segunda-feira, 4 de junho de 2012

Guiné 63/74 - P9995: Convívios (445): Encontro da Magnífica Tabanca da Linha (José Manuel M. Dinis)

1. Mensagem do nosso camarada José Manuel Matos Dinis (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71), com data de 31 de Maio de 2012:

Olá Carlos,
Aqui vai uma espécie de reportagem sobre o encontro de hoje da MTL. 
Envio ainda dois lotes de retratos insofismáveis, obras quase verdadeiramente artísticas dos nossos repórteres, Manuel Resende e Jorge Canhão. Façam o favor de deixar campo livre para o caso de algum retrato com retardador não vos apanhar desmaquilhados.
JD


Então como foi?
O nosso Comandante Rosales foi o primeiro a chegar ao local operativo, dando o exemplo de que com coisas sérias não se brinca. Era meio-dia e tocou o telefone, estava eu no 3.º duche, não fosse o cheiro do trabalho forçado provocar algum ambiente desmotivador. Tinha trocado as mãos, não leu a descrição do percurso, porque era superior a três linhas, e estava à frente do hospital, quando fora amplamente divulgado que chegava-se ao sítio por detrás. Invectivou-me com palavrões impróprios deste local, e chantageou sobre a eventualidade de não ir ter com ele. Pus umas roupinhas sobre o corpo húmido, e abalei.

Lá estava o Belarmino, muito seguro do seu papel, a recriminar-me por uma coisa que ele não se deu ao trabalho de ler. Seguiu-me, e foi com a manifesta alegria destes dois intervenientes que chegámos ao ponto certo. Com os necessários salamaleques apresentei-me a Sua Excelência o Comandante, que afectuosamente mandou-me ficar à vontade... mas calado. Ainda cumprimentei o pira Rogé, o Humberto e o Resende, que ali acamparam de véspera com justo receio de uma invasão.

E foram chegando os restantes. Já estávamos a ocupar lugar na mesa, quando tocou o telefone: era o Hélder, que por alturas da Coina ficou com a capacidade de decisão evidentemente perturbada. Alô? - berrei para o telemóvel. O gajo respondeu que vinha a caminho, mas não sabia quanto tempo iria atrasar-se. Dei-lhe outra explicação sobre as coordenadas, e pareceu-me ter entendido.

Sentei-me à mesa, comecei a apalpar terreno pelo meio de croquetes e um paté dito de marisco, quando, tocou o telefone; era o Domingos, cascaense de nascimento, que pedia socorro orientativo, pois andava por uma das três ruas do Cabreiro, e não dava connosco. Pudera! Também não tinha lido sobre o percurso, e ainda se queixou do fastio das minhas lengas-lengas. Ainda fui para o exterior, pois o Domingos parecia estar a vir da Terra Santa e não dava sinais de aproximação.

Regressado à mesa e permitida a minha intervenção coloquial, estava numa conversa com o Sr. Comandante, o Manuel Joaquim (que se estreou com brilho, mas sem nos deslumbrar), e o Canhão que, furtivamente, tirava retratos históricos, quando tocou o telefone:
 Saí da autoestrada e virei à direita, e na segunda rotunda voltei também à direita, pelo que estou perto do hospital -  disse o Hélder, com grande fluidez de conversação. Pois devias ter virado duas vezes à esquerda, respondi.

Quando chegou tinha aparelhado uma desculpa técnica: o meu GPS só reconhece um Cabreiro a 50km daqui. Exausto, apoiei-me no ombro robusto e gordo do Sr Comandante, puxei pela cadeira, e deixei cair o corpinho estoirado, já havia meninos a colherar o caldo. Sedento mandei vir tinto, mas deram-me dois copos de sangria, que se apresentou um refresco nim, nem sim, nem sopas. Depois foi comer pela tarde adentro, enquanto os grupinhos se vangloriavam de mais uma vitória iniludível sobre a bianda e os estilhaços.

Dei uma vista de olhos, já meio turvado, e entre os presentes pareceu-me reconhecer as seguintes personalidades para além das já referidas: o Palma e o Encarnação, o Moreira e o Jorge Pinto (o Moreira vinha estafado do cozido de Monte Real, pelo que ficou dispensado de pagar 20 euros), o Marques e a Gina, o Carlos Silva e a tabanqueira sua esposa de que não recordo o nome*, o Pires (que foi seguido até ao restaurante por um angolano do tempo em que fazia reportagens em Luanda, que o reconheceu de carro para carro, e quis dar-lhe um abraço), o Colaço e o Zeca Caetano.

Feitas as contas, uma minoria ainda ficou a resolver graves e pertinentes problemas nacionais, até que a hora do lanche (os ares da serra abrem o apetite) foi chamamento mais forte, e cada um rumou a casa.

Em síntese: foi uma almoço agradável pela quase módica quantia de 15,20 aéreos. Conviveu-se dentro da melhor ordem, e o Sr Comandante não teve que recorrer a métodos coercivos, embora eu me tenha sentido algo pressionado à contensão verbal, e o Sr Comandante, com frequência, fizesse passar o cotovelo em frente do meu nariz. Cimentou-se a amizade, e sem formalidade, fez-se um voto pela harmonia na Guiné-Bissau.

(*) - Nota do editor:
Caro Zé Dinis, a esposa do camarada Carlos Silva, a Germana, sem desprimor para as esposas dos outros nossos camaradas, a minha incluída, além de ser uma simpatia de pessoa tem uma particularidade muito importante, é uma mulher do Norte, carago.


 Foto 1 - Aspecto do sala, bem composta de comedores, desculpem, comensais

 Foto 2 - Nesta foto, a partir da esquerda: Luís Encarnação, Francisco Palma e Hélder Valério

Foto 3 - Nesta foto de blusa azul, a "desconhecida" Germana, esposa do nosso camarada Carlos Silva

Foto 4 - Nesta foto, de azul o Zé Dinis, autor desta suposta reportagem e o Comandante Jorge Rosales, curiosamente uma figura reputadíssima em Matosinhos.

Foto 5 - Porque me pagou bem, uma segunda foto do Zé Dinis, desta vez enquadrado por uma caneca de sangria e pelo camarada Jorge Canhão

 
Foto 6 - Nesta foto, o bonito casal Gina e Marques, frequentadores assíduos dos Encontros da Tabanca Grande.

Foto 1 - Jorge Canhão
Fotos 2 a 6 - Manuel Resende
Legendas da responsabilidade do editor
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 4 de Junho de 2012 > Guiné 63/74 - P9992: Convívios (262): Convívios das CCAV 8350 “Piratas de Guileje” e CCAV 8352 “Águias Negras” (José Casimiro Carvalho)

Guiné 63/74 - P9994: Memórias da minha comissão (João Martins, ex-alf mil art, BAC 1, Bissum, Piche, Bedanda e Guileje, 1967/69): Parte VII: Despedida de Bedanda, a caminho de Gadamael e Guileje, aos 18 meses



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 159/199 >  "Dizendo adeus a Bedanda, ou chamando os jacarés ou o inimigo...antes de partir para Guilege [via Gadamael Porto].



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 157/199 > A despedida das autoridades administrativas locais, o chefe de posto e os seus adjuntos....

[Diz o nosso camarada Amaral Bernardo, que foi alf mil médico, e esteve 11 meses em Bedanda, o seguinte a propósito desta foto nº 157/199, 'A despedida das autoridades Administrativas locais,o chefe de posto e os seus adjuntos': "A personagem fardada de branco não é o chefe de posto de então (que era caboverdiano), é (era) o Homem Grande e régulo SAMDA, que era um homem fino e distinto; foi ele que baptizou o alf Alberto Rocha, dos obuses 14, com o nome de...PUM,PUM,BALDÉ. Desta vez a memória não me atraiçoa! Amaral Bernardo, 11meses de Bedanda-1971/72"],



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 158/199 > "O Matador, viatura de tracção dos obuses, já no cais pronta para o embarque".



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 160/199 > "Lancha para transporte dos obuses. Momento da partida rumo ao rio Cacine, a Gadamael-Porto e a Guileje, [descendo primeiro o rio Cumbijã]"



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 161/199 > "Barcaças de transporte de víveres".



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 162/199 > "Rumando a novas aventuras"...



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº 163/199 > "Já no rio Cacine [?], em Gadamael Porto na maré vazia".



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > 1969 > Álbum fotográfico do João Martins > Foto nº172/199 > "O quartel de Gadamael-Porto com o rio Cacine [?], ao fundo". [Em rigor, não é o Cacine, mas um dos seus múltiplos braços ou afluentes.]

Fotos (e legendas): © João José Alves Martins (2012) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados. [Fotos editadas e parcialmente legendadas por L.G.]. 



ÍNDICE

1. Curso de Oficiais Milicianos
1.1. Mafra – Escola Prática de Infantaria
1.2. Vendas Novas – Escola Prática de Artilharia – Especialidade: PCT (Posto de Controlo de Tiro)
2. Figueira da Foz – RAP 3 - Instrução a recrutas do CICA 2
3. Viagem para a Guiné (10 de Dezembro de 1967)
4. Chegada à Bateria de Artilharia de Campanha nº 1 (BAC 1) e partida para Bissum
5. Bissum-Naga
6. Regresso a Bissau para gozar férias na Metrópole (Julho de 1968)
7. Piche
8. Bissau, BAC 1
9. Bedanda
10. Gadamael-Porto
11. Guilege
12. Bigene e Ingoré .


Memórias da minha comissão na Província Ultramarina da Guiné - Parte VII (*)

por João Martins (ex-Alf Mil Art, BAC1, Bissum, Piche, Bedanda, Gadamael e Guileje, 1967/69)

10 – Gadamael (Parte I)

Já estava relativamente bem inserido na comunidade de Bedanda, quando recebo a bombástica informação que tinha que rumar a Guileje. 

Sabia que não podia ser coisa boa pois fica a pouca distância da República da Guiné onde o IN tinha as suas bases e os seus apoios. Embarcámos os obuses em três LDM, descemos o rio Cumbijã e subimos o rio Cacine que achei espectacular com as suas águas estanhadas refletindo a beleza das margens e desembarcámos em Gadamael Porto, onde passei a melhor semana [de todo o tempo] em que estive na Guiné. (...)

(Continua)



Guiné > Região de Tombali > Mapa de Cacoca > 1960 > Escala 1/50 mil > Posição relativa de Gadamael Porto

Guiné 63/74 - P9993: Notas de leitura (366): "Portugal's Guerrilla War - The Campaign For Africa" por Al J. Venter (Mário Beja Santos)

1. Mensagem de Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) com data de 19 de Abril de 2012:

Queridos amigos,
Al Venter é um jornalista que cobriu importantes conflitos africanos desde a década de 1960. É autor de mais de 20 livros, parece que a Guiné o impressionou muitíssimo.
No ano passado escreveu um volume sobre histórias de guerras e mais uma vez exaltou os feitos do capitão João Bacar Djaló, morto em Abril de 1971. Terá ficado muito marcado por este herói com quem fez uma patrulha a leste de Tite.
Al Venter devia fazer parte da bibliografia obrigatória da guerra da Guiné, os números adiantados, sabe-se hoje, andavam próximo da realidade. E terá sido o correspondente de guerra que conversou com Spínola e Amílcar Cabral, sem venerações.

Um abraço do
Mário


Reler um clássico: Portugal´s Guerrilla War, por Al J. Venter

Beja Santos

Em 1973, na Cidade do Cabo, o repórter e correspondente Al Venter publicava uma obra exclusivamente dedicada à Guiné e à sua guerra de guerrilhas. Em seu entender, era a última das grandes guerrilhas clássicas em África, na máxima abrangência da brutalidade e nas melhores tradições dos ensinamentos de Guevara e Vo Nguyen Giap: Portugal´s Guerrilla War. Os acontecimentos posteriores à sua publicação certamente que contribuíram para que o livro não fosse traduzido em português, Al Venter fora convidado pelas autoridades portuguesas, terá havido alguma desconfiança de que se tratava de propaganda requentada.

Por engano. Al Venter, ao tempo, era seguramente um dos nomes mais conceituados nas reportagens sobre eventos político-militares no continente africano. Era correspondente para o Daily Expressa e Sunday Express, cadeia da NBC e a International Defense Review. Usava de uma comunicação precisa, direta e pouco tranquila para os regimes coloniais ou racistas. Neste livro diz sem papas na língua que a guerra da Guiné teria consequências fulcrais para toda a África Austral, a estabilidade desta região estava completamente dependente do desfecho da Guiné. Recorda que o General Yakubu Gowon, da Nigéria, tinha alertado que a independência da Guiné iria acarretar o fim do racismo e do colonialismo em toda a África. Declaração feita em Adis Abeba, em 1971.

É um livro muitíssimo bem escrito. Começa logo com a referência ao assassinato de Amílcar Cabral e não ilude os factos: estalara uma guerra sem quartel entre as duas fações do PAIGC. Refere a ascensão de Vítor Monteiro neste partido, o que não veio a acontecer. Não exclui uma possível ligação entre Sékou Touré e os conspiradores guineenses. Enquanto o Vietnam ia conhecer uma fase de agudização, o mesmo seria passar na Guiné com a chegada dos mísseis terra-ar. Al Venter recorda na introdução que a África do Sul tinha muito a aprender com o conflito guineense sobretudo ao nível dos fatores psicológicos que pautam a condição deste guerrilheiro altamente combativo.

Começa o seu livro para uma homenagem a um homem de quem ele não esconde a admiração, o capitão de 2ª linha, João Bacar Djaló, um verdadeiro herói que acabou vítima de um estúpido acidente com uma granada. Fala da energia deste fula que conhecia a floresta como poucos, a sua capacidade de responder ao inimigo, os seus encontros em Tite e a consternação que a sua morte provocou, por um lado, entre as tropas portuguesas e a alegria entre as hostes do PAIGC que se regozijaram em Conacri, Boké, Koundara e Ziguinchor quando se soube da sua morte. Depois, tece um enquadramento para os acontecimentos precedentes à luta pela independência, dando ênfase aos acontecimentos do Pidjiquiti de 3 de Agosto 1959. Refere os diferentes movimentos de libertação associados à África portuguesa, a existência da FLING e do PAIGC, o tecido económico colonial guineense centrado no Banco Nacional Ultramarino e na CUF. Depois refere os apoios do PAIGC, China, Marrocos, Cuba, Argélia e URSS e seus satélites. Descreve cuidadosamente o armamento de ambas as partes e revela que os MIG 17 estacionados em Conacri eram pilotados por nigerianos, havia a previsão, ainda sem data, de entrarem no conflito. Descreve a evolução da guerrilha e como Schulz foi incapaz de suster o ímpeto do PAIGC e de defender convenientemente as populações martirizadas pela guerrilha. Dá uma bela água-forte da cidade de Bissau dizendo que se assemelha a Bathurst, a capital da antiga colónia britânica da Gâmbia. Capta o pitoresco dos mercados, sente-se impressionado com a fortaleza da Amura, visita detalhadamente o aeroporto de Bissalanca, compara os preços em Bissau com os de Luanda ou Lourenço Marques.

Entrevista longamente o tenente-coronel Lemos Pires, este dá-lhe conta de como Spínola inspira confiança às populações, mostra-lhe no mapa onde estão os apoios do PAIGC tanto no Senegal como na Guiné-Conacri, a natureza dos apoios do PAIGC, onde estão as suas bases no interior, faz estimativas das populações que apoiam os guerrilheiros, das populações que preferiram fugir tanto para o Senegal como para a Guiné-Conacri, deteta durante a conversa que a colónia teve sempre uma escassa presença dos portugueses e considera que historicamente a colónia teve uma ínfima importância na política de Lisboa. Lemos Pires pareceu-lhe altamente informado, capaz de comentar a evolução estratégica de Cabral e como fora obrigado a grandes inflexões face às estratégias de Spínola.

E parte para a região Sul, quer conhecer com os seus próprios olhos a zona de guerrilha mais conflituosa. Refere o uso de garrafas de cerveja vazias como elemento dissuasor dos ataques diretos da guerrilha aos destacamentos, fala na pica e no seu papel de detetor de minas e descreve os aldeamentos. A visita começa em Gadamael. De Gadamael seguem para Cacine, toma nota do que dizem os letreiros, conversa com oficiais, vai ver o armamento e onde ele está implantado; e depois parte para Cameconde em coluna, regista cuidadosamente as conversas. E salta para a africanização da guerra, fala com oficiais dos comandos africanos, compara-os com os de outras regiões de África que ele conhece. Mostra curiosidade em saber os usos e costumes de fulas e balantas, até nota em que consiste o fanado de homens e mulheres. Inteira-se da forma como as tropas ocupam zonas que durante anos tinham estado sob o absoluto controlo do PAIGC, caso de Bissássema. De acordo com a sua descrição, o PAIGC age sem contemplações, intimida e aterroriza as populações, pretende o desmantelamento das vias económicas, como escreve: “The guerrilla offensive is directed not only against the Portuguese forces but also against unarmed civilians, the public services, lines of communication, transport, commerce, industry and agriculture – the warp and the woof of the economic, political and social order. Such operations as the rebels conduct against their enemy are directed to the attainment of greater freedom of action as regards the real objective – the destruction of the fabric of the nation. The guerrilla strategy is neither offensive nor defensive. It is evasive. For example in areas where it was felt government control was relatively weak, it went on the offensive, but that rarely happened. It was mostly a case of seeking out the soft spots and Bissassema, on account of difficult jungle terrain, was one of this, but only while the project was being developed. Once it was finished and had been settle the centre would easily be able to hold its own”. A seguir, descreve os patrulhamentos em torno dos quarteis e depois apresenta os contingentes do PAIGC.

(Continua)
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 1 de Junho de 2012 > Guiné 63/74 - P9974: Notas de leitura (365): Guiné e Cabo Verde: elementos para a sua unidade (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P9992: Convívios (444): Convívios das CCAV 8350 “Piratas de Guileje” e CCAV 8352 “Águias Negras” (José Casimiro Carvalho)


 

1. O nosso Camarada José Casimiro Carvalho, ex-Fur Mil Op Esp / RANGER da CCAV 8350 “Piratas de Guileje”, (1972/74), enviou-nos algumas da festa que juntou duas companhias de cavalaria.

Convívios das CCAV 8350 & CCVA 8352


No passado dia 2 de Junho de 2012, decorreu em Pedronhe, em plena Serra do Caramulo o convívio que este ano, juntou duas companhias de cavalaria, a CCAV 8350 e CCAV 8352, cujo comandante foi o hoje civil, Capitão Miliciano Rui Pedro e Silva.

Foi um excelente encontro com muita “munição” comestível à mistura, música, fotos, etc.

Seguem-se algumas imagens que atestam bem a boa disposição e a alegria do pessoal presente, que ultrapassou a centena e meia de pessoas.  

 O pessoal das duas CCAV
 O pessoal da CCAV 8350
 O pessoal da CCAV 8352
 Alf Mil Nobre de Almeida, Cap Mil Pedro e Silva, Fur Mil José Bilhau, Major Coutinho e Lima (hoje Cor. reformado), Fur Mil Casimiro Carvalho e Alf Mil Pratas e Sousa

  Em cima: Alf Mil Pratas e Sousa e Alf Mil Nobre de Almeida. Em baixo: Cap Mil Pedro e Silva, Major Coutinho e Lima (hoje Cor. reformado), e Alf Mil Manuel Reis

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Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em: 

3 DE JUNHO DE 2012 > Guiné 63/74 - P9990: Convívios (261): 24º Almoço-Convívio do pessoal do BCAÇ 2884 (José Firmino) 


domingo, 3 de junho de 2012

Guiné 63/74 - P9991: (Ex)citações (183): Comparandos os dois G, Guidaje e Guileje... (António Martins de Matos, ex-ten pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74)

1. Comentário, de 31 de maio último, colocado por António Martins Matos no poste P9966:

Entrei para este blogue com o poste 3737, {em 14 de janeiro de 2009,] quando rebati o conteúdo do livro do Sr Maj Art Coutinho e Lima referente a Guileje.

Nessa data afirmei que, havendo apenas 6 pilotos de FIAT-G91 a acudirem aos pedidos de apoio de toda a Guiné, a comparação dos números de mortos e feridos em Guileje e Guidaje era, por si só, clarificadora do que efectivamente tinha ocorrido nesse período e de quem mais necessitava de apoio.

Com tantos escritos sobre Guileje, sempre fiquei à espera que, um dia, aparecessem os testemunhos sobre Guidaje, demorou mas finalmente...ei-los.

Mais uma vez volto às minhas convicções, os ataques ao Guileje destinavam-se apenas a tentar desviar as saídas da Força Aérea do Guidaje, o que em parte foi conseguido, visto que entre 19 e 21 de Maio a FAP foi obrigada a dividir o apoio, com 16 missões no Guidage e 14 em Guileje, 8 das quais no dia 21.

Em Guidaje travava-se uma batalha, em Guileje era mais... tiro ao alvo. Comparar os dois Gs, Guidage e Guileje, é um exercício de mau gosto, especialmente para quem andou por Ujeque, Cufeu e Genicó.

Mais uma vez e nunca me calarei, a minha homenagem a todos os que apoiaram o Guidaje, em especial os Paras da [CCP] 121.

Guiné 63/74 - P9990: Convívios (443): 24º Almoço-Convívio do pessoal do BCAÇ 2884 (José Firmino)


1. Por intermédio do nosso camarada Sousa de Castro, José Rodrigues Firmino (Ex-Soldado Atirador da Companhia de Caçadores 2585/BCAÇ 2884 Jolmete, 1969/1971) pede que seja publiquemos a notícia do Almoço/Convívio do seu BCAÇ 2884: 

24º Almoço convívio 
BCAÇ 2884 

Teve lugar no passado dia 26 de Maio de 2012 em FÁTIMA o XXIV almoço anual do Batalhão de Caçadores 2884 (MAIS ALTO). 

Composto pelas seguintes companhias: 2584 (CÓ), 2585 (Jolmete), 2586, e CCS (Pelundo) período entre 07 de Maio de 1969 a 02 de Março de 1971. 

Assim bem cedo com alguma ansiedade à mistura pois passados longos anos ou seja desde a nossa chegada que não via alguns ex. camaradas. 

Tais como ex. Furriel Cristo, ex. Furriel Pargana, Ex. Furriel Alves e Ex. Furriel Matias (Rodinhas), chegados FÁTIMA após apresentação revista e chamada, lugar à missa em memória dos camaradas já falecidos: segue-se o apanhar do trilho que nos levaria até ao Restaurante D.NUNO, primeiro contacto reconhecimento da zona surge o primeiro sinal de que algo estaria para acontecer, pois é verdade uma máquina com duas torneiras que após manejadas deitavam cá para fora assim um líquido de cor amarelada (cerveja) a outra uma cor mais escura (sangria) acompanhava um pouco de mancarra e segundo diziam por lá batata frita de milho, seguidamente e porque não havia tempo a perder pois os objetivos estavam traçados e a operação tinha de ser levada a cabo com êxito. 

Assim foi como planeado acontece manga de ronco mesas bem preenchidas os estômagos a necessitarem de algum aconchego sem muita demora olhando o que parava em cima das mesas quase desafiando os apetites, o confronto é mais que certo mais uma vez saímos vencedores pois tudo quando estava em cima das mesas sofreram um duro golpe, não satisfeitos desde águas poucas, mas sim vinho maduro tinto branco ao verde não faltando por aqui e ali muito mais variedade de bebidas. 

Porque o lema da nossa tropa é deixar o local de embate completamente limpo com o bornal já mais cheio, felizmente vitoriosos e ainda sem baixas, segue-se a ordem de comando para aquela que seria o aniquilar totalmente e mais uma vez com total êxito do final da operação ai já o inimigo não demonstrava qualquer reação, já bem sentados com a conversa passada em revista é servido o almoço que quer em qualidade e quantidade é de facto de realçar passando pelo pessoal de serviço, competente e simpático está de parabéns a organização bem assim o Restaurante D. Nuno as bebidas em abundância mas como o lema do nosso batalhão é (MAIS ALTO) também todos nos soubemos estar e sair com dignidade. 

Segue-se o bolo comemorativo, o champanhe mais uma ou outra foto para mais tarde recordar, missão cumprida inicia-se a debandada aos poucos com a certeza que vale a pena estar a partilhar aquilo que faz de nós verdadeiros amigos, parte final com a escolha do próximo local do que será o XXV almoço anual, desta vez no (Fundão) com votos de que todos nós possamos pelo menos ainda por cá andar. 

Aquele abraço ao Pinto da Cota esteve impecável na organização. 

De minha parte um até sempre Firmino (Régua). 


CCAÇ 2586 e CCS > Pelundo

CCAÇ 2584 > Có 
CCAÇ 2585  
Pargana, Firmino, Cristo, Pascoal e Alves. 

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Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em: 


Guiné 63/74 - P9989: Convívios (442): 6º Encontro-Convívio do pessoal das seguintes unidades: CART 2714; CART 2715; CART 2716; CCAÇ 12 / CCAÇ 2590; PEL CAÇ NAT 52; PEL CAÇ NAT 54; PEL CAÇ NAT 63; PEL REC DAIMLER 2206; PEL REC DAIMLER 3085; PIAD 2189; PIAD 3050; PEL MORT 2106; PEL MORT 2268; 20º PEL ART – GA 7 e PEL ENG do BENG 447 (Benjamim Durães)



1. O nosso Camarada Benjamim Durães (ex-Fur Mil Op Esp/RANGER do Pel Rec Inf, CCS/BART 2917 – Bambadinca -, 1970/72), solicita-nos a divulgação do próximo convívio anual das seguintes unidades: 



6º ENCONTRO-CONVÍVIO
GUIMARÃES - 23 de Junho de 2012

Camarada de armas e Amigo, 



O 6º ENCONTRO-CONVÍVIO da CCS do BART 2917, extensivo a familiares, amigos e às unidades militares que estiveram sob o comando do BART 2917, entre Maio de 1970 e Fevereiro de 1972, designadamente a CART 2714; CART 2715; CART 2716; CCAÇ 12 / CCAÇ 2590; PEL CAÇ NAT 52; PEL CAÇ NAT 54; PEL CAÇ NAT 63; PEL REC DAIMLER 2206; PEL REC DAIMLER 3085; PIAD 2189; PIAD 3050; PEL MORT 2106; PEL MORT 2268; 20º PEL ART – GA 7 e PEL ENG do BENG 447 (este destacado no cais de Bambadinca), realiza-se este ano na cidade de Guimarães no próximo dia 23 DE JUNHO DE 2012. 

A concentração está marcada para a Penha a partir das 09,00 horas e a deslocação para o “Restaurante da Montanha” sito na Estrada Nacional 101-2, na Penha será por volta das 12,30 horas. 

O custo deste nosso 6º Encontro-Convívio é de 37,00 Euros por adulto e de 20,00 Euros por crianças. 


A inscrição deverá ser efectuada até 14 de Junho, para:
  • BENJAMIM DURÃES 
  • RUA AUGUSTO CARDOSO, Nº 6 – 1º 
  • 2900-255 SETÚBAL 
  • Telemóvel – 93 93 93 315. 
Para pernoitar sugerimos: 

HOTEL IBIS 
Avenida Conde Margeride, nº 12 – Creixomil 
4810-537 GUIMARÃES 
Telefone – 253 424 900 
Preço – 42,00 euros sem pequeno almoço 

HOTEL FUNDADOR 
Avenida D. Afonso Henriques, nº 740 
4810-912 GUIMARÃES 
Telefone – 253 422 640

HOTEL GUIMARÃES 
Rua Eduardo Manuel de Almeida 
4810-911 GUIMARÃES 
Telefone - 253 424 800 
Contactar D. Ana Costa (Departamento Comercial) da parte de Manuel Ribeiro “Pechincha” 
Preço – quarto single – 65,00 Euros com pequeno almoço 
Preço – quarto duplo – 70,00 Euros com pequeno almoço 

HOTEL DA PENHA 
(17 quartos de 3ª categoria) 
Rua Nossa Senhora da Penha 
Costa / Guimarães 
4810-038 GUIMARÃES 
Telefone – 253 414 245 

A Organização está este ano a cargo de 

- Benjamim Durães 
- E-Mail - duraes2900@hotmail.com
– Telemóvel 93 93 93 315 

- Manuel Ribeiro “Pechincha” 
– Telemóvel 96 549 58 14 
- Telefone 253 522 087, e 

- Mário Teixeira “Sacristão” 
- E-Mail – mario.augusto@petrotec.pt
– Telemóvel 96 761 50 92. 
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Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em: 

Guiné 63/74 - P9988: Tabanca de Matosinhos: Instalações Renovadas (José Teixeira)





1. O nosso Camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Enf.º da CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), membro da Direcção da Tabanca Pequena e do Grupo de Amigos da Guiné-Bissau (ONGD), enviou-nos a seguinte Mensagem com: 


Caríssimos editores. 

A tabanca de Matosinhos solicita o favor colocarem no blogue a informação que segue sobre as novas instalações do Milho Rei. 

A TABANCA DE MATOSINHOS TEM INSTALAÇÕES RENOVADAS 

Nos anos de 2004 e 2005 eclodiram dois fenómenos estranhos nas relações entre os antigos combatentes da Guiné. 

Em 2004, quando  o Luís Graç lança o Blogue Fora Nada (entretanto rebaptizado tLuís Graça e Camaradas da Guiné), logo surge uma avalanche de combatentes a escrever,  contando as suas vivências. Assim libertavam as tensões acumuladas anos e anos seguidos que tanto os faziam sofrer. Por outro lado começaram a contribuir para a construção da realidade histórica dessa malfada guerra. O avolumar de documentos escritos,  acompanhados de fotografias no terreno,  tem sido tão grande que o "fora nada" rapidamente se esgotou (800 postes), dando lugar ao "fora nada e vão três" atual (já com cerca de 10 mil postes), sendo o pessoal da Tabanca Grande mais de meio milhar (cerca de 560). 

Talvez seja tempo de juntar,  a este, o velhinho "fora nada" pois o que lá está escrito tem tanto valor como o que vai sendo contado e vivenciado no "Fora nada e vão três".

Em 2005, surgiu do nada a ideia da tertúlia de Matosinhos, ou melhor, de uma sardinhada semanal a três compinchas que assim solidificavam uma nova amizade criada a partir de uma viagem de saudade à Guiné. 


Fenómeno estranho que merece ser estudado. Ou... talvez uma necessidade de os combatentes se redescobrirem, comunicarem pessoalmente, contarem e vivenciarem de novo as suas aventuras desventuras, sofrimentos e alegrias. O certo é que o grupo começou a crescer, a crescer... do mesmo modo como o blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. 

Ao fim de algum tempo alguém teve a feliz ideia de batizar este grupo. que já ia nos 15 comensais em média por semana,  como TABANCA PEQUENA DE MATOSINHOS. 

Foi crescendo ao ponto de ter de mudar de poiso, dado que as instalações do restaurante, junto ao porto de Leeixões se tornaram exíguas. Não foi fácil localizar um restaurante com condições de acolhimento para tanta gente, que transforma semanalmente a sala num refeitório barulhento com tantos magalas. 

O Restaurante Milho Rei, na Avenida Heróis de França (dizem que a Câmara Municipal de Matosinhos está a pensar seriamente em alterar o nome para Avenida Heróis da Guiné) foi o escolhido.  e em boa hora. 

Uma sala com as condições ideais para esta gente que não se conhecia de lado nenhum. Apenas nos une um factor comum - Vivemos a Guerra Colonial na Guiné - mas que, logo depois de uns segundos de apresentação, parece que já somos velhos amigos. Tantas picadas trilhadas em tempos diferentes, tantas aventuras vivenciadas nos mesmos locais, tantas pessoas nativas com quem partilhamos... e assim se inicia uma amizade talvez diferente das habituais, solidificada com o recordar de velhos tempos, no meio do sabor de uma sardinha ou de um copo de tinto. 

Outro fenómeno está a surgir. Pequenos grupos que se encontram à quarta-feira no Milho Rei e aí organizam outros tipos de convívios a pretexto de um bom petisco algures ou uma boa pinga, um passeio, ou visita turística, etc. "As Tabanquinhas" 

Daqui a ideia progrediu. Hoje há tabancas por esse país fora. Os motivos variam, pese embora estejam de algum modo centradas no petisco e na convivência sadia. 

Ultimamente surgiram as Tabancas no Facebook- Outra forma de comunicar e unir combatentes - Por terras ou regiões, por especialidades, por companhias ou outras motivações, certo é que este fenómeno, o mais recente está em crescimento. 

Ouso afirmar, com risco de "levar na tabuleta" que a culpa é do Luís Graça e da Tabanca de Matosinhos. 

O Sr. Silvério, proprietário do Restaurante Milho Rei, entendeu que os tabanqueiros mereciam melhores condições para celebrarem a sua festa à quarta-feira. Vai daí toca a mandar-nos embora por uns tempos (diga-se de passagem que fomos muito bem acolhidos no Restaurante do Centro Hípico do Porto) e toca a fazer obras. 

Ficou bonito e acolhedor o nosso poiso semanal e a petiscada é convidativa como sempre. 

Estão a chegar as sardinhas. Vamos a elas! 

O Sr. Silvério não sabe onde se meteu. Com as condições que nos proporcionou corre o risco de a procura por parte de combatentes na Guiné ser tão elevada que tenhamos de mudar novamente de poiso. 

Juntamos algumas fotos para apreciação dos bloguistas e deixamos um convite, venham até à tabanca de Matosinhos. 

Zé Teixeira

Guiné 63/74 - P9987: Ser solidário (129): Carlos Schwarz da Silva, Pepito, nosso amigo, grande guineense e ainda melhor ser humano, precisa do nosso apoio, nesta hora difícil: mandem-lhe um mail para o endereço adbissau.ad@gmail.com (Luís Graça)




Vídeo: 10' 01'' > Cortesia de RTP2 / Maria João Guardão (2011)... Disponível na conta You Tube > NEAUNL - Núcleo de Estudantes Africanos da Universidade Nova de Lisboa


1. Carlos Schwarz da Silva, mais conhecido por (i) Schwarz, entre os amigos portugueses quando era estudante do ISA - Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, antes do 25 de abril de 1974, e (ii) Pepito, para os guineenses, seus compatriotas...  


Foi uma das vinte personalidades escolhidas pela realizadora do programa "Eu Sou África", Maria João Guardão, para ilustrar a ideia de que a África, a África dorida e sofrida de ontem e de hoje, é um continente de esperança e de futuro. O programa, em dez episódios, passou na RTP2, e na RTP África, o ano passado (*).  Na altura, a 9/4/2011, a realizadora do programa, Maria João Guardão, mandou-nos uma sinopse do vídeo, com a seguinte mensagem:


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Caro Luis Graça, sou realizadora de uma serie documental - EU SOU AFRICA - , cujo último episódio se mostra hoje na RTP2, 19h. Sucede que este último episódio se fez com e à volta de Carlos Schwarz da Silva, Pepito, e dos seus. E sucede ainda que a primeira vez que li a história da vida dele foi no auto-retrato publicado na sua Tabanca. Portanto, este email - info + agradecimentos - segue com um enorme atraso (ainda pior porque me encontro fora de Portugal e com acesso limitado à Net) mas, espero, ainda a tempo - metade da serie passará ainda na RTP África, tem acesso à lista de exibição nos links que seguem com o att.  Obrigada e até sempre, Maria João. 
Maria João Guardão
DESMEDIDA Filmes
Rua Bernardim Ribeiro 63, 5D
1150-069 Lisboa.

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Pepito (10º episódio) e A
ugusta Henriques (2º episódio) representam, de alma e coração, a Guiné-Bissau, o melhor da Guiné-Bissau. São dois guineenses que honram a sua pátria, e orgulham o seu povo. São de origem portuguesa, ou têm ADN português. E foram escolhidos justamente porque "trazem esperança ao seu país". 


No caso concreto do Pepito, que nos honra com a sua amizade, e que é nosso grã-tabanqueiro de longa data (desde finais de 2005), é além disso um  ser humano de grande verticalidade e um cidadão de grande coragem, física e moral, por cuja vida, liberdade  e segurança, temos mais do que uma vez temido, nós os  seus amigos, muitos dos quais aqui representados na Tabanca Grande.

Estamos mais tranquilos depois do mail que nos mandou às 23h de ontem. Ele pelo menos tranquilizou-nos. Mas queremos assegurar-nos que a sua liberdade de circulação (dentro e fora do país), a sua integridade física e a continuidade do seu trabalho na AD não estão em causa:

"(...) Enquanto conselheiro da área produtiva do PM Carlos Gomes Junior, foi-me atribuido, como a todos os outros na mesma circunstância, um passaporte diplomático. Eles apenas me vão tirar esse passaporte. Já há uma semana que estava a tratar de renovar o meu ordinário, que é bom e chega para o que eu quero fazer".

De qualquer modo, mais uma vez, ele está a precisar do nosso apoio, da nossa solidariedade, ele que nunca regateou o apoio e a solidariedade aos que precisam, nomeadamente ao povo humilde da sua terra, às crianças, às mulheres e aos homens guineenses que beneficiam do trabalho da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento. É bom que ele saiba, ele, a sua família, os seus colaboradores,  mas também os seus compatriotas, na Guiné e na diáspora guineense, que os amigos são sempre para as ocasiões, sobretudo para as ocasiões mais difíceis. Felizmente que ele tem muitos amigos, aqui e em todo o mundo... Mesmo assim, e para comprovar isso mesmo, escrevan-lhe oara a nossa caixa de comentários e/ou mandem-lhe um mail, com uma pequena mensagem de amizade e/ou solidariedade... O endereço
é: adbissau.ad@gmail.com .


O vídeo que reproduzimos hoje (cortesia da RTP 2 e da  realizadora Maria João Guardão) foi visto por alguns de nós, na devida altura (*)... Ao tempo, a realizadora contactou-nos pedindo a sua divulgação através do nosso blogue. Mas muitos dos membros da nossa Tabanca Grande, e dos leitores que seguem o nosso blogue, de há um ano a esta parte, nunca viram  o vídeo, que passou no programa Eu Sou África , na RTP2, RTP África, RTP Internacional... Justifica-se, pois, a sua   incorporação neste poste (**), com a devida vénia ao produtor e ao realizadora, bem, como à RTP 2.


Como ele próprio o diz, logo no íncio do vídeo, o Pepito nasceu em 1949 na "maternidade Simão Mendes", em Bissau, onde 30 anos depois nasceria a sua  filha mais nova. Ele é casado com a portuguesa Isabel Levy Ribeiro, sendo ambos engenheiros agrónomos.


Em 1949 o hospital principal de Bissau teria seguramente outro nome. (Como é sabido, Simão Mendes é nome de um enfermeiro que morreu ao serviço do PAIGC, durante a guerra colonial). Mas esse pormenor é agora de somenos importância.


Na altura os pais do Pepito, Artur Augusto da Silva, já falecido (em 1983)  e Clara Schwarz (a decana do nosso blogue), estavam na Guiné há 2 anos... Os seus avós paternos eram de Farim. Os maternos eram, o avô, polaco, e a avó, russa, ambos de origem judia...O resto da história deste homem, de grande generosidade e humanidade, é contada em 10 minutos neste vídeo... Leia-se, em complemento, a informação a seguir recolhida, há um ano atrás, no sítio da RTP sobre este programa (Eu Sou África, RTP2, 2011).

Para ele vai, daqui de Lisboa, para ele, família e colaboradores mais próximos, um abraço solidário do tamanho do Rio Geba e do Rio Tejo juntos!... Temos orgulho em ti, Pepito!... E parafraseando Italo Calvino, lembraremos aqui aos ditadores e aprendizes de ditadores no mundo que "não é a voz que a dirige a história, mas sim o ouvido"... Não é a voz dos que gritam mais alto, porque têm momentaneamente o poder de comando, mas sim o ouvido daqueles que tendem a ser tratados como a maioria silenciosa... E já lá vai o tempo em que os ditadores morriam tranquilamente na cama e iam para o céu... LG

2. RTP / RTP2 > A história de 10 pessoas contada em episódios


Género: Documentário
Ficha Técnica: Produção: Vitrimedia: Realização: Maria João Guardão

Eu Sou África é uma série documental de 10 episódios, dois por cada um dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) Angola, Moçambique, Cabo-Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. 

Cada um dos filmes desta série retrata a vida e a obra de um(a) africano(a) implicado(a) na história e no desenvolvimento social, político e cultural do país onde nasceu. Eu Sou África revela dez heróis desconhecidos do grande público e desfaz os lugares comuns depreciativos da realidade dos PALOP.

Na diversidade das suas experiências e reflexões, o que estes dez africanos dão a ver é a emergência de uma nova África de língua portuguesa – um lugar em que a esperança tem toda a razão de ser. O último episódio é dedicado à Guiné-Bissau e a um dos seus filhos, co-fundador e director executivo da ONG AD- Acção para o Desenvolvimento.

Carlos Schwarz da Silva [Pepito]

Carlos Schwarz da Silva, guineense nascido em [Bissau], em 1949, só exerceu o nome enquanto se fazia engenheiro agrónomo em Lisboa, ao mesmo tempo que se diplomava na luta estudantil contra a ditadura. Na Guiné Bissau, todos o conhecem como Pepito, lutador incansável contra as más práticas de Estado, mas sobretudo contra a fome, pela cidadania e pelo desenvolvimento.

Fundador do pioneiro DEPA (Departamento de Experimentação e Pesquisa Agrícola) e da ONG Ação para o Desenvolvimento (AD), deputado, neto de polacos que sobreviveram ao Gueto de Varsóvia, filho de um jurista nacionalista preso pela PIDE, pai de 3 filhos, avô de 2 netos, Pepito é, nas palavras dos anciãos balantas, um homem grande.

Testemunha o 25 de Abril frente ao quartel do Carmo, com a mulher, Isabel Lévy Ribeiro, e juntos regressam a Bissau, determinados a viver intensamente o tempo histórico que lhes coube. Com 25 anos e um diploma na mão, Pepito sabe principalmente que quer mobilizar as pessoas para a acção, mesmo que isso signifique recomeçar inúmeras vezes do zero. Ele e os seus recomeçaram sempre.

A viagem que fazemos, de Bissau à Floresta de Cantanhez – dois dos pólos de acção da AD – , é uma travessia pela sabedoria de um país repleto de singularidades. “A Guiné Bissau tem trinta e duas etnias: são trinta e duas maneiras de pensar diferente, de dançar diferente, de fazer cultura diferente, de filosofias de vida diferentes. É uma riqueza extraordinária se todas forem consideradas elementos que potenciam a união”.

São estes saberes que Pepito privilegia – contrariando leis ou métodos impostos pelo exterior –nas reuniões com os mais velhos, na festa com os mais novos, nas conversas com mulheres e homens de experiências variadas, muitos dos quais ousaram seguir as práticas informais e eficazes que a equipa do engenheiro agrónomo foi pesquisando e testando, um projecto que se declina na agricultura e no eco-turismo, mas também nas Escolas de Verificação Ambiental, nas televisões e rádios comunitárias. Nas tabancas do sul, no antigo quartel de Guiledge – marco crucial da luta pela independência, memória viva -, em Quelélé, o que está em marcha é a luta contínua pela cidadania e por condições de vida dignas para os guineenses. 



(Com a devida vénia à RTP / RTP 2)


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Notas do editor:


(*) Vd. poste de 4 de abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8049: Agenda Cultural (114): Eu sou África, um documentário dedicado ao Cantanhez, à AD - Acção para o Desenvolvimento e a um homem especial, o nosso amigo Pepito, na RTP2, 9 de Abril, sábado, 19h00

(**) Último poste da série > 2 de junho de 2012 > Guiné 63/74 - P9982: Ser solidário (128): O contentor da ONG Ajuda Amiga finalmente desalfandegado, aberto e distribuido o seu conteúdo (Carlos Silva / Carlos Fortunato)

Guiné 63/74 - P9986: Parabéns a você (430): António Azevedo Rodrigues, ex-1.º Cabo do Agrupamento 2957 (Guiné, 1968/70)

Para aceder aos postes do nosso camarada António Azevedo Rodrigues, clicar aqui
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 2 de Junho de 2012 > Guiné 63/74 - P9979: Parabéns a você (426): António Barbosa, ex-Alf Mil Op Esp da 2.ª CART/BART 6523 e Osvaldo Colaço, ex-Fur Mil da CCAÇ 3566