Ela foi um dos 4.000 alunos beneficiados por cadernos escolares especialmente mandados fazer e doados pela Fundación Juan Perán-Pikolinos de Espanha, para as onze escolas EVA do norte do país.
Com uma capa muito bonita onde se lê “Juntos vamos proteger o tarrafe na Guiné-Bissau” e onde se vê uma fotografia deste tipo de vegetação e dos benefícios que traz para as populações locais (caranguejos, peixes, ostras, camarões, pau de pilão, lenha e madeira para cobrir as casas), estes cadernos incluem ainda o mapa da Guiné-Bissau e o período de degradação do lixo que se deita na natureza.
Guiné-Bissau > AD - Acção para o Desenvolvimento > Fotos da Seamana > Título da foto:
Conferência ambiental da escola EVA de Cubampor; Data de Publicação > 21 de Março de 2010; Data da foto: 6 de Fevereiro de 2010; Palavras-chave: Ensino ambiental
Desde o início deste ano de 2010, a Rede das EVA (Escolas de Verificação Ambiental) da zona Norte, têm vindo a organizar conferências em cada uma das 11 escolas integradas nesta Rede, com o objectivo de fazerem uma reflexão e assumirem os seus compromissos ambientais a curto prazo.
Dos quatro temas em causa, Água, Terra, Energia e Ar, só os 3 primeiros foram considerados os mais importantes para a Guiné-Bissau e aqueles que estavam a ser mais ameaçados, pelo que eram prioritários para uma intervenção destas escolas.
Esta acção inscreve-se igualmente na contribuição do nosso país para a Conferência Internacional Infanto-Juvenil dos países de língua portuguesa, cujo lema é “Vamos cuidar do Planeta” e que se realizará de 5 a 10 de Junho deste ano, no Brasil.
É com muito orgulho que Bissam Galissa escreve o seu nome, materializando o sonho de toda a sua vida: ser alguém na sociedade, saber assinar e concitar o respeito de todos os membros da sua comunidade.
No passado ela era obrigada a colocar a sua impressão digital em documentos e cartas, o que lhe provocava um grande mal-estar social no relacionamento com as outras pessoas. Hoje, ela sabe que tem todo o respeito do marido e dos filhos porque, como eles sabe ler uma carta sem ajuda de outros, não precisando de partilhar assuntos pessoais com mais ninguém e fazendo as próprias contas da sua actividade económica, a horticultura.
No passado ela era obrigada a colocar a sua impressão digital em documentos e cartas, o que lhe provocava um grande mal-estar social no relacionamento com as outras pessoas. Hoje, ela sabe que tem todo o respeito do marido e dos filhos porque, como eles sabe ler uma carta sem ajuda de outros, não precisando de partilhar assuntos pessoais com mais ninguém e fazendo as próprias contas da sua actividade económica, a horticultura.
Guiné-Bissau > AD - Acção para o Desenvolvimento > Fotos da Seamana > Título da foto: Aprender a escrever para tomar conta do seu negócio; Data de Publicação > 14 de Março de 2010; Data da foto > 8 de Fevereiro de 2010; Palavras-chave: Alfabetização.
Hoje, Alima Fati, sob o olhar atendo e satisfeito das suas colegas vendedoras, Quinta Lima e Angélica Mango, regista directamente no seu bloco de notas, as receitas da venda dos seus produtos hortícolas no Mercado Comunitário de S.Domingos.
Hoje, depois de aprender a ler e a escrever num dos círculos de alfabetização promovidos pela AD em todo o sector geográfico, ela gere melhor o seu negócio, registando as despesas e receitas que vai fazendo, podendo assim melhor utilizar os lucros obtidos com a sua actividade de “bideira”.
Hoje, tal como ela, centenas de outras mulheres frequentam cursos de alfabetização em português apoiados pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional, com a supervisão de especialistas cubanos, que introduziram a metodologia de alfabetização via televisão, designada por AlfaTv.
Fotos (e legendas): © AD - Acção para o Desenvolvimento (2010). (Com a devida vénia...)
1. Sobre a questão levantada pelo Eduardo Campos, "francofonia 'versus' lusofonia" (*), eis o comentário do nosso amigo e membro da nossa Tabanca Grande, Nelson Herbert, jornalista guineense a trabalhar e a viver na América, e que merece o devido destaque como poste (**):
Caro Campos:
Relativamente ao fenómeno linguístico de que foi testemunha, ele existe, por razões óbvias,ligadas ao intenso fluxo populacional, de e para um e outro lado da fronteira... em todos os domínios, com destaque para o comércio, entre a Guiné e as suas duas "francófonas fronteiras". Um fenomeno regional e vivenciado em toda essa nossa Africa, com o francês ou o inglês a se imporem de forma alternada e regional,como uma espécie de língua franca...
Alarmismos a parte, idêntica experiência encontramos no Norte de Angola, na fronteira com a República Democrática do Congo,mas nem por isso a língua portuguesa esteve alguma vez em perigo !
A entrada do pais da "Zona do Franco CFA" e o estatuto de país-membro da CEDEAO, acredite, em muito mais terão contribuido para essa experiência por si vivenciada, do que qualquer actuação da Françaa, digna desse feito !
Mas o problema da língua portuguesa, no caso concreto na nossa Guiné não se resume hoje a um caso de mais Françaa menos Portugal ou vice versa.
Encarar o debate desse prisma tem porventura os seus riscos: o seu cunho paternalista! Aliás, longe de se estar perante um naco de terra em disputa de carácter linguístico entre as duas outroras antigas potencias coloniais, a história comum, que nem "ferro em brasa" costuma por conseguinte deixar, indelével, as suas marcas!
No caso da Guiné, por mais ténue que pareça à vista desarmada, a língua portuguesa faz parte da nossa genética cultural e linguística,isto apesar do bom senso nos impelir também a admitir que se hoje ela é pouco ou mal falada na Guiné, a realidade de per si resulta, em certa medida, de uma herança colonial...
E temos tido, neste blogue,testemunhos de experiências de militares portugueses que, de arma em tiracolo, às costas, deram o seu contributo ao combate de um "analfabetismo" crónico, particularmente nas zonas rurais que, como atesta a historia recente do país, acabaria por ser fatal aos ideais de construção de um Estado moderno... ou no mínimo tolerante !
Por conseguinte, o problema da língua portuguesa na Guiné, neste caso o do seu ensino , está de forma intrínsica ligado à ausência de políticas de educacão e porque não à decadência do próprio sistema educativo de um Estado de há muito em franca derrocada !
Haja mais Estado e mais Governo, resgate-se por iniciativa nossa com o imprescíndivel concurso dos parceiros internacionais, Portugal entre eles, a língua comum e sobretudo a dignidade dos guineenses!
Mantenhas
Nelson Herbert
USA
Segunda-feira, Maio 24, 2010 4:33:00 PM
PS - Fui docente, numa época em que todo o sistema educacional da Guiné era dominado por técnicos, pedagogos e especialistas cubanos, mas nem por isso a língua de Cervantes se impôs à nossa língua comum!
[Revisão / fixação de texto / título: L.G.]
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Notas de L.G.:
(*) Vd. poste de 24 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 – P6461: Histórias do Eduardo Campos (13): Língua Portuguesa na Guiné: Em Perigo?
(**) Último poste desta série > 18 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P6015: Em bom português nos entendemos (7): O kapuxinho vermelho, contado aos nosso netos, de Lisboa a Dili, de Bissau a S. Paulo (Nelson Herbert / Luís Graça)