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terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Guiné 61/74 - P25166: Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Anexos: algumas notas biográficas I


Lisboa > Mesquita Central de Lisboa  > 20 de fevereiro de 2015 > O último adeus ao Amadu Bailo Jaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015) > Da esquerda para a direita, (i) Cor Ferreira A A Silva, (ii) sobrinho e (iii) filho do Amadú [que vive em Londres], (iv) José António A Pereira (da 38ª CCmds), (v) filho mais do Amadú [que vive em Lérida, Espanha], (vi) neta do Amadu, (vii) Saiegh (do BCCmds Africanos), (viii) Mário Dias, (ix) Virgínio Briote e (x) um outro guineense não identificado.

Foto (e legenda): © Giselda Pessoa (2015).  Todos os direitos reservados. [Edição e kegendagem complemenetar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Lisboa > Mesquita Central de  de Lisboa > 20 de fevereiro de 2015 > O último adeus ao Amadu Bailo Jaló > Da esquerda para a direita, Jaquité (fur cmd BCmd da Guiné), cor cmd Raul  Folques (cmdt BCmds da Guiné), Amílcar Mendes e José António Pereira, ambos da 38ª CCmds, Virgínio Briote.

Foto (e legendagem): © José Colaço (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e kegendagem complemenetar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



 Capa do livro "Guineense, Comando, Português: I Volume: Comandos Africanos, 1964 - 1974" (Lisboa, Associação de Comandos, 2010, 229 pp, il., edição esgotada) 




O autor, em Bafatá, sua terra natal, por volta de meados de 1966.
(Foto reproduzida no livro, na pág. 149)


1. Ainda com base no manuscrito, digitalizado, do livro do Amadu Bailo Djaló, "Guineense, Comando, Português: I Volume: Comandos Africanos, 1964 - 1974" (Lisboa, Associação de Comandos, 2010, 229 pp, il., edição esgotada) (*), vamos publicar os "Anexos" (pp. 287-299)

O nosso camarada e amigo Virgínio Briote, o editor literário ou "copydesk" desta obra , facultou-nos uma cópia digital. (O Virgínio, com a sua santa paciência e a sua grande generosidade, gastou mais de um ano a ajudar o Amadua a pòr as suas memórias direitinhas em formato word, a pedido da Associação dos Comandos, a quem, de resto, manifestamos também o nosso apreço e gratidão...).

O Amadu Djaló, membro da Tabanca Grande, desde 2010, tem cerca de 120 referências no nosso blogue. Tinha um 2º volume em preparação, que a doença e a morte não lhe permitaram ultimar. As folhas manuscritaas foram entregues ao Virgínio Briote com a autorização para as transcrever (e eventualmente publicar no nosso blogue). Desconhecemos o seu conteúdo, mas já incentivámos o nosso coeditor jubilado a fazer um derradeiro esforço para transcrever, em word, o manuscrito do II volume (que ficou incompleto). E ele prometei-nos que ia começar a fazê-lo, "para a semana"...

Anexos


I. Algumas Notas sobre o Amadu Bailo Djaló (pp. 288/289)

(i) Amadu Bailo Djaló nasceu em Bafatá, em 1940;

(ii) filho de Cherno Iaia Djaló e de Ana Condé;

(iii) aos 14 anos, o irmão mais velho levou-o para Boké, para casa de um tio, de onde era natural a mãe; o pai era de Fulamorie, também da República da Guiné-Conakry.

(iv) um ano depois regressou a Bafatá; aos 16 anos conheceu, pela primeira vez, Bissau e um ano depois Bolama;

(v) desde muito jovem quis ganhar dinheiro e ser independente: começou por organizar bailes e festas, juntamente com um primo, para a juventude de Bafatá, a quem cobrava as entradas; as meninas de então chamavam ao Amadu Mari Velo;

(vi) enquanto não foi incorporado, foi trabalhando na construção civil, primeiro no Gabu, como capataz, um pouco mais tarde em Bafatá (estávamos em 1958);

(vii) nos princípios de janeiro do ano seguinte, regressou a Bafatá; como sabia ler e escrever, foi para a campanha da mancarra; aos 20 anos quis dar um salto, tornar-se verdadeiramente independente: conseguiu abrir uma banca para negociar no Mercado de Bafatá;

(viii) mas a incorporação estava à porta: recenseado pelo concelho de Bafatá, sob o nº 21 em 1962, foi alistado em 04jan62, como voluntário, no Centro de Instrução Militar;

(ix) depois da recruta em Bolama, seguiu-se o CICA/BAC, em Bissau, depois Bedanda na 4ª CCaç, a 1ª CCaç em Farim;

(x) regressou à CCS/QG, depois os Comandos de 1964 a 1966, voltou à CCS/QG, depois os BCav 757, BCac1877, BCav1905 e BCac2856, todos sediados em Bafatá;

(xi) em meados de Jul69foi transferido para a 15ª CCmds, seguindo-se então a 1ª CCmds Africanos, o BCmds da Guiné e a CCaç21 (base em Bambadinca) até ao 25 de Abril de 1974;

(xii) foi promovido a 1º Cabo em 1Jan66 e louvado pelas actuações em operações no ano de 1966; novamente louvado em 1967, em OS do BCaç1877, de 30Set67, pelo seu comportamento em acções de combate durante o ano de 1967 (07Jan/24Set67);

(xiii) foi graduado em furriel em 6Fev70 e 2º Sargento em 7Nov71, tendo sido louvado pelas acções em que participou durante o ano de 1972. Condecorado com a Medalha de Cruz de Guerra de 3ª Classe em 1973[1].

(xiv) foi novamente graduado em alferes em 28Jun73; pela sua actuação nas operações durante o ano de 1973 recebeu novo louvor.

(xv) Passou à disponibilidade em 01Jan75, devido à independência do território da Guiné.

A carreira militar de Amadu Bailo Djaló em datas:

  • 1º Cabo em 1Jan66;
  • Furriel Graduado em 6Fev70;
  • 2º Sargento Graduado em 7Nov71;
  • Alferes Graduado em 28Jun73, até à passagem à disponibilidade;
  • Desgraduado (sem o seu acordo), por despacho de 18Nov86, com efeitos a partir de 1Jan75, regressando ao posto de 1º Cabo, posto que possuía antes das sucessivas graduações;
  • Presente á JHI / HMP em 19Mar87, foi julgado apto parcialmente para o trabalho, com a desvalorização de 23,5% por agravamento de ferimentos em combate. [2] 
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Notas do autor ou do editor:

[1] Nos 8 tomos 
do 5º volume da CECA - Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974  - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974) (...) , não existe referência à referida condecoração.

[2] Estes dois últimos parágrafos não constam da edição em papel (pág. 289). (LG)

(Revisão / fixação de texto: LG)
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(**) Sobre a infância, adolescência e juventude antes da tropa, vd, os postes:


(...) A minha família era da Guiné Francesa. O meu pai, Tcherno Iaia Tata Djaló, nasceu em 1895, em Tata Fulamori, a meia dúzia de quilómetros de Piche, e a minha mãe, Ana Condé, que nasceu em 1904, era da vila de Boké. O meu pai amava muito os seus filhos, era um homem que estou sempre a recordar. Trabalhou muitos anos como empregado de balcão numa loja de um libanês, de nome Assad. (...)

26 de outubro de 2022 > Guiné 61/74 - P23739: Recordando o Amadu Bailo Djaló (Bafatá, 1940 - Lisboa, 2015), um luso-guineense com duas pátrias amadas, um valoroso combatente, um homem sábio, um bom muçulmano - Parte V: a juventude antes da tropa, quando o pai sonhava para ele uma grande carreira no exército francês

(...) Dizia-me que não queria que eu fizesse tropa no exército português, pois nunca passaria de cabo. Falava-me disto como se fosse um segredo. Que, em consultas que tinha feito, tinha visto para mim um posto brilhante, com galões, que na Guiné nunca eu viria ter. Que preto não conseguia postos desses na Guiné.(...)

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Guiné 61/74 - P24811: Facebook...ando (44): Bafatá no dia 22 de agosto de 1974: a fonte pública de 1918 e a mesquita, de 1968, duas obras da arquitetura colonial (Amilcar Ventura, ex-fur mil mec auto, 1ª CCAV / BCAV 8323, Pirada, Bajocunda, Copá, 1973/74)

Foto Foto nº 1


Foto nº 2

Guiné > Região de  Bafatá > Bafatá > 22 de agosto de 1974 > Fonte pública de 1918, e mesquita.

Fotos (e legendas): © Amílcar Ventura (2023). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné


1. Duas belas recordações de Bafatá, relativas à  presença histórica portugesa: 

(i) de um lado a fonte pública construída em 1918, ao tempo da I República,  no sítio da "Mãe de Água" ou "Sintra de Bafatá" (mais conhecido por "Boma", pelos guineenses da geração do Cherno Baldé, que estudou no liceu de Bafatá, a seguir à independência); 

(ii) do outro, a mesquita, inaugurada em abril de 1968, aquando da isita, à "princesa do Geba", do governador geral da Guiné, gen Arnaldo Schulz.

As duas fotos forma tiradas pelo Amílcar Ventura (ou pertencem ao seu álbum).

Comentários e legendas:

Foto nº 1:  "22 Agosto de 74, no  regresso a Bissau da minha Companhia que estava em Bajocunda, com passagem por Bafatá. Foto tirada no Fontanário de Bafatá. São os Furriéis da Companhia."

Foto nº 2: "No mesmo dia, mesquita de Bafatá" (percebe-se pelas poças de água, que estamos na época das chuvas)

O Amílcar Ventura foi fur mil mec auto, 1ª CCAV / BCAV 8323 (Pirada, Bajocunda, Copá, 1973/74); é natural de (e residente em) Silves; membro da nossa Tabanca Grande desde 9 de maio de 2009; publicou as fotos acima na nossa  na página do Facebook da Tabanca Grande Luís Graça, no passado dia 30 de 0utubro de 2023.


2. Sobre a mesquita de Bafatá, sugerimos o visionamento da reportagem da RTP sobre a visita do Governador Geral, gen Arnaldo Schulz, a Bafatá, num dos seus últimos atos públicos (abril de 1968). Apesar do vídeo não ter som, as suas imagens falam por si. Leia-se primeiro o resumo analítico disponível aqui, em RTP Arquivos. O vídeo tem a duração de 05' 34''. E passou no noticiário nacional da RTP de abril de 1968.

  • Aeródromo: esposa do Governador Geral cumprimenta individualidade militar, multidão nativa caminha na pista, guarda de honra da Mocidade Portuguesa, Arnaldo Schultz caminha no recinto;
  • caravana automóvel na estrada e a entrar em Bafatá
  • esposa do Governador Geral descerra lápide do Bairro Social Arnaldo Schultz, a construir; placa; Arnaldo Schultz, individualidades e populares assistem;
  • missa na igreja paroquial: Arnaldo Schultz dirige-se para o edifício e assiste à celebração, fiéis, crianças nativas e esposa do Governador assistem, celebração;
  • inauguração de instalação industrial: bênção, Arnaldo Schultz acciona manivela; comitiva na estrada.
(Resumo analítico: Revisão / fixação de texto / negritos: LG)
 
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Nota do editor:

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Guiné 63/74 - P11401: Memória dos lugares (228): Vistas aéreas da doce e tranquila Bafatá, princesa do Geba (Fernando Gouveia)

1. Mensagem do nosso camarada Fernando Gouveia (ex-Alf Mil Rec Inf, Bafatá, 1968/70), com data de 25 de Março de 2013, com mais umas belas fotos com vistas aéreas da bonita Bafatá:

Luís e Carlos:
Depois de falar com o Carlos sobre este assunto, aí vão mais algumas fotos de Bafata.
Farão delas o que entenderem. Tenho muitas mais.

Abraços.
Fernando Gouveia


Foto 001 - Bafatá - Vista geral da parte "colonial", vendo-se em primeiro plano o quarteirão ocupado pelo Batalhão com um abrigo de morteiro bem visível.

Foto 002 - Outra vista de Bafata onde em baixo e à esquerda sevê bem o cinema em construção e uma pequena parte do ringue de patinagem onde funcionava o cinema, pelo menos até 1970.

Foto 003 - Parte da Tabanca da Rocha vendo-se ao fundo os quartéis do Agrupamento e do Esquadrão de Cavalaria. Ligeiramente à esquerda vê-se o depósito de água que abastecia a povoação, situado perto da mãe d`água.

Foto 004 - Outra vista semelhante à anterior.

Foto 005 - Outra vista da Tabanca da Rocha em que se vê a Av. principal, o depósito, a igreja e julgo que o bataclã.

Foto 006 - A Mesquita, na Tabanca da Rocha.

Fotos e legendas: © Fernando Gouveia (2013). Todos os direitos reservados.
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Nota do editor:

Último poste da série de 25 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11310: Memória dos lugares (227): Vistas aéreas da doce e tranquila Bafatá, princesa do Geba (Humberto Reis, ex-fur mil op esp, CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71) (Parte II)