de Portugal para "respirar liberdade", que tu referes, há que não esquecer que a sua (dele, E. L., Eduardo Lourenço) pequena aldeia do concelho de Almeida ("Alma até Almeida!") confina com Espanha e tem Vilar Formoso - a fronteira legal para ir para a Europa - ali mesmo à mão de semear - o que poderá fazer um adolescente sonhar. Não esquecendo os contrabandistas. Estes ficavam-se por perto, mas não os "passadores" (que, no devido tempo, ninguém me apresentou um).

Mas decidi escrever para contar um episódio a que assisti na Gulbenkian, talvez em 2004, que envolveu E. L..

Presidia ele a uma Mesa de uma sessão sobre literatura francófona (salvo erro). Apresentou o orador - um escritor dos Camarões - e fez um trocadilho com a palavra "camarões" (em francês, "crevettes").

A assistência achou graça. Sorridente (com aquele seu sorriso), deu a palavra ao orador-convidado.
O escritor camaronês fez os agradecimentos da praxe e, depois, virando-se para E.L., em tom seco, disse qualquer coisa como isto:

- Je voulais dire a Mr. le Président q'il n'y a pas de crevettes dans mon país.(Gueria dizer ao senhor presidente que no meu país não há camarões).

Foi nítido o incómodo de E.L. que agarrou (como era seu hábito) os óculos por uma das hastes e os rodava de olhos fixos no palestrante.

Abraço
Alberto Branquinho


(ii) Valdemar Queiroz:
 
O que é ser português ?

Mas, depois de três dias de viagem a atravessar a França e, por não aguentar mais tempo, uma directa de San Sabestian pra chegar a Bragança. Uf!, chegar a Portugal, e começar logo a sentir a diferença do calor, do cheiro, ver o céu azul, tudo diferente mas nunca esquecido, e ouvir 'bócê nem sabe o calor pro aqui'.

Depois, é só passar por Valverde, Vale do Porco, Vilar de Rei e chegar a Mogadouro, estacionar a autocaravana no Parque de Campismo e descansar para viajar em Portugal.

Parece que estes imigrantes dos anos 2000 já não se sentem imigrantes, antes vão trabalhar para outras paragens...mas a razão é sempre a mesma: um país com mais conventos que palácios e fábricas, ter mar à porta de casa.

Assim cá chegaram os meus netos, filho e nora para passar férias vindos dos Países Baixos.

O que é ser português?... Cito Guilherme Duarte > Por falar noutra coisa > 31 de jneiro de 2014 > Ser português é...:

(...) "Ser português é desenrascar. É encontrar caminho sem perguntar. Ser português é pedir indicações e ter logo a ajuda de vários estranhos. Ser português é tentar a borla seja do que for. Ser português é oferecer só porque se simpatizou com alguém. Ser português é ter os melhores lá fora porque é lá fora que se faz o melhor. Ser português é ter o mar no horizonte e nunca olhar para terra, é seguir em frente até o mar acabar, é descobrir, sonhar e inventar. Ser português é conquistar, é dar porrada na mãe, é dizer não e expulsar os mouros e os espanhóis. Ser português é esquecer". (...)


11 de agosto de 2022 às 16:03 

__________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 10 de agosto de 2022 > Guiné 61/74 - P23512: Notas de leitura (1473): Eduardo Lourenço (1923-2020): afinal, quem são os portugueses, e o que significa ser português? (José Belo, Suécia)

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Guiné 61/74 - P23512: Notas de leitura (1473): Eduardo Lourenço (1923-2020): afinal, quem são os portugueses, e o que significa ser português? (José Belo, Suécia)


Eduardo Lourenço (Almeida, 1923 - Lisboa, 2020).
Foto da Agência Lusa (2020). 
Cortesia de Wikimedia Commons


1. Mensagens do José Belo:

(1) Data - 6 ago 2022 11:31
Assunto - Talvez o menos estrangeirado

Caro Luís

O nosso Eduardo Lourenço soube, talvez melhor,  que muitos intelectuais contemporâneos, pôr o dedo na ferida quanto aos nossos grandiosos mitos lado a lado com profundos complexos.

Vou enviar-te um texto resultante de leitura muito atenta a alguns ensaios do mesmo

PS - Espero sinceramente que quanto às saúdes todos nós continuemos sem estar... ”piorzinhos”!

Um abraço, JBelo

(ii) Data - 6 ago 2022, 12h39

Assunto - Estrangeirados

Francamente que não sei se o tema, e texto, terá cabimento (ou interesse) para os seguidores do blogue. Os parâmetros são distintos.

A ser publicado fico grato se indicares uma data aproximada que possa permitir um debate… caso este venha a surgir.

A fins deste mês volto para Key West e, por lá,  os meus tempos dedicados à “com-puta-gem” perdem prioridade frente ao Sloppy Joe’s Bar.

Um abraço com votos, para ti e família, de Boas Férias! JBelo

 

"Lisboa é o sítio ideal para acreditar que as Caravelas continuam a existir" (Eduardo Lourenço). Foto: José Belo (2022).

2. Eduardo Lourenço:  “As palavras que definem uma Nação “ (*)

Um dos maiores intelectuais portugueses contemporâneos que, e segundo as suas palavras… ”se afastou do País para respirar liberdade”. (**)

Nascido na pequena aldeia de São Pedro do Rio Seco, passou longo período da sua vida no estrangeiro. 
Primeiro como professor na Alemanha e, posteriormente, como professor nas universidades francesas de Grenoble e Nice.

Regressou a Portugal no período final da sua vida.

O jornal “Le Monde” descreveu-o como um intelectual liberto da rigidez política das ideologias,  que soube sempre seguir o seu próprio caminho.

As suas obras mais conhecidas foram escritas nos anos setenta, antes, durante e depois da “revolução dos cravos“: Tempo e Poesia (1974); O Labirinto da Saudade (1978). Obras que o tornaram conhecido fora dos círculos literários e académicos.

Importante parte dos seus ensaios foram dedicados a Luís de Camões e a Fernando Pessoa.

No “Labirinto da Saudade“ afirma que a literatura histórica portuguesa se pode ler como uma busca de resposta às perguntas:
  • Quem são os portugueses?
  • O que significa ser-se português?
Com início em Camões, Eduardo Lourenço identifica todo um irrealismo que engloba o espírito português. Uma mistura de grandiosidades lado a lado com profundo complexo de inferioridade.

Segundo ele, a imagem histórica de Portugal não é resultante de observações baseadas em realidades. Resulta antes de sonhos político-ideológicos criados por uma minoria urbana, como referido pelo realismo de Eça de Queiroz. Uma aristocracia (e burguesia) endinheirada sempre com o pé no estribo do "Sud-Express", arrastando-se para uma Europa onde se produz a verdadeira cultura e o conhecimento.

A existência de um mítico “povo simples” torna o diálogo literário entre estes polos opostos num… monólogo literário limitativo.

É neste espaço (ou contradição) entre a “falta” e o “regresso” que, segundo ele, surge a palavra “saudade”.

Afirma também que, em Portugal, tanto o neo-realismo como o comunismo (verdadeiros polos opostos à ditadura do Estado Novo tanto nas artes como na política) se dedicaram ao mesmo tipo de “mitologia” no modo como integraram na sua visão mundial os mesmos clichês quanto ao “Povo simples”, em tudo semelhantes aos usados por intelectuais da Direita. Mitos que serviram, e servem, como conveniente “manta de cobertura “ sobre um tipo de fragilidade histórica.

Com Salazar, o patriotismo jacobino dos convulsionados 16 anos da Primeira República, transformou-se em nacionalismo exaltado. O Estado Novo, com o seu aparelho de propaganda desde a escola aos meios de comunicação, cria uma verdadeira “Disneylândia” de portugalidades feita.

Como poderá a cultura de um pequeno país, isolado num extremo europeu, manter a sua originalidade, usar de um pensamento crítico quando a análises do passado, manter vivas as suas tradições ao mesmo tempo que se abre perante o mundo?

Segundo Eduardo Lourenço é fundamental para Portugal... ser europeu!

Um abraço do JBelo

Adenda - Talvez o menos… estrangeirado!

Abandona o país em 1953, mas recusa a condição de exilado. É apenas emigrado.

“Como é que um homem nascido em São Pedro do Rio Seco, pode ser outra coisa que não português?” Não aceita ser estrangeirado:” Não, não aceito!... Fico furioso. Fico desesperado.”

O seu método é o “de olhar de dentro mesmo estando fora”. No "Labirinto da Saudade" escreve:

“Pensar Portugal como vontade e como comunidade plural de destinos e valores, pondo em diálogo os mitos e a razão e… procurando afastar a maldição do atraso.”

“…é a hora de fugir para dentro de casa, de nos barricarmos dentro dela, de construir com constância o país habitável de todos, sem esperar de um eterno lá-fora ou lá longe a solução que, como no apólogo célebre, está enterrada no nosso exíguo quintal.

Não estamos sós no mundo, nunca o estivemos. A conversão cultural necessária passa por um olhar crítico sobre o que somos e o que fazemos.”

PS - E como Eduardo Lourenço escreveu: "Lisboa é sítio ideal para acreditar que as Caravelas continuam a existir"



José Belo, jurista, o nosso camarada luso-sueco, cidadão do mundo, membro da Tabanca Grande:

(i) tem repartido a sua vida agora entre a Lapónia (sueca), Estocolmo e os EUA (Key West, Florida); 

(ii) foi nomeado por nós régulo (vitalício) da Tabanca da Lapónia, recusando-se a jubilar-se do cargo: afinal todos os anos pela primavera, corre o boato de que a Tabanca da Lapónia morre para logo a seguir ressuscitar, como a Fénix Renascida; 

(iii) na outra vida, foi alf mil inf, CCAÇ 2391, "Os Maiorais", Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70); 

(iv) é cap inf ref (mas poderia e deveria ser coronel, se ele tivesse tratado da papelada a tempo) do exército português; 

(v) durante anos alimentou, no nosso blogue, a série "Da Suécia com Saudade"; 

(vi) tem 226 referências no nosso blogue.
 ___________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 8 de agosto de 2022 > Guiné 61/74 - P23506: Notas de leitura (1472): "Histórias da C. CAÇ. 2533" - Os belos testemunhos da gentes da CCAÇ 2533 (1) (Mário Beja Santos)

(**) Vd. também postes de:

2 de dezembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21604: Manuscrito(s) (Luís Graça) (195): In Memoriam: Eduardo Lourenço (1923-2020), pensador maior da nossa história, da nossa cultura, da nossa identidade como povo

17 de agosto de 2015 > Guiné 63/74 - P15013: Notas de leitura (748): “Do Colonialismo como Nosso Impensado", Organização e Prefácio de Margarida Calafate Ribeiro e Roberto Vecchi, Gradiva Publicações, 2014 (Mário Beja Santos)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Guiné 63/74 - P5068: As nossas placas de identificação (Carlos Cordeiro)

1. Em mensagens com data de 4 de Outubro de 2009, o nosso tertuliano e camarada Carlos Cordeiro* (ex-Fur Mil que cumpriu a sua comissão em Angola) mandou-nos este trabalho de pesquisa sobre as célebres chapas de identificação, que alguns de nós usaram ao pescoço durante a permanência em Teatro de Operações.

Se para mais não servir, será um pouco de cultura geral de um tempo passado que nos tocou muito.



AS NOSSAS PLACAS DE IDENTIFICAÇÃO

Decreto-Lei n.º 45838

Tornando-se necessário melhorar e uniformizar os meios de identificação individual para uso nas forças armadas e generalizar o seu emprego;
Verificando-se também ser necessário que aos elementos particulares de identificação sejam acrescentados outros dados de informação pessoal, particularmente úteis em caso de acidente grave;

Nestes termos:
Usando da faculdade conferida pela 1.ª parte do n.º 2.º do artigo 109.º da Constituição, o Governo decreta e eu promulgo, nos termos do § 2.º do artigo 80.º, para valer como lei, o seguinte:

Artigo 1.º É criada para uso do pessoal militar das forças armadas uma placa de identificação, destinada a conter os elementos de identificação necessários para reconhecimento do seu portador.

Art. 2.º O Ministro da Defesa Nacional definirá, em portaria, as características da placa de identificação.

Art. 3.º A placa de identificação será de distribuição generalizada e de uso obrigatório.

Publique-se e cumpra-se como nele se contém.

Paços do Governo da República, 30 de Julho de 1964. - ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR - José Gonçalo da Cunha Sottomayor Correia de Oliveira - Manuel Gomes de Araújo - Alfredo Rodrigues dos Santos Júnior - João de Matos Antunes Varela - António Manuel Pinto Barbosa - Joaquim da Luz Cunha - Fernando Quintanilha Mendonça Dias - Alberto Marciano Gorjão Franco Nogueira - Eduardo de Arantes e Oliveira - Inocêncio Galvão Teles - Luís Maria Teixeira Pinto - Carlos Gomes da Silva Ribeiro - José João Gonçalves de Proença - Francisco Pereira Neto de Carvalho - Francisco António das Chagas.


Portaria n.º 21289

Sendo necessário definir as características a que deve obedecer a placa de identificação criada pelo Decreto-Lei n.º 45838 , de 30 de Julho de 1964:
Manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro da Defesa Nacional, nos termos do artigo 2.º do mesmo diploma, aprovar e pôr em execução o modelo da referida placa, conforme anexo à presente portaria.

Presidência do Conselho, 19 de Maio de 1965. - O Ministro da Defesa Nacional, Manuel Gomes de Araújo.

Características da placa de identificação

1.º A placa de identificação tem a forma de uma oval, com 40 mm no eixo maior e 28 mm no eixo menor, e é feita da liga designada por metal branco ou argentão francês, com 1 mm de espessura.

2.º Na placa há dois orifícios, sendo destinados, um à passagem da corrente de suspensão e o outro para suspender a metade da placa no arquivo competente quando se verificar a circunstância prevista na última parte do n.º 3.º do presente anexo. O primeiro, com centro a 5,5 mm de um dos extremos do eixo menor, é semicircular, com 3,5 mm de raio; o segundo, com centro a 3,75 mm do outro extremo do eixo maior, é circular, com 1,75 mm de raio.

3.º No eixo menor da placa existem duas ranhuras de 8,5 mm de comprimento, separadas de 5 mm. Estas ranhuras, que têm 1 mm de largura, destinam-se a permitir que as duas metades da placa se separem fàcilmente, o que terá lugar em caso de morte do portador; nesta circunstância, a metade da placa por onde passa a corrente de suspensão acompanhará o corpo, enquanto a outra metade será remetida ao arquivo competente.

4.º A corrente de suspensão, que é usada ao pescoço, é constituída por esferas de alumínio, com dois elos de ligação afastados 310 mm um do outro, e tem as seguintes características:
Diâmetro das esferas - 3 mm ((mais ou menos) 0,1 mm));
Comprimento da corrente - 620 mm;
Tensão de ruptura dos elos - entre 2 kg e 2,5 kg.

5.º As inscrições a gravar, iguais em cada uma das metades da placa, são em caracteres latinos, maiúsculos, dispostos em quatro linhas horizontais, de forma que o seu aspecto seja idêntico, qualquer que seja o orifício pelo qual se suspenda a placa.

Inscreve-se o seguinte:a) Na primeira linha - a palavra «Portugal»;
b) Na segunda linha, separadas por traços oblíquos:
1) A designação «OF», «SG» ou «PR», conforme o portador for, respectivamente, oficial, sargento ou praça;

2) A designação seguinte:

a. No Exército:
O número mecanográfico.

b. Na Armada:
1. Para oficiais do activo e da reserva da Armada (englobando cadetes):
O ano de admissão na Escola Naval (classes de marinha, dos engenheiros construtores navais, dos engenheiros maquinistas navais, de administração naval e dos engenheiros de material naval) ou o ano de ingresso nos quadros (classes dos médicos navais, dos farmacêuticos navais, do serviço geral e do serviço especial), seguido do algarismo atribuído à classe:
1 - Marinha.
2 - Engenheiros construtores navais.
3 - Médicos navais.
4 - Farmacêuticos navais.
5 - Engenheiros maquinistas navais.
6 - Administração naval.
7 - Engenheiros de material naval.
8 - Serviço geral.
9 - Serviço especial.
10 - Capelães.

2. Para oficiais, aspirantes a oficial e cadetes da reserva naval, reserva marítima e reserva legionária:
O ano de alistamento na Armada, seguido, respectivamente, das letras:
N - Reserva naval.
M - Reserva marítima.
L - Reserva legionária.

3. Para sargentos e praças do activo:
O número de matrícula, seguido do número de série a que aquele pertence.

4. Para sargentos e praças da reserva da Armada, reserva marítima e reserva legionária:
O número de matrícula atribuído pela 3.ª Repartição da Direcção do Serviço do Pessoal, seguido, respectivamente, das letras:
A - Reserva da Armada.
M - Reserva marítima.
L - Reserva legionária.

c. Na Força Aérea:

1. Para oficiais (pessoal permanente):
O ano de admissão na Academia Militar ou de ingresso no quadro, seguido dos números;
1 - Pilotos aviadores.
2 - Pára-quedistas.
3 - Pilotos navegadores.
4 - Engenheiros.
5 - Técnicos.
6 - Médicos.
7 - Intendência e contabilidade.
8 - Serviço geral.

2. Para oficiais milicianos (pessoal não permanente):
O ano de alistamento na Força Aérea, seguido do número correspondente à especialidade, conforme indicado na alínea anterior. Aos navegadores e aos farmacêuticos atribuem-se os n.os 3 e 6, respectivamente.

3. Para sargentos e praças:
O número de matrícula.

4. Para equiparados a militar:
O ano de ingresso no quadro, ou ano da equiparação, seguido dos números:
9 - Capelães.
10 - Médicos.
11 - Veterinários.
12 - Enfermeiros pára-quedistas.
13 - Músicos.

3) Um número indicando o ramo das forças armadas ao qual pertence o portador da placa, segundo a seguinte convenção:1 - Exército.
2 - Armada.
3 - Força Aérea.
c) Na terceira linha - as iniciais dos dois primeiros nomes do portador e o último apelido, escrito por extenso.
No caso de o portador usar o apelido Júnior, escreve-se por extenso o penúltimo apelido, seguido da indicação abreviada «J.or»;
d) Na quarta linha:
1) O grupo sanguíneo, seguido do sinal + ou -, segundo o factor rH é positivo ou negativo;
2) A religião por uma das seguintes abreviaturas, conforme o caso: Bud (budista), Cath (católico), Ind (hindu), Isr (israelita), Mus (muçulmana) e Prot (protestante);
3) A letra T (indicação da vacina antitetânica), seguida dos dois últimos algarismos do ano em que tal vacina foi ministrada pela última vez.

6.º O esquema da placa de identificação, na escala 2:1, é o constante do apêndice ao presente anexo.

Presidência do Conselho, 19 de Maio de 1965. - O Ministro da Defesa Nacional, Manuel Gomes de Araújo.

APÊNDICE


Esquema da placa de identificação
(ver documento original)
Profundidade de gravação (letras e vincos): 0,25 mm a 0,30 mm.
Espessura da chapa: 1 mm.
Escala utilizada: 2:1.

Presidência do Conselho, 19 de Maio de 1965. - O Ministro da Defesa Nacional, Manuel Gomes de Araújo.


Portaria n.º 498/70 de 8 de Outubro

Sendo necessário assegurar a distribuição das placas de identificação a todos os militares do Exército e da Força Aérea antes do seu embarque para comissão de serviço no ultramar;

Considerando que a inscrição na placa de identificação, aprovada pela Portaria n.º 21289, de 19 de Maio de 1965, da designação «OF», «SG» ou «PR» retarda inconvenientemente a sua distribuição:

Manda o Governo da República Portuguesa, pelo Ministro da Defesa Nacional, nos termos do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 45838 , de 30 de Julho de 1964, que seja eliminada das placas de identificação em uso no Exército e na Força Aérea a designação «OF», «SG» ou «PR».

O Ministro da Defesa Nacional, Horácio José de Sá Viana Rebelo.

OBS:-Cheguei a estas informações a partir do Google (chapas identificação militares ultramar). O site da legislação é o seguinte: http://pt.legislacao.org/

Carlos Cordeiro
__________

Nota de CV:

(*) Vd. poste de 5 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5055: Tabanca Grande (177): Carlos Cordeiro, ex-Fur Mil At Inf (Centro de Instrução de Comandos - Angola, 1969/71)

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Guiné 63/74 - P2285: Roubaram-me a Caderneta Militar (Júlio Benavente/Carlos Vinhal)


A nossa Caderneta Militar que tinha uma cor muito triste. Neste caso, a minha (CV)...

Foto: © Carlos Vinhal (2007). Direitos reservados.


1. Mensagem do nosso camarada Júlio Benavente, ex-Fur Mil da CCS/BCAV 1905, de 15 de Novembro:

Nunca se sabe o que a net nos pode dar.

Em 1990 fui de férias a Portugal (vivo nos States) e na Batalha fui roubado.

Entre várias coisas, lá foi a minha Caderneta Militar. Parece estranho, mas entre muitas coisas quiçá mais importantes, esta é a que tem mais valor para mim.

Claro que participei o roubo à GNR da Batalha.

Muitos anos já se passaram e, como a vida é cheia de surpresas, é possível que já tenha acontecido o mesmo a outros camaradas.

O que fazer? Ideias?

Julio da Silva Benavente


2. Comentário de CV:

O nosso camarada Júlio Benavente ficou sem o símbolo da sua vida militar. Lá estariam registados todos os passos que ele deu, desde a Incorporação até à Disponibilidade.

Na nossa Caderneta podem constar Unidades por onde passámos, postos, datas das promoções, louvores, punições, licenças, etc.

Para ele, que está nos Estados Unidos, longe da sua Pátria, há tantos anos, a Caderneta representava o tempo em que serviu Portugal para o bem e para o mal. Não tínhamos grande escolha, então. Nas suas entrelinhas podiam ler-se as horas de Sangue, Suor e Lágrimas. Saudades e privações de toda a ordem.

Perguntei-lhe porque razão não pedia uma segunda via, ao que ele respondeu que não seria a mesma coisa. Que interessa um segundo documento onde diz que esteve aqui, ali e acolá, se já não é o original?

Se calhar, muitos de nós nem sabemos onde está a nossa Caderneta Militar neste momento. As gavetas do tempo guardam muita coisa fora de ordem.

Se alguém achar este post despropositado, lembre-se do nosso camarada Baptista que tem sido espoliado, precisamente por lhe negarem o direito de ter uma Caderneta Militar (1).

E se alguém que acede à nossa página tivesse o Documento Militar do Júlio Benavente? Porque não devolvê-lo?

Afinal não serve a ninguém, a Caderneta, a não ser ao próprio.

CV

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Nota de CV:

(1) Vd. post de 30 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P2011: Vamos ajudar o António Batista, ex-Soldado da CCAÇ 3490/BART 3872 (Júlio César / Paulo Santiago / Álvaro Basto / Carlos Vinhal)