José Belo |
Date: terça, 14/07/2020 à(s) 09:58
Subject: Os Vikings...Os capacetes...Os cornos.
Caro Luís
Estando o mundo,e não menos os Estados Unidos,a atravessar uma situação infelizmente sobre o controle de um daqueles políticos messiânicos que sempre surgem nestas ocasiões, será talvez a altura mais apropriada para esclarecer alguns leitores do blogue (sempre interessados nestas coisas civilizacionais!)quanto ao facto de os Vikings [, ou víquingues,]usarem,ou não,cornos nos seus capacetes de combate.
Porquê misturar os States nesta Saga?
Simplesmente porque ,nos tempos mais modernos,terem sido as superproduções de Hollywood, e alguns autores de banda desenhada (também), responsáveis pela mesma.
Sem entrarmos em profundas dialéticas quanto a costumes,necessidades,instintos sexuais dominantes da natureza humana, etc, etc, etc....e nos "etc" está sempre muito do dramático destas coisas...
Será óbvio que as prolongadas e regulares viagens destes heróis destemidos para locais sempre distantes, não só lhes traziam as riquezas e a muito cobiçada fama pessoal,como uma enorme possibilidade (estatística!) de usarem os famosos cornos, não sobre o capacete de combate mas.....por debaixo do mesmo!
Será óbvio que as prolongadas e regulares viagens destes heróis destemidos para locais sempre distantes, não só lhes traziam as riquezas e a muito cobiçada fama pessoal,como uma enorme possibilidade (estatística!) de usarem os famosos cornos, não sobre o capacete de combate mas.....por debaixo do mesmo!
Poucos,dos que profundamente se interessam por este particular da nossa cultura tão Ibérica ,terão dificuldades em compreender que as mitológicas mulheres escandinavas durante estas prolongadas e incertas viagens dos seus companheiros, não procurassem "fontes de calor". Gostei desta imagem digna de um Luciano de Castilho!
(E aqui há que relembrar os infindáveis, escuros e gelados Invernos locais que em tudo abonam em favor das virtudes femininas escandinavas.)
"Fontes de calor" certamente fáceis de encontrar entre alguns "chicos espertos" Vikings que sempre se desculpavam com a última gripe para não se ausentarem das quentes lareiras...oferecidas.
E para mais,porque andariam estes guerreiros a navegar de um lado para o outro com tão especiais capacetes, tão fáceis de serem arrancados pelos adversários nos combates corpo a corpo?
Para não referir o facto de serem recebidos com gargalhadas nos campos das batalhas na Península Ibérica,na sua tão única e original cultura sobre o assunto.
Mas facto é que os tais cornos não existiam nos capacetes vikings. Historiadores e arqueólogos estão hoje em total acordo quanto a isto.
Julga-se ter este mito surgido em 1820 com a publicação de uma coletânea de lendas Escandinavas por um artista sueco contratado para ilustrar as histórias.
Teria,erradamente, buscado fontes de inspiração nas roupas típicas de algumas tribos Celtas e Germânicas,entre as quais era comum o uso de peles e cornos de animais nas suas cerimónias ...religiosas.
Anos mais tarde este mito veio à generalizar-se quando, entre 1848 e 1874, o compositor alemão Richard Wagner escreveu uma série de quatro Óperas, chamadas "O Anel dos Nibelungos " onde as personagens eram originárias da mitologia nórdica e apareciam em cena vestindo peles e usando elmos com cornos.
O resto? Hollywood,autores anglo-saxônicos de bandas desenhadas,e as nossas imaginações.
A feliz imagens ficou estabelecida,para proveito das lojas de vendas de recordações turísticas em Estocolmo e Oslo, com os seus ridículo elmos de plástico barato adornados com cornos...made in China!
Um abraço do J.Belo
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Nota do editor:
Últumo poste da série > 9 de julho de 2020 > Guiné 61/74 - P21155: Da Suécia com saudade (76): A propósito dos 'elefantes brancos' da cooperação sueca com a Guiné-Bissau: o caso do laboratório de saúde pública... (José Belo)